terça-feira, 26 de outubro de 2021

<>VAMOS TODOS CANTAR PARABÉNS PARA O MUSEU HISTÓRICO JACINTO DE SOUSA - 37 ANOS DIVULGANDO A NOSSA BELA HISTÓRIA


Professora Maria Angélica Oliveira Cavalcante
<>Começo este texto por uma decisão própria que é destacar alguns nomes que lutaram incansavelmente para a criação do Museu Histórico Jacinto de Sousa: Aziz Baquit, o prefeito que só sossegou quando aconteceu a inauguração em 27 de outubro de 1984; Luiz Oswaldo Sant'Íago Moreira de Sousa, então, Secretário de Educação e Cultura; Professora Regina Amorim; João Eudes Costa, Dr. Aílson da Silveira Medeiros; João Eudes Costa, Professora Maria Angélica Oliveira Cavalcante e outros bravos quixadaenses. Um nome, no entanto, merece destaque especial porque trabalhou ,incansavelmente, na montagem do Museu. No caso, o médico Antônio Moreira Magalhães. As reuniões de trabalho aconteciam nas dependências da Biblioteca Municipal. Lembro da visita de todos esses benfeitores nas casas de família na busca de peças que pudessem ser doadas ao equipamento. Mas, é preciso destacar que toda a comunidade se engajou no projeto da criação do espaço como Rotary, Lions, o comércio, colégios e demais seguimentos. Foi denominado por lei municipal em 2000, de Museu Histórico Jacinto de Sousa em homenagem ao artista quixadaense reconhecido em todo o país. Parabéns a todos os trabalhadores do nosso Museu, os de ontem e de hoje. Vamos visitar o Museu Histórico Jacinto de Sousa. Certamente, iremos aprofundar o  conhecimento sobre a nossa bela história. 
Aziz Baquit- governou nosso município em dois momentos: 1973-1977; 1983-1989

Dr. Antônio- um guerreiro na luta pela implantação do Museu


 

Luiz Oswaldo- Secretário de Educação e Cultura no governo de Aziz Baquit(1983-1989)
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<>IMAGEM RARA DE FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL, AGÊNCIA DE QUIXADÁ, 1993


 <>Garimpei mais esta pérola, amigos. Uma imagem de funcionários do Banco do Brasil e convidados da comunidade. Em pé, da esquerda para a direita: Morvan, Henrique Jorge, Francidálio, Francisco de Assis Rolim, José Pessoa Dantas, Aloísio da Silva Rabelo(Chefe), Luis Augusto, Folha do Vale(gerente), Vera Lúcia, Maria Íris, Maria Lucilene, Edmar, Marcos Antônio, José Geraldo Maciel, José Fernando; Sentados nas cadeiras(da esquerda para a direita): João Antônio, Gladstone, Nivaldo, Teresa Neuma, Wanderley, Marinete, Maria do Socorro, Liduina Viana, Maria Inês, Acyro Alencar, Hélia Dinelly; Sentados no chão (da esquerda para a direita): Cristiano, Francisco de Assis, Irisvalda, Marcos Estevão, Edilson Belisário, Raimundo Dantas, Marcelo Amaro, Almeida, Neres e Hélio Duarte. Esta foto foi batida por ocasião do aniversário de 50 anos do Banco do Brasil em junho de 1993. estas pérola localizamos no escritório do Senhor Aloísio Rabelo que , gentilmente, nos permitiu esta cópia. Esta imagem foi descartada por um funcionário do banco e coube ao Senhor Aloísio recuperar e deixá-la exposta no seu escritório. Na presença de informações erradas no texto, por favor nos ajude no espaço dos comentários. Estou feliz pois me deparei com mais esta pepita(imagem) da vida quixadaense.

domingo, 24 de outubro de 2021

<>QUEM FOI MESMO O FUNDADOR DE QUIXADÁ? JOSÉ FERREIRA DE BARROS OU SEU FILHO JOSÉ DE BARROS FERREIRA JUNIOR?

