quarta-feira, 29 de maio de 2013

RIBAMAR LIMA- A VOZ DE VELUDO DO RÁDIO QUIXADAENSE

 <><> RIBAMAR LIMA: "A VOZ DE VELUDO DO RÁDIO QUIXADAENSE<>           Meio dia! Os quixadaenses ligam o rádio na caçulinha do sertão central(Rádio Uirapuru) com o objetivo de escutar a crônica "Boa Tarde Para Você", de autoria dos cronistas João Eudes Costa e professor Luis Oswaldo na voz límpida, segura e marcante de Ribamar Lima de Aquino. Escutar estas crônicas era a certeza de esquecer, por algum tempo, as durezas do cotidiano. Os ouvintes de rádio são unânimes em afirmar que grande parte da audiência se devia a narração emocionante deste radialista, que muitos não sabem, é filho de Barbalha(02.07.1948) mas hoje quixadaense, graças à vereadora Dadá.
                                                                                O rádio tem essa capacidade exclusiva de nos transportar a uma situação onde só exista paz, felicidade. Nas crônicas lidas pelo Ribamar os ouvintes só
desfrutavam das coisas boas da vida. Só o rádio tem esse poder! Mas a "voz de veludo" não se limitou a apresentar crônicas e conquistou um público cativo ao comandar programas musicais, tendo ainda enveredado pelos noticiários e até transmissões esportivas.Foi na Rádio Uirapuru que viveu seu grande momento.Seu público majoritário era formado por donas de casas(lia horóscopos, falava da vida dos artistas), motoristas(lia frases de pára-choque), aposentados(tinha sempre uma mensagem de fé), torcedores(quando gritava cada gol do Quixadá). Uma caraterística forte de Ribamar Lima era a sua coragem no enfrentamento das  mais diversas situações. Nunca negou ter pouco conhecimento de futebol mas falava "Eu narro o jogo, ninguém quer fazê-lo". Entrevistava autoridades, gente famosa da música com uma naturalidade incrível. Por isso, algumas vezes foi incompreendido mas lembrava"O rádio não pode parar". Até como discotecário chegou a trabalhar.
                        Não fosse o amor por Quixadá , o grande carinho e respeito que sempre dispensou ao Senhor Aziz Baquit e dona Paula(faz questão de lembar que foi muito ajudado por este querido casal), teria, com certeza brilhado no rádio cearense, pois chegou a trabalhar na "Rádio Uirapuru" substituindo nomes já consagrados como Guajará Cialdine, Cid Carvalho, Edson Silva. José Pessoa de Araújo, presidente da Rede Uirapuru de Comunicação era fã do radialista quixadaense.  Mas atendendo pedido do seus queridos amigos ficou mesmo na terra dos monólitos.
                       No começo dos anos 70, conheceu o grande amor da sua vida. Ele mesmo contou: "Vinha caminhando pelas ruas tranquilas de Quixadá e me deparei com minha inesquecível amiga Irene do Zé do Santos que me apresentou a Helena". No dia 2 de dezembro de 1972 casou-se na Catedral em celebração presidida pelo Padre Térence e Dom Rufino. Ri muito quando lembra não ter entendido o que dizia o padre(não era brasileiro) e de ter recorrido ao primeiro bispo quixadaenses que com simplicidade explicou tudo.
                                                                                   
