sábado, 27 de maio de 2017

MORRE EM SÃO PAULO O MECÂNIO E CRAQUE QUIXADAENSE JOÃO TRIPA(JOÃO LIMA DOS SANTOS)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 



Amei a todos meus familiares e amigos
<>Só faltavam 3 dias para ele completar 62 anos que aconteceria no dia 6 de maio, mas exatamente no dia 3 terminou sua missão e só nos resta aceitar a vontade do Pai e ter coragem para enfrentar a saudade que toma conta da família e dos incontáveis amigos que ele deixou em São Paulo, onde vivia desde 1974 e daqueles que conviveram com ele aqui na terra dos monólitos. João Lima dos Santos, o popular João Tripa, apelido colocado pelo saudoso treinador Manuel Bananeira quando ele defendia às cores do Balneário. Jogou poucos anos no clube alviverde e de atacante se transformou em goleiro, tendo brilhado na equipe amadora do Via Férrea e outras equipes. Os mais jovens, é lógico, não o conheceram mas aqueles de mais idade lembram dele trabalhando como garçom do Senhor Dedé Preto lá no posto do Gersário. Destacou-se como mecânico de muitas habilidades tendo exercido esta profissão por bom tempo ao lado do irmão José Maria, de Zé Milton e outros. Foi convidado pelo mestre Zé Valdo para trabalhar na oficina que havia montado em Quixeramobim. Em 1974 decidiu tentar à vida em São Paulo, um grande sonho, pois assim ficaria mais perto de sua grande paixão que é o Corinthians e conseguir bom emprego para ajudar os queridos pais. E se deu muito bem porque sempre soube tratar bem a todas as pessoas. Em pouco tempo, tornou-se destacado funcionário da "Telesb", transferindo-se posteriormente para a "Ericsson"  e em ambas, conquistou espaços, tendo inclusive trabalhado fora do Brasil. Longe de seu Quixadá querido restava-lhe telefonar para os pais Dionísio e Alzira e os irmãos Zé Maria, Audísio, Francinete e Socorro. Em todos os jogos do Corinthians ficava ligando quase o tempo todo para Zé Maria que ficava a desejar boa sorte para o time do irmão. Conheceu um anjo da guarda chamada Marly que lhe deu 3 filhos Amanda, Janaína e Aretha, as duas últimas já falecidas. João Lima dos santos era muito amigo do goleiro Wal Tavares que o visitou no ano de 1984. Lá, levou o amigo para conhecer a sede do time do seu coração. Wal ainda realizou algumas atuações no time da "Telesb" chamando a atenção pelas boas atuações como goleiro. Era conhecido pela família e amigos também como santo e sempre conseguia aumentar o número de amigos. Quixadá era uma de suas maiores paixões e sempre vinha A terra natal para rever familiares e amigos.  Segundo o irmão Zé Maria, o nosso querido amigo "Tripa" vinha apresentando problemas renais já fazia um bom tempo. Os dias tem sido difíceis para todos nós desde que tomamos conhecimento da partida de nosso amigo. A família e nós também sentimos a sua falta e queremos lhe dizer que sempre estará conosco. Aí, na companhia de Deus pede para que ele sempre faça com que a paz esteja sempre com todos nós. Adeus, nosso amigo e irmão João Tripa!

