terça-feira, 24 de março de 2015

TOINHO MALEIRO:UM DOS PIONEIROS EM SERVIÇOS FUNERÁRIOS NA TERRA DOS MONÓLITOS

<><>A terra dos monólitos dispõe, nos dias atuais, de modernos serviços para a efetivação do ato fúnebre, disponibilizando serviços que apoiam e assessoram as famílias, nos momentos de sofrimento e dor, motivado pela perda de um ente querido. Planos são oferecidos, possibilitando as famílias escolher a urna funerária que atenda as suas reais necessidades. Mas, num tempo, não tão distante assim, a realidade era bastante diferente. Há alguns anos atrás, ainda se utilizava bastante redes, servindo de urna funerária, em especial, as famílias de menor poder aquisitivo. Coube ao senhor Antônio Ordônio de Almeida, conhecido por todos, como Toinho Maleiro, realizar e, certamente, ser um dos pioneiros na fabricação de urnas mortuárias, com certeza, modificando, por completo, o panorama com relação a serviços funerários. Toinho aprendeu o ofício com seu pai, o sempre divertido Zé Maleiro. Quando a família chegou de Missão Velha, se instalou, inicialmente, na rua Tenente Cravo, aquela altura, conhecida por todos, como rua do Prado. Tempos depois, se mudaram para a rua Dr. Piquet Carneiro(atual Plácido Castelo), próxima a agencia de ônibus do senhor Zezinho Canabrava, continuando a atender as famílias que necessitavam adquirir caixões, com o objetivo de sepultar seus mortos. Por desenvolver este ofício, sendo praticamente o único na cidade, Toinho Maleiro se tornou uma figura bastante conhecida e muito estimada, pois, tratava a todos com simpatia e sempre, prestativo e atencioso. A qualquer hora do dia ou da noite,Toinho atendia os pedidos das famílias, não importando classe social. Na verdade, o que importava para ele, era dar o apoio necessário nos momentos de dor. Sempre foi amigo de todos os colegas carpinteiros, dedicando uma atenção toda especial ao Senhor Valdir, que também se dedicava a arte de fabricar caixões. A partir do ano de 1969, Toinho Maleiro, mudou-se para a rua Tenente Cravo, passando a atender a clientela com um atendimento bem mais profissional. A partir dali, os caixões eram adquiridos de empresas especializadas e, desta forma, os quixadaenses passaram a contar com um serviço de uma qualidade bem superior. Neste seu novo momento, Toinho Maleiro passou a contar com o apoio dos seu filhos Edilberto e Neno. O primeiro se revelou um promissor agente funerário, se destacando no atendimento personalizado e no trato com as pessoas. Mesmo com um trabalho, sempre muito intenso, Toinho Maleiro encontrava tempo para conviver com os amigos mais próximos como Aloísio Chefe, Chaguinhas, Amadeu do velho mercado, Zeque Roque, Zé Ferreira, Marcondes, Manoel Monte, João Pires, Sinval Carlos,Quintino, Luquinha,Lafayete, José Forte, Cristiano Góis, José da Páscoa, dentre muitos outros. Gostava de frequentar o "Cine Yara", aos sábados, especialmente os filmes estrelados por Oscarito e Grande Otelo. Toinho Maleiro foi casado com a senhora Joana Alves de Almeida, conhecida por D. Auri e, dessa união conjugal, nasceram os filhos Francisco das Chagas, Fátima, Francisco José(Tico), Jurandir, Neno, Bernadete, Elisabeth, Dijanete, Edilberto, Gilberto e Joana.  Sua futura esposa morava no Jatobá mas, a distância jamais foi obstáculo para o grande amor dos jovens, que se conheceram num dia de todos os santos. Foi um amor sem limites, eterno, enquanto durou, como falou o poeta. Não há como negar, Toinho Maleiro foi um grande benfeitor da terra dos monólitos, não só no exercício de sua profissão mas, desenvolvendo ações humanitárias. Segundo a filha Bernadete, seu pai jamais deixou de atender uma pessoa por motivos financeiros. Ainda segundo ela, a família é bastante grata aos médicos Mesquita e Everardo  Silveira que sempre  acompanharam Toinho, nos problemas de saúde. Pessoas que conviveram com ele, afirmam que fazia questão de prestar total solidariedade aqueles mais necessitados. Conduziu sua família com dedicação e decência, sempre mostrando o caminho da dignidade, do caráter. Antônio Ordônio de Almeida, o nosso inesquecível Toinho Maleiro, foi chamado por Deus para outras missões, em 30.03.1997. A sua partida deixou uma grande saudade na família, clientes e amigos.
Toinho Maleiro: uma vida dedicada ao trabalho e a família

