segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

<>MEMÓRIA DO ESPORTE QUIXADAENSE<>TORCIDA QUIXADAENSE NÃO ESQUECE O FUTEBOL CLÁSSICO DE HELANO

Helano, símbolo da raça
 <> Numa tarde, anos 70, ao final de um jogo do Quixadá contra o Fortaleza, o mais famoso comentarista esportivo do Ceará, em todos os tempos, Paulino Rocha, assim se expressou: "Hoje, aqui no Castelão, um garoto encheu os olhos da torcida. Ele tem uma velocidade fantástica, toques enxutos, ele é magistral com a bola nos pés. Depois do comentário do Paulino, pipocaram convites para Helano vestir a camisa de grandes clubes, inclusive do ceará e do Fortaleza. Mas de casa, veio a ordem expressa da mãe, a professora Elvira e do pai João Vicente:" Filho nosso só veste a camisa do Quixadá e de mais ninguém". Helano começou a defender o Canarinho, a partir de 1975(ano em que o time retornou para sua cidade, pois tinha se transferido para Fortaleza). Alguns de seus colegas de equipe, nos anos em que jogou: Airton Lélis, Zé Preguinho, Doca, Carlão, Pial, Tim, Nenen Mossoró, Manuelzinho, Nenen, Romero Filé, Zé Carlos, dentre outros. Teve como treinadores, o Freitinhas, o seu favorito, Vicente Trajano, Dunga. O craque faz questão de ressaltar a importância de grandes abnegados pelo Canarinho como Zé Abílio, Pil, Carmélio Queiroz(que levava o time na sua kombi) para qualquer parte do Ceará, Zeque Roque e atualmente, Dr Valmir. Para Helano, o jogo mais importante da sua vida de atleta, foi no ano de 1977, jogo contra o America, decidindo a permanência do time na elite do futebol cearense. O Quixadá venceu o jogo por "3 X 2" com dois gols do Massangana e um do Pistola.
Helano lembra que o time jogava, quase sempre na preliminar  o que obrigava o torcedor da capital ir mais cedo ao estádio para ver o bom time da terra dos monólitos. O time que venceu o América foi: Nenen,,Carlão, Pedro Soares, Zenóbio e Tomé(jogou improvisado na lateral esquerda); Helano, Nenen Mossoró e Pistola: Manezinho, Massangana e Chiquinho Paraíba.
                                                    Antes de chegar a ser jogador profissional, Helano Costa Lima(15.01.1957), jogou no Balneário, time que marcou época, no salonismo local, onde recebeu muitos ensinamentos do técnico Manoel Bananeira. Do futebol de salão, surgiu o driblie desconcertante, uma marca do ex-craque. Ainda adolescente, teve destacada atuação no Bangu, sendo um dos preferidos do treinador João Eudes Costa.
                                                   Helano tem muitas saudades da convivencia com todos seus colegas mas lembra principalmente do inesquecível Zé Antônio, uma espécie de pai para ele e para outros jovens atletas do Canarinho. Futebol hoje para o Helano, só mesmo na "TV". Não comparece aos estádios pois tem muitas saudades do tempo em que jogava. Torcedor fanático do Botafogo, tem Garrincha, como seu grande ídolo. Helano defendia com muito amor o Canarinho. Muitas vezes, chorou nas derrotas. Foi um símbolo de paixão, de raça, de entrega ao time que, nos dias de hoje, continua a torcer! Com certeza, a torcida não esquece de Helano e o colocou na galeria dos grandes nomes do nosso futebol.
-Fotos: arquivo pessoal de Helano
                                                 



Quixadá 1978:Valmir, Osmar, Tomé, Zaga,Muniz e César(em pé)-Na mesma ordem, agachados: Airton Bulinho, Helano, Zé Carlos,  Basílio e Idé. 

Quixadá(anos 70): Zé Antonio, Carlão, Helano, Zé Nilo, Tomé e Totonho(em pé)-Na mesma ordem, agachados: Manuelzinho, Doca, Massangana, Nenen Mossoró e Chiquinho paraíba

