segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

<> ADEUS AMIGO MESSIAS MECÂNICO -ELE FOI CALMAMENTE LEVADO PELOS ANJOS DO SENHOR

<><>Fui colega de infância e juventude de Messias. Me sentia orgulhoso de ser seu amigo. Pessoa de bom caráter, honesto, educado, excelente profissional(mecânico dos bons), mas, acima de tudo, bom pai, amigo exemplar. Deixou uma lacuna difícil de ser preenchida. Estamos ainda chorando a sua partida, mas, o Todo Poderoso, entendeu que ele já tinha cumprido e muito bem a sua missão aqui na terra. Por ter cultivado o amor, a amizade, por aceitar os desígnios de Deus, certamente, está desfrutando de todas as regalias celestiais. Ele foi embora mas as lições que plantou ficarão eternizadas. Meu, nosso amigo Messias, teus ensinamentos de como devemos amar nossos irmãos não serão esquecidos. Termino esta singela homenagem ao inesquecível Messias lembrando dos meus tempos de professor quando gostava muito de recitar para meus alunos o que escreveu o poeta italiano Horácio na sua Ode Imortal: "Morreu digno de ser chorado por todos os bons!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

ESPAÇO CULTURAL(terra dos monólitos) - - MEMÓRIA: LANÇAMENTO DO PRIMEIRO LIVRO DA ESCRITORA ANGELICA NOGUEIRA: "UM TAL DE VOVÔ BANANEIRA

 

Angelica fala de seu primeiro livro. Na imagem, José da Páscoa, Luiz Oswaldo, Luciano Barreira e Dr. Gerardo.

<><><><><>Angélica Nogueira já produziu um legado literário muito interessante e se destacando pelo olhar poético na produção de seus textos. Os fatos simples, as pessoas invisíveis ganham importância nos seus livros. Nas imagens do ano de 1981, no auditório da "FECLESC", temos momentos do lançamento do primeiro livro da escritora: "Um Tal de Vovô Bananeira", narrando banhada de sentimentos a trajetória do Senhor Carlos Nogueira de Milão, um dos tipos populares mais conhecidos da terra dos monólitos pela alegria, pelo deboche de um irreverência inocente, mas afiada. A sua oficina de ferreiro era um lugar da boa molecagem, da alegria presente naquele doce Quixadá que os anos carregaram.  Na mesma noite do lançamento do livro de Angelica, tivemos a presença do consagrado escritor Luciano Barreira.

Vovô Bananeira

 

Dr. Antônio Magalhães, Tenente Iran, José da Páscoa, Luciano Barreira e Angélica Nogueira
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terça-feira, 9 de novembro de 2021

<>MARIA ELAIS DE SOUSA NOBRE - MODELO DE BONDADE NO CORAÇÃO. MUITO FEZ PELAS CRIANÇAS E MÃES QUIXADAENSES NO SEU TRABALHO NA MATERNIDADE.