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D.Auri e Toinho_um amor sem limites
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domingo, 22 de março de 2015

NAS ONDAS DO RÁDIO-GENIVALDO FERREIRA: UMA ESTRELA QUE BRILHA NO RÁDIO QUIXADAENSE

Genivaldo Ferreira brilha no radio quixadaense


O sonho de Genivaldo ferreira e que acalentava desde criança, sempre foi o de trabalhar no rádio. Garoto ainda, ligava o rádio "Semp" da casa e ficava ouvindo Sousa Filho, Mauro César Uchoa, Fortunado Pinho e outros "rádio- escutas" que brilhavam no Ceará divulgando o que acontecia nos estádios de futebol de todo o Brasil e  do mundo. Até que um dia, frequentando as aulas do Colégio Estadual, conheceu o narrador esportivo, à época, Alex Torres, que percebendo o interesse do jovem o levou para integrar a equipe de esportes da Rádio Cultura, comandada, naquele momento, pelo Alberto Pinheiro.Recebeu ainda o apoio do Nilton Ferreira(Pil), Wal Tavares, Márcio Aurélio. Era o ano de 1992.  Genivaldo ferreira é bastante grato ao Walber Cavalcante e José Carlos Alves que o convidaram a integrar a equipe esportiva da Rádio Monólitos"no final dos anos 80, antes de se firmar no elenco da  Cultura. Faz questão de ressaltar o apoio que sempre recebeu de Audílo Moura. na sua trajetória radiofônica.  Começou carregando equipamentos para os repórteres de campo, aceitando tudo aquilo, como um grande aprendizado. Certa vez, trabalhando ao lado de Márcio Aurélio, puxando os pesados fios, ambos invadiram o campo pensando o jogo ter acabado e receberam aquela reprimenda do juiz que  falou para os dois: "Saiam do campo, seus moleques!" Genivaldo assegura que tudo isso funcionou como um grande aprendizado. Mas ali, não era o lugar do jovem sonhador. Foi Alberto Pinheiro que o colocou no seu verdadeiro lugar no rádio, que é o de plantonista esportivo, ou seja, aquele que informa durante as transmissões, o que acontece em outras praças esportivas. Alberto Pinheiro recomendou para o esforçado jovem" Fique ouvindo o Sousa Filho nas transmissões da Rádio Assunção e assim você aprende, menino!" Com o advento da Internet, algumas emissoras optaram por retirar do ar estes profissionais, certamente trazendo enormes prejuízos para os ouvintes, pois desta forma, só se tinha acesso aos jogos de grande relevância. Com certeza, uma equipe esportiva sem a figura do plantonista fica desfigurada. Dos profissionais que atuam no rádio quixadaense, Genivaldo ferreira é um dos que mais se destacam. E agora com a Cultura na sintonia de frequencia modulada(FM), mais admiradores conquistará este excelente profissional e bom caráter. Somos seus fãs, com certeza!
1993-recebendo prêmio das mãos da senhora Auristela Camurça, sob os olhares de Hosmilda Ramos e José Nilson

