<><><><> Quixadá ficou conhecida como a "Hollywood do Sertão" depois que emprestou sua natureza bela(no inverno, no verão) para servir de cenário a diversas produções, nacionais ou não. Na maioria das vezes, filmes que retratam a dura realidade nordestina como a seca, a injustiça social, governos desonestos, a fome, os cangaceiros, os coronéis, a religiosidade do povo. No final dos anos 50, a terra dos monólitos serviu de cenário a uma das maiores produções nacionais, sucesso de crítica e público e tendo sido até indicado ao "Oscar" na categoria de melhor filme estrangeiro: " A MORTE COMANDA O CANGAÇO". A cidade recebeu com muito carinho, consagrados astros como Alberto Ruschel, Milton Ribeiro, Edson França, Aurora Duarte, Leo Avelar, além da presença do premiado diretor, Carlos Coimbra. E durante meses, a presença de tão ilustres visitantes, alegrou a comunidade que acompanhava com bastante interesse, cada filmagem, acontecesse em qualquer lugar. Alguns quixadaenses tiveram o privilégio de se integrar ao elenco e participar de cenas importantes. Um dos mais presentes na fita foi o Senhor Cícero pinto de Araújo, 78 anos, conhecido mecânico e desportista, chamado por todos de Cicero Branco. Tal apelido surgiu devido a outro mecânico do mesmo nome mas de cor negra. Ambos, trabalhavam consertando carros em plena praça José de Barros. O nosso astro fazia no filme o papel de Aluísio, servindo ao Coronel Nesinho(interpretado por Gilberto Marques) que era protetor do perverso Capitão Silvério(magistralmente interpretado por Milton Ribeiro). Os cangaceiros, os coronéis, sempre levando sofrimento ao sertão, eram combatidos por um grupo formado por pequenos fazendeiros, tendo a frente Raimundo Vieira(Alberto Ruschel). A cena mais marcante foi o duelo final entre Capitão Silvério e Raimundo Vieira, vencido por este, devolvendo a tão sonhada paz e justiça ao sofrido sertão.
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Cícero Branco diz que jamais esquecerá o dia em que Aurora Duarte(Florinda, no filme) chegou na oficina do Senhor Nequin, onde trabalhava e lhe perguntou"Quer trabalhar no filme, moço?". Consultou a querida esposa,Maria Zilma Siqueira, o anjo de sua vida que concordou plenamente. E acompanhou a equipe até o encerramento das filmagens. Lembra ainda que, à noite, depois de um duro dia de trabalho, os astros compareciam ao "Cine Yara" para conferir as cenas.

Nas fotos(arquivo do Blog), Cícero Branco, sua esposa, Senhora Zilma. Nas outras imagens, retiradas da Internet, Cícero Branco e Milton Ribeiro e em outra cena, no bairro Putiú, macacos e cangaceiros.