quarta-feira, 3 de junho de 2020

ISÍDIA MARIA DA SILVA FERNANDES- PRIMEIRA MULHER A FAZER PARTE DA BANDA DE MÚSICA DE QUIXADÁ.

Isídia-inspiradora de muitas mulheres que lutam por suas conquistas
<>Todos nós somos sabedores de que a mulheres sempre travaram grandes batalhas contra o preconceito e discriminação.  Mas nos conforta saber que a grande maioria não admite o título de "Sexo frágil". Por outro lado, reconhecemos que  o caminho a ser percorrido  é longo porque ainda existe, sim, muito preconceito. Para alguns, mulher não pode ser uma jogadora de futebol, não pode comandar uma empresa, etc. E ser profissional da música, tocar numa banda, cuja grande maioria é de homens? Dissabores ainda margeiam e fere a dignidade feminina, mas se pode e até demais, comemorar muitos avanços. São tantas mulheres para  servir de exemplo e até de inspiração para as demais. Gostaria de lembrar e enaltecer e tenho certeza de que aqueles que lerem este texto haverão de concordar. Se for necessário destacar uma mulher de fibra, que lutou por aquilo que gostava enfrentando reações conservadoras, o nome de "Dona Isídia" deverá ser lembrado. Esta guerreira foi a primeira mulher a adentrar como instrumentista na Banda de Música de Quixadá. Era uma jovem sonhadora com vinte e poucos anos de vida quando decidiu fazer aquilo que gosta. Daí para à frente, a sua atitude fez com que outras jovens seguissem os seus passos.  É necessário destacar e ela sempre fez questão de afirmar que encontrou novos amigos e até professores que lhe orientaram nas possibilidades da execução do trompete, instrumento com o qual se identificava. O maestro Zé Pretinho foi uma espécie de pai para a esforçada e talentosa Isídia. O maestro fazia questão da presença feminina  e criou espaços para o aprendizado de violão, clarineta e outros instrumentos. Segundo o relato dos amigos, Isídia ficava encantada com as apresentações da nossa banda e daí surgiu aquela paixão incontrolável de fazer parte daquela gente bamba da arte musical. "A senhora toca trompete, instrumento mais adequado aos homens?" alguém questionou e ela com altivez respondeu: "Por que não? Por que este preconceito?" E por isso logo conquistou o respeito e a admiração dos quixadaenses. -Ela nasceu no Choró, então, distrito de Quixadá e nos primeiros anos da década de 70(século passado) a família se transferiu para a sede do município. A jovem historiadora Elielma Rodrigues da Silva, filha do popular radialista Alexandre Silva, realizou um grande trabalho sobre a presença de mulheres na banda de música da terra dos monólitos. Orientada pelo jovem professor Edmilson Alves Maia Junior que deu dicas importantes, refinou a produção do trabalho tornando possível a elaboração de uma bela fonte de pesquisa que é a monografia de Elielma. A escolha do tema foi bastante aplaudida não só nos espaços da Faculdade, mas sendo motivo de pesquisas por parte de diversos seguimentos. Gostaria de destacar o fato do total apoio da senhora Raimunda Evangelista que não mediu esforços para que a jovem seguisse o seu ideal. Seguindo os passo de Isídia, outras mulheres passaram a integrar a Banda de Música como Maria Jacinta Ferreira, Raimunda Maria Dantas Costa, Francisca de Queiroz dos Santos, Verônica Maria, Teresinha Baltazar de Castro, Maria Lúcia Ferreira da Conceição, Maria de Fátima Leandro e outras. A entrada de Isídia em um espaço até então só ocupado por homens mostra o quanto esta mulher maravilhosa e corajosa foi forte no enfrentamento de preconceitos que sempre existiram. Esta querida quixadaense tornou-se cidadã do infinito em 13.03.2018 e seu nome continua servindo de inspiração para muitas mulheres que lutam por seus ideais. Ela é um exemplo de coragem e soube superar todos os desafios que a vida lhe impôs.
Isidia-primeira mulher a integrar a Banda de Música de Quixadá

Maestro Zé Pretinho sempre incentivou a presença das mulheres na Banda de Música 

A presença das mulheres na Banda de Música embeleza a arte musical
<>As imagens foram retiradas da Internet.
<>O blog "AMADEU FILHO O REPÓRTER" agradece a equipe do "Diário de Quixadá", ao radialista Gomes Silveira e a historiadora Elielma Rodrigues pelas preciosas informações. 
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