quinta-feira, 16 de julho de 2015

RÉU CONFESSO- COMETO CRIMES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA

 <>Depois da tão sonhada aposentadoria, comecei seriamente a pensar de que forma ocuparia meu tempo. Viajar? Legal, não é? Conhecer outros lugares, pessoas mas o médico foi logo avisando: "O senhor só pode viajar acompanhado por causa do acentuado estado de sua labirintite". Arranje uma namorada, tentaram me socorrer os amigos! Não tem idade para isso! Me animei, pintei cabelo, comprei roupas mais jovens. Até comprei perfume franco-cearense. Passei a curtir as serestas, tentei no "Facebook", mas me lembrei dos avisos de mamãe que sempre falava  das combinações astrais e elas não são muito legais para aqueles que pertencem ao signo de Aquário. Acredito nisto, ninguém é perfeito, Foi aí que o precioso amigo e notável escritor João Eudes sugeriu que eu começasse a escrever, pois o fato de ser radialista, muito ajuda na criação de textos. Não é que peguei corda! Mas, escrever sobre qual assunto? O bondoso amigo sugeriu produzir textos sobre a bela cidade que nascemos, destacando sua história, sua gente, curiosidades. Tal qual o personagem dos quadrinhos, o popular Popeye, imaginei ingerindo muito espinafre. Pronto! Será que surgiu um aspirante ao mundo maravilhoso dos escritores? Que nada! Esse vegetal não é tão poderoso, como no gibi! Mas, fui em frente. Afinal de contas, divulgar minha cidade é algo fantástico, divino. Como no começo, tudo é assim, não é?  Escrevia, à tarde, à noite e, às vezes, até de madrugada. E não é que os bondosos amigos aceitaram! Criei coragem e montei um "Blog", espaço em que priorizo a nossa muito amada terra dos monólitos. Para minha surpresa, é muito bem visitado. Só não imaginava chegar, o que considero passatempo, nas salas da Universidade e isso está acontecendo, segundo me informou o querido professor e amigo, Altemar Muniz, um respeitado jovem, sempre munido de uma vasta cultura. É aí que a coisa pegou! Escrever corretamente, assim penso, não é fator determinante para a compreensão de um texto. Mas, acontece que se expressar de forma correta é tarefa fundamental, necessária mesmo. Então, admito amigos, ser um RÉU CONFESSO. É verdade que meus textos cometem alguns crimes contra a Língua  Portuguesa. E um crime confesso, deve ser punido. Punição já iniciada, pois agora voltei a estudar, comprei livros, recorro a professores como Eduardo Bananeira, Ângela Borges, Betinha. Executo, quase sem parar, tarefas com o objetivo de evitar vícios de escrita, como evitar erros básicos de acentuação. A tal da "Crase" me deixa louco, é inimiga da minha pressão. Em que situações, ela é facultativa, ou não! Me socorra Caetano!!! Uma vez, não me envergonho de falar de meus erros, sabem  o que aconteceu? Usei a crase antes de uma palavra masculina! E lá vem o comentário do tipo: "Vá fazer programas de bregas, o senhor nunca será um escritor!" Mas eu nunca pensei nisto! Sério! O que pretendo é apenas divulgar, um pouco que seja, às pessoas simples de minha cidade. Doía no meu coração o fato de não se escrever nada sobre Almeidinha, Olho de Bila, Quebra Queixo, Zé do Saco, Ferrugem, Zé da Lasca, Luzia da caretas, Raimundo Padeiro. Imploro, não me levem aos tribunais de Camões. Deixem-me, com minha pobreza de texto, divulgar a cidade em que nasci e amo demais. Peço proteção a santíssima trindade, Machado de Assis, Drummond e Euclides da Cunha. Só me resta pedir aos queridos amigos da Universidade que procurem utilizar em suas pesquisas, escritores profissionais, memorialistas consagrados. Quero apenas postar no "Facebook" textos para meus amigos. Agora, parar de divulgar minha cidade por cometer crimes de natureza cultural, jamais! Meus amigos são meus advogados. É para eles que escrevo e nem mesmo tenho livro publicado. Para terminar, é confortador lembrar palavras de Guimarães Rosa; "O correto, o certo é aquilo que escrevo, à minha maneira!" Saúde para todos, vou dar um bye bye, agora é hora de aprender mais uma lição. A de hoje, é "Como aprender a usar a vírgula corretamente". Aqui entre nós, tem muitos erros neste pequeno texto? Fica combinado assim: só nós saberemos, certo?