quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O NATAL CHEGOU E TROUXE COM ELE SAUDADES DE UM QUIXADÁ ALEGRE E CHEIO DE PAZ

Os cartões de natal eram vendidos na banca de revistas do Guaracy Fernandes
A lapinha da dona Vilanir era uma atração na cidade
O Açude do Cedro era bastante visitado no período natalino
Cidade feliz nos 60 e 70
 <>Sentimos uma grande saudade daqueles dias em que o natal era mais puro e o aspecto material não estava tão presente como acontece nos dias de hoje. Com certeza, é grande a saudade que sentimos daqueles natais cheios de uma alegria verdadeira, de uma santa bondade por parte das pessoas e parecia até que a maldade humana desaparecia por completo dando lugar a uma candura que transformava o coração de todos que se faziam crianças. Então, como eram os natais na terra dos monólitos naquele passado já bem distante? Tentarei fotografar um pouco daquele período para os que acompanham com imensa generosidade meus textos que são produzidos pelo coração. Advirto, no entanto, que muitos detalhes deixarão de ser destacados pelo fato da minha memória não está bem legal como há alguns anos atrás. Começo falando que as canções de natal invadiam a bela Quixadá e o som da harpa de Luis Bordon saía da "Pop Discos" e tomava as ruas. Nesta loja, a simpática proprietária Lúcia atendia a todos com um sorriso natalino. As calmas ruas de Quixadá se enchiam de crianças e adultos e todos conviviam como se fossem de uma mesma família. Muitos pegavam o dinheiro que juntaram durante todo o ano para comprar uma roupa nova na loja de Zeque Roque que com sua alegria rotineira contagiava a todos. Lembro que passei muitos meses vendendo revistas para o senhor José da Páscoa com o objetivo de quando chegar o natal comprar uma calça Faroeste e um Kichute na tradicional Casa Olinda. Quando não era possível efetuar a compra mandava o icônico sapateiro Padinho pintar um velho sapato que ganhei de presente de minhas santas irmãs gêmeas(lindas), a Conceição e a Socorro Lessa. Todos queriam receber o menino Jesus bem arrumado e quem não podia comprar um relógio novo mandava consertar o seu no Paulo Ourives que deixava o bicho bem novinho. Pentes, espelhinhos e outras lembrancinhas eram disputadas na loja do senhor Osvaldo e todos eram bem atendidos com aquela simpatia característica do jovem Paulo Roberto. Muitos pediam um emprego no ano novo que se aproximava ao menino Jesus e para aumentar os conhecimentos faziam a matrícula na escola de datilografia de Dona Minervina. Muitas famílias compareciam nas lojas de brinquedos e  o produto mais simples e barato se tornava o mais valioso devido ao clima natalino. Os brinquedos da loja de dona Zélia entusiasmava  a todos e nos outros pontos comerciais também era grande a presença daqueles que compravam de acordo com suas posses. Na banca de revistas do Guaracy Fernandes as pessoas adquiriam os mágicos cartões de natal para serem enviados aos amigos e parentes distantes. Na Cobal, as famílias pegavam os produtos para a aguardada ceia de natal. Por falar nisso, o colunista está um pouco triste pois até agora não chegou nenhum cartão me desejando feliz natal. No meu caso, que graça tem abrir um cartão de natal no computador e receber, quem sabe, um indesejado vírus?  As lapinhas que são o verdadeiro símbolo do natal estavam presentes não só nas igrejas mas nas residências e de uma nunca conseguimos esquecer. Foi aquela montada pela inesquecível senhora Vilanir e que durante muitos anos atraiu a atenção dos católicos e as visitas aconteciam durante todo o dia. O simpáticos Sinval Carlos e Enir(irmã de Vilanir) recebiam a todos com muita alegria. Chegando à noite, toda a família comparecia a missa para pedir a proteção dos céus. Os mais jovens adoravam a missa celebrada pelo padre Bezerra pois era bem mais curta. Os sermões mais apreciados eram do bondoso e culto Padre Vicente. Na radiadora do mestre Adolfo uma canção alertava