sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MOACIR COSTA LOPES: ELE É QUIXADAENSE, SIM SENHOR!

Escritor pouco conhecido em sua terra natal
 <>No ano de 1978, no aeroporto internacional Sky Harbor, no estado do Arizona, Estados Unidos, uma pequena multidão formada, em sua maioria, por alunos, professores, jornalistas e curiosos, aguardavam, com ansiedade, a chegada do escritor brasileiro, Moacir Costa Lopes. Ele veio participar de um simpósio sobre sua obra, aplaudida pelo público e crítica deste país. No Brasil, recebe o reconhecimento do meio acadêmico e do público leitor. Seu primeiro romance, "Maria de Cada Porto" lhe rende os prêmios "Coelho Neto-Academia Brasileira de Letras" e "Fábio Prado-União Brasileira de Escritores". Em 1997, o filme "A Ostra e o Vento", baseado num livro de sua autoria, leva multidões a cinemas do Brasil e do exterior. Além de escritor famoso, também lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou traduções do inglês, fundou editoras. Mas, apesar de sua grande importância para a cultura brasileira, Moacir é muito pouco conhecido pelos seus conterrâneos. O blog visitou bibliotecas de algumas escolas do município e quase nada encontrou deste senhor que tanto amava a sua terra natal. E pasmem, a indiferença de algumas autoridades que indagam e com pose de intelectual: "Quem é ele?"
                             "Ele é quixadaense, ele é da nossa família, é papaema!" É desta forma que reage o escritor João Eudes Costa ao rechaçar, com veemência, o fato de alguns biógrafos informarem que o autor de "A Ostra e o Vento" nasceu em Fortaleza. Foi no dia 11 de junho de 1927 que este predestinado veio ao mundo. Predestinado sim, pois cedo, conheceu momentos difíceis, tendo perdido os pais, ainda bem criança. Chegou a fugir de casa devido a maus tratos recebidos. Para ganhar alguns trocados, escrevia cartas atendendo a pedidos de comerciantes, em trânsito. Segundo João Eudes, por ter cometido uma má ação em um comércio, adentrou para a Escola Aprendizes Marinheiros, em Fortaleza. Em cada navio que servia, o marujo quixadaense montava uma biblioteca, através de doações, tamanha a sua paixão pela leitura. "Maria de Cada porto deu o início a uma imensa e valiosa produção literária. Merecem ainda destaque: "Chão de Mínimos Amantes"; "Cais, saudade em Pedra"; "O Navio Morto e Outras Tentações do Mar"; "As Fêmeas da Ilha Trindade", dentre outros, de igual qualidade. Merece ser destacado a grande preocupação de Moacir com o escritor brasileiro, tendo sido presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro. Publicou obras, enfatizando a dura realidade enfrentada pelos seus colegas. Deu para perceber, com este simples texto, a grande importância do escritor para a cultura brasileira? Agora, só falta um maior conhecimento de sua obra por parte de seus conterrâneos. Que tal, o setor cultural da terra dos monólitos, adquirir seus livros e alimentar nossas bibliotecas. Que tal filmes baseados em seus livros serem exibidos e discutidos? E nós, que tal fazermos a nossa parte, mostrando aos nossos filhos este escritor que é um nosso irmão "pai d'égua!" - O autor faleceu em 21 de novembro de 2010.
Escritor João Eudes Costa é da família de Moacir Costa Lopes
o escritor com a amiga e fã Edna Letícia






