segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

<>É HOJE! TÁ CHEGANDO O ANO NOVO! FELIZ 1940, AMIGOS!

 <>É hoje, daqui a pouquinho, vamos entrar no ano novo novo. Que seja bem vindo 1940. Que venha sob às bênçãos de Jesus, Maria e José. Adoramos a entrada do ano novo porque sempre vemos a nossa frente uma estrada florida por onde caminharemos rumo ao objetivo maior que é ser feliz. É certo que seguiremos nossos sonhos e novos tempos serão doces como mel. É, por fim, hora de recomeçar as conquistas. Hoje, último dia de 1939, me deu grande vontade de ir à rua, visitar meus amigos, comprar o que for possível, passear na charrete de alguns conhecidos e tudo o mais que for possível. Tive uma linda  noite de sonho com a Aninha, namorada do Jerônimo, da série radiofônica "Jerônimo, o Herói do Sertão", levado ao ar pela Rádio Nacional e que toda a família ouvia num velho rádio "Grundig". Depois do "Benção pai, benção mãe" e o pai-nosso para entregar o dia a Deus todo poderoso, fui gastar minha mocidade pela querida cidade. Não podia faltar o banho no açude do Cedro. Que linda felicidade era apanhar e comer, ali mesmo, gostosas mangas que apanhávamos aos montes pelo caminho. Peguei carona na bela carroça do senhor Júlio Carroceiro que me deixou na praça principal da cidade. E, então, comecei a caminhar pelas ruas de minha Quixadá tão querida. De calças curtas, via aquilo tudo com uma alegria indescritível. A barbearia do senhor Júlio apresentava um grande movimento mostrando, assim, que aquela gente queria entrar bem elegante o ano de 1940. Sempre gostei da rua do Prado e lá num restaurante que tinha o nome de Tirol, saboreei uma super panelada, preparada pela dona Diolinda. Ali perto, achava bonito as pessoas carregando latas d'água na cabeça que pegavam nos tanques localizados naquela rua.  Corri para o mercado porque tinha que comprar umas coisas para mamãe na bodega de Chagas Holanda que me tratava muito bem. Pediu que eu comprasse uns 2 quilos de carne no açougue de Zé Medonho. Caso faltasse, no ponto do Zé Laranjeiras não faltava de jeito nenhum. Passando pela praça da igreja matriz, ficava admirando aquelas pessoas com uma conversa bonita nos bancos da praça. Não me metia na conversa, pois tinha muito menos idade do que eles. Via Chico Correia segurando uma máquina fotográfica;  Paulo Holanda falando de gado, de viagens que fez por este mundão de meu Deus; Dário Alves Cidade, sempre muito inteligente, falava sobre o perfil do presidente Getúlio Vargas; José Maria Libório gastava sua alegria com todos que passavam. Ficava olhando aquela sua linda bicicleta, a mais linda desse mundo. Na passagem do prefeito José de Queiroz Pessoa que se dirigia ao lindo prédio da Prefeitura, todos o cumprimentavam e ele retribuía com muita fineza. Na mercearia do senhor Quinzinho, conheci dois jovens vereadores, Aziz Baquit e José Páscoa que me desejaram feliz ano novo. Morria de inveja daquela gente que tomava banho num banheiro público e dava vontade, mas o preço era salgado para mim. Mas, Deus, que a tudo vê e nos conforta, tornou possível o surgimento de uma grande amizade com um senhor mudo que enchia as caixas. Aí, quando o proprietário, Samuel de Oliveira, dava uma saidinha, eu, com pose de bacana, ia para o banho. As pessoas que me viam com aquela toalha, imaginavam que aquele rapazinho era do society da terra dos monólitos. Tinha que ser feliz neste último dia do ano de 1939. Sempre andando pela cidade, não sabia o que era cansaço, e como estava longe da hora do almoço, comprei pão ao senhor José Migalha. Pão mesmo, com gosto de pão, aquele cheirinho de coisa boa! Já tinha 16 anos e ia para a estação ver algumas lindas jovens no trem de passageiros. Naquele último dia, muita animação, alguns conhecidos meus vendendo tapiocas, doces, bananas, água, para os que chegavam ou partiam. Ficava morrendo de alegria quando os maquinistas eram os amigos de mamãe, como por exemplo, Chagas de Aquino e Antônio Mesquita. Como presente de entrada de ano novo, o Chagas deixou que eu entrasse na velha maria fumaça e parando para descer só depois da velha ponte do trem. Ninguém achou ruim, todos queriam bem uns aos outros, mesmo sem conhecer. Hora do almoço, rezei junto com os meus, um Pai-Nosso, antes e depois. Neste último dia do ano, resolvi não dormir no período da tarde, queria ver, participar daquela alegria, da esperança de todos num feliz novo ano.. Não demorou muito e chegou o período da noite e na boca dela, quer dizer, no começo, junto com meus pais e irmãos fomos assistir a novena de São João na residência da senhora Maria Bertoldo. depois, rumamos para acompanhar a santa missa celebrada pelo Padre Luís. À noite, na praça da igreja velha, muitas famílias, aqui da cidade e da zona rural. No Serviço de Alto-falantes Solon Magalhães, ouvia-se a voz de Carlos Galhardo cantando "Boas Festas" e as pessoas se abraçavam como se conhecessem há muito tempo. As pessoas que moravam na cidade e as poucas que vinham de fora, ficavam admirando a lapinha em frente a casa de Mestre Adolfo. Por toda a praça, banquinhas de vendas com bolos, tapiocas, aluá, diversos tipos de doces mas, o que mais gostava eram os pastéis e canudos preparado pela senhora Luísa Dantas Lopes, esposa de Adolfo.  Estava muito feliz, mas com um pouquinho de inveja dos rapazes que tinham um pouquinho mais idade do que eu, exatamente porque eles iam para um forró na rua da Matança e quem ia tocar era a orquestra do Zé Viana. Queria ir lá, dançar. Me acalmava, pois, daqui a dois anos, posso ir para onde quiser, já terei 18. Ás 21 horas, hora de voltar para casa e aguardar a chegada do novo ano. Ficamos todos na calçada da casa, parecendo ser dia, pois a lua iluminava aquele nosso lar feliz. No terreiro, as crianças com suas bonecas, os meninos com bola de meia e os adultos, falando de planos para o ano novo. De repente, um apito vindo da chaminé de uma fábrica avisava que  nascera o novo ano. Todos se abraçaram e até choravam e logo entrávamos para fazer uma rápida oração para nossos padroeiros, Jesus, Maria e José. Fui dormir feliz, pensando que logo em fevereiro, farei 17 anos. Já deitados, com muito sono, ainda ouvimos papai falar; "Vamos dormir sem medo e confiante porque o nosso galo não cantou fora de hora!". Apaguei o lampião de gás e desejei, rezando de joelhos, um feliz 1940 para todos. Feliz 1940, amigos!!!