que "felicidade é brinquedo que não tem". O parque Brasil que ficou na memória dos quixadaenses era a explosão de uma contagiante alegria com gente da cidade e do sertão. A praça Dr. Revy(hoje, José Linhares da Páscoa) recebia grande número de quixadaenses da cidade e da zona rural. Aqueles que não sabiam se divertir iam dar um passeio no camburão da polícia que diziam bastar dar umas voltas pela cidade, o cara dormia e aí iam deixar em casa. Alguns começavam a louvar o deus Baco bem cedo da manhã no ponto comercial chamado "Cova da Onça". Ao cair da tarde, começava o movimento no bar do simpático Apulco. A segurança era feita por um fusquinha de cor preta que era chamado de "Pretinho". Mulheres que saíam das missas e ainda portavam o véu no rosto gritavam em alto e bom som "Pecado, é o fim do mundo!" Isso acontecia quando a Teresa doida passava completamente pelada nas calmas ruas de Quixadá. Algumas vezes, percebíamos gente correndo como se estivessem fugindo de algum perigo. Não, não era treinando para a corrida de São Silvestre e sim, fugindo das pedradas de Pedro Doido, Augusto e das caretas do olho de bila e do Bom Legal. O querido Almeidinha sabia e parabenizava aqueles que nasceram no mesmo dia do menino Jesus. As praças ficavam lotadas de caminhões vindo de todos os distritos. Jovens enamorados davam um pulinho na sorveteria do Nivaldo onde o atencioso Geraldo atendia a todos com muita alegria. Os picolés preparados pelo Almir tinham aquele gostinho de quero mais.Á meia noite, uma pausa nas festas para a tradicional missa do galo e as famílias vinham, às vezes, de muito longe sem jamais serem incomodadas. Meu pai, o Amadeu do velho mercado, afirmava que a missa do galo ganhou este nome porque um desses machos da galinha teria cantado na noite em que Jesus nasceu. Depois da celebração, todos voltavam para casa muito felizes e as crianças cuidavam de ir dormir na doce espera do presente do bom velhinho. Mas, as festas continuavam por toda a noite nas barracas de palha próximas a rodoviária e em outros locais da terra dos monólitos. É bom lembrar que todos queriam enfeitar suas casas e cuidavam também da parte de higiene e o Pé de Aço era figura requisitada para a limpeza das fossas. Lembro que ainda cedo da noite, a banda regida pelo maestro Zé Pretinho alegrava a todos com canções marcantes do natal. No mês de dezembro, o açude do Cedro era bastante visitado e era uma das opções de lazer dos quixadaenses e dos que vinham de outras cidades. Naqueles inesquecíveis anos era costume de muita gente ir até o sítio da Lilinha onde as irmãs Baviera, Elba, Itamar, Robéria, Maria e Maura recebiam a todos com uma alegria divina. E quase todos subiam nos pés de groselhas no quintal da casa da professora Baviera e ali faziam a festa saboreando aquela gostosa frutinha. Os que pretendiam desejar um feliz natal aos que se encontravam distante faziam uso do telefone numa cabine da "ECETEL". Tudo isso passou, é claro! Mas é NATAL e esta abençoada festa da cristandade está dentro de nós. Vamos enfeitar nossa casa, nosso ambiente de trabalho, reunir a família e amigos para receber o menino Jesus. É nele que encontraremos a paz que tanto buscamos. É nele que haveremos de encontrar um novo tempo de alegria e paz para a cidade que tanto amamos. Não foi ele que deu a vida por nós? Será que existe uma prova de amor maior do que esta? Será que alguém nos ama tanto o quanto Jesus nos amou? Seja bem vindo, MENINO JESUS, pois Quixadá e todo mundo precisa de tuas lições de amor. Esta é minha última coluna do ano e desejo a todos brechadores de minha um feliz natal e um maravilhoso 2018. Sim, para terminar, não esqueça meu cartão de natal. Muitas felicidades, amigos. O MENINO JESUS está chegando.
As festas natalinas acontecidas na praça Dr. Revy deixaram muitas saudades
Os sermões natalinos do Padre Vicente emocionavam a todos
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