Elais- Alma bondosa que cuidou de crianças e mães gestantes com muito amor

<><><><>Ela irradia uma aura de alegria e bondade. Podemos perceber em Maria Elais de Sousa Nobre a noção do dever que cumpriu com galhardia e o senso da família e ainda amor a família e aos amigos. Risonha, comunicativa e na sua grande simplicidade nem percebe que foi uma benfeitora no belo trabalho social que desenvolveu e na sala de aula quando por inúmeras vezes substituiu a dinâmica professora Baviera de Carvalho no Colégio das Irmãs. Estávamos nos anos 50 e Lais, então aluna daquele estabelecimento escolar, era convidada pela irmã Veneráble para lecionar quando se fizesse necessário. Inevitavelmente, ao lembrar desse tempo, bate uma saudade muito forte das colegas Iolanda, filha do Senhor |Curcino Holanda, Marleiba Viana, Zuleide Costa, Beta Adolfo, Maria Luiza Fontenele, Lúcia Helena Fonseca, Luiza Maria, Célia Gomes, dentre outras. Lembra, emocionada, dos passeios de charrete que sempre acontecia depois das aulas. Anos mais tarde, foi trabalhar na Maternidade jesus, Maria e José fundada por Padre Luiz Braga rocha com a finalidade de ajudar as gestantes e as crianças na qualidade e no direito a vida, uma vez que, na época, não havia nenhuma assistência a este público. Sua função era atender as mães cadastradas na Legião Brasileira de Assistência-LBA, onde eram distribuídos centro e trinta e cinco litros de leite por dia, dois litros por criança. Medir e pesar as crianças antes da consulta e quando saíam do consultório, entregar medicamentos e aplicar injeções caso fossem prescritas pelo médico. A LBA era também escola para as crianças de cinco a seis anos de idade e a professora titular era Lurdinha Cabral que era substituída por Lais quando havia necessidade de se afastamento da titular. Com lágrimas nos olhos, afirma que as crianças foram uma luz em sua vida, a alegria e felicidade daqueles dias. Lembra da convivência fraterna com os médicos Eudásio Barroso, Maranhão,  Arlindo Simões, Antônio Magalhães, Everardo silveira, Capelo, Dra Iris e com as enfermeiras Moura, Lourdes Albano, Lourdes França, Maria Martins, Maria Miguel, Edite, dentre outras profissionais. Fala com muita saudade da parteira  Maria Alves a quem chamava de minha mestra.  Maria Elais de Sousa Nobre nasceu na terra dos monólitos, filha de Luiz Nobre Câmara e Elisa de Sousa Câmara.  Muito contribuiu na educação de Jovens quixadaenses e sempre foi e é solidária com os mais simples. Na sua residência recebe a todos com um sorriso nos lábios e o coração  sempre transbordando de alegria, pois adora rever os amigos. Lais continua exercitando a vida com amor e determinação,  sempre agarrando-se a ideia de torná-la mais bela. Façamos para ela uma prece de agradecimento pelo exemplo que continua nos passando e por estar entre nós com toda alegria. 

Elaís(de óculos) observa com colegas a aula  da agrônoma Celina com o objetivo de aprenderem técnicas de plantação. Quando da colheita, as frutas e verduras eram utilizadas na Maternidade. 
Elais(a quarta, pela ordem)

A equipe da LBA aprendo técnicas de plantação 

Elais e o futuro professor Davi



Elais desenvolveu um grande trabalho humanitário
Elais em imagem dos tempos de professora e do trabalho na Maternidade
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terça-feira, 26 de outubro de 2021

<>VAMOS TODOS CANTAR PARABÉNS PARA O MUSEU HISTÓRICO JACINTO DE SOUSA - 37 ANOS DIVULGANDO A NOSSA BELA HISTÓRIA


Professora Maria Angélica Oliveira Cavalcante
<>Começo este texto por uma decisão própria que é destacar alguns nomes que lutaram incansavelmente para a criação do Museu Histórico Jacinto de Sousa: Aziz Baquit, o prefeito que só sossegou quando aconteceu a inauguração em 27 de outubro de 1984; Luiz Oswaldo Sant'Íago Moreira de Sousa, então, Secretário de Educação e Cultura; Professora Regina Amorim; João Eudes Costa, Dr. Aílson da Silveira Medeiros; João Eudes Costa, Professora Maria Angélica Oliveira Cavalcante e outros bravos quixadaenses. Um nome, no entanto, merece destaque especial porque trabalhou ,incansavelmente, na montagem do Museu. No caso, o médico Antônio Moreira Magalhães. As reuniões de trabalho aconteciam nas dependências da Biblioteca Municipal. Lembro da visita de todos esses benfeitores nas casas de família na busca de peças que pudessem ser doadas ao equipamento. Mas, é preciso destacar que toda a comunidade se engajou no projeto da criação do espaço como Rotary, Lions, o comércio, colégios e demais seguimentos. Foi denominado por lei municipal em 2000, de Museu Histórico Jacinto de Sousa em homenagem ao artista quixadaense reconhecido em todo o país. Parabéns a todos os trabalhadores do nosso Museu, os de ontem e de hoje. Vamos visitar o Museu Histórico Jacinto de Sousa. Certamente, iremos aprofundar o  conhecimento sobre a nossa bela história. 
Aziz Baquit- governou nosso município em dois momentos: 1973-1977; 1983-1989

Dr. Antônio- um guerreiro na luta pela implantação do Museu


 

Luiz Oswaldo- Secretário de Educação e Cultura no governo de Aziz Baquit(1983-1989)
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<>IMAGEM RARA DE FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL, AGÊNCIA DE QUIXADÁ, 1993