A entrada do ano novo no passado era muito animado em Quixadá
muitos quixadaenses subiam até a pedra do cruzeiro para saudar o ano novo
O monumento ao trabalhador já foi muito visitado no passado da terra dos monólitos
O açougue de Laranjeiras tinha boa freguesia


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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

<>DE QUIXADÁ AO SEU TRABALHADOR<>



Monumento ao trabalho na terra dos monólitos
João Xavier de Holanda na sede da "AQL"-Ele é o quarto pela ordem
Imagem de arquivo(2012) da "AQL"-João Xaviera de Holanda é o sexto pela ordem
<>O Monumento ao trabalhador localizado na praça Jacinto de Sousa(praça da estação), foi inaugurado solenemente no dia 7 de setembro de 1922, para homenagear a passagem do primeiro centenário de emancipação política . A construção do monumento foi de iniciativa da Aliança Artística e Proletária de Quixadá, fundada em 19/06/1921, pioneira na organização da classe trabalhadora local, congregando todas as categorias profissionais da época, e tinha também uma finalidade sócio-cultural. Não se pode descrever o valor dessa grande obra feita unicamente por aquela conceituada agremiação operária com os recursos da terra adquirido aos tostões e alguns donativos oferecidos por admiradores da ideia, isto em número pequeno, e mais um auxílio de 1.000$000 concedido pelo estado. O trabalho artístico que desafiou a censura dos compatriotas, à época, foi fruto da imaginação de um humilde mas talentoso artista quixadaense, o Sr. Jacinto de Sousa que, em outro meio, sem dúvida, veria os seus esforços recompensados, seriam aproveitadas as suas reconhecidas aptidões na escultura. Executou a obra o artista da terra dos monólitos, Sr. Raimundo Franklin. O monumento foi feito em cimento armado representa um símbolo do trabalho, um ferreiro a malhar o ferro, em tamanho natural, sobre um pedestal de alvenaria de 5,30m. No monumento Vê-se:/ 1822- 1922 A pátria Independente. Aliança Artística e Proletária de Quixadá./ Na face posterior vê-se uma alegoria(tipo mulher) representando a liberdade e a justiça, tendo abaixo uma placa de bronze com a primeira quadra do célebre soneto "Ave Labor" da lavra do malogrado escritor político, dr. Inácio Moura, assim concedido: "É das mãos calejadas dos operários/Que a estátua do progresso há de surgir/Este século é o grande itinerário de um século de paz que ainda há de vir". Nas outras faces do monumento destacam-se, sob troféus de artes e ofícios, as seguintes legendas:"Animus, Amor et Labor"(Coragem, Amor e Trabalho); "Labor Omnia Vincit"(O Trabalho Vence Tudo); "Pax, Justitia et Labore"(Paz, Justiça e Trabalho). Na peanha da estátua, o lema "Dicus in Labore"(Honra ao Trabalho). A praça Jacinto de Sousa e o Monumento ao trabalhador encontram-se em completo abandono e deteriorados, mas o atual prefeito de Quixadá, dr, Francisco Martins de Mesquita, que é dinâmico e trabalhador, em breve estará restaurando aquele tradicional, histórico e bucólico logradouro, como vem fazendo com outros pontos históricos desta urbe.