sábado, 16 de agosto de 2014

SÃO CRISTOVÃO; O REI DO SERTÃO

Time base: Gennaro(presidente),Gilberto,Nemem,Cícero Peroba,Calhambrey,Zé Raimundo,Branquinho,Chico pelado,Vaqueiro, Aélio,Gilberto Dinamite,Antônio Peroba e Antônio Carlos 
 <>O sertão tem sala de reboco prá se dançar um forró de Luiz Gonzaga, tem novena, vaquejada, cantoria, reisado e também futebol. Aquela gente querida, honesta, trabalhadora, que sabe como ninguém, enfrentar as adversidades, encontra tempo para se divertir, ficar alegre. E, como acontece em outros espaços por este Brasil afora, o futebol é a grande paixão. Não é só Cego Aderaldo, Patativa do Assaré, Gonzagão, Jackson do Pandeiro que são amados e admirados no sertão. Também Garrincha, Pelé, Rivelino, Neymar e outros craques, possuem uma grande legião de fãs e seguidores. Dividindo espaços com o curral, roçado, açudes, a capelinha, temos os campos, onde acontecem as partidas disputadas por jovens sonhadores, que almejam jogar num clube profissional. Diversos times foram formados e, alguns chegaram a conquistar títulos, mesmo participando de torneios nas cidades. Craques foram revelados e chegaram a jogar profissionalmente. Cada equipe sertaneja tem sua própria torcida, que acompanha, vibra com as vitórias e chora nas derrotas.  Merece um destaque especial, a equipe do São Cristovão, que ganhou a denominação de " O Rei do Sertão", chegando a conquistar a admiração e o respeito, inclusive de torcedores que moram na zona urbana. O São Cristovão, até meados dos anos 90, era a grande atração,  muitas vezes, sendo confundida, com uma equipe profissional, tamanha a seriedade, a organização que foi montada pelo seu fundador, presidente, técnico e até jogador, Gennaro, que sempre recebeu o apoio da família, torcida e amigos. Chico Pelado, se destacou como treinador, recebendo convites para dirigir equipes da cidade. Muitos craques vestiram a linda camisa azul do "Rei do sertão" como Pedro Ismael, Careca(jogou também co Cruzeiro do Alto), Waltenberg, Gilberto(irmão do Deda), Nemem(filho do Dezinho carroceiro), Cícero Peroba, Chico Calhambrey(irmão do radialista Jonas Sousa),Zé Raimundo, Branquinho, Vaqueiro, Aélio(filho do presidente Gennaro), Gilberto Dinamite, Antônio peroba e Antônio Carlos.  Um craque, se destacou, de modo todo especial, pois se tornou o maior artilheiro da equipe, uma espécie de "xodó' da torcida. Chamado carinhosamente de Gilberto Dinamite, se tornou o grande atrativo dos domingos no campo do São Cristovão e, tirar fotos ao lado dele, se tornou uma cena bastante comum. No sertão, o futebol é tão idolatrado que, muitas vezes, as disputas entram pela noite, e a luz do luar que cai sobre o campo, transforma aquele jogo em pura poesia e até folclore. Certa vez, o eficiente e querido goleiro Chico Calhambrey, tomou um gol fácil e foi questionado pelos colegas do time. O craque, com bastante tranquilidade, se justificou desta forma: "A LUA ESTAVA TÃO LINDA! NÃO CONSEGUI TIRAR OS OLHOS DELA!".
Gilberto Dinamite-artilheiro do São Crisstovão

Gilberto hoje curte seu netinho Davi

terça-feira, 5 de agosto de 2014

ZÉ MARIA BARBEIRO - 50 ANOS DE CHÃO!

Zé Maria Barbeiro:amor à profissão 
 <>" Tesoura, Pente e Navalha!" Estes são meus principais instrumentos de trabalho! Devo tudo a eles! Com eles, criei toda a minha família e cumpri meus deveres de cidadão!" Desta forma, se manifestou Zé Maria Barbeiro(José Maria Ferreira) que, há mais de 50 anos, exerce uma das profissões mais antigas de que se tem notícia. Por meio de sua atividade profissional e pela dinâmica que ela engendra no perfil urbano quixadaense, os barbeiros podem ser considerados como "guardiões da memória". Tal realidade pode-se comprovar pelo fato desses espaços proporcionarem um convívio social, tornando possível narrativas que, mesmo não tendo sido utilizadas para registros históricos, permite-nos conhecer melhor a nossa história. Muitas pessoas vão ao barbeiro não apenas para fazer a barba mas, para reencontrar velhos amigos. Quando criança, em Caio Prado, Zé Maria, ajudava o pai,  no roçado, até o meio dia. Seu pai, que era conhecido como 'Preto Laurentino", mantinha um salão de barbearia, no mercadinho local. Depois do grupo escolar, corria para ver e admirar seu pai naquele lindo trabalho. Ficava horas prestando atenção ao jeito de Seu preto cuidar do cabelo, barba e bigode daquela gente que, aos meus olhos de criança, pareciam anjos. Não havia nenhuma dúvida, seguiria a profissão do pai.                                                                                                                                                                                    Em 1963, pelas mãos do irmão Careca(irmão e professor do ofício) veio para Quixadá e ,em pouco tempo, estava exercendo a profissão, trabalhando inicialmente, num salão que existia em frente ao portão do velho mercado, vizinho a farmácia de Miguel Aguiar, ao lado de Carioca, Chico Cabeleireira, João e outros. Depois de algum tempo, foi trabalhar com Hemetério Bandeira, Raimundo Barbeiro.  Atencioso e muito correto, no desempenho da profissão que amava(e ama), em pouco tempo, fez amizades com colegas de profissão e clientes.  Um grande amigo foi(e é) fundamental na vida deste correto profissional. Trata-se de Ernandes Campina que comprou a barbearia, em 1970, na rua Tenente Cravo(a velha rua do Prado), local onde trabalha, até os dias de hoje e o presenteou. Faz questão de ressaltar a generosidade deste grande amigo. No ano de 1974, foi convidado pelo capitão Lucas para trabalhar no quartel da" PM" local  e no ano de 1981, participou de um concurso em Fortaleza, exigencia para se manter na ocupação. Foi aprovado e lá permaneceu até 2010. Lembra com emoção e saudade, alguns fregueses e amigos com Carlos Bananeira, Antônio Caetano, Zé Maria Caetano, Marcelino Queiroz Dr. Weimar, Dr. Wilson, Assis belo, dentre muitos outros. Um detalhe sobre este profissional é que ia até a residencia dos clientes,quando estes se encontravam doente. Foi assim com o Senhor Marcelino Queiroz, um dos mais fiéis, presença certa no salão do Zé.                                                                                                                                               A extraordinária inovação tecnológica, as novas ferramentas de trabalho, mudou drasticamente o comportamento das pessoas em relação ao cuidado com a aparencia.  Mas não eliminou completamente, a atividade de barbeiro. Zé Maria afirma que muitos preferem ainda o velho salão pois, além das estórias(ou histórias) que se desenrolam naquele ambiente, tem a questão da velha e sempre boa amizade. Digamos que a barbearia é um espaço humanizado e não apenas um local de negócios. Zé Maria Barbeiro e seus colegas que mantem seus espaços funcionando, até os dias de hoje, são detentores de um significado enorme na construção da bela história quixadaense. Com eles, com certeza, o passado se efetiva no presente. "VIVA ZÉ MARIA BARBEIRO! VIVA NOSSOS HERÓIS!"                                                                                                                        
instrumentos de trabalho
material de trabalho(foto da Internet)