"AFAQ" HOMENAGEIA PERSONALIDADES QUE CONTRIBUI(OU CONTRIBUIRAM) PARA O CRESCIMENTO DA TERRA DOS MONÓLITOS


<>A ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE QUIXADÁ(AFAQ) realiza no  dia 14(sexta) na Associação Atlética Banco do Brasil,  sediada  em Fortaleza, a partir das 20:30 horas, a entrega do troféu "Terra dos Monólitos" as personalidades  quixadaenses nascidas, descendentes ou ligadas por afeto e que tenham contribuído para o engrandecimento da bela quixadá. Desde o seu nascedouro já foram homenageadas inúmeras personalidades que se destacaram no cenário nacional, estadual ou municipal e prestaram relevantes serviços àquela terra abençoada pelos padroeiros Jesus, Maria e José.  Depois da solenidade de homenagem as personalidades selecionadas para este ano, acontecerá uma festa dançante ao som da animada banda "Everaldo & Cia. A AFAQ convida os quixadaenses e a todos os amigos que residem nas mais diversas cidades do estado. Será mais uma confraternização natalina da "AFAQ" e a presidente Lúcia Helena Fonseca lembra que parte da renda é destinada a instituições carentes. Só para lembrar: O endereço da "AABB" em Fortaleza é Av. Barão de Studart, 2917.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