Os irmão: Zé Maria e Tripa
Com o amigo Wal na sede do Corinthians em 1984

sexta-feira, 26 de maio de 2017

POETA GUILHERME CALIXTO LANÇOU LIVRO NA ACADEMIA QUIXADAENSE DE LETRAS


Guilherme- um guerreiro da poesia popular
 <>Ele pode ser considerado ao lado de seus colegas repentistas um guerreiro na defesa da cultura popular. Eles não desistem da luta e o grande objetivo é fortalecer a cantoria. Na festiva noite de ontem, Guilherme apresentou ao seu público, aos colegas escritores, a família e aos amigos três trabalhos artísticos que, na verdade, contam muito de suas andanças pelos espaços sertanejos e urbanos num belo e incansável movimento no resgate da tradição da cantoria.Este soldado da Cultura apresenta programas no rádio há exatamente 30 anos e sempre divulgando a arte vinda do povo. O livro "Devaneios de um Poeta" foi distribuído gratuitamente entre os presentes. O poeta agradeceu o carinho de todos fazendo aquilo em que é craque, ou seja, cantar ao som da viola. A agitadora cultural Íris Freitas Apresentou o evento sempre com muita simpatia e profissionalismo. A mesa foi composta pela presidente da "AQL", Julieta Rocha que saudou os presentes com entusiasmo; escritor João Eudes Costa que dedicou ao poeta Guilherme Calixto uma crônica sobre Cego Aderaldo, ídolo maior do autor da trilogia;Escritor e vice presidente da "AQL", Dr. Wilson; Carlos Henrique, presidente da "CDL" e Lions Clube; coordenador do Museu Jacinto de Sousa, David e senhora Tavares, coordenadora de Cultura da terra dos monólitos. Representando o Rotary de Quixadá esteve presente o radialista Wanderley Barbosa. A banda de música foi uma das atrações da noite recebendo o carinho dos presentes. Palmas para Guilherme Calixto! Ele Merece!Temos que enaltecer o esforço de Angela Borges, João Eudes e Julieta para a realização da doce noite cultural. Com a festejada noite literária de ontem, a AQL" está mostrando a que veio, ou seja, divulgar as manifestações culturais da terra de Rachel de Queiroz. Que venham mais belos eventos como o de ontem.
IMAGENS:Chico Javali

O poeta e o autor do Blog

Público aplaudiu Guilherme com entusiasmo

O poeta autografa seu livro para amigos e admirdores

Na mesa, colegas escritores e autoridades


domingo, 21 de maio de 2017

ANTONIO AILSON DA SILVEIRA MEDEIROS- O CHEFE CARINHOSO E AMOROSO COM OS COLEGAS DE TRABALHO PREPARA LIVRO SOBRE A HISTÓRIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DA TERRA DOS MONÓLITOS