                                                                                 Há pouco tempo, problemas de saúde afastaram o comunicador do microfone e de outras atividades. Foram dias de dificuldade, até de sofrimento, amenizados em grande parte pela presença forte de Helena, dos amigos e de alguns ouvintes. Faz questão de citar os nomes de pessoas que esteve com ele nos duros momentos da doença como Dr. Roque Pires, Dr. Durval, Padre Thomas, João Saraiva, Carlos Augusto e muitos outros. Fez questão de ressaltar o grande apoio do casal João Eudes Costa e Ângela, presente nos momentos cruciais da doença.
                                                                                 Com grande sacrifício, formou-se em Administração de Empresas. Lembra feliz dos queridos professores, Neusa Jataí, Maria Guedes, Cezarina, Neemia, Célia, Neide Roque, Francí Gurgel, Maria Augusta, Dona Zélia, Flávio do banco do Brasil e outros.
                                                                                  Quem gosta realmente de rádio, de ouvir uma voz bonita, quer a presença de Ribamar lima na programação das emissoras locais. A sua saúde já permite o retorno ao ar. Dono de ótima dicção, alto poder de improvisação, sempre uma boa perfómance frente ao microfone, não há realmente um lugar para o comunicador no rádio local? E também tem que se levar em conta, o lado humano pois Ribamar enfrentou sérios problema e o rádio lhe faria muito bem!
                                                                                      Ao final de nossa entrevista com Ribamar Lima, o mesmo fez questão de reconhecer que, em algumas situações, chegou a ser grosseiro com algumas pessoas mas, com lágrimas nos contou: "Depois da doença, do que sofri, aprendi que não somos nada sem o calor humano, sem a presença das pessoas. Aprendi muito com o sofrimento e hoje, todas as pessoas são especiais para mim". Bonito de se ouvir, Ribamar! Como seria bom se todos nós admitíssemos que também erramos" VOLTE LOGO AO RÁDIO, VOZ DE VELUDO! TODOS FICAREMOS FELIZES!

_Na sequencia das fotos:1Ribamar, começo dos anos 80, na Uirapuru: 2no dia do casamento com Helena, em 12-12-1972, os padrinhos José Páscoa e Dona Neci: Aldenora, Zé Adolfo e Francisco José(Chiqutinho);Orador do curso de Administração de Empresas
-As fotos foram gentilmente cedidas pelo casal Ribamar e Helena

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

1983-O ANO EM QUE TODO QUIXADAENSE VIROU CRIANÇA

Figurantes quixadaenses
 <>"Os Trapalhões" foi um grupo humorístico brasileiro muito querido, principalmente, entre as crianças mas tinha admiradores em todas as idades. Foi sucesso na televisão, no cinema, disco, nas apresentações ao vivo. Começando em meados dos anos 60, o grupo se manteve firme até por volta de 1990. A formação clássica: Renato Aragão(Didi Mocó), Dedé Santana, Mussum e Zacarias. O programa dos "Trapalhões" foi o  humorístico de maior duração e por isso entrou para o livro Guinness de Recordes Mundiais. Um grande Fenômeno de audiência e popularidade. Mas a explosão do grupo não se limitou ao programa televisivo. "Os Trapalhões" foram  sucesso também no cinema. Milhões de ingressos foram vendidos nos filmes protagonizados pelo divertido quarteto.                                                  
                                                                                                                                   
                                                                                     Corria o ano de 1983. A cidade de Quixadá crescia a passos largos e uma notícia do começo daquele ano, mexeu com o coração das crianças. Ficar perto de Didi e sua turma era o sonho dos baixinhos. E não é que esta oportunidade(podemos chamar de sonho) chegou! O próximo filme do grupo seria rodado na terra dos monólitos! Mas parece mesmo que a notícia fez todo mundo de criança, pois os adultos também vibraram com a possibilidade de conviverem algum tempo com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. "O Cangaceiro Trapalhão", uma grande produção do cinema nacional trouxe a Quixadá não apenas os famosos comediantes mas grandes nomes da sétima arte como Nelson Xavier, Tânia Alves, Regina Duarte, José Dumont, além do consagrado diretor Daniel Filho. É bom lembrar que o filme teve os diálogos de Chico Anísio, certeza de mais qualidade na produção. toda
a equipe hospedou-se em um hotel no Jardim dos Monólitos(o melhor na época) e na primeira noite, uma verdadeira multidão se postou do lado de fora na tentativa de ver os ídolos. Como mágica, Renato Aragão surgiu na janela do seu apartamento e brincou por algum tempo. José Augusto, comerciante, 43 anos,nos falou o que sentiu naquele momento" Tinha 13 anos e ter visto o Didi, ali de carne e osso, foi um momento eterno".                                                                        
                                                                                    No filme, Renato Aragão faz o papel de Severino Quixadá, um pastor de cabras. O comediante contou para o jornalista Jonas Sousa que o nome do seu personagem era uma homenagem a terra dos monólitos. A produção teve a participação de muitos figurantes, quixadaenses que desenvolvem as mais diversas atividades. A professora Aparecida Carvalho, uma das figurantes lembra que o convívio com os atores foi algo extraordinário. Eles nos tratavam muito bem, assegura. O radialista Célio Aragão participou de uma cena do filme. O momento maior da película
e que mostra a beleza ímpar da galinha choca apresenta Didi Mocó se tornando muito rico ao apanhar os ovos de ouro expelidos pela ave de pedra.
Dedé Santana e prof. Aparecida
                          Mais de 30 anos nos separam daquela convivência maravilhosa entre fãs e astros. O término das filmagens deixou a cidade triste por algum tempo. O mais interessante de tudo foi a impressão que se fez sentir de que, por alguns dias, todos terem se tornado crianças na cidade. Traduzindo melhor, houve um reencontro dos adultos quixadaenses com a criança que ainda vive no seu íntimo. Agora, vamos assistir o filme! Assim, nunca esqueceremos da criança que fomos um dia!
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Prof.Aparecida

