quinta-feira, 20 de junho de 2019

TOMÉ FOI UM EFICIENTE ZAGUEIRO E RESPEITADO PELA TORCIDA DO QUIXADÁ FUTEBOL CLUBE

Quixadá nos anos 70-Tomé é o quarto pela ordem
Futebol nos dias de hoje são doces recordações para Tomé
Depois do Quixadá passou a jogar em equipes amadoras-Tomé é o sexto(da esq para à dir)
Quixadá, anos 70: (Tomé é o sexto pela ordem)
<><><><>Numa tarde de um dia da semana naquela doce terra dos monólitos, anos 70, um craque do Quixadá Futebol Clube comparece a loja do inesquecível Zeque Roque, então presidente da equipe canarinha para receber o seu salário de atleta  e escuta da senhora Neide Roque: "Tomé, por que você não joga de Graça, rapaz?" Tomé, Não se fez de rogado e respondeu: " Não me oponho desde que a senhora permita que eu leve roupas e calçados". Naquele tempo, os atletas canarinhos recebiam um salário mínimo. Este fato tão interessante e até engraçado nos mostra que se jogava futebol por amor, por paixão. Tomé, um dos mais eficientes zagueiros que o futebol quixadaense já conheceu relembra com imensa saudade este e outros acontecimentos relacionados a sua carreira como atleta profissional. Desde a infância  tem verdadeira paixão pelo futebol e não esquece as recomendações da santa mãezinha, dona Ambrosina, que estava sempre a lembrar que o menino deveria estudar para ser doutor. Aos 12 anos de idade já integrava o "dente de leite" do Bangu comandado por João Eudes Costa e que disputou uma competição estadual chamada "Craque na Bola, Craque na Escola". Só participava do campeonato aquele garoto que obtivesse boas notas e Tomé, um apaixonado pelo futebol, estudou para valer pois queria jogar.  Adolescente e com raízes sertanejas, defendeu as cores da equipe do Jatobá que participou do torneio "Inter Distrital"  e já chamando a atenção pelas boas exibições que fazia. Foi um dos fundadores da equipe do 13 de maio juntamente com Celi, Joaquim e outros abnegados que fizeram deste time um dos ganhadores de títulos na terra dos monólitos. No ano de 1975, contando com apenas 16 anos,  foi convidado e passou a integrar o canarinho do sertão que naquele momento estava retornando a nossa cidade. Somente no ano de 1976 passou a jogar profissionalmente tendo atuado em todas as partidas do torneio início e sempre com bom desempenho. Não demorou muito e ficou titular absoluto na zaga canarinha e sendo observado por times de maior expressão como Ceará, Fortaleza e ferroviário que queriam contar com ele para reforçarem suas defesas. Não há dúvidas e o próprio Tomé admite que seu melhor ano como craque do Quixadá F. C. foi no ano de 1977 quando conquistou o carinho da torcida e o reconhecimento da crônica esportiva. Naquele ano foi incluído na seleção dos melhores e uma atuação sua contra o Ceará no estádio local e contra o América em Fortaleza quando sua bela atuação e de todo o time foi decisiva para a permanência do canarinho no certame daquele ano. Naquela partida quando o time da terra da galinha choca derrotou a equipe rubra da capital por "3 X 1" numa excelente exibição, Tomé foi eleito o craque do jogo. É bom frisar que aquela equipe era respeitada até pelos chamados grandes do futebol cearense. O time base de 1977 era o seguinte:  Zé Antônio, Carlos Antônio, Carlão, Tomé e Birungueta; Helano,   Nenen Mossoró e Doca; Manuelzinho, Massangana e Chiquinho Paraíba.   O zagueiro tem boas lembranças dos seus outros  companheiros, como por exemplo, César( Gaguinho), Tim, Luizinho peito de Aço,Helano, Zé de Barros  e todos os outros. Um detalhe é que naquele momento, o Quixadá ficava ativo durante todo o ano, pois além do campeonato cearense propriamente dito, tinha o torneio início e para esta competição o canarinho só contava com atletas da terra. Tomé foi e é sempre grato aos seus treinadores como Freitinhas, Zé Preguinho, Zé Antônio, Zé Nilo, Sóstenes e Dunga que deram suas contribuições para o engrandecimento da equipe do sertão central. Faz questão de dar um destaque especial ao Freitinhas, uma espécie de pai dos seus comandados que além de saber valorizar o atleta foi um dos precursores de um sistema tático que priorizava o setor defensivo. Freitinhas se adiantou no tempo, admite  Tomé com segurança. O seu jogo inesquecível foi contra o Ceará no campeonato de 1977 e mesmo com a derrota da equipe canarinha por "1 X 0", o zagueiro não esquece a grande atuação da equipe e o aplauso do público e reconhecimento da imprensa do excelente desempenho que teve naquela partida. Lembra com emoção de uma gravação que ouviu depois do jogo quando o premiado e inesquecível comentarista Paulino Rocha  fez ótimas referências sobre ele e recomendações para que equipes da capital o contratassem. Muitos torcedores que assistiram aquela partida lembram que Tomé marcou o temido artilheiro Ferréti, artilheiro do vozão e que tinha brilhado no Botafogo, Vasco e no Santos. Além de marcar o Ferréti, Tomé nos lembra que aquele ataque do Ceará era muito bom e diz sem nenhum medo que no gol do Ceará, sofreu um empurrão do artilheiro que inclusive fez questão de cumprimentar o craque quixadaense logo após o término da partida. O zagueiro enfrentou grandes nomes do futebol cearense como Artur, Zé Eduardo, Da Costa, Pedro Basílio, Amilton Melo, Edmar, Lucinho, Jorge Costa e outros mas diz com plena convicção que considera Artur o maior craque que o futebol cearense já conheceu. Jogou no canarinho até meados dos anos 80 mas não se afastou dos gramados passando a vestir a camisa de várias equipes amadoras de Quixadá e outras localidades. Chegou a atuar em equipes de futebol de salão mas gostava mesmo era do futebol de campo onde se realizava como atleta. Com emoção,  fala que gostaria de que fossem homenageados os ex-craques e treinadores da equipe quixadaense e ainda desportistas como  João Eudes Costa, Manoel Bananeira, Pil, Jacu, Zé Abílio e todos que contribuíram com o nosso futebol profissional e amador. Tomé foi considerado um dos melhores defensores do futebol cearense e só não se tornou um grande zagueiro do futebol nordestino porque amava(e ama) demais o canarinho do sertão. Se fosse para jogar em outro time que não  o canarinho, preferia ter abandonado o futebol.
Tomé(de óculos), Carlão, Airton Lélis, Helano, Carlos Antônio, Freitinhas e Doca-anos 70
(foto cortesia do craque Helano)                              
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