Momento da colação de grau em Direito-momento inesquecível

Doce juventude-professor em Fortaleza no início dos anos 70
Com o colega e amigo Will Holanda no Colégio Estadual
Ailson conquistou o carinho dos quixadaenses
                          <>O advogado, educador e escritor quixadaense Antônio Ailson da Silveira Medeiros sempre ocupou nos locais onde desenvolveu seus serviços profissionais o cargo de chefia. Existem os mais diversos tipos de chefes como os pacientes, os egoístas, os falsos, prestativos e, porque não dizer, existirem para todos os gostos.  Arrisco palpitar que Ailson sempre teve o perfil de um amigo dos comandados, mas com a prevalência do relacionamento profissional e a necessária separação dos assuntos de interesse do trabalho com os pessoais. Ele garante que a amizade entre as pessoas é benéfica para o sucesso do trabalho e assegura que o fato de sempre tratar com respeito àqueles que estão sobre seu comando nunca prejudicou seu desempenho profissional. Para sermos bem precisos, amizade é uma realidade que faz parte da vida deste cidadão de irrepreensível conduta e reconhecida simplicidade que o tornou figura das mais queridas na terra dos monólitos. Foi no Colégio Estadual Coronel Virgílio Távora que Ailson marcaria de forma definitiva o seu nome como bom gestor educacional atraindo assim, a atenção de outros setores da cidade. Comprometimento e envolvimento com os diversos espaços da Escola e um carinho enorme com os colegas de trabalho e os alunos o tornaram querido e respeitado. Bom lembrar que começou a trabalhar no Colégio Estadual levado pelas mãos do inesquecível João Bosco Silveira que o apresentou ao diretor Glauco Barreira Magalhães que estava a necessitar de um novo professor de Português para substituir Eduardo Bananeira que iria exercer outras atividades. Era começo da década de 70(século passado) de um Quixadá cheio de poesia. Já tinha uma razoável experiência como educador, pois lecionara no Colégio Santa Cruz no bairro de Parangaba em Fortaleza. Sempre dedicado, entregando-se de "corpo e alma", como se fala por aí, chegou até ao cargo de diretor, exercendo tal mister por 21 anos, 5 meses e alguns dias. Como estabeleceu metas e objetivos com grande parte dos resultados almejados sendo obtidos, chamou a atenção dos homens que conduziam os destinos do município. Por ter tornado possível mais qualidade  no funcionamento do Colégio Estadual, não demorou a ser convidado pelo prefeito de então, Aziz Okka Baquit, em sua segunda administração(1983-1989) para compor sua equipe de assessores, onde viria a contribuiu de forma eficaz para a implantação de uma reforma administrativa e atuando com notável destaque no setor educacional tendo integrado o Conselho Curador da Fundação Educacional do Sertão Central-FUNESC ao lado dos médicos Antônio Moreira Magalhães e José Everardo Silveira.  O Dr. Carlos Lima ao assumir a presidência do Poder Legislativo quixadaense no ano de 1989 o convidou para o cargo de assessor jurídico. Ailson foi peça fundamental na criação da Lei Orgânica do Município que foi elaborada com a participação de todos os 21 vereadores. Faz questão de ressaltar a grande colaboração do jovem vereador Eduardo Bezerra na elaboração da redação final do texto da Lei Orgânica. Sabemos que além de atuar judicialmente ou extrajudicialmente na defesa dos interesses da Câmara Municipal, a Assessoria Jurídica também atende o público externo que busca informações sobre os atos dos vereadores ou ainda necessitam de informações sobre as leis que regem a vida administrativa da cidade. Foi este contato com as pessoas que procuravam o setor jurídico   que inspirou Ailson a escrever o livro  " A História Política e Administrativa de Quixadá" que servirá de leme para orientar os que buscam conhecer, não só o funcionamento da Câmara, mas muito da engrenagem administrativa da terra dos monólitos. É seu intento esmiuçar detalhes relacionados a nossa história.  A publicação deste livro é aguardada com muita expectativa por toda a comunidade, pois preencherá uma lacuna ausente em nossa bela história. A maioria dos amigos e admiradores do competente profissional pensava que ele era quixadaense. Não é não. Nasceu  na localidade de Serrinha, serra de Baturité, pertencente a área territorial de Redenção no dia 12.07.1944. Veio para a terra dos monólitos no começo da década de 50(século passado), pois os pais Joaquim da Silveira Medeiros(Quincas) e Francisca Ricardo da Silveira(Nenen Ricardo) pretendiam dar uma melhor qualidade de vida aos meninos e, em especial, melhores condições de estudo. Quincas montou um comércio na praça da estação logo conquistando uma boa freguesia. O garoto Ailson se matriculou no Grupo Escolar José Jucá, mas não demorou muito e foi transferido para o Grupo Adolfo Siqueira Cavalcante  pois o  "José Jucá" passou a atender apenas o sexo feminino. Sempre se dedicando as aulas com bastante interesse concluiu o curso primário. Naqueles anos, só existia o curso ginasial em escolas particulares e com muito sacrifício Quincas e Nenen Ricardo conseguiram matriculá-lo no Ginásio Waldemar Alcântara, concluindo esta etapa em 1960. Para dar sequência aos estudos dos filhos, o casal teve que ir para Fortaleza, e claro, enfrentando muitas dificuldades, tirando leite de pedra, como se fala por aí. Uma casa foi alugada e Quincas montou um pequeno comércio para ajudar nas despesas. Nosso amigo matriculou-se no Liceu onde fez o curso clássico e teve a oportunidade de aprender com renomados professores cearenses. Sempre sonhou em seguir a carreira jurídica que permite um vasto leque de atuação e depois de muito esforço, dedicação quase integral, concluiu no ano de 1970, o tão sonhado curso de Direito. Apto a exercer a profissão por quem sempre foi apaixonado, só pensava em voltar para cidade do seu coração e assim, depois de 10 anos na capital, veio morar definitivamente em Quixadá. Apesar da seriedade no trabalho, ética e responsabilidade, Ailson é uma pessoa leve, comunicativa e acima de tudo, um amigo, não só dos colegas de trabalho, mas de muitas pessoas da comunidade. Nas horas de folga, gosta de ouvir a voz de Orlando Silva e no futebol é torcedor do Ceará, Botafogo e Quixadá Futebol Clube. É fã de Garrincha e Nilton Santos e defende que a melhor seleção brasileira foi a de 1970. Sempre estar a lembrar que a amizade é uma das joias mais preciosas da vida. Homem de vasta cultura apesar da simplicidade e um admirador do pensamento grego da antiguidade, gosta de repetir uma pérola do advogado e intelectual Séneca: "Nunca a fortuna põe um homem em tal altura que não precise de um amigo". Sabemos que num posto de chefia deve prevalecer a postura profissional mas Ailson sempre soube manifestar o seu afeto e carinho com as pessoas que trabalham com ele. É por isso mesmo que vive em constante paz interior pois espalhar bondade e carinho com colegas de trabalho e amigos é com ele mesmo. Antonio Ailson da Silveira Medeiros está guardado no lado esquerdo do peito dos  filhos da terra dos monólitos.
Ailson com parte da equipe de trabalho: Meire, Davi e Daniel