Imagem antiga da terra dos monólitos

<>Já faz bom tempo que venho convivendo com uma incerteza, pois não sei se nego ou confirmo uma informação que tenho desde os tempos de aluno do Colégio do Padre. José Ferreira de Barros é mesmo o fundador de Quixadá? Foi ele ou o filho dele? O jeito é apelar para os craques da nossa história. Mestre João Eudes, me socorra nesta dúvida que  perturba meu já perturbado juízo. Esperarei que apareça um portador e pergunte ao professor  Will Holanda aí no outro lado da vida. Pediria ao mesmo portador para consultar o mais quixadaense de todos os pernambucanos, José Eusébio Nery Alves de Sousa que esteve em nossa cidade no período de 1922 a 1926(século passado) exercendo o cargo de magistrado, mas publicando livros sobre nossa história.  Quero comemorar os 151 da bela terra dos monólitos com uma certeza, digamos, matemática. Possível! Talvez sim, talvez não! Mas aí é que está o encanto do fazer histórico que parece nunca terminar. Esta minha agonia cultural(existe isso?) começou quando li um texto do dileto amigo Cícero Costa, filho do inesquecível casal Senhor Oswaldo e a doce Ester. Este jovem afirma com segurança que José Ferreira de Barros nasceu em Freguesia do Cabo, Pernambuco segundo todos os livros históricos até hoje. José de Barros Ferreira Junior que nasceu em Aracati, é na verdade, o fundador da bela Quixadá. José de Barros Ferreira Júnior cresceu com um espírito empreendedor herdado da família e desde menino, ouvia de sua família e amigos, as histórias sobre as terras de Quixadá. Cresceu sonhando de um dia tornar-se dono deste maravilhoso tesouro escondido no coração do Sertão Central cearense. Em 1747, José de Barros Ferreira Júnior compra de Manoel da Costa Travassos o Sítio Quixedá - Quixadá. E partiu com sua caravana, de Aracati a Quixadá, composta de jumentos, burros atrelados em carroças sobrecarregados de alimentos, água, medicamentos e pertences. Na carruagem principal, a imagem da Sagrada Família Jesus, Maria e José. José de Barros Ferreira Júnior tinha um título de Capitão e ao chegar a casa da Fazenda, onde hoje se encontra a torre da operadora telefônica OI, de frente a casa da Fazenda e junto com sua caravana, afixa ali uma Cruz de Madeira entrelaçada, onde mais tarde construiria uma Igreja (Igreja Sagrado Coração de Jesus) e os animais das caravana ficaram alojados onde hoje é a "Praça do Leão".  Assegura o  incansável pesquisador quixadaense. Há informações de que José de Barros Ferreira Junior morreu em Quixadá em 03.06.1795 e que ele teria sido sepultado na Igreja Sagrado Coração de Jesus. Foi mesmo ou precisa de uma confirmação mais precisa. Dúvidas, dúvidas, dúvidas, por que me perseguem? Afastai de mim essas dúvidas, Senhor! Quero comemorar em paz o aniversário da cidade mais linda do Ceará. E a praça mudará de nome para José de Barros Ferreira Junior? José Ferreira de Barros ou José de Barros Ferreira Junior? Quem é mesmo o fundador da terra dos monólitos?
Cícero Costa-Incansável pesquisador de nossa história









Sangria do açude do Cedro

Galinha Choca- atração turística da bela Quixadá



Linda terra rica, querida



Praça José de Barros nos anos 20

Praça José Ferreira de Barros ou Praça José de Barros Ferreira Junior?
<>Imagens retiradas da Internet


João Eudes Costa, um dos maiores divulgadores de nossa história
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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

<>A EPOPEIA DE UM CAMPEÃO - QUIXADÁ, A GRANDE VENCEDORA DO INTERMUNICIPAL(COPA DO SERTÃO) DE 1963


 

<>VITALINAS - CRÔNICA ESCRITA POR RACHEL DE QUEIROZ NA REVISTA " O CRUZEIRO" -ÚLTIMA PÁGINA

Luiz Wanderley gravou com sucesso "Moça Velha"

Flor "moça Velha"

Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina e o que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem fora do alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaço de fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme a popularizou a cantiga, é a solteirona, a môça-velha que se enfeita - bota pó e tira pó - mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, guardada intacta.

As cidades grandes já hoje quase desconhecem essa relíquia da civilização cristã, que é a solteirona, a donzela profissional. Porque, se hoje como sempre, continuam a existir as mulheres que não casam, elas agora vão para tôda a parte, menos para o caritó. Para as repartições e os escritórios e os balcões de loja, para as bancas de professora, e até mesmo, Deus que me perdoe, para esses amores melancólicos e irregulares com um home que tem outros compromissos, e que não lhes pode dar senão algumas poucas horas, de espaço a espaço, e assim mesmo fugitivas e escondidas.

De qualquer forma, elas já não se sentem nem são consideradas um refugo, uma excrecência, aquelas a quem ninguém quis e que não têm um lugar seu em parte nenhuma.

Pela província, contudo, é diferente. Na província os preconceitos ainda são poderosos, ainda mantêm presa a mulher que não tem homem de seu (o homem de uso, como se chama às vezes ao marido...) e assim, na província a instituição da titia ainda funciona com bastante esplendor. E o curioso é que raramente são as môças feias, as imprestáveis, as geniosas, que ficam no caritó. Às vezes elas são bonitas e prendadas, e até mesmo arranjadas, com alguma renda ou propriedade, e contudo o alusivo marido não apareceu. Talvez porque elas se revelaram menos agressivas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas da família na caçada matrimonial?

A gente as conhece mocinhas, botões de flor cheios de esperança e de graça adolescente. Que pele, que dentes, que cabelos, que cintura! Por uns anos se deixa de vê-las, e então quase não se as conhece mais - ressequidas ou obesas, azêdas, beatas. Fazendo crochê ou se especializando em outras coisas igualmente inúteis, ressentidas, solitárias, queixando-se de imaginários achaques, e tão semelhantes ao tipo caricatural da solteirona pintado nos livros e nos palcos, que até parece escolheram o modelo e o copiam com exemplar fidelidade.