Aparecida, Zacarias e Jonas Sousa
Jornalista Jonas Sousa e Renato Aragão

quinta-feira, 16 de maio de 2013

<>TIPOS POPULARES DE QUIXADÁ(4)PEREIRA- O REI DO SÃO JOÃO NA TERRA DOS MONÓLITOS


<>MESTRE PEREIRA! ELE É O REI DO SÃO JOÃO NA TERRA DOS MONÓLITOS<> Festa junina na terra dos monólitos sem a presença dele não me diga que é São João! Esta popular festa tem que terquadrilha, balão, fogueira, fogos, canjica, pamonha, casamento caipira e Zé Pereira. Ele é um ícone da festa junina! É assim desde o final dos anos 50 quando este inquieto cidadão trabalhava nas "Casas Pernambucanas" e então, foi convidado pelo gerente Carlos César que, percebendo o seu talento, lhe deu a missão de ensaiar as quadrilhas. A partir daí passou a alegrar toda a cidade com sua festiva presença, sendo gritador(se chamava assim) das quadrilhas e de praticamente todos os festejos nas praças, ruas,  escolas. O mês de junho é o mês das homenagens aos três santos da igreja católica, João, Antônio e Pedro e o Mestre, além de comandar as quadrilhas, os arrastas-pé, também comandava as novenas.
                            Filho de Francisco Januário da Silva(Chico Pereira), magarefe(da mesma época de Laranjeiras, Francisco Geraldo, Bastos) e Antônia Luciano da Silva, foi aluno(verdade que por pouco tempo) da professora  Nana e estudou no Grupo Escolar José Jucá. Mas teve que ajudar seu pai o que o impediu de prosseguir nos estudos. Mas foi doutor na arte de comandar os festejos juninos. Ele foi e continuará sendo o rei do arraial. Hoje, prestes a completar 88 anos, não participa diretamente da festa mas a sua presença é motivo de inspiração para os brincantes da era da Internet. Continua a receber convites para orientar as quadrilhas, faz palestras. Foi homenageado inúmeras vezes e inclusive, foi agraciado com a medalhar Rachel de Queiroz. Recentemente, foi homenageado pelo Balneário Cedro Clube, por ocasião de mais um baile da saudade.Mas o maior reconhecimento ao Mestre vem do povo que se sente mais feliz com a sua sempre divertida presença. Alegrar as pessoas é  uma característica de Pereira que, algumas vezes, se comunica com as pessoas falando um castelhano de mentirinha. Figura popularíssima na cidade, pois além dos festejos, fez muitas amizades, vendendo deliciosos bolos e salgadinhos, feitos por ele mesmo. Se faz necessário lembrar que também alegrava nossos carnavais e seu bloco se tornou uma atração, durante muitos anos.
                            Ele foi o melhor "gritador de quadrilhas". Muitos quixadaenses ainda lembram a voz do Pereira, comandando as quadrilhas "BALANCE!","CHANGÊ DE DAMA!(Trocar de damas)", "OLHA O TÚNEL!", "OLHA A CHUVA!", "GRANDE PASSEIO!". No carnaval, fazia a diferença, tornando a cidade mais alegre. Participava das atividades da igreja, gritando os leilões de uma forma irreverente, aumentando a participação das pessoas nas novenas, nas quermesses.
                            Pereira, por tudo que fez em prol da divulgação das manifestações populares,é, sem dúvida,  um tesouro vivo da cultura quixadaense. Se faz necessário valorizar aqueles que divulgam as práticas culturais cotidianas e a memória de nossas tradições culturais. Viva São João, Santo Antônio, São Pedro. Mas viva também Zé Pereira!
Mestre Pereira animou várias gerações