quarta-feira, 10 de maio de 2017

<>EU TAMBÉM QUERO SER LADRÃO


 <>Estou querendo também ser ladrão! Fico pensando no grande sofrimento que meus pais teriam se aqui estivessem. Quanta tristeza e decepção para a minha filha, meu Deus! e meus amigos que sempre foram tão generosos para comigo. Os meus queridos e inesquecíveis ex alunos ficarão bem tristes, é bem verdade. Que dirão aqueles que  acompanham meu trabalho como radialista e sempre foram tão atenciosos. Mas, me perdoem, por favor! Quero mesmo roubar, é sério. Até já arquitetei como farei minha estreia no mundo dos donos do alheio. Começarei roubando a "MALDADE" que existe no coração de muita gente para que elas sintam como é belo gostar das pessoas, caminhar junto com elas e serem sempre solidárias. Serei um ladrão cheio de ambições e sem limites para praticar o roubo. Quero ser tão famoso como Jesse James, mas não roubar trens, bancos, carruagens. Estamos no século 21 e pretendo executar  outros delitos. Queria mesmo roubar do coração de muita gente o "CULTO AO DINHEIRO". Seria legal se entendessem que o dinheiro é para nos servir e não mandar na gente. Ficaria imensamente feliz se essas pessoas pudessem ver que há tantas coisas bonitas nesta vida. Quantas coisas belas passam despercebidas por essa gente como, por exemplo, o sorriso de uma criança, a sabedoria de uma pessoa idosa, as árvores, gente indo para o trabalho. Como seriam felizes se visitassem às pessoas doentes, fossem solidários com aqueles que estão precisando de ajuda. Depois de roubá-los,os lembraria  que a verdadeira beleza e felicidade e até riqueza vem de dentro das pessoas. Quero arranjar uma companheira que a chamarei de Clyde e me passarei por Bonnie, formando assim uma dupla de larápios da pesada. E, juntos, realizaremos um assalto que comprovará nossa fama. Saquearemos a "VAIDADE" tão presente no momento atual. Só assim, esses nossos amigos veriam que a beleza não é só no mundo físico, mas também podem ser sentidas nas coisas mais simples da vida. Se tirarmos do coração esta vaidade excessiva, perceberemos que não somos o melhor e mais importante no trabalho, na escola e sim resultado do que realizamos juntos. Veríamos que àquelas pessoas que possuem pouco, na verdade, possuem muito, pois fazem de cada dificuldade um canto para enaltecer a vida. Quantas vezes  o orgulho leva alguém a situações patéticas como fingir estar atendendo telefone celular para não falar com um cidadão simples. Jardins bonitos há muitos mas só traz alegria o jardim que nasce dentro da gente, falou sabiamente  o mestre Rubem Alves. Estamos esquecendo de viver quando brincamos com o sofrimento dos nossos irmãos ao não estendermos as mãos para prestar-lhe solidariedade. Tal só será possível se afastarmos esta vaidade excessiva. Para concluir minha entrada no mundo dos amigos do alheio, farei um roubo que chamará a atenção do rádio, da televisão e jornais e de toda a Internet. Num plano perfeito, tal qual um Al Capone, roubarei do coração de grande parte da humanidade o "INDIVIDUALISMO". Este sentimento provoca grandes prejuízos à nossa vida. Pessoas que sabemos ser maravilhosas são transformadas por este sentimento mesquinho. Não que a individualidade em si seja um mal, mas sim quando assumimos posições egoístas a ponto de nos sentirmos um rei, superiores a todos. Consagrados escritores, religiosos e até grande número de cientistas afirmam que fazem o bem é, sem sombra de dúvida, a verdadeira felicidade. Depois de me passar por estes personagens e voltando ao mundo real, talvez até fosse mesmo capaz de realizar um único roubo de verdade: Pegar flores nos mais bonitos jardins da cidade e entregar a cada amigo verdadeiro. Aí sim, nossa maior riqueza.
-Todas as imagens foram retiradas da Internet