SHIRLLEY BRASIL- CAMINHANDO E CANTANDO SEGUINDO A MISSÃO DE SER ARTISTA



Shirlley-talento quixadaense 
Shirlley na banda Remelexo com o saudoso Aurílio, Fabinho Quixadá, Aline Magda e RB Kassamina
<><><><>Ali pelo final dos anos 70(século passado) a menina Shirlley Maria Cavalcante Vasconcelos chamava muito a atenção da mãe Verônica e do pai José Élcio pelo fato de gostar muito de roupas com desenhos, cores e ,imaginem, já pedia aos pais coletes de couro ou jeans, vestidinhos de babados e estampas florais e queria dançar e dançar muito. O visual daquela criança já denunciava que naquele lar nasceu uma artista. E aquela feliz casa fervia todos os dias com Shirlley cantando e dançando imitando  as cantoras que faziam sucesso na época. Já mais crescidinha, adotou como musa a cantora Gretchen, a eterna rainha do rebolado. Não havia mais dúvida nenhuma que ela se tornaria em questão de tempo uma cantora, dançarina e até atriz. Na verdade, é filha de pessoas que eram ligadas a música. Sua mãe, Verônica, foi uma sanfoneira de muitos talentos tendo sido premiada em diversas ocasiões e o pai é um exímio violonista. Mesmo sabendo que aquela criança tinha pendores para as artes, os pais se preocupavam com a sua educação e toda a infância e parte da adolescência foi estudando no Colégio das Irmãs onde passou a ter aulas de música, inclusive noções de piano com a irma Teresinha.  Naquele espaço, a menina já organizava shows, peças de teatro e se revelava como bailarina chamando a atenção de professores e colegas de classe. Shirlley não esquece das colegas da Escola como  Mazé, Aurevanda, Astrid, Rosiane, Loura, Marúsia, Fabíola Magalhães e de todas as outras. Quando não se apresentava no seu local de estudo organizava shows na própria residência e sempre contava com o apoio dos pais. O tempo foi passando e passou a se apresentar ainda na adolescência nos clubes e outros locais da cidade. A menina se tornava uma sensação  apesar da pouca idade. Atraía não só a atenção do público local mas de artistas consagrados que se apresentavam na terra dos monólitos. Um exemplo disso foi o famoso rei do carimbó e sirimbó, Pim, consagrado astro paraense que visitava Quixadá e ficou encantado com a desenvoltura daquela adolescente no palco, a voz convincente e a forma como se apresentava com uma dança rebolativa e trajes prá lá de coloridos. Nos anos 80, a Rádio Monólitos promovia shows em diversos bairros e o público formado por jovens e muitas crianças esperavam o momento do radialista Helton Dantas anunciar a presença de Shirlley. Ela foi convidada várias vezes para seguir a carreira em fortaleza mas por ser ainda menor de idade ficou até a maioridade na cidade em que nasceu. Chegou a realizar algumas apresentações na capital mas retornava depois das apresentações. Ao completar 15  anos de idade foi convidada pelos músicos Didi Barros e Ferreira para ingressar na famosa "Black Banda" que além do aprendizado musical ao conviver com tantas feras, serviu também para torná-la conhecida e aplaudida em várias cidades. Em Canindé a artista conquistou admiradores de todas as idades. Mesmo depois de sua saída da famosa banda, ela continuou indo se apresentar várias vezes na terra de São Francisco por exigência do público. Durante algum tempo foi uma das vozes da banda "Remelexo". Conquistou definitivamente o público infanto-juvenil e o adulto também ao realizar shows como a Xuxa Cearense lotando os principais clubes e praças de várias cidades, incluindo Fortaleza. Até os dias atuais, ela detém um imenso carinho dos baixinhos que sempre lhe deram forças para seguir nos momentos cruciais porque passam todos os artistas.  Ela estava realmente decidida a seguir na carreira musical. Em Canindé passou a conviver com os músicos da banda "XIS SOM" que a convidaram para fazer parte do grupo.  Esta banda já era bastante conhecida na capital realizando apresentações muitas vezes nas principais praias que atraiam muita gente. Numa das apresentações que aconteceu na barra do Ceará, exatamente no "Forró do Tio", a jovem artista quixadaense atraiu a atenção não só do público mas de profissionais ligados ao mundo da música. Os componentes da consagrada banda "Alta Tensão" ficaram encantados com a apresentação daquela jovem e a convidaram a ingressar na consagrada banda. O proprietário, Fernando, via naquela esforçada mulher uma pessoa de muito talento e  que precisava conquistar mais espaços. Naquele momento,  tinha como grande musa a pop star Madona e dentro do possível fazia uso de um visual que de alguma forma pudesse lembrar a estrela mundial. É sempre bom lembrar que Shirlley não apenas cantava mas levava para os palcos uma dança provocante o que a diferenciava de outras cantoras. Certa noite, quando se apresentava no "Oba Oba", um dos clube mais badalados naqueles anos, o consagrado empresário Miro Teixeira lhe fez o convite para gravar o tão sonhado primeiro disco solo que teve a produção do seu colega José Orlando. A gravação aconteceu em Belém e ela teve o total apoio de Alipio Martins que sempre acreditou muito nela. A faixa que mais foi executada nas rádios do Norte e Nordeste foi "Vamos Mambolar" que tornou possível a cantora ser conhecida em toda a região. Depois deste momento, passou a cuidar da carreira solo deixando de lado por algum tempo a sua participação em grupos musicais. Com muito sacrifício chegou a gravar o segundo disco que não teve a mesma repercussão do primeiro como reconheceu a própria artista. Mesmo com tantas possibilidades  de crescer na carreira artística, resolveu voltar para a cidade em que nasceu e que tanto ama. Logo se integrou ao grupo" Banda azzul" onde permaneceu por sete anos com apresentações em muitas cidades do Ceará e de outros estados. Teve então o reconhecimento dos músicos e do público como cantora de banda e sempre aprendendo ao lado de nomes de reconhecida relevância no cenário artístico. É bom lembrar que a artista quixadaense realizou apresentações fora do Brasil e era bastante popular na Venezuela e Colômbia onde se apresentou diversas vezes sempre recebendo o carinho do público daqueles  países vizinhos. Teve passagens pelos grupos musicais "Pau de Arara" e "Dom Ratinho"; Algum tempo depois montou o grupo "As Popozudas" que realizava shows e sempre com casas lotadas em todo o sertão central. Trajando calças justíssimas, barriga de fora, muito jeans, as meninas dominaram por muito tempo a cena artística local. A artista não parava e com o fim das "Popozudas" passou a se apresentar ao lado de colegas como Serginho e Ézio, "Musical Bil Pop", Evandro dos teclados ,Zé Raimundo dos teclados. E finalmente, chegou o momento de montar seu próprio grupo musical e atualmente temos "Shirlley Brasil". Ela continua em plena atividade e certamente conquistou nova e imensa legião de fãs neste novo momento de seu trabalho artístico.  Um detalhe que merece ser destacado é o fato de Shirlley em todas as fases de sua carreira sempre ter como companhia a sua mãe Verônica Vasconcelos, a quem chama de guerreira pois sempre deu o apoio necessário para que a filha conquistasse seu espaço no competitivo mundo da música. Minha mãe sempre foi uma mulher de fibra e que faz de nós ,os seus filhos, a sua grande razão de viver, afirma com emoção a artista. Shirlley acredita que veio a este mundo para pertencer ao mundo das artes e o sonho de ser cantora vem desde a infância. Persistência até demais ela sempre teve e enfrentou com coragem os desafios  e uma vontade enorme de conseguir seu espaço. Na atualidade,  concentra sua carreira na terra dos monólitos e continua mantendo um grande número de admiradores e quer cantar enquanto Deus permitir como afirmou para a reportagem. Realmente, não há como negar, Shirlley é uma das artistas mais populares e talentosas da terra dos monólitos. Querida como artista e ser humano.

