domingo, 30 de julho de 2017

PROFESSOR QUIXADAENSE BUSCA APOIO PARA A PRODUÇÃO DO PRIMEIRO DVD DO CONSAGRADO SANFONEIRO CHICO JUSTINO

O público aguarda o primeiro DVD do querido sanfoneiro

Nos seus discos a louvação das coisas nordestinas
<> Vamos rebocar a parede da sala prá gente dançar ao som da sanfona de Chico Justino. Vem aí o seu primeiro e tão aguardado DVD. Ele quando toca, com certeza, o povo gosta. Justino é poesia pura. Aquele som que sai de sua sanfona nos transporta as coisas mais belas do sertão como um fogão a lenha preparando um gostoso café, lembra um bom vaqueiro nas quebradas do sertão, uma lamparina com aquela luz azulada que parece vir do céu ou um sertanejo com aquela cabaça transportando água. Eita, sanfoneiro macho! Olhem para o rosto dele. Parece um mapa de um pedaço do sertão, não é? O homem tá famoso e hoje é reconhecido em todo o Brasil. Grandes medalhões como Dominguinhos e Luiz Gonzaga falaram que o homem é bom. Mas, aqui para nós, não falem isso na frente dele, pois este cidadão de Capistrano transmite simplicidade e aí está uma de suas grandes marcas. Apesar da dimensão que alcançou na sua carreira, Chico continua aquela pessoa bondosa e atenciosa com todos. Assim como chuva no sertão, a notícia da produção deste DVD já está movimentando os amantes do autêntico forró em todo o estado. Com o objetivo de obter mais informações sobre este projeto, procuramos o justinista maior que conhecemos que é o professor Assis Lopes que nos repassou informações preciosas. Para começo de conversa, Assis destacou que um dos objetivos desta produção é deixar na história a musicalidade, a genialidade de Chico Justino, além de servir de bússola para aqueles que querem se dedicar a este símbolo nordestino que é a sanfona.Faz questão de ressaltar que na atualidade, ele é reconhecido em todo o Brasil, inclusive se apresentando com nomes de pesos da MPB e também participando de várias gravações. Cita, por exemplo, o fato de Dominguinhos ter feito questão de levá-lo nas suas andanças pelo Brasil. A majestade do baião, Luiz Lua Gonzaga, fazia ótimas referencias ao Chico. Nos informou ainda que o talentoso artista veio para Quixadá pelas mãos do mestre Dudu Viana onde morou e atuou em alguns grupos musicais ou se apresentando apenas com o instrumento. Assis conheceu Justino em Capistrano, anos 70, quando ele dava os primeiros passos no toque da sanfona acompanhado pelo respeitado pandeirista da serra de Baturité, Vicente Pinto. Não demorou muito tempo e o sanfoneiro ainda na doce juventude começava a roncar seu fole nos espaços sertanejos e a turma já adorava brincar, quer dizer, dançar ao som do bamba de Capistrano. Segundo Assis, muita gente namorou e até casou ouvindo e dançando ao som deste sanfoneiro.. E disse mais que seu primeiro instrumento foi uma sanfona chamada "Pé de bode" que o pai lhe presenteou ao receber como pagamento de uma dívida. No começo, o pai não se interessou muito pelas tentativas de Chico em aprender a tocar o instrumento, mas com o tempo passou a apoiá-lo ao perceber que ele levava jeito. O documentário mostrará o sanfoneiro ainda menino dando os primeiros passos  na localidade de Pesqueiro em Capistrano. Certamente, serão mostradas imagens da terra dos monólitos, Canindé, Quixeramobim e de outras localidades do Ceará. O atual momento do artista que hoje tem residência em Fortaleza, onde é bastante popular, terá um destaque todo especial. A produção  de um DVD exige uma logística profissional e as enormes dificuldades são conhecidas por aqueles que são do ramo. Por isso mesmo, muita gente está envolvida no projeto, não apenas da área musical mas fãs do artista, colegas de trabalho, amigos e empresários. Aqueles que atuam na área comercial da terra dos monólitos também farão sua parte ajudando aos produtores com publicidade sabedores que são da dimensão da arte de Chico Justino. O professor Assis é o coordenador do projeto aqui em Quixadá e não é difícil encontrá-lo nos diversos locais da bela cidade na busca de apoiadores para a produção do DVD. Sabe-se que na capital cearense o ritmo de produção já está bastante adiantado. O povo nordestino é sábio e aprova com louvor a iniciativa desses idealizadores e guerreiros que lutam para divulgar a verdadeira arte sertaneja nos mostrando que ela ainda respira. Não é fácil conquistar o respeito e um público fiel tendo a música instrumental  como base de seu trabalho. Ele conseguiu porque seu talento é inquestionável. Enquanto o DVD não chega em nossas mãos, vamos colocar um disco de Chico Justino e dançar bem coladinho imaginando se encontrar numa sala de reboco numa simples casa deste sertão de Luiz Gonzaga, Padre Cícero, Patativa do Assaré e Frei Damião. Palmas para Chico Justino! Ele merece!
Professor Assis busca apoiadores para a produção do DVD do seu amigo Chico Justino
O primeiro LP- um grande sonho
O músico prefere a simplicidade
.............................................................................................................................................................................................................................................................