 <>Garimpei mais esta pérola, amigos. Uma imagem de funcionários do Banco do Brasil e convidados da comunidade. Em pé, da esquerda para a direita: Morvan, Henrique Jorge, Francidálio, Francisco de Assis Rolim, José Pessoa Dantas, Aloísio da Silva Rabelo(Chefe), Luis Augusto, Folha do Vale(gerente), Vera Lúcia, Maria Íris, Maria Lucilene, Edmar, Marcos Antônio, José Geraldo Maciel, José Fernando; Sentados nas cadeiras(da esquerda para a direita): João Antônio, Gladstone, Nivaldo, Teresa Neuma, Wanderley, Marinete, Maria do Socorro, Liduina Viana, Maria Inês, Acyro Alencar, Hélia Dinelly; Sentados no chão (da esquerda para a direita): Cristiano, Francisco de Assis, Irisvalda, Marcos Estevão, Edilson Belisário, Raimundo Dantas, Marcelo Amaro, Almeida, Neres e Hélio Duarte. Esta foto foi batida por ocasião do aniversário de 50 anos do Banco do Brasil em junho de 1993. estas pérola localizamos no escritório do Senhor Aloísio Rabelo que , gentilmente, nos permitiu esta cópia. Esta imagem foi descartada por um funcionário do banco e coube ao Senhor Aloísio recuperar e deixá-la exposta no seu escritório. Na presença de informações erradas no texto, por favor nos ajude no espaço dos comentários. Estou feliz pois me deparei com mais esta pepita(imagem) da vida quixadaense.

domingo, 24 de outubro de 2021

<>QUEM FOI MESMO O FUNDADOR DE QUIXADÁ? JOSÉ FERREIRA DE BARROS OU SEU FILHO JOSÉ DE BARROS FERREIRA JUNIOR?

Imagem antiga da terra dos monólitos

<>Já faz bom tempo que venho convivendo com uma incerteza, pois não sei se nego ou confirmo uma informação que tenho desde os tempos de aluno do Colégio do Padre. José Ferreira de Barros é mesmo o fundador de Quixadá? Foi ele ou o filho dele? O jeito é apelar para os craques da nossa história. Mestre João Eudes, me socorra nesta dúvida que  perturba meu já perturbado juízo. Esperarei que apareça um portador e pergunte ao professor  Will Holanda aí no outro lado da vida. Pediria ao mesmo portador para consultar o mais quixadaense de todos os pernambucanos, José Eusébio Nery Alves de Sousa que esteve em nossa cidade no período de 1922 a 1926(século passado) exercendo o cargo de magistrado, mas publicando livros sobre nossa história.  Quero comemorar os 151 da bela terra dos monólitos com uma certeza, digamos, matemática. Possível! Talvez sim, talvez não! Mas aí é que está o encanto do fazer histórico que parece nunca terminar. Esta minha agonia cultural(existe isso?) começou quando li um texto do dileto amigo Cícero Costa, filho do inesquecível casal Senhor Oswaldo e a doce Ester. Este jovem afirma com segurança que José Ferreira de Barros nasceu em Freguesia do Cabo, Pernambuco segundo todos os livros históricos até hoje. José de Barros Ferreira Junior que nasceu em Aracati, é na verdade, o fundador da bela Quixadá. José de Barros Ferreira Júnior cresceu com um espírito empreendedor herdado da família e desde menino, ouvia de sua família e amigos, as histórias sobre as terras de Quixadá. Cresceu sonhando de um dia tornar-se dono deste maravilhoso tesouro escondido no coração do Sertão Central cearense. Em 1747, José de Barros Ferreira Júnior compra de Manoel da Costa Travassos o Sítio Quixedá - Quixadá. E partiu com sua caravana, de Aracati a Quixadá, composta de jumentos, burros atrelados em carroças sobrecarregados de alimentos, água, medicamentos e pertences. Na carruagem principal, a imagem da Sagrada Família Jesus, Maria e José. José de Barros Ferreira Júnior tinha um título de Capitão e ao chegar a casa da Fazenda, onde hoje se encontra a torre da operadora telefônica OI, de frente a casa da Fazenda e junto com sua caravana, afixa ali uma Cruz de Madeira entrelaçada, onde mais tarde construiria uma Igreja (Igreja Sagrado Coração de Jesus) e os animais das caravana ficaram alojados onde hoje é a "Praça do Leão".  Assegura o  incansável pesquisador quixadaense. Há informações de que José de Barros Ferreira Junior morreu em Quixadá em 03.06.1795 e que ele teria sido sepultado na Igreja Sagrado Coração de Jesus. Foi mesmo ou precisa de uma confirmação mais precisa. Dúvidas, dúvidas, dúvidas, por que me perseguem? Afastai de mim essas dúvidas, Senhor! Quero comemorar em paz o aniversário da cidade mais linda do Ceará. E a praça mudará de nome para José de Barros Ferreira Junior? José Ferreira de Barros ou José de Barros Ferreira Junior? Quem é mesmo o fundador da terra dos monólitos?
Cícero Costa-Incansável pesquisador de nossa história