segunda-feira, 13 de maio de 2013

TADEU- EX BANCÁRIO BRILHOU NO FUTEBOL QUIXADAENSE

Tadeu foi craque da bola pesada

Bangu-Vagalume,Piolho,Tadeu,verdureiro,Eudes e Armando

Motoristas-Rômulo,Flavio Belisário,Toin,Laurinho,Tadeu,Totonho
e Carlinhos

Tadeu pertenceu aos quadros do Banco do Brasil

Zé Leônidas foi o melhor, diz Tadeu

--  <>Quem passa pela calçada da casa do aposentado do Banco do Brasil, Tadeu Cavalcante Costa e senta nas muitas cadeiras dispostas para tornar possível um gostoso bate-papo, nem imagina que aquele simpático senhor foi um dos maiores craques da chamada fase de ouro do futebol de salão, dos anos 60 para começo dos 70, em Quixadá. Somente a geração destas décadas tem conhecimento deste fato. Naqueles anos, os jogos de futsal aconteciam na única quadra existente na cidade, no local onde funcionou a Cobal e atualmente, é a sede da banda de música municipal. Com poucas opções de lazer, os quixadaenses compareciam para ver em ação os craques da AABB, Bangu, Balneário, Motorista, Botafogo do Zé Carlos Alves(baixinho). Por todas essas equipes, Tadeu mostrou sua reconhecida e tão elogiada habilidade. Mas vestiu também a camisa do time do "Tiro de Guerra" onde se destacavam também Paulo Mendes, o Assis, Mendonça, Fafá. A pedido de Manuel Bananeira e Francisco Mesquita o Reizinho, apelido dado pelos colegas do "Colégio Cearense" de Fortaleza, defendeu algumas vezes, o Balneário.
           Naquele momento, os que sopravam o apito eram poucos abnegados como Joaquim Ventura, Neuton. Na terra dos monólitos, os pioneiros na prática da modalidade que começou a ser praticado no Brasil, a partir de 1935, foram Manuel Bananeira, Tuquinha, Milton Rufino, Milton Belisário, Toinho da Hermínia, Totonho, Zé Leônidas(revelado no Motorista e Avante). O nosso craque jogava na posição de back apoiador(hoje ala direita) e tinha como principais características a marcação forte e um potente chute.
                Tadeu faz questão de afirmar que nossa cidade era um celeiro de craques do futsal despontando nomes como  Totonho, seu irmão João Eudes, Vagalume e muitos outros. No entanto, Zé Leônidas foi o nosso Pelé, diz. Lembra também que existia o time dos Facó, onde se destacavam Pedro Malna, Neres, Gerson, Ari Rocha.
               As equipes que brilharam, que mais atraíam a atenção dos torcedores foram a do Bangu(treinada pelo também jogador, João Eudes(hoje, escritor famoso) e Carlinhos Paiva, AABB e Balneário. Por contar em seus quadros com muitos funcionários, a "AABB" chegou a formar até três times. E todos com um futebol de bom nível.
               Tadeu nos contou que uma grande disputa envolvendo os acadêmicos quixadaenses(estudavam em Fortaleza) como Getúlio, Tico, Eduardo Bananeira, Flávio Belisário) e a equipe do Bangu chegava a parar a cidade pelo futebol competitivo das duas equipes. Aconteceram diversos embates e ora, o Bangu vencia, no outro jogo, os Acadêmicos levavam a melhor. O certo é que ainda hoje este fato esportivo é lembrado.
              Com o passar dos anos, Tadeu foi se dedicando mais a sua nova atividade, funcionário do Banco do Brasil, atividade que assumiu a partir de 22 de abril de 1963 mas jamais se afastou do mundo da bola. Hoje, acompanha os jogos pela "tv" e sua maior paixão é o "Quixadá Futebol Clube".
               Hoje, aos 72 anos, Tadeu Cavalcante Costa divide seu tempo entre a cidade e o sertão. Filho de Francisco Segundo da Costa e da professora Maria Cavalcante Costa, casado com Dona Marta(desde novembro de 1966), é um pai muito amoroso. O nosso "Reizinho" lembra com saudade daquela fase de ouro do nosso futebol de salão e também da cidade, ainda pequena mas já  querendo mostrar que seria o que é hoje, uma das mais importantes do interior cearense. Sua principal lembrança do futebol daquele momento, era o " espírito de equipe e o companheirismo. Futebol hoje para Tadeu é uma bela lembrança! "Éramos felizes e não sabíamos" afirma, com aprovação dos muitos amigos, naquele encontro de todas as manhãs, na sua casa.

