sexta-feira, 13 de maio de 2016

PROFESSORA NEEMIA- O DOCE CORAÇÃO DE UMA EDUCADORA

Neemia- o aluno sempre em primeiro lugar
<>"Mamãe, cadê o meu caderno "Avante"? Tá na hora de ir para a escola da tia Neemia!" Estudar com a professora Neemia Jataí Teles era uma doce alegria. Ela se fez eterna em nossa memória. A sua dedicação e carinho não serão esquecidos por aqueles que tiveram o privilégio de estudar com este anjo. Ela se tornou inesquecível pela autoridade, mas também pela bondade  e compreensão. Com certeza, continua no coração daqueles que foram seus alunos. Há pessoas incomparáveis neste mundo como bem destaca o poeta Fernando Pessoa.  No dia 23.06.1921, em Tauá, uma estrela brilhou com mais intensidade querendo anunciar o nascimento de uma predestinada.  Crescendo, trilhou caminhos diversos, mas, nos planos do criador, estava escrito que sua missão era ensinar, em especial, as crianças e adolescentes. Quis Deus nos presentear com a vinda para Quixadá desta notável mulher. Neemia logo se adaptou a terra dos monólitos, fazendo amizade com todos e, depois de algum tempo, passou a dirigir a Escola Santa Isabel que fez parte da infância de muita gente. Frequentar aquele espaço era como se estivesse passeando no céu, tamanho o carinho que todos dedicavam a querida mestra. Segundo o memorialista João Eudes Costa, não se pode escrever sobre a Educação de Quixadá, sem registrar a atuação da Escola comandada pela dedicada professora, nas décadas de 50 a 90, do século passado. Esta grande mulher dedicou toda uma vida, a educar jovens, tendo começado esta gloriosa jornada em Tauá e dando continuidade na cidade que a acolheu com tanto amor. Funcionava na tradicional rua das Pedrinhas, hoje, denominada, Luzia de Pinho, em prédio anexo a sua residência. Devotada ao ensino jamais condicionou a sua árdua tarefa cotidiana ao valor da mensalidade dos alunos. Se alguns pais não podiam pagar o estudo de seus filhos, continuavam estudando e gozando do mesmo tratamento daqueles  que podiam pagar. Neemia os aceitava independente do pagamento. Se dedicava aos alunos humildes com o mesmo desvelo e a mesma doçura nos lábios chamando-os, ,                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                carinhosamente, de meus filhos. Juntos, estudavam o filho do prefeito, do juiz, do delegado, do doutor, do carroceiro ou do desempregado. Ao transpor a soleira da porta de entrada da Escola desapareciam as diferenças de classe. Todos eram alunos de uma santa mulher, mãe e mestra. A Escola iniciou suas atividades em 1958 e só deixou de funcionar em 1997, quando a saúde de Neemia já não suportava o labor de uma sala de aula.  Por tudo que fez em benefício da nossa juventude, pela parcela importante que deu a construção de uma Quixadá educada, foi uma pessoa muito querida. Apesar de ter nascido em Tauá,  adotou nossa cidade como seu legítimo berço. Mereceu da Câmara Municipal  a concessão do título de cidadã quixadaense, justa homenagem que o poder legislativo prestou dando este título  a quem conquistou com méritos o direito de ser quixadaense. Ela não será esquecida pelos seus ex alunos que, sempre com forte emoção, lembram daquela terna educadora. Profissionais que ,se destacam nas mais diferentes áreas de atividade, lembram daquela que lhes ensinou as primeiras letras. Ela sempre afirmava que a vitória daqueles que aprenderam a ler e escrever  em sua escola, representava a maior renumeração recebida por seu trabalho de tantos anos em uma sala de aula. Apesar da doçura, Neemia, quando se fazia necessário, era enérgica, chegando a mantê-los até por seis horas, ininterruptas, na sala de aula, só os liberando quando, sabiam na ponta da língua, as lições e a tabuada.  Quando se aposentou, fez questão de continuar morando no mesmo local, pois, fora ali, que viveu os melhores anos de sua vida. O prédio, onde funcionou a Escola passou a ser a residência da saudade.  Dedicação, sacrifício, competência e responsabilidade profissional sempre a caraterizou.  O engenheiro Francisco Eudes Costa(Branquinho) foi aluno da dedicada professora e lembra que, além do aprendizado, os alunos recebiam lições para o enfrentamento das dificuldades. Wagner Jataí, filho da mestra, faz questão de afirmar que sua mãe deu muita assistência aos alunos necessitados, muitas vezes, doando alimentos e roupas. Aqueles que receberam de Neemia o necessário saber o guardam, com gratidão, por toda a vida. Escreveu um capítulo importante na nossa Educação, orientando várias gerações. Foi chamada por Deus para outras missões em 7.04.2010. Hoje, quantos ex alunos sonham com aquela escola, aquela professora? Há pessoas que ficam nas nossas lembranças para sempre e, sem dúvida, Neemia tem um lugar especial no coração de todos aqueles que estudaram com ela. Sem essas guerreiras do saber, muitos não chegariam onde chegaram. Das muitas lembranças que todos carregamos, durante  à vida, Neemia é aquela saudade gostosa, abençoada! Guardamos, para sempre, em nosso peito,  a imagem daquela benfeitora,, símbolo do amor e de bondade! Como era doce o nosso
Quixadá querido daqueles anos!
O filho Wagner Jataí se emociona ao lembrar sua doce mãesinha
A professora recebeu muitas homenagens pelo seu trabalho
Escola Neemia Jatái Teles