Sangria do açude do Cedro

Galinha Choca- atração turística da bela Quixadá



Linda terra rica, querida



Praça José de Barros nos anos 20

Praça José Ferreira de Barros ou Praça José de Barros Ferreira Junior?
<>Imagens retiradas da Internet


João Eudes Costa, um dos maiores divulgadores de nossa história
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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

<>A EPOPEIA DE UM CAMPEÃO - QUIXADÁ, A GRANDE VENCEDORA DO INTERMUNICIPAL(COPA DO SERTÃO) DE 1963


 

<>VITALINAS - CRÔNICA ESCRITA POR RACHEL DE QUEIROZ NA REVISTA " O CRUZEIRO" -ÚLTIMA PÁGINA

Luiz Wanderley gravou com sucesso "Moça Velha"

Flor "moça Velha"

Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina e o que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem fora do alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaço de fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme a popularizou a cantiga, é a solteirona, a môça-velha que se enfeita - bota pó e tira pó - mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, guardada intacta.

As cidades grandes já hoje quase desconhecem essa relíquia da civilização cristã, que é a solteirona, a donzela profissional. Porque, se hoje como sempre, continuam a existir as mulheres que não casam, elas agora vão para tôda a parte, menos para o caritó. Para as repartições e os escritórios e os balcões de loja, para as bancas de professora, e até mesmo, Deus que me perdoe, para esses amores melancólicos e irregulares com um home que tem outros compromissos, e que não lhes pode dar senão algumas poucas horas, de espaço a espaço, e assim mesmo fugitivas e escondidas.

De qualquer forma, elas já não se sentem nem são consideradas um refugo, uma excrecência, aquelas a quem ninguém quis e que não têm um lugar seu em parte nenhuma.

Pela província, contudo, é diferente. Na província os preconceitos ainda são poderosos, ainda mantêm presa a mulher que não tem homem de seu (o homem de uso, como se chama às vezes ao marido...) e assim, na província a instituição da titia ainda funciona com bastante esplendor. E o curioso é que raramente são as môças feias, as imprestáveis, as geniosas, que ficam no caritó. Às vezes elas são bonitas e prendadas, e até mesmo arranjadas, com alguma renda ou propriedade, e contudo o alusivo marido não apareceu. Talvez porque elas se revelaram menos agressivas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas da família na caçada matrimonial?

A gente as conhece mocinhas, botões de flor cheios de esperança e de graça adolescente. Que pele, que dentes, que cabelos, que cintura! Por uns anos se deixa de vê-las, e então quase não se as conhece mais - ressequidas ou obesas, azêdas, beatas. Fazendo crochê ou se especializando em outras coisas igualmente inúteis, ressentidas, solitárias, queixando-se de imaginários achaques, e tão semelhantes ao tipo caricatural da solteirona pintado nos livros e nos palcos, que até parece escolheram o modelo e o copiam com exemplar fidelidade.

Falta de homem? Bem, é um dos motivos. Na província os homens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois, também contribuiu para a existência das solteironas a reclusão mourisca que muito pai ainda costuma impor às filhas moças. Cobra que não anda não engole sapo. Aí, por estas províncias além ainda existe muito pai carrança que só deixa a filha sair para ver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bem acompanhada. Reclusas, as meninas vão ficando tímidas, e dentro de um pouco, já são elas próprias que se escondem com cerimônia dos estranhos.