Com o lendário Zagueiro Zé Prequinho

Em uma das muitas concentrações que Helano viveu

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

<>VINICIUS- O DILERMANDO REIS DO SERTÃO

Vinicius exímio violonista
<>VINICIUS- O DILERMANDO REIS DO SERTÃO<> As primeiras informações que se tem sobre o violão no Brasil, segundo pesquisadores, ocorre no século XVII, em São Paulo. Os poucos instrumentos disponíveis eram vendidos por preços muito elevados. Não demorou muito e o violão caiu no gosto do povo. Foi considerado, isso durante muito tempo, como um instrumento de pessoas vadias, boemias, que faziam uso dele nas serestas, bares, enfim, o violão passou a fazer parte da vida do povão. Muito utilizado na música popular, virou símbolo da tão propalada malandragem brasileira. Foi o poeta e compositor maranhense Catulo da Paixão Cearense que conseguiu, com alguma dificuldade, introduzir o popular instrumento também nas elites. E aí o violão tornou-se o instrumento mais popular no Brasil. Nenhum outro instrumento conseguiu absorver tão bem a essência brasileira. Grandes instrumentistas surgiram em nosso país como João Gilberto, Baden Powell, Garoto, Toquinho, Dilermando Reis(popularizou o instrumento no país), dentre muitos outros. No Ceara, merece destaque Nonato Luis, Vilamar Damasceno, Manassés, os mais conhecidos. Na terra dos monólitos, destaca-se Vinicius Inácio Silva(1.04.1947). As batidas deste quixadaense têm um atrativo todo especial e proporciona emoções em muitos corações. Aos sete anos, o menino ficava a admirar o pai, Manoel Inácio, numa velha preguiçosa tocando um sonoro violão. Foi graças ao seu pai que aquela criança começou a ter contato com aquele som quase divino.  Antes de sair de casa, Seu Manoel desafinava o instrumento. O menino, então, corria até a casa da Senhora Valdenice Costa que o afinava.  Para espanto de todos, aquela criança já mostrava o que viria a ser no futuro, um verdadeiro gênio do violão. Adolescente, tocava nas festinhas da escola e fazia o fundo musical das peças de teatro que eram realizadas no bairro Putiú e na apresentação dos bonequeiros que alegravam muito, naquele tempo, os filhos da terra dos monólitos.
                                                      Exímio instrumentista, Vinicius chamou a atenção do Maestro Dudu Viana que o convidou a fazer parte do conjunto de Nel Miranda, em Senador Pompeu. Fez parte também do conjunto de João Barbosa, em Canindé. Mas foi a sua entrada no grupo musical "Os Monólitos" que consagraria definitivamente seu nome na arte musical. Foi o responsável pela primeira apresentação de uma guitarra elétrica em Quixadá, por ocasião de uma festa no Comercial Clube, fato que teve grande repercussão. O violonista quixadaense lembra, com bastante saudade, quando tocava ao lado dos grandes amigos Armando da Brasília, Ribamar Ribeiro, dentre outros. Hoje, a sua arte continua encantando a todos, sendo requisitado para muitos acontecimentos artísticos. Sua arte, não ficou limitada  a sua terra natal mas encanta em outras cidades, inclusive Fortaleza, onde tem muitos admiradores. Dentre eles, o amigo Chico Justino que sempre o requisita para suas apresentações e o radialista Tom Barros que faz questão de ser acompanhando pelo nosso astro, quando de suas apresentações em programas televisivos Vinicius, ainda nos dias de hoje, realiza várias apresentações no rádio e emissoras de televisão, sempre bastante aplaudido. A sua presença nos aniversários das famílias é uma exigência pois seu violão proporciona momentos eternos. Apesar de sua simplicidade, ele é um ilustre músico quixadaense. A sua arte encanta gerações de filhos da bela Quixadá. Não há dúvidas de que nosso Vinicius é um dos grandes violonistas do Ceará. O violão faz parte da vida deste cidadão e não há como separar. O toque de Vinicius seduz a todos que gostam da boa música.O seu nome já tem lugar garantido na galeria dos nossos grandes astros como Dudu Viana, Zé Pretinho, Beto do Sax, Ferreira, Zé Antonio. É tão querido e respeitado que é conhecido como "O Dilermando Reis do sertão". Agora um pedido: Toca Vinicius, toca para nós!
-As fotos de Vilamar Damasceno, Dilermando Reis e Catulo foram retiradas da Internet. As demais pertencem aos arquivos do BLOG
                                                     

com os amigos Célio e Naldinho

Nos Monólitos com Zé Maria, Dudu e Zé Pretinho

Vilamar Damasceno foi amigo e professor

Dilermando Reis: O mais popular do Brasil

Catulo fez o violão ser respeitado

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA<>QUIXADAENSE LEMBRA COM SAUDADE DA PRIMEIRA TURMA DO CURSO GINASIAL DO COLÉGIO DO PADRE