Falta de homem? Bem, é um dos motivos. Na província os homens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois, também contribuiu para a existência das solteironas a reclusão mourisca que muito pai ainda costuma impor às filhas moças. Cobra que não anda não engole sapo. Aí, por estas províncias além ainda existe muito pai carrança que só deixa a filha sair para ver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bem acompanhada. Reclusas, as meninas vão ficando tímidas, e dentro de um pouco, já são elas próprias que se escondem com cerimônia dos estranhos.

Depois, - parece incrível - mas o egoísmo das mães também contribui. Uma filha moça, no interior, não é, como na China, uma praga dos deuses. É, ao contrário, uma auxiliar barata e preciosa, a ama-seca dos irmãos menores, a professora, a costureira, o descanso da mãe. E então as mães, para não perderem a ajudante insubstituível, se associam aos pais no zelo exagerado, traindo a solidariedade do sexo por outra mais imperiosa, a solidariedade na exploração.

Menina de cidade, passeando de lambreta, morando nos cinemas, mal sabe como é dura a sorte da mocinha de interior. Nas famílias mais pobres, então! De pequenina, sete a oito anos, já recebe um irmão menor para criar, e o uso é que o crie completamente, assumindo tôda a responsabilidade, como se a própria mãe o fora. Fazer mingau, banhar o menino, balançá-lo para dormir, atendê-lo à noite (inclusive nas doenças), carregá-lo. Às vezes são tão pequeninas que não podem com o irmão nos braços e por isso inventaram o uso de o carregar no quadril, e têm delas que ficam tortas, só do pêso permanente que levam do lado direito durante toda a infância. Também das meninas é a obrigação de trazer água para casa; e, quando os irmãos crescem, são elas que lhes lavam e engomam a roupa e cozinham a comida. Nas famílias mais pobres elas também vão para o roçado, junto com os homens de casa, limpar de enxada. E o sinal de que uma família tem moça muito mimosa e de bom trato, é dizer-lhe que ela não sabe o que é enxada. Mas apanhar feijão e algodão todas apanham, mesmo as de luxo.

E, enquanto isso, que faz a mãe? A mãe dá conta da obrigação de Eva, e bota filhos no mundo, regularmente, um por ano. Doze, quinze, dezesseis, vinte. Escangalhadas por tanta maternidade, pelos partos mal assistidos, aos trinta anos já são umas megeras, sem carnes e sem dentes, e passam a vida acocoradas no batente da porta ou à beira do fogo, fumando cachimbo, enquanto o feto lhe cresce nas entranhas, e as meninas trabalham.

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Aliás, me desviei das vitalinas. Porque essas meninas muito pobres quase sempre acham marido. As titias proliferam com abundância é na classe dos remediados e dos meio-ricos. Não que a môça nestes grupos esteja sujeita a uma escravidão menor. Apenas o trabalho é menos duro nas casadas onde se pode pagar uma empregada, ou onde se tem aquela outra mártir doméstica, - a menina que de garota se tomou para criar. A que chama os patrões de padrinhos, pequena escrava para quem a Princesa Isabel nunca existiu. A primeira que acorda, a última que dorme, não há serviço, por pior, que não lhe imponham, nem direito, por menor, que lhe reconheçam. Para dormir tem uma rêde armada a um canto, come às pressas na cozinha o resto das panelas, veste a roupa velha das meninas da casa e lá um vestido de chita nova, nas festas. Essas, contudo, embora raramente se casem, (ou fujam e se percam), pois as madrinhas desviam qualquer pretendente no susto de perderam a cativa, depois de mulheres feitas quase nunca realizam a figura da vitalina guardada no caritó. De escravas que foram quase sempre se transformam em tiranas, assumem a direção da casa quando a senhora envelhece e as moças indolentes não a disputam. Viram-se na Dindinha, na Mãe-Titó, na Tia-Bá, eminência negra ou parda em cujas mãos capazes fica praticamente entregue o governo da família.

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Não sei o que dirá disso a moral tradicional, mas creio que, felizmente, a existência da vitalina, mesmo na província, já anda perto do fim. A instituição da moça livre ou da mulher de carreira, segundo os modelos da América e da Europa, já tão bem copiada no Rio e em São Paulo, é uma tentação muito grande. Qual a môça que tendo possibilidade de viver do seu emprego, no seu próprio apartamento, onde, se lhe falta o aconchego do marido, restam sempre os consolos da liberdade, qual a moça que escolherá viver de favor em casa do irmão, sob a tirania da cunhada?

Será um mal a substituir outro, dirão. Pois bem nenhum sairá dessa nova liberdade. A isso não respondo, que não sei: o que posso dizer é que será, de qualquer jeito, um mal muito menos melancólico.

Fonte de Consulta: "Memória Viva"

<>Todas as imagens foram retiradas da Internet

Rachel de Queiroz no açude do Cedro

Santo Antônio casamenteiro

Rachel de Queiroz - anos 50


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