Material de trabalho


sábado, 2 de agosto de 2014

A PAIXÃO DE UM HOMEM PELO QUIXADÁ FUTEBOL CLUBE- ZENÓBIO MARAVILHA CHORAVA QUANDO O CANARINHO PERDIA

Zenóbio:garra e entrega
<> Preciso na marcação, eficiente na saída de bola, Zenóbio conquistou o respeito e o carinho da torcida quixadaense. Mas a sua principal característica era a garra, a determinação, a dedicação em busca do resultado. Muitas vezes, partia para a bronca, exigindo um maior empenho dos companheiros. O comerciante e torcedor Zé do Pão, era fã do lateral, aplaudia o craque e
 afirma ter  visto, em diversas ocasiões, o Zenóbio Maravilha chorando copiosamente, após uma derrota. Tal comportamento gerou o apelido "o craque chorão". Começou ainda garoto, jogando na equipe comandada pelo Chico Dem, no bairro do Alto do São Francisco, na década da 60. Neste time, jogava ainda o Pepe, o Boneco, Franco Henrique(hoje, radialista), Santana, Mano, Airton Lélis, Zé Gogó(o Xavier, que ganhou destaque no futebol nordestino). Não demorou muito e Zenóbio Maravilha foi convidado para integrar a famosa escolinha do Avante, treinada pelo Freitinhas, aquele que passou mais tempo, dirigindo a equipe canarinha. No Avante, jogou ao lado de Paulo Cotó, Zé Leonidas, Maninho, Wilson Pé de Macaco, Zé Perequeté, Brasa(famoso centro-avante), Zé Burrego, dentre outros. O Bangu, que se também se destacava  no futebol, fisgou o jovem craque. Foi o Padinho, roupeiro e olheiro, que o convidou, com o aval de João Eudes Costa(hoje, famoso escritor). No novo clube, jogou com o goleiro Mauro, o lateral Bilino, os meias Airton Lélis e Xavier, os craques irmãos, Djalma e Vilmar, Wagalume(lenda do nosso futebol).                                                                    Se destacando na lateral dessas equipes e com grandes atuações, foi convidado a defender o Quixadá futebol Clube, time que viria a ser a sua grande paixão. Convidado por Zé Abílio e Freitinhas, meados dos anos 70, dentro de pouco tempo, firmou-se como titular absoluto. Jogou ao lado de Célio Cavaco, Waldir, dentre muitos outros. Conquistou a torcida canarinha que aplaudia, de forma entusiástica, a sua dedicação, mesmo nas derrotas. De pequena estatura, conseguiu anular o galalau Ferréti, além de grande estatura, um goleador nato, numa atuação irrepreensível de toda a equipe. Zenóbio Maravilha afirma que os melhores jogadores que viu atuando em sues clubes, foram Amilton Melo, Facó, Mesquita(o famoso canhão do Pici), Neto(do calouros), Aldir(o famoso cabecinha de ouro, pai do radialista Audílio Moura), Zé  Leônidas, Mafia.                                                                                                                                                                     Encerrando a carreira, não queria se afastar do futebol e  exerceu outras atividades como administrador das equipes, treinador(brilhou na seleção do município de Santa Inês-MA); preparador físico e até mesmo foi árbitro, durante algum tempo. Hoje, futebol só mesmo na torcida do seu querido Fluminense  não perdendo um só jogo. Atualmente, pertence ao mundo da música, administrando a banda "Bandas de forró.  A sua grande incentivadora, sempre foi, a esposa Neuma(casaram no ano de 1975, na igreja velha, recebendo as bençãos do padre Zé Bezerra). Quando alguém pretender personificar o craque do empenho, da dedicação, da raça, com certeza, lembrará o nome de Zenóbio Maravilha.
Zenóbio no Balneário(o  quinto, da esquerda para a direita)
Fluminense é sua grande paixão

com o craque Amilton melo-anos 70

Zenóbio seguiu a carreira de árbitro