Tadeu fez parte da primeira turma
<> Lágrimas de saudade rolaram no rosto de Tadeu Cavalcante Costa quando o entrevistamos para que nos falasse dos primeiros momentos do Ginásio Valdemar Alcântara, hoje Colégio com o mesmo nome. Ele fez parte da primeira turma do curso ginasial deste querido estabelecimento escolar. De acordo com o memorialista João Eudes costa, numa noite festiva de 27 de novembro de 1960, foram conferidos certificados de conclusão aos seguintes alunos: Tadeu Cavalcante Costa, Antônio Jocenor Franco Medeiros, Bernardo Carneiro de Sousa, Fernando Viana Nobre, Francisco Ales Bezerra, Francisco Almeida Costa, Francisco de Assis Macedo, Francisco Eliezer Costa, Francisco Fernando Ribeiro Monte, João Batista Marques dos Santos, João Bosco da Silveira,  José Ailson da Silveira Medeiros, José Jaime Ferreira, José Vanderilo Aguiar de Queiroz, Luis Kleber Bezerra, Manoel Flávio de Albuquerque rocha. Naqueles anos, só existia o chamado colégio das irmãs para o sexo feminino. O benfeitor Padre Luis Braga Rocha, de grande prestigio pessoal, conseguiu com o senhor Francisco de Queiroz pessoa a doação de um prédio para a construção de uma escola para atender esta clientela. O empresário exigiu apenas que fosse dado ao colégio o nome de Valdemar Alcântara, médico muito querido na cidade. Este estabelecimento educou toda uma geração de quixadaenses. Para conhecer mais detalhes daqueles primeiros anos de funcionamento, realizamos uma entrevista com Tadeu Cavalcante Costa.
1BLOG-Narre para nós algum fato interessante que aconteceu entre você e o Padre Clineu? RTADEU: Ele acompanhava nossos passos, visando nosso crescimento. Lembro que pedi para ser dispensado da educação física pois tinha outras atividades. Aí ele me pegou na rua, jogando o bom racha de futebol com a minha turma. Aí ele me deu 3 dias de suspensão(risos). Além do puxão de orelhas, o protesto dos meus pais.
2BLOG_Pode nos citar alguns de seus professores?
RTADEU: Nazaré Basílio(professor de História), Neidinha e D. Zuila(canto orfeônico), Gercina Holanda(Geografia), Erivaldo Segundo e Auristela Ribeiro(Matemática), Padre Clineu(Latim), Padre Hélio(Francês);
3BLOG-Além do Padre Clineu, lembra de outras pessoas da direção?
RTADEU: Lembro de Maria Braga(vice-diretora), Na secretaria, Ivone Queiroz mas não me lembro de outros nomes.
4BLOG-Como era o dia-a-dia na escola?
RTADEU: Não havia bebedouro e sim um pote. Lembro que o Bernardo tomava conta da cantina. Não se jogava futebol, só voleibol.
5BLOG: Existia realmente a tão decantada disciplina?
RTADEU: Sim, era a maior preocupação do Padre Clineu. Até para entrar nas salas de aulas, havia disciplina. Antes, ouvíamos as recomendações: "Estudem, a hora é agora!"; "Respeitem seus pais, os mais velhos e seus colegas! Nunca mintam! Tenham sempre Deus em seus corações". A disciplina era muito forte e eu cheguei até a ser expulso porque tocava tambor atrapalhando as aulas e ainda porque ficava dando em cima, tentando namorar com as meninas do Colégio das Irmãs. O padre passava no seu jipe procurando quem estava com a farda e namorando. Quem não acertava a lição, ficava na escola até aprender. Só voltei a estudar por causa de um pedido de Zezinho Queiroz. Numa comemoração pelo dia do estudante, não fomos a escola e no outro dia, foi todo mundo suspenso. Levei muitos puxões de orelhas mas devo muito da minha vida a ele(pausa, para um pequeno choro).
6BLOG-É possível citar o nome do melhor aluno da sua escola?
RTADEU: Acredito que foi o Francisco Ales que era anão. Ele nunca faltou um dia de aula. O meu irmão João Eudes Costa fez até uma matéria para o jornal " O POVO". O jornal se ofereceu para pagar seus estudos em Fortaleza. Mas ele não aceitou por problemas de saúde.
7BLOG: Tem muitas saudades desse tempo-
RTADEU: Sim(muitas lágrimas). Muitas saudades! Gostaria que com todo esse aparato tecnológico a escola se lembrasse também da disciplina como fez o Padre Clineu. Claro que hoje seria de uma forma diferente. Conhecimento e o caráter são importantes.
-Entrevista realizada por Amadeu Filho --


Padre Clineu disciplina em primeiro lugar
Padre Luis grande benfeitor

Tadeu no tempo de estudante