1994- jovem, começava a realizar seu sonho


terça-feira, 10 de março de 2015

A FUNCEME E O PAI DA COALHADA

<>O sertão se alegra com a chuva. O homem do campo comemora como se fosse a conquista de um campeonato. Desculpe, senhor doutor da Funceme mas prá nós aqui do sertão, ainda é Deus que manda inverno. E é são José que intercede por nós. E deu certo, viu? Logo em janeiro colocamos sua medalhinha numa cruz improvisada no quintal de casa.Também rezamos, joelhos no chão, à Padre Cícero e Frei Damião. Sabemos que a tecnologia(palavra esquisita para nós) utilizada pelos senhores é capaz de prever se chove ou não. Mas, por favor, não nos tire esta alegria que estamos vivendo agora, afirmando que ainda não  se pode afirmar que o inverno realmente está garantido em nosso velho Ceará. Não faça assim, doutor! Quero dizer pro Senhor que meu gado tá bebendo muita água, os burros tão comendo capim, é tudo muito gordinho. Os moleques sambudinhos aqui do nosso pé de serra são as crianças mais felizes do mundo, tomando banho nos riachos. Os gatos, cachorros, brincam feito gente. O doutor viu os relâmpagos, clareando a natureza, as pedras que abraçam Quixadá? Ouviu o ronco do trovão? O doutor pode sair um pouquinho do seu bonito carro e molhar os pés nos rios que voltaram a correr. A terra está ou não, molhada? Ouvi no programa do Jonas Sousa e também do Herley Nunes que as condições oceânicas(que diabo é isso, doutor?) poderão atrapalhar as chuvas daqui prá frente. Me desculpe, não acredito que São José nos abandone. Toda noite, tô rezando o terço da "Rádio Cultura", pedindo chuva e ela veio mesmo e não irá parar. Não ria de nossa fé. Nós do sertão, ainda rezamos, cremos num ser superior. Numa madrugada dessas deu uma chuva tão grande que mamãe passou a noite rezando: "Chagas abertas, coração ferido! Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, entre nós, o perigo! Escuta, tenho uma coisa a dizer, preste atenção. Este ano, a acauã nunca mais apareceu por essas bandas. Esta é a tecnologia sertaneja.  Quer saber mais? A orquestra de sapos, gias, rãs, tocam lindas canções embalando nossas vidas. O velho que toma conta do curral jura que viu com olhos que a terra há de comer, o bater da asa branca nas quebradas do sertão. E o Senhor quer acabar com esta nossa alegria, afirmando  que a chuva pode dar uma parada, não de de jeito nenhum. Faça isso não! Meus vizinhos começaram a plantar. O sertanejo está festejando! O senhor, querendo ou não, verá o milho embonecando, ficando maduro. O doutor é convidado para dividir esta alegria com a gente. O senhor jamais pense que não respeitamos o anel de homem muito estudado mas nós de mãos calejadas, vemos o sertão com um olhar diferente. Seja noite ou dia, só se fala nas chuvas. Os moradores deste pedaço do Brasil tem suas tristezas mas também tem alegria para dá e vender. Na mata, sempre se tem esperança. O senhor já sabe que o morador deste pedaço do Brasil é sempre mais feliz e que se alegra com o toque de uma sanfona, de um zabumba, de um triângulo.  E já tem morador pensando nas festas do mes de junho. O doutor já está convidado para ver São João no arraiá, comer milho assado na fogueira. As crianças do lugar já estão guardando as chuvinhas, traques. As mocinhas e os rapazes já preparam os trajes caipiras  para a brincadeira das quadrilhas. Vem ver doutor como é bonito o sertão quando chove. Tá ouvindo um canto triste ao longe? São os vaqueios da redondeza trazendo o gado de barriga cheia para os currais. Imploro, não diga que a chuva não vem mais. Agora, com licença, já é hora de dormir. Entre um pouco na nossa casa caiada, o candieiro já está aceso. Venha rezar com a gente: "Com Deus me deito, com Deus me levanto, na graça de Deus, divino Espírito Santo". Olha aí, olha aí, doutor! Tá ouvindo o "Pai da Coalhada?" (Amadeu Filho)
-Imagens retiradas da Internet