<>Esta pesquisa histórica é de autoria do historiador e escritor João Xavier de Holanda, autor de diversos livros bem aceitos pelo público e crítica, membro da Academia Quixadaense de Letras. Foi publicado no "Jornal do Leitor", caderno do jornal "O Povo" em 5 de Dezembro de 1999(dia de domingo.

João Xavier de Holanda(o segundo, pela ordem)  quando homenageado pela Assembléia Estadual
<>Imagens retiradas da Internet

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CARMÉSIO BARRETO- O ETERNO PAPAI NOEL DO "CAPS" DE QUIXADÁ

Carmésio-o eterno Papai Noel do "CAPS"

Com os amigos Zé Alberto, Lucina e Irene
 <>Ele não morava no polo Norte e sim bem pertinho da gente, aqui na cidade que ele achava a mais bonita do mundo. Também não sobrevoava as casas da terra dos monólitos num trenó puxado por renas e nunca entrou numa chaminé de nenhuma residência. Mas, foi o bom velhinho mais bonito de todos, o mais simpático, o mais alegre e o mais querido. As crianças o abraçavam e diziam: "O Papai Noel do "CAPS" é o mais legal do mundo!" Durante muitos anos, Carmésio Barreto interpretou o velho Noel e foi a alegria das noites de Natal para funcionários, pacientes e amigos do "CAPS" de Quixadá. A ideia de transformar Carmésio no papel do bom velhinho foi de todos os funcionários, pois ele era, realmente, uma pessoa sempre alegre, carregado de bondade e de uma santa inocência tal qual uma criança. Dr. Carlos Magno, Dra Irene, Dr, Nestor, Welington, Martinha, Patrícia Pompeu, Luisa Nara, Irene Barros e toda a equipe o elegeram como o mais adequado para desempenhar o papel do amigo das crianças. E nos mês do Santo Natal cuidavam com muito carinho da caracterização do personagem. Podia ser na sede do "CAPS" ou em outros locais, aquele Papai Noel era a grande atração. Certa vez, na praça José de Barros, o assédio foi enorme com todos querendo sentar no colo do bom velhinho quixadaense e tirar fotos. Algumas crianças chegavam a pedir presentes e Carmésio atendia a todos com sua bondade característica. Carmésio Lopes Barreto, nome da pia batismal, filho do benfeitor quixadaense Percílio Barreto e Francisca Barreto. Nosso bom velhinho, irmão da poetisa Ritinha Barreto, do consagrado compositor e intérprete, José Barreto, e ainda do querido radialista Mon't Alverne Barreto, Lucina, Osmarina e Teresinha. Carmésio era uma pessoa que gostava de estar perto dos amigos e um dos mais constantes era João Eudes Costa que sempre quando se dirigia a Serra do Estevão, levava-o consigo, pois sabia que aqueles passeios o deixavam feliz. No caminho, João se impressionava com a sua inteligência mostrando saber muito sobre a natureza. Outro amigo constante era Célio Oliveira que o pegava em sua residência para acompanharem o terço dos homens. É preciso destacar o grande carinho que Padre Thomas devotava ao Carmésio. Ele assistia a missa, todos os dias, e perguntava muito sobre o significado da hóstia consagrada nas missas. Um dia, alguém, talvez com o objetivo de machucar Carmésio falou que esse negócio de bom velhinho não existe e ele respondeu, mansamente "Papai Noel sempre vai existir no mundo das crianças". Ao ouvir aquela explicação do bom homem, o abraçou e chorou como criança. Uma noite, os seus amigos do "CAPS" foram buscá-lo para mais uma vez, representar o bom velhinho e ficaram todos surpresos e preocupados quando ele falou "Amigos, Papai Noel vai embora, vai para o endereço do céu! Jesus está me esperando!" Era o dia 16 de Dezembro de 2010. Hoje, cidadão do infinito,o eterno Papai Noel do "CAPS", ali pertinho de jesus pede presentes para todos nós quixadaenses que é saúde, paz, alegria e uma cidade onde todos se reconheçam como irmãos. Amigo Carmésio, todos nós, sempre lembraremos de você, amigo!
Carmésio era muito querido por todos do "CAPS"