Depois, - parece incrível - mas o egoísmo das mães também contribui. Uma filha moça, no interior, não é, como na China, uma praga dos deuses. É, ao contrário, uma auxiliar barata e preciosa, a ama-seca dos irmãos menores, a professora, a costureira, o descanso da mãe. E então as mães, para não perderem a ajudante insubstituível, se associam aos pais no zelo exagerado, traindo a solidariedade do sexo por outra mais imperiosa, a solidariedade na exploração.

Menina de cidade, passeando de lambreta, morando nos cinemas, mal sabe como é dura a sorte da mocinha de interior. Nas famílias mais pobres, então! De pequenina, sete a oito anos, já recebe um irmão menor para criar, e o uso é que o crie completamente, assumindo tôda a responsabilidade, como se a própria mãe o fora. Fazer mingau, banhar o menino, balançá-lo para dormir, atendê-lo à noite (inclusive nas doenças), carregá-lo. Às vezes são tão pequeninas que não podem com o irmão nos braços e por isso inventaram o uso de o carregar no quadril, e têm delas que ficam tortas, só do pêso permanente que levam do lado direito durante toda a infância. Também das meninas é a obrigação de trazer água para casa; e, quando os irmãos crescem, são elas que lhes lavam e engomam a roupa e cozinham a comida. Nas famílias mais pobres elas também vão para o roçado, junto com os homens de casa, limpar de enxada. E o sinal de que uma família tem moça muito mimosa e de bom trato, é dizer-lhe que ela não sabe o que é enxada. Mas apanhar feijão e algodão todas apanham, mesmo as de luxo.

E, enquanto isso, que faz a mãe? A mãe dá conta da obrigação de Eva, e bota filhos no mundo, regularmente, um por ano. Doze, quinze, dezesseis, vinte. Escangalhadas por tanta maternidade, pelos partos mal assistidos, aos trinta anos já são umas megeras, sem carnes e sem dentes, e passam a vida acocoradas no batente da porta ou à beira do fogo, fumando cachimbo, enquanto o feto lhe cresce nas entranhas, e as meninas trabalham.

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Aliás, me desviei das vitalinas. Porque essas meninas muito pobres quase sempre acham marido. As titias proliferam com abundância é na classe dos remediados e dos meio-ricos. Não que a môça nestes grupos esteja sujeita a uma escravidão menor. Apenas o trabalho é menos duro nas casadas onde se pode pagar uma empregada, ou onde se tem aquela outra mártir doméstica, - a menina que de garota se tomou para criar. A que chama os patrões de padrinhos, pequena escrava para quem a Princesa Isabel nunca existiu. A primeira que acorda, a última que dorme, não há serviço, por pior, que não lhe imponham, nem direito, por menor, que lhe reconheçam. Para dormir tem uma rêde armada a um canto, come às pressas na cozinha o resto das panelas, veste a roupa velha das meninas da casa e lá um vestido de chita nova, nas festas. Essas, contudo, embora raramente se casem, (ou fujam e se percam), pois as madrinhas desviam qualquer pretendente no susto de perderam a cativa, depois de mulheres feitas quase nunca realizam a figura da vitalina guardada no caritó. De escravas que foram quase sempre se transformam em tiranas, assumem a direção da casa quando a senhora envelhece e as moças indolentes não a disputam. Viram-se na Dindinha, na Mãe-Titó, na Tia-Bá, eminência negra ou parda em cujas mãos capazes fica praticamente entregue o governo da família.

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Não sei o que dirá disso a moral tradicional, mas creio que, felizmente, a existência da vitalina, mesmo na província, já anda perto do fim. A instituição da moça livre ou da mulher de carreira, segundo os modelos da América e da Europa, já tão bem copiada no Rio e em São Paulo, é uma tentação muito grande. Qual a môça que tendo possibilidade de viver do seu emprego, no seu próprio apartamento, onde, se lhe falta o aconchego do marido, restam sempre os consolos da liberdade, qual a moça que escolherá viver de favor em casa do irmão, sob a tirania da cunhada?

Será um mal a substituir outro, dirão. Pois bem nenhum sairá dessa nova liberdade. A isso não respondo, que não sei: o que posso dizer é que será, de qualquer jeito, um mal muito menos melancólico.