segunda-feira, 8 de maio de 2017

<>O DESABAFO DE UMA CACHORRINHA ABANDONADA DA TERRA DOS MONÓLITOS<>

Ruas de Quixadá são invadidas por cachorros abandonados

O que ele fez para sofrer assim?
<>Hey moço, toca aqui na minha patinha! Me leve com você! Não precisa ter medo! Estou assim desfigurado, faminto, com frio,porque fui jogado nas ruas com meus amiguinhos! Não estou doente, não! Não sei mesmo porque fizeram isso conosco? O moço falou que lugar de cachorro era na rua e não em centros especiais. Olha, percebi que ele nos soltou para as ruas contra a sua vontade, pois percebi  lágrimas rolarem em seu rosto. Quem o obrigou a fazer isso?  Fico pensando nos meus filhotes e das outras mamães cachorrinhas que não têm para onde ir, pois não existem órgãos que nos recebam. Moço, esta é a cidade de Jesus, Maria e José e por que tanta gente mostra indiferença para com o nosso abandono? Sabe, dia desses, uma senhora bonita e elegante não permitiu que uma criança(a quem tanto amamos) se aproximasse de nós! A minha vizinha da calçada, onde dormimos, certa vez ouviu alguém falar assim: "Vamos deixar a Brigite no hotelzinho das cachorras, pois vamos viajar!" Me impressiona muito o fato de nos descartarem como se fôssemos objetos ! Não, seu moço, não comece a chorar, ainda há tanta gente boa nesta terra dos monólitos! É assim que vocês humanos chamam, não é? Ainda tem tantas pessoas que se lembram de nós, sabe? Tem jovens abençoados que conseguem alimentos, nos levam para casa, tentam arranjar um lar para nós! Deixa eu te contar: Tem um padre lá no Alto do São Francisco que reúne a juventude e consegue alimentos para diminuir nosso sofrimento. Deixa te contar outra: Tem um pastor, bem jovem, tão amigo, ele depois do culto alimenta meus irmãos em vários pontos da cidade. E tem uma gente linda, parece que serão doutores, que até remédios leva pra nós e nos dá umas vacinas. Não ria de mim, mas às vezes tenho medo daquelas agulhas! Tens uns homens com uma farda linda da polícia que são tão bons e até brincam com a gente. Olha, teve um deles que me levou para passear com seus cachorros. Sabe de uma coisa, a ausência que sentimos mesmo é dos homens que cuidam de nossa cidade. Sei que vocês humanos são organizados(mesmo?) e tem aqueles responsáveis pela organização na vida de uma cidade. Estes nunca deram às caras, pensem que nós somos lixos, moço! Moço, me desculpe, tô começando a chorar, lembrando que muitos de nós estamos doentes, abandonados, maltratados! Olha, o Senhor conhece algum desses homens que administram esta cidade? Vai lá, fala para eles que não somos objetos e , assim como todo vivente, somos filhos de um mesmo pai? Implore para eles arranjarem um cantinho para cuidarem de nós! Tem alguns que nos tratam mal e falam que estamos com fungos, sarnas e bactérias. Ora, se tem esses casos não é por culpa nossa e sim do abandono a que somos relegados. Tenho uma amiga cachorra chamada Beleza que falou ser crime abandonar todos os animais. Então, se é assim, cadê nossas autoridades? Porque não obrigam a nos levar para um lugar onde nos acolham. Moço, tenho certeza que meus colegas que vivem nas casas dessas autoridades tem vida de rei. Quem dera eu, tomar aqueles banhos, correr com as crianças, passear naqueles carrões. Olha, vou te contar um segredo porque confio em você, mas fica só entre nós, senão vão dizer que estou caducando, sou uma cachorra velha. Uma madrugada, apareceu alguém com um olhar tão bonito, tão manso, sorriso diferente e sentou-se perto da gente e corremos para seu colo. Depois de alimentar a todos nós, falou: "Não fiquem assim tão tristes, pois quando estive aqui, amei à todos, dei minha vida e também me maltrataram". Tão manso quanto chegou, se despediu da gente. Para lhe dar proteção o acompanhamos até um belo açude, onde desapareceu. Foi Jesus, foi sim, tenho certeza, todos nós vimos, todos nós.  Aperte a minha patinha, amigão! Obrigado pela atenção, meus bebês estão chamando com fome! Obrigado e não esqueça de pedir aos homens que comandam nossa bela cidade para lembrarem da gente e pode ter certeza de que, apesar de tudo, nós os amamos! Nós cachorros somos os melhores amigos das pessoas! Este texto tão simples, fabricado pelo portugues do coração, não é literatura fantástica. Não sou escritor e nem pretendo tal. Não é história fantástica, mas apenas palavras e uma forma que encontrei para expressar minha profunda revolta e da maioria dos quixadaenses com relação ao desprezo com nossos irmãos de criação que são jogados nas ruas como simples objetos. Imaginei uma cachorrinha pedindo nosso socorro e querendo nos mostrar todo o seu amor por nós.
Ele nos amam

Assim como nós, eles tem necessidades

Pessoas de bom coração acolhem alguns animais

Por que alguns o tratam como objetos