Com a grande amiga Rosicler

Carmésio se tornou um ídolo das crianças
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

VILANIR E SUA SANTA LAPINHA DEIXARAM SAUDADES NOS QUIXADAENSES





Os quixadenses não esquecem da lapinha montada na residência de Vilanir
Radialista Sinval Carlos e Eni recebiam todos com muito canarinho
<> Das lembranças que trago do Natal de nossa bela Quixadá, uma me causa profunda emoção. Me refiro, amigos, as lapinhas que eram montadas em muitas residências e todas nos davam aquela sensação de paz e de uma alegria contagiante pela espera da chegada daquele que sacrificou a vida por todos nós. Naqueles anos, tínhamos mais certeza de que realmente Jesus renasceria entre nós e penso que éramos gratos de verdade por tudo aquilo que recebemos de bom. Acho até que perdoávamos com um sentimento verdadeiramente cristão e creio com muita convicção de que a  amizade se fazia cristalina. Por tudo isso, sinto muita saudade da lapinha e dos outros símbolos do Natal. Assistia as missas, os cultos dos meus amigos evangélicos, passeava nas praças, me divertia no parque do senhor Pedro, ia ao Cine Yara para ver filmes bíblicos, mas a visita a residência da inesquecível amiga Vilanir era quase como uma obrigação. Ela montava com tanto carinho aquilo tudo e muitos quixadaenses ali compareciam para uma meditação bem sincera.  Crianças, jovens, adultos, ali se diziam presentes para ver aquela criança nascida num ambiente tão simples, tão sem conforto. Estudantes ao terminarem as aulas, ali se diziam presentes e meditavam respeitosamente. Vilanir, sua irmã Enir e o radialista Sinval Carlos recebiam a todos com muita ternura. Vilanir, sempre muito gentil,servia um licor que parecia ter vindo do céu e explicava, pacientemente, o significado do Natal. Hoje, cheio de tristeza, confesso que parece que o Natal está fora de mim e isso me incomoda muito. Nessas horas de tamanha aflição, aparece tal qual anjos, meus amigos da minha igreja católica e meus vizinhos queridos que são evangélicos e com muita ternura me falam: "Amigo Amadeu, o Natal vive em cada pessoa de boa vontade!". O nosso Natal não vive de glamour, de ricos presentes, de jantares em sofisticados restaurantes, de risos sem risos, de abraços sem abraços,  mas vendo em cada semelhante a imagem e semelhança de Jesus. Amiga Vilanir, receba aí no céu, um recado de gratidão dos quixadaenses pelo espírito natalino que tornaste possível com sua santa lapinha, a mais linda que meus olhos já viram. O Natal será sempre um fraterno sentimento que há de nutrir o mundo. Não esqueça de Jesus! Talvez você não se dê conta, mas ele pode estar aí ao teu lado.  