domingo, 23 de julho de 2017

FRANCISCO DE ASSIS(COMBOY)- UM CANTO DE AMOR À VIDA

Comboy é fã de Jonhn Wayne
Comboy-um canto de amor à vida
              
Adolfo Lopes e Zé Adolfo eram grandes amigos de Francisco Assis Alves, o Comboy
          Quem passa  pela Avenida Plácido Castelo tem a bendita oportunidade de encontrar uma doce presença, um ser humano cheio de alegria, olhar de bondade, cheiro de gente boa,e os lábios sempre a lembrar que " A vida é bela"". Francisco Assis Alves, conhecido por todos como "Cowboy", apelido carinhoso que ganhou por ser um fã de carteirinha dos filmes do estilo bang-bang, é um grande exemplo de superação, uma inspiradora lição de vida, uma amostragem de que a vida é para ser enfrentada e jamais lamentada. Uma paralisia afetou uma parte motora do seu corpo mas nunca lhe tirou o amor pela vida, pela família, pelos amigos. Ele nos dá a certeza de que a felicidade é possível mesmo com nossas limitações. Deficiência não é desculpa para não sermos felizes. De forma alguma, de jeito nenhum!
Nosso comboy é da paz e do amor
   Cowboy, na sua mocidade, era frequentador assíduo do "Cine Yara" onde assistia com muita emoção, os famosos filmes de "bang bang". Assistir aqueles filmes era quase um sonho! Talvez se sentisse um Jonh Waine enfrentando os índios, uma estrela no peito, o relincho do cavalo amigo e salvando a mocinha dos bandidos. Tamanha era sua paixão pelo cinema que recebeu uma carteirinha do proprietário Zé Adolfo que lhe dava direito a não pagar a entrada. Hoje, batendo saudade, os seus irmãos José Patrício, Maria das Graças e Fátima, recorrem ao "dvd" mas não chega a alegrar o coração de Cowboy. Para ele, nada supera a magia da grande tela. E não há dúvida de que anos atrás, os cinemas eram um dos entretenimentos mais significativos das cidades interioranas. Não é só ele que tem saudades desse tempo maravilhoso. Mas todos nós!
         Francisco Assis Alves, o nosso Cowboy não usa coldre, não dá um tiro sequer! Ele nos transmite sim, paz de uma criança, doces palavras de um amigo, força para enfrentar as adversidades da vida! Ele nos mostra a maravilha de ser feliz com o que somos, com o que temos! E nos mostra que somos donos do nosso destino. Ele escolheu ser feliz!  E nós? Que Deus dê vida longa ao nosso Cowboy. Ele é o nosso herói!

Prédio onde funcionou o icônico"Cine Yara"
..........................................................................................................................................................................................................................................................................

