quinta-feira, 28 de maio de 2020

VOVÔ PAIDETE FOI MEU PRIMEIRO MÉDICO

Quem, no passado, não tomou estes remédios?

Banha de cururu devolveu minha voz(dizia meu avô)
<> Considero a grande maioria dos médicos como se eles tivessem vindos do céu enviados por Deus para nos curar das doenças. Muitos são amigos da minha família e, louvado seja Deus, da nossa tem dois anjos de carne e osso que são o meu sobrinho, Dr. Fábio, filho do Dr. Lessa e de minha irmã Socorro e o sempre estudioso e esforçado, Dr. Roberto. Mas, hoje, quero lembrar e homenagear meu primeiro médico que não cursou nenhuma Faculdade, mas dizia ter sido curandeiro quando morava no Amazonas. Como estou com tempo suficiente, dei uma olhada no velho e amarelado caderno "Avante" e lá tinha anotado os remédios que meu Avô Dr. Paidete(médico eleito por mim) me receitava. Quando somos jovens, temos grandes dores de dente. Que sofrimento, meu Deus! Quando a danada batia a minha porta(quer dizer, na boca) corria para o vovô que receitava e debochava daquele menino magrinho que era. Com pose de quem sabe muito foi lá dentro e trouxe uma pequena caixa contendo um pequeno frasco onde estava escrito "1 minuto". "Tome Zé mole, ver se não passa!" Não é que passou mesmo, amigos!" .Mas a dor voltava e aí só tinha um jeito e meus pais me levavam para Dr. Belizário. Acho que muita gente já levou picada de inseto e comigo aconteceu algumas vezes e quando tal se dava, lá vinha meu protector(escrevia-se assim mesmo) com uma pomada por nome de Minancora. Além de receitar, meu médico(ou curandeiro?) particular, sentia prazer em debochar e falava: Sua mãe não tá vendo que você tá magrinho e isso é verme!" Mas, apesar de nem ler direito tinha momentos de muita sabedoria e falava que tinha que procurar o Dr. Eudásio porque desse problema ele não entendia "patavina" e não ia se arriscar. Agora, lembro como se fosse hoje, pisando no chão batido de sua casa, pegava logo um vidro de "Biotônico Fontoura" e fazia piada me chamando de Jeca Tatu. Nos jovens anos, nós rapazes, adorávamos uma pelada e vez por outra sofríamos uma pancada no joelho e eu corria para o meu médico que mandava que passasse um tal de "Iodex" no joelho. O cheiro era fortíssimo, mas aliviava e muito. Uma vez, quebrei o braço numa disputa no racha de bola de meia e fiquei desesperado, pois vovô disse que não sabia fazer nada mas, de repente, deu a solução: "Vá no seu Quinzinho" que encana seu braço! O homem é macho, vá sem medo!". E em pouco tempo, já estava nos rachas. De todos os remédios que me foram receitados, o que mais me incomodou e me fez passar vários dias tristes foi ter sido obrigado a engolir, "à força mesmo", banha de cururu. Foram necessárias três pessoas me segurando. Lembro, foram Vovô, Luís Nabor e Raimundinho(pai do Jonas Sousa, da Mazé). É que minha rouquidão(ainda existe) chegou num limite que quase não conseguia falar. Alguns anos depois, um médico em Fortaleza me falou para meu grande espanto que se não fosse aquela banha, provavelmente, estaria sem voz. Só depois que Paidete morreu orei por ele e lhe pedi perdão. Não caiam para trás do que vou lhes contar, diletos amigos! Uma vez, mas sem saber, bebi minha própria urina que engoli tão rápido que não sabia o que era. Fiz uma coisa que não me é habitual que é gritar com Vovô(Não o faria hoje) argumentado que ele não devia ter me dado aquilo e ele respondeu com moral e segurança: "Rapazinho, isso é usado há mais de 5 mil anos!". Saudades do meu primeiro médico que não esqueço. Ainda não entendia muito das coisas e se fosse hoje, não tomaria aqueles remédios, pois não se deve combater os males do corpo sem o conhecimento dos médicos. Mas, acreditem, teria muita coragem de tomar um remédio e até em doses fortes. Acredito muito em Deus mas, uma vez, quando, muito jovem, discordei de um padre que me falou que a melancolia era uma punição divina. Nunca aceitei isso, nem hoje. Até agora, só pude entender Deus como apenas um grande amor por nós todos. Jovens também têm seus momentos de angústia, é claro! Acho que todos nós temos medo da tristeza e continua mais ainda nos dias de hoje. O remédio indicado por vovô naqueles anos que foram carregados pelo tempo foi quase um discurso: "Aproveite suas forças enquanto as tem! Seja solidário com aqueles que precisam de ajuda! Visite os doentes, encoraje-os! Vá nas casas de alguns vizinhos, leve roupas que você não usa mais, ajude na alimentação! Não pode fazer nada, pois dê um sorriso, trate as pessoas com carinho!" E de repente, escrevendo este texto, se apossou de minha pessoa uma imensa melancolia. É que este remédio que vovô me indicou para que me sentisse um ser humano de verdade, não tem feito muito efeito. Se fiz algo de bom para o meu próximo foi muito pouco. Fiz, mas não bastou! Poderia ter feito muito mais. Mas, Deus sempre nos dá novas chances! Quem sabe, com o remédio que me foi indicado, não seja uma pessoa melhor. Obrigado Dr. Vovô Paidete! "Obrigado Dr. Quizinho por não ter perdido meu braço! Em dúvida, sem saber onde encontrar este remédio que me fora indicado faz muito tempo, procurei uma pessoa de minha confiança que tinha o remédio. O remédio que ela me deu foi este: "AME COMO JESUS NOS AMA! SONHE COMO ELE COM UM MUNDO DE AMOR E FRATERNIDADE!
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Acreditem! me fizeram beber minha própria urina

Remédio contra dor de dente

Meu avô Paidete e eu nos jovens anos
<>A imagem do meu avô e eu pertence ao arquivo familiar e as demais foram retiradas da Internet