Fonte de Consulta: "Memória Viva"

<>Todas as imagens foram retiradas da Internet

Rachel de Queiroz no açude do Cedro

Santo Antônio casamenteiro

Rachel de Queiroz - anos 50


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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

<>CASTELO E AS PIPOCAS SÃO LUIS - HÁ QUASE 50 ANOS LEVANDO ALEGRIA AS CRIANÇAS DE 5 A 100 ANOS DE IDADE


Castelo é como um Deus das crianças

A presença de Castelo é a certeza do cheiro de infância

A sua profissão lhe traz muitas alegrias

Praça da estação


<><><><>Quando cai a tarde e passamos pela praça José Marques de Sousa sentimos logo de cara um forte cheiro de infância que vem do carrinho das pipocas São Luis de propriedade do simpático trabalhador de rua e homem de bem, o nosso amigo Castelo. São 45 anos na profissã de pipoqueiro e com muito orgulho e alegria. Tenho quase que certeza de que se este cidadão parasse de viver exclusivamente da pipoca, ele adoeceria. Este seu trabalho é tudo para ele. A velha praça da estação é um ótimo lugar para toda a família e tem um espaço para as crianças brincarem. Muitos fazem caminhada naquele local e comparecem também para uma boa conversa e há também os jovens enamorados que por ali passeiam como as borboletas.Por esses motivos, Castelo fez daquele local o seu preferido para vender suas apreciadas pipocas batizadas de "São Luis". O seu primeiro local de trabalho foi a praça José de Barros onde conquistou a preferência das crianças e dos adultos. Fico feliz quando chega a hora de minha caminhada para ter a oportunidade de saborear as pipocas preparadas pelo mestre Castelo. Aqui em casa fazem no micro-ondas mas, falo com sinceridade, prefiro a velha e boa pipoca preparada na panela. Ele é um craque no preparo e elas ficam com um gosto incrível. Ainda distante da praça sinto aquele barulho(ploc, ploc, ploc). Aquele estouro anunciando que elas estão prontas. Aquele barulho me faz lembrar dos filmes de bang bang que assisti no icônico "Cine Yara". Castelo e suas pipocas São Luis tem o poder de trazer de volta as coisas bonitas da vida. Olhando para aquele carrinho, uma certeza toma conta de minha pessoa: As coisas mais simples da vida são as que nos fazem verdadeiramente felizes.


sábado, 29 de maio de 2021

<>OUVINTES E AMIGOS CHORAM A PARTIDA DO RADIALISTA RODRIÃO MUNIZ À CASA DO PAI


Rodrião e seus colegas do rádio: Juarez Sá, Audílio Moura, Luis Lopes e Washington Caveirão

Rodrião nos tempos de professor

O radialista era devoto de Jesus, Maria e José

Rodrião adotou Quixadá como a cidade do seu coração

 O radialista Rodrião Muniz que, durante bom tempo, brilhou no radio quixadaense, trabalhando nas Rádios Cultura, Monólitos e ainda, em diversas "Fms" que começaram a funcionar a partir dos anos 90, acaba de falecer. Este filho do Juazeiro, sempre lembrava com saudades dos bons tempos que em que conquistou uma legião de ouvintes que acompanhavam com muito interesse seus programas jornalísticos apresentados com um estilo bem diferente do convencional. Rodriao adotou um tom mais arrojado nos seus noticiosos., levando para o microfone os anseios da população que tinha nele uma espécie de"amigo de todas as horas". Realizava uma cobertura dinâmica e completa do que acontecia na terra dos monólitos. Em pouco tempo, tornou-se um dos radialistas mais populares da cidade. Tendo a simplicidade como marca maior, logo fez grandes amizades em todas as camadas. Recebeu tanto carinho que resolveu adotar Quixadá como a sua segunda cidade. Morou um bom tempo e inclusive, recebeu o título de cidadão quixadaense, propositura do vereador Cristiano Góis, no ano de 2004. A sua vinda para a terra dos monólitos se deu depois de uma experiência que não foi bem sucedida no rádio de Fortaleza. "As dificuldades eram muitas e muitos colegas não me ajudaram" desabafava com uma certa mágoa. Funcionário dos correios, na época, pediu transferência para a cidade que o adotaria como filho.

