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Padre Vicente a todos conquistou com sua simpatia |
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Padre Zé Bezerra a todos conquistou com a grande simplicidade
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Luiza Dantas-adorável senhora |
<>Encantamento!!! Era assim o Natal na terra em que nascemos. No mês de dezembro, uma força incontrolável me domina que é lembrar de pessoas, lugares e momentos vividos no mês do Menino jesus na terra dos monólitos. Parece mesmo que o meu coração ficou preso àquele tempo do Menino Jesus, da estrela guia, das crianças. Se pudesse, retinha o tempo porque o meu presente não oferece o que realmente preciso para ser feliz. Cadê aquela gente que embelezava nosso Natal? Onde estão? Me responde, Pai! Tu, que tudo podes, traz de volta a bondade de Luiza Lopes e os melhores pastéis do mundo que pegávamos no seu ponto que ficava ali perto do BNB, anos 60, 70. Aquela adorável senhora a todos fascinava. Naquelas noites silenciosas de nossa cidade, todos da família iam até a Catedral e de joelhos, contemplava-se a santa lapinha tão bem cuidada pela doce Estelita. Outras vezes, íamos para a casa da dona Vilanir e nos sentíamos pertinho de Deus vendo aquela lapinha que montava com tanto amor. Me sentia verdadeiramente uma criança ao visitar a barraca de Natal do Mestre Adolfo. Para suavizar minha saudade, deixem-me, amigos, lembrar dos queridos Padres Vicente, Zé Bezerra. Onde encontrá-los? Os jovens de minha convivência, onde estão? Como a vida era linda! Quando ouço o som de um violão, revivo Ribamar Ribeiro e Mala Véia alegrando a cidade ao executar "A Marcha dos Marinheiros". Quando começava o período natalino, íamos até o "Cantinho dos Discos" do amigo Sousa e comprávamos o disco "A Harpa e a Cristandade" e íamos curtir numa radiola "Philips" comprada na Zélia Modas. Num velho rádio Semp que ficava na sala de visitas, nos deliciávamos com belas canções do período. Qualquer problema no aparelho, entregávamos nas santas mãos de Luiz Adolfo que deixava o bicho melhor do que quando saiu da loja do Milton Belizário. Orávamos enquanto ouvíamos as jóias musicais.
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Luiz Adolfo
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A felicidade se fazia presente com fatos tão rudes como pegar mangas no caminho do açude do Cedro, Voar nas barquinhas, nos "spaia brasas" do parque do Seu Pedro, saborear os picolés que pareciam ser os mais saborosos do mundo na sorveteria do Nivaldo e ser atendido pela querida figura do Senhor Geraldo. Saborear pipocas adquiridas no carrinho do Deus das crianças quixadaenses, Juvenal Pipoqueiro. Naqueles lindos dezembros, tínhamos o costume de frequentar o bar do Senhor Nilo que era como um ambiente familiar, na verdade, o encontro de grandes amizades. O proprietário e seus filhos Everton Lopes e Evandro nos atendiam com muita presteza e simpatia. E naqueles incertos momentos da vida quando adoecíamos, corríamos para a farmácia de Zé Forte que sem jamais se importar com preço dos remédios, não deixava ninguém sem ser ser bem atendido. Tudo isso são memórias dos dezembros em Quixadá. Durante todo o mês tínhamos barracas montadas em diversos espaços. De todo o sertão, vinham transportes conduzindo gente cheia de poesia e a cidade parecia verdadeiramente um céu. Parece que naqueles anos, as pessoas não sabiam o que era maldade. Essas lembranças manterão bem acesas as coisas bonitas que esses quixadaenses nos proporcionaram. Vamos juntar nossas mãos numa sincera prece para que nossa terra dos monólitos, tal qual no passado, seja verdadeiramente uma cidade de irmãos. Feliz Natal!
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Zé Adolfo e Mestre Adolfo(O pai do cinema e o pai da radiofonia quixadaense |
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José Forte-a solidariedade em primeiro lugar |