sexta-feira, 21 de julho de 2017

PAROARA- FUNDADOR DA 'VOZ DO NORTE" LEMBRA COM SAUDADES DO QUIXADÁ CHEIO DE PAZ E ALEGRIA


                         "Lá vem o locutor da Voz do Norte!". Estes diálogos eram bastante comuns, meados dos anos 60, quando funcionava à rua Tenente Cravo, o Serviço de Alto-Falantes " A Voz do Norte" e mostram a influencia destes meios de comunicação, à época, e a incrível popularidade de seus locutores. O conhecido Paroara, diretor e locutor daquele veículo de comunicação, então com 20 anos, conquistou muitos admiradores. Antônio Anastácio da Silva, seu nome de batismo, nasceu em Baturité, filho de José Anastácio da Silva, um dos 25 mil brasileiros que lutaram, durante sete meses na Itália e de Maria Martins da Silva. A principal voz da radiadora, por ter morado bom tempo no Pará, ficou conhecido como Paroara, denominação que mantém até os dias de hoje, nos seus programas na querida FM Central. Veio para Quixadá junto à toda família, aos 14 anos de idade. Paroara faz questão de citar nomes que os acolheram de forma carinhosa, como o Senhor João Bezerra que foi sempre um bom amigo. Com alguma dificuldade financeira, encontrou naquele homem, um espécie de amigo certo daquelas horas incertas da vida de todos nós. Paroara lembra, emotivo, o Senhor Francisco Enéas de Lima, que ele ainda hoje, guarda no lado esquerdo do peito. Simpático e atencioso com todos, o jovem ao chegar em Quixadá, foi conquistando a amizade e confiança de todos. Precisava trabalhar, para ajudar em casa, é claro! Primeiro trabalho, ajudante de caminhão do Senhor Josino.Em seguida, vieram outros trabalhos em postos de combustíveis, como do senhor Severino Pires. Trabalhou por muito tempo, no "Posto Bandeirantes", aonde fez grandes amizades.A grande paixão de Paroara, era, era não, sempre foi, o Rádio. Ouvia, até altas horas da madrugada, diversas emissoras, citando algumas como"Dragão do Mar", "Ceará Rádio Clube", "Vale do Jaguaribe". Ficava , quase enfeitiçado, ouvindo aquelas vozes e tentava imitá-las. Era o momento da explosão do movimento"Jovem Guarda" e adquiria aquelas revistinhas pra aprender as letras das canções. Chegou um momento em que decidiu"VOU MONTAR MINHA RADIADORA! CUSTE O QUE CUSTAR E IRÁ SE CHAMAR "A VOZ DO NORTE". Decisão tomada, partiu prá luta(quer dizer, prá montagem do equipamento. Comprou parte dele, no velho fiado(lembra com uma boa gargalhada). Contou com a valiosa colaboração do querido amigo, Chiquinho do Rádio e do Valmir. A documentação foi toda preparada pelo Senhor Edwardes Mendes. E assim, a "Voz do Norte" ganhou condições de operar, depois de meses de espera. Fez questão de que tudo funcionasse de uma forma correta. Estava chegando o grande dia da inauguração mas faltava ainda, ir a Fortaleza, vivíamos os tempos da Ditadura Militar e era(como era!) necessária, autorização do "Exército". Mas a autorização foi conseguida, sem problemas, apenas com a recomendação de vez por outra, executar algumas marchas militares. "Coloque lá, na sua radiadora, Avantes Camaradas!" "Não toque lá, seu moço, um tal de Geraldo, viu? "(Referia-se a Geraldo Wandré, aquele do "Prá Não Dizer Que Não Falei das Flores". Paroara, nem ouviu bem a recomendação e partiu pra estação João Felipe e no velho e bom trem(não era o das onze), se mandou para a terra da galinha choca.O estúdio foi montado num ponto comercial do Senhor Chico Padeiro. Com a ajuda de um amigo, levou quase o dia todo, subindo e descendo numa escada. E, finalmente, depois de tanta espera, tanta expectativa, nervosismo até, a "Voz do Norte" começou a sua programação, nos períodos da manhã e da noite. o grande sonho deste jovem intrépido foi realizado. Em pouco tempo, a radiadora começou a fazer parte da vida das pessoas da tenente Cravo e até de outras ruas mais distantes. Naquele tempo, Quixadá apresentava uma configuração urbana muito diferente de hoje. Era o tempo da "Jovem Guarda" e as vozes de Roberto, Jerry, Wanderley, Erasmo, Martinha , invadiam, perfumavam a rua de tanta felicidade.Só não podia tocar, "Quero que vá tudo pro Inferno", atendendo um pedido das senhoras que rezavam o terço. Mas constava da programação também, programas noticiosos e esportivos, além de campanhas beneficentes. A "Voz do Norte" também serviu de escola para futuros profissionais do microfone como Jonas Sousa(destacado radialista), Amadeu Filho, João Camurça(consagrado nome da crônica esportiva), Raimundo Sousa(único radialista quixadaense que entrevistou Pelé, no auge da carreira) e muitos outros.A "Voz do Norte" foi uma bela forma de entretenimento de nossa gente. Naquele momento, era a voz das pessoas, inclusive na solicitação de melhorias para a comunidade. Foi um som ainda hoje presente nos ouvidos de Anastácio e de muitos moradores da Tenente Cravo. Um som inesquecível, que embalou os sonhos de muita gente. Quanta gente não namorou, até casou, ouvindo José Roberto cantando "Não Presto mas te Amo" na programação da "Voz do Norte"? Quem não se lembra dos serviços de Alto-falantes de sua cidade? Hoje é uma saudade! Mas foram importantes( e como foram) no lazer das famílias e até na formação da cidadania. Paroara tem uma história muito bonita! Ama Quixadá! E lembra com saudades daquela cidade de paz e alegria! Por que ainda este cidadão de bem ainda não foi devidamente homenageado?


quarta-feira, 19 de julho de 2017

<>QUIXADÁ ENGRAÇADO<>AS TOPADAS DO MESTRE LARANJEIRAS NA PEDRA DO CRUZEIRO


 <>AS TOPADAS DO MESTRE LARANJEIRAS NA PEDRA DO CRUZEIRO<>Este papo que correu pela cidade de que a pedra do Cruzeiro iria cair me lembrou bastante o mestre Laranjeiras, o maior filósofo popular que a terra dos monólitos conheceu. José Rodrigues da Silva, seu nome de batismo, nos contava que ali pelos anos 30 quando ia para a casa da namorada batia involuntariamente na pedra, naquele tempo, ainda bem pequena, segundo o filósofo popular.


...................................................................................................................................................................