Filho de Rodriao Ferreira de Sousa e dona Josefa, sempre gostou de estudar, tendo exercido, muito jovem ainda, a profissão de professor. Em contato com a leitura, foi armazenando um grande repertório de conhecimentos que lhe ajudaria bastante no rádio. Estudioso, não foi difícil adentrar aos "correios", nos primeiro anos da década de 70. Telegrafista, função de grande importância na época, passou então a ter contatos com grandes jornais e emissoras de rádio pois era encarregado de enviar as notícias. Não demorou muito e passou a ser correspondente do jornal"Tribuna do Ceará", tendo permanecido por vários anos. Começou na "Rádio Iracema", apenas comentando mas logo passou a dividir a apresentação de programas jornalísticos ao lado de verdadeiras feras do rádio juazeirense. Rodriao fazia questão de citar grandes referencias como Marcos Valério, Vilmar Lima, Aucelí Sobreira, Geraldo Alves, João Eudes, Alves Filho, dentre outros. No rádio quixadaense, citava Jonas Sousa como um marco muito forte na sua carreira.
Com certeza,muitos quixadaenses não esquecerão do radialista e amigo. Ao anunciar sua volta para Juazeiro, muitos ouvintes se pronunciaram pedindo que permanecesse. A imensa legião de amigos lamentou bastante a partida deste romeiro assumido. Mas Rodriao não esquecia Quixadá e, sempre que podia, vinha visitar amigos e colegas do microfone. De uma coisa, vocês podem ter certeza: Este pacato cidadão gostava tanto de nossa terra que, mesmo devoto do Padre Cícero, acompanhava a procissão de nossos padroeiros, Jesus, Maria e José! E sobre a santíssima trindade ele afirmava que: "São dignos do respeito mais profundo. Paro aqui de escrever, pois, estou chorando como se fosse a perda de uma pessoa da família

quinta-feira, 27 de maio de 2021

<>UMA SAUDADE IRREMOVÍVEL - - LEMBRANÇAS DA RUA RODRIGUES JUNIOR(Texto do memorialista Gilson Ferreira Lima)

Cronista Gilson Ferreira Lima
Na Rodrigues Junior ficava a famosa mercearia do Zeca Metero(Desenho de Waldizar Viana)

<><><><>Em Quixada CE, tem uma rua de nome RODRIGUES JUNIOR, na qual até aos dias de hoje, vivencia-se com grande intensidade toda ebulição social daquela cidade. Outrora, 1960, era naquela artéria que os transeuntes percorriam, da estação ferroviária até ao centro: praça da Matriz. Por ali se via toda a movimentação social; os passageiros dos trens, os carreteiros (chapeados), o comercio mais importante da tímida cidade Era lindo. Romântico, todos sabendo quem vinha, quem saia, cortando três grandes e memoráveis praças: Praça da Estação (hoje praça Dedé Preto), Praça coronel Nanam e ao final dela, a praça da Matriz. No intercorrer dela, de início tinha a casa do Agente da RFESA, na época o Senhor Alencar que também tinha um comercio muito surtido que na falta desse o seu filho Jose Maria Libório Alencar veio a gerenciar. Não vou minudar face toda ela ser contida de história memoráveis e nesse espaço o meu objetivo é um outro que ainda me salta em todos meus pensamentos. Além do que. Nesse relato possa e3u falhar em algum dado e ou em algum nome celebre. Citá-los-ei, topicamente, só para enfeitar o meu relato. Pela lado direito de que vai da estação ferroviária ao centro: Assis Belo, Barbearia do Júlio Lelis, Jose Heméterio, Bar do Nilo Lopes, Posto de Taxi do Neném Nascimento, Loja do Marcelino Pessoa de Queiroz, Sede do Bangu F.Clube, Sapataria dos Paraíbas, Residência do Senhor Fausto Candido e no quarteirão seguinte a Farmácia do Senhor Jose Forte, Usina de Luz, Padaria e residência do Senhor Zilcar Holanda, Banco do Brasil, centro Espírita Humberto de Campos, Residência do Senhor Lalu e D.Liinha, Farmácia Pasteur e Residência e consultório do José Belizário de Sousa. Antes que entre no quarteirão seguinte, pelo lado esquerdo dessa rua pouca edificação, mas das poucas existentes, a imponência da Usina de Algodão do senhor Abrahão Baquit e a casa do Anísio Lopes. O quarteirão final, que vai da esquina dos Jucás até ao comercio do senhor Júlio Português e D.Branca. Aquele quarteirão ficava em frente à praça da Matriz, colégio C.S.C.J e, no meio desse quarteirão havia uma tamarineira situada em frente da casa do Senhor Luiz Ricardo da Silveira e Alaíde, duas Filhas Cleine e Cleide, e dois filhos Ítalo e Welington(falecido) que cheguei ainda a conhece-lo. Que chovesse ou fizesse sol, estávamos lá no uso fruto daquela sombra, curtindo uma radiola vermelha do Ítalo a escutar velhas músicas e grande brincadeiras. Dos tantos amigos frequentes me lembro do Rubens Targino Braga. José Augusto Monteiro (Dudu), Luciano Ferreira Lima (Fanin), Gerardo Gomes, Carlos Eduardo Nogueira, e vez por outra chegava a Alaíde com suas prosas, sua alegria enfeitava aquele pedaço e ali era o ponto estratégico para visualizarmos as garotas que saíam do Colégio com suas fardas azuis, linda, meias brancas e sapatos pretos invariavelmente. Uma visão inesquecível. Esse conto me veio à mente porquanto havia eu há poucos minutos tentar definir o que realmente é SAUDADE ? E DIZIA EU: É A FALTA DAQUILO QUE NÃO TEMOS MAIS. LONGE DOS OLHOS E PERTO DO CORAÇÃO e por essa razão me lembrei dessa fase boa de minha vida. Não vivo de saudades, porém elas me acompanham “ad-ethernum” (Gilson Ferreira Lima)
A Casa de Agente ficava na Rodrigues Junior