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

ZÉ DA BANCA- UM TRABALHADOR DE RUA QUE MERECE NOSSOS APLAUSOS

Zé da Banca-trabalhador de rua que merece nossos aplausos
<>Numa dessas manhãs do mês do nascimento do Menino Jesus, passando pela praça José de Barros, como faço ,praticamente, em todos os dias, sempre vejo na calçada da agência do Banco do Nordeste, um Senhor com jeito de gente boa, chapéu à moda Jackson do Pandeiro,  camisa aberta para suavizar um pouco o forte calor. Chama nossa atenção o fato de estar sempre a sorrir como se a vida fosse uma eterna folia. Parei do outro lado da calçada e pensei em escrever algo sobre ele, mas quase desistia da ideia, pois o fato de um homem manter uma banquinha de vendas nas proximidades de um banco pode, sim, ser notícia de um jornal, mas, jamais ser considerado um texto literário. Aprendi com o craque da Língua Portuguesa, meu inesquecível amigo, Eduardo Bananeira, que me falou que nem tudo que se escreve é Literatura. Acontece, amigos, que aquele trabalhador de rua me provocava uma estranha inspiração. Senti aquela vontade de contar nem que fosse um tiquinho de sua trajetória, de sua vida. Poderia ,sim, ser motivo para uma criação literária, afinal, via nele alguma misteriosa poesia. Então, já perto do meio dia, com aquele sol quente que só Quixadá tem e que parecia rir da minha impaciência, me aproximei com jeitinho de quem não quer nada, mas querendo. Queria saber um pouco sobre ele e repassar para meus amigos. Para criar um ambiente daqueles próprios dos velhos amigos, tomei um cafezinho e que cafezinho! Não falei que ali tinha algo diferente! Até me lembrei do sabor do café preparado por aquela que foi a rainha desta bebida tão apreciada por todos nós, a Rosa Gorda, que tomava ,menino, na sua banca ali perto da velha estação ferroviária. E fui anotando num velho caderno Avante que levo sempre comigo desde os tempos em que estudava com a professora Neusa Jataí. Seu nome, José Pereira da Silva, mas o conhecem como Zé da Banca, o original, diz e com pose de bom vendedor. Tão vendo como é motivo para um texto literário? Só esta apresentação tem muita beleza estética, não é gente? Nos informou que só(Só, que legal isso!) tem 22 anos no mesmo local e faltar não é com ele, seja no inverno ou no verão. Afirma que sempre foi bem tratado pelos gerentes e por toda a equipe do banco e cada cliente se torna um amigo. Veio de Ibaretama para Quixadá já com cinquenta e poucos anos, pois trabalhar na agricultura não estava dando para ganhar o necessário para o sustento. Sempre muito organizado, pagando tudo direitinho, como faz questão de afirmar, conseguiu sua aposentadoria. Tremendo os lábios de emoção nos fala que aquela banquinha tem um significado todo especial, pois muito o ajudou nas despesas da casa. Como quase todo trabalhador de rua, tem suas tiradas filosóficas, não grega, mas filosofia quixadaense pura e dispara como um Platão sertanejo: "O problema aqui não é dinheiro, mas a falta dele". Creio que meus amigos, sempre generosos com meus textos, hão de considerar estas mal traçadas linhas como um texto literário. Missão cumprida e feliz por ter destacado um pouco desta pessoa de tanto valor, que sai cedinho de casa e busca o sustento de forma honesta. Mas, confesso, estar um pouquinho triste pelo fato de ter demorado tanto tempo para perceber o imenso valor desta gente humilde. Mas, nunca é tarde para aprendermos a valorizar muito mais estes seres humanos que merecem nossos aplausos. Zé da Banca, meu amigo, nosso amigo, você é uma pessoa de grande valor!Gostamos muito de você!
Zé da Banca trabalha há 22 anos na calçada do BNB

Ele conquistou os funcionário do Banco do Nordeste e uma grande clientela

Faça sol ou faça chuva lá está ele no trabalho 
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

<>SOLDADOS DE JESUS, MARCHEMOS SOBRE À CRUZ COM SÃO JOSÉ E MARIA<>






Imagem antiga da pedra do Cruzeiro ainda sem as antenas

O símbolo da fé dos quixadaenses foi recuperado
 <>Causou profunda alegria aos quixadaenses, em especial, os de mais idade, a recuperação do cruzeiro que simboliza a fé do povo quixadaense. Foi o mecânico Adolfo Lopes, cego, que preparou as peças de madeira para serem transportadas até o local onde o cruzeiro seria instalado. Padre Luis, que assumiu a paróquia da terra dos monólitos em 17.01.1932(século passado) foi o grande responsável para a realização deste desejo dos católitos e ele atendeu, na verdade, a um pedido dos frades franciscanos que estiveram em Quixadá, em 1933. E ,debaixo de muita chuva, os fiéis subiram a pedra cantando o Hino da Sagrada Família para a celebração da inauguração. Foi no distante 24 de junho de 1934(século passado) e esta ação do poder público se fazia necessária, pois aquele símbolo estava praticamente destruído. Tô saindo um pouco do celular e estou aqui no quintal da casa olhando o majestoso monólito e imagino toda aquela gente, debaixo de muita chuva, achando que estava mais mais perto do céu e pareço ver mamãe e a Tia Baviera, cantando, como os demais: "Soldados de Jesus, Marchemos sobre à cruz, com São José e Maria".