- As fotos foram gentilmente cedidas pela família de Tadeu Cavalcante Costa

- A História não é definitiva. Novas informações surgirão e serão acrescidas ao texto
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sexta-feira, 10 de maio de 2013


<><>GENTE ASSIM COMO A GENTE --     "Olha a banana! Nanica, da terra, ouro, maçã, prata! Tem laranja- lima, laranja da baía! "Quem vai querer milho, aqui tem para vender". Quem passa pela rua Epitácio Pessoa, nas proximidades da estação férrea, se depara com um Senhor muito simpático, 83 anos, sentado em um caixão, os produtos da venda sobre um lençol ou folhas de jornais velhos. Neste local, há mais de 30 anos, junto com os filhos, em nome da sobrevivência, Geraldo Sousa Lino é um vendedor de frutas, atividade a que sempre se dedicou, sempre com muito esforço e dedicação. Ele revela que trabalhou muitos anos com Manuel Januário, até o falecimento deste, com quem muito aprendeu.
                                                 Seu Geraldo, é natural da "princesinha da serra", Pacoti, cidade localizada no cinturão verde do maciço de Baturité. Veio para Quixadá, no ano de 1955, no velho trem, vagões puxados pela Maria Fumaça, aquela locomotiva alimentada por carvão ou lenha. " Nas curvas, ficava admirando aquela beleza, tanta fumaça", diz emocionado. Trabalhador, honesto,  logo se enturmou e fez muitas amizades. E logo começou a trabalhar no que realmente gosta, ou seja, vender frutas. Com a morte de Manuel Januário, passou a trabalhar por conta própria, montando sua banquinha, contando com a ajuda dos filhos. Apesar da falta de estrutura, a banca de seu Geraldo é uma das mais visitadas pois ele sempre procura vender produtos novos. Cedo da madrugada, vai aos sítios, fazendas, comprar os produtos. O Senhor Carlos Augusto, 66, aposentado, diz que é "difícil passar por aquele local e não comprar alguma coisa. Compro muito milho a ele, é tudo muito natural. E seu Geraldo é gente muito fina e os meninos também". O simpático vendedor  diz que alguns chiam com relação ao preço mas com uma boa conversa, já mandam ensacolar os produtos.
                                                  Casado com a Senhora Maria José(Mocinha), é pai amável de Elivan, Neguinho, Elenilda, Eliane, Eliete, Eliene. "É pela família que ainda hoje, divido minha atividade entre lucros e algumas decepções".  O segredo do negócio, segundo Geraldo é o respeito ao comprador. Atendendo bem, ele sempre volta. Com relação aos que querem pendurar o valor das compras tem um remédio infalível: "Fiado só amanhã!" E tem deles que voltam e dou a mesma receita(risos).
                                                  O nome de Geraldo não está presente nos livro de nossa história, não é conhecido na Universidade mas a sua presença, exercendo há muitos anos a profissão de vendedor de frutas, é sim, quer queiram ou não, um personagem de nossa História. Ela também é feita de pessoas simples. Este vendedor é possuidor de um riquíssimo conteúdo interno, imperceptível na maioria das pessoas, sempre endeusando o exterior, valorizando o que não tem nenhum valor. Os mais velhos afirmam com muita sabedoria( e não é besteira como alguns querem) que " O melhor livro é o da vida". Esta matéria é dedicada aos compradores da banquinha de seu Geraldo(muitos pediram) e aqueles que, mesmo sem comprarem, ficam admirando aquela figura possuidora de uma beleza ímpar. Sobre essa questão do saber, nosso herói encerra a conversa com "Olha seu Amadeu, quanto menos sabemos, mais somos felizes!" Agora, me deixe trabalhar, tenho compromissos a cumprir.  Tá certo, seu Geraldo, o Senhor é quem manda!