Na rua Rodrigues Junior fica a sede da AQL onde funcionava o motor de luz

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

<>MARIA ELBA SE SOUSA OLIVEIRA É HOMENAGEADA COM NOME DE RUA NO CONJUNTO NOVO BAVIERA.

Mãe Elba- modelo de bondade

<>A terra dos monólitos cresce a passos largos e os conjuntos habitacionais surgem como soluções habitacionais. Dentre eles, podemos citar o "Novo Baviera", na verdade, uma continuação do bairro do mesmo nome surgido na década de 80 do século passado. A medida que o novo espaço vai sendo ocupado por novos moradores, eles e os administradores, começam a pensar nos nomes das ruas, pois o valor simbólico é enorme. Neste novo conjunto algumas pessoas já foram homenageadas num primeiro momento. São muitos os fatores que determinam o nome de uma rua como um fato histórico, uma referência comercial. Mas, com relação a homenagem que foi feita a inesquecível Maria Elba de Sousa Oliveira, o que foi levado em conta foi por ela ter sido a mais linda das flores que nossa família e os amigos conheceram. Tudo entregou de si para o bem da família e dos amigos sem jamais exigir algo em troca. "Mãe Elba" como era carinhosamente tratada por todos sempre foi uma pessoa comunicativa, convivendo com pessoas de todas as idades. Este ser humano tão cheio de encantamento, nasceu em 20.02.1912 na terra dos monólitos. Casou-se em 15.07.1939 com o macapaense,Raimundo Gomes de Oliveira, e desta união nasceram: Angélica, José, Francisco, Raimundo , Jonas e Maria José. Sua casa era muito frequentada e todos ficavam bem à vontade, pois, gostava de uma boa prosa. Adorava uma boa música e apreciava as vozes de Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Carlos José e Luiz Gonzaga. Vibrava com as vitórias do time do seu coração, o Fortaleza, e era uma ouvinte assídua dos programas de rádio. Admirávamos tantas virtudes desta grande mulher, em especial, a grande bondade do seu coração. O que nunca esquecemos dela é fato de sempre ter visto as coisas da vida pela óptica do otimismo e uma alegria sempre presente. Elba tornou-se cidadã do céu em 21.04.1997. Foram 85 anos bem vividos e desejaríamos vê-la, novamente. Mas, tal não será possível porque ,hoje, encontra-se no seio de Deus e, certamente, numa vida mais pura e de uma felicidade verdadeira.

Parte da rua Maria Elba de Souza Oliveira

 

Professora Angélica-Mamãe foi uma anjo bom em nossa vida

Raimundo Sousa não esquece de sua doce mãezinha 

Mazé Oliveira-temos saudades da grande lição de vida que foi nossa querida mãe Elba

Radialista Jonas Sousa não esquece da bondade de sua queria mãe
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