<>As imagens atuais foram uma cortesia dos amigos Geybson Costa e Alexandre Silva e as demais foram retiradas da Internet


O símbolo de fé estava praticamente destruído
O mecânico Cego Adolfo Lopes confeccionou as peças de madeira
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domingo, 8 de dezembro de 2019

<>A TERRA DOS MONÓLITOS JÁ FOI A CAPITAL DO CINEMA(por alguns dias)

<>  Durante as mostras de Cinema, cujo ápice foram nos anos 90(século passado), a terra dos monólitos foi destaque na mídia e jornais, redes de televisão, rádio, faziam a cobertura do evento. O Brasil acompanhava com interesse as novidades da sétima arte. Quixadá fervilhava de eventos culturais.                               








<>Imagens retirada da Internet de jornais da época

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

BENTO PEREIRA FILHO- UM QUIXADAENSE QUE DEU GRANDE CONTRIBUIÇÃO A SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ.

Bento Pereira-Uma vida dedicada a servir ao próximo
<>Ele é quixadaense como eu, como você. Assim como muitos filhos da terra dos monólitos, iniciou sua vida escolar com a professora Neusa Jataí e frequentou os bancos escolares do icônico Ginásio Waldemar Alcântara. Ser bombeiro foi sempre um sonho de criança e um caminhão bombeiro de brinquedo foi companheiro inseparável naqueles anos verdes. Que maravilha seria participar de combates aos incêndios, salvar vidas? Sempre pensava assim.  Bento Pereira Filho ao chegar na adolescência, sabia que precisava ir morar em Fortaleza e estudar com muito empenho. No ano de 1958, aconteceu o processo de mudança para a capital, passando a residir na residência do irmão Nenzinho, bem no centro da cidade grande. Sempre muito esforçado e dedicado à aprender, estudou no Colégio Agapito dos Santos e concluiu o segundo grau no Liceu do Ceará. Com muita disciplina, estudando com  seriedade, iniciou sua vida profissional no ano de 1964, realizando o sonho e a maior vaidade de sua vida ,como faz questão de relatar, que é integrar o Corpo de Bombeiros. Foi a realização de uma experiência de vida, através de grandes realizações, frente uma equipe formada por vários comandos de profissionais, galgando momentos felizes da profissão que tanto ama. Bento Pereira se especializou no Rio de Janeiro em 1970, no Quartel Central do Corpo de Bombeiros em salvamento aquático em aeronaves, sempre recebendo o reconhecimento de professores e colegas pela determinação de sempre aprender. Sério,  competente e sempre procurando evoluir, teve destacada atuação no Corpo de Bombeiros e na Polícia Militar. Foram 30 anos de sacrifícios, coragem e vontade de servir ao próximo. Com certeza, proporcionar mais segurança as pessoas é o principal sentimento que movem os bombeiros. Foi agraciado com inúmeros elogios como, por exemplo, Diploma de honra ao mérito expedido pela Assembléia Legislativa e a Polícia Militar do Estado do Ceará, Curso de formação patrimonial, entre outros. Se aposentou como Capitão da Polícia Militar do Estado do Ceará. Ainda jovem casou, pai amoroso de três filhos dos quais tem muito orgulho: Cel, Carlos Meireles Passos Neto, Cel. Julio Cesar Passos Pereira e Carlos Henrique Passos pereira, profissional na área de Turismo. Em sua caminhada, jamais esqueceu as origens quixadaenses e faz parte da AFAQ(Associação dos Filhos e Amigos de Quixadá). Da vida, sempre espera saúde, esperança e o sonho permanente de dias melhores para à família e os amigos. Sempre que pode vem rever sua cidade, caminhar pelos lugares que brincou nos jovens anos, rever tanta gente querida. E como sempre fala para os amigos, o amor pela terra dos monólitos não tem distância. Bento Pereira é um presente de Deus para os amigos que tanto lhe admiram e querem bem.
Aposentado, lembra das lutas e conquistas

O amor à Quixadá não tem distância


Bento foi presidente e vice em três oportunidades da "AFAQ"
O cavalheirismo é uma de suas marcas