quarta-feira, 8 de maio de 2013

YES! NÓS TEMOS A NOSSA XUXA!

Seu maior sonho é casar na igreja

Minha beleza só é perceptível  aos que me olham com amor

Xuxa-imagem retirada da Internet
<>NO QUIXADÁ É ASSIM--- YES! NÓS TEMOS A NOSSA XUXA!
-Seu nome não é Maria das Graças Meneghel mas Maria Francisca pereira de Sousa. Não nasceu em Santa rosa, RS. Nasceu aqui mesmo, no Quixadá querido. Não é loira, não é apresentadora de "TV" e claro, não é celebridade mas uma condição ninguém lhe tasca "Ela é a nossa Xuxa"! É a nossa rainha dos baixinhos! Foram as próprias crianças da cidade que  passaram a chamá-la assim: " Eu gostava de me enfeitar para ir as praças, claro, atrás de um bom partido e aí as crianças falavam na sua doce inocência"Mamãe, olha a Xuxa"! Assim, nos contou esta popular quixadaense, fazendo questão de ressaltar que "minha beleza só é perceptível aos que veem a beleza com o olhar do amor e criança é sempre sincera. Seu Amadeu, enganam-se aqueles que pensam que eu não percebo quando estão querendo me debochar!" Na verdade, ser negro no Brasil, muitas vezes, é ser olhado de forma diferente. A nossa Xuxa também é brasileira e assim como a original, tem seus valores como toda pessoa humana. Nossa rainha não tem olhos azuis, não é aquele modelo de beleza imposto pela sociedade, mas será mesmo que o corpo é mais importante que o espírito? E nossa Xuxa ri, chora, ama, também gosta de crianças!  Então, viva também a nossa rainha!
                                                "Casar na igreja este é o meu maior sonho!" Ficarei linda com vestido de noiva". Este seu desejo mostra o quanto ama a vida! Como todos nós, quer ser feliz! Se o dela é esse, que se realize! Filha de José Vicente Filho, foi sapateiro dos bons e da costureira Maria José da Silva, 52 anos, diz que seus maiores amigos são a Carmelina, Carmélio, Hélber, Maria, Amadeu(obrigado!). A sua lua de Cristal também lhe faz sonhar com um mundo melhor. Nossa rainha não queria a fama mas apenas que a amassem o tanto o quanto ela ama as pessoas! Quando a beleza interior irá se sobrepor a beleza imposta pela cultura do "ter".  Eu e muitos quixadaenses somos seus fãs porque nossa rainha não se veste de máscara social, é ela mesmo! Morro de inveja dela, da sua naturalidade, por não conhecer maldade! Muita gente quer parecer bonita, feliz, mas muitas vezes, não é verdade e sim uma fuga da realidade. Por isso, vivas a nossa XUXA porque ela é o que é! E isso é que a faz também uma rainha! Aqui prá nós, sou mais a nossa artista, artista sim, da vida sem fantasias. Nunca é tarde para abrimos mãos de nossos preconceitos. Confesso já ter visto alguém não querer ficar perto de nossa Xuxa. Vamos conversar com ela! Ela tem tantas coisas bonitas para nos oferecer! Confesso, eu sou apaixonado, sou fã da nossa rainha! E sei que você também o é.

-Foto Xuxa, retirada da Internet. As fotos de Francisca Pereira da Silva pertencem aos arquivos do blog