A mãe Verônica e Shirlley-unidas na vida e na arte

Tempos de escola-Shirlley na primeira série

Shirlley-infância querida

Shirlley na Banda pau de Arara

As Popozudas lotavam casas de shows

A menina Shirlley venceu o concurso Rainha das rosas

Shirlley foi matéria de destaque em diversos jornais

Shirlley foi uma das grandes atrações do programa Irapuan Lima da TV Ceará

A artista na Banda'ZZul


Momento de grande sucesso-cantando na famosa banda "Alta Tensão"


Capa do primeiro disco


Capa do segundo disco

Shirlley acredita que cantar é sua missão


Fez muito sucesso em Fortaleza

Primeiros momentos como profissional
É uma das cantoras mais queridas de Quixadá
Shirlley como Xuxa cearense conquistou o público infanto-juvenil


Black banda foi a primeira banda de Shirlley Brasil

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

LUIZA DANTAS E ADOLFO LOPES DA COSTA--DOIS SANTOS ELEITOS PELOS AMIGOS QUIXADAENSES

Luiza Dantas-uma santa eleita pelos quixadaenses
|Adolfo Lopes-De onde vem a luz dos cegos?
<><><><>Eles se casaram no ano de 1926 e onze filhos nasceram desta abençoada união: José Adolfo, Francisco, Luiz, Pedro, Maria José, Lúcia, Elisabete, Raimunda, Fátima e Eufrásia. Eles viveram em prol da felicidade um do outro. Foram absurdamente felizes, aquela coisa de "eterno enquanto durou". Adolfo, um mecânico de reconhecidas habilidades perdeu a visão em 1932 mas, jamais mendigou e continuou trabalhando e mostrando todo seu potencial. Ao seu lado, uma verdadeira deusa, Luiza Dantas que sempre dedicou ao mestre um imenso amor. O Padre Fábio de Melo em uma de suas canções lançou a pergunta: De onde vem a luz do cego? De onde vem tantas forças nas adversidades? Luiza e Adolfo foram como um tesouro sem nenhum preço para nós, seus privilegiados amigos. Foram como sóis a iluminar a vida de muito de nós quixadaenses. Ambos estão presentes na grande saudade que sentimos. São, portanto, santos eleitos pelos amigos.
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domingo, 14 de outubro de 2018

FELIZ DIAS DOS PROFESSORES 2018

<>Tenho saudades da escola da professora Francisca Pereira das Virgens(Nana) na rua do Baturité(hoje, Plácido Castelo) que nunca frequentei. Nem era bom aluno, criança ainda, queria mesmo era brincar de bola de meia, de trem feito de caixas de fósforos, corrida de carneiro e banhos no rio Sitiá. Lembro que nós a chamávamos de "Minha Mestra". Gostava também da madrinha Luizinha Bezerra, tão doce, tão meiga. Ali pelo anos 30, fiz matrícula no Grupo Escolar José Jucá e lembro que ela  mandava fazer cópias. Morro de saudades do seu lindo sorriso que nunca vi. Não me esqueço do abraço que nunca recebi da querida mestra Maria do Carmo Lélis(Da Quintina). Foi na escola Santa isabel da santa(eleita pelos alunos) Neémia Jataí que ,verdadeiramente, pude sentir o grande valor de um mestre. A escola desta santa educadora funcionou de 1958 a 1997 e por ela passaram diversos quixadaenses que nos dias atuais são destacados profissionais. Neste dia do professor me desespero para falar do único profissional do mundo que forma todos os outros.Não é lindo isso? São tantos profissionais para abraçar, homenagear, mas aqueles que estão citados no texto, com certeza, representam todos, todos, que lecionaram no passado e os que o fazem no presente. Lembremos com emoção daquelas primeiras heroínas do Grupo escolar de Quixadá: Isa Linhares, Stela, Maria Brasil, Temira Gurjão, Ana Bezerra Lima, Maria Alencar, Judite, Rosa Viterbo e Maria Cavalcante Costa, dentre outras. Meu Deus, são tantos abençoados mestres para lembrar como Padre Hélio(bomjour, Merci), Maria Braga Monte(divina Maria Braga), Padre Clineu(craque na Língua Portuguesa), Lúcia Albuquerque, Júlia Tavares(paciência e bondade), Francisca Gurgel, Regina Amorim(uma princesa na arte de educar), Will Holanda(um Pelé no ensino da Historia), Lúcia Cabral, Romildo. Desejo muita paz e saúde a profesora Lucimar Mendes(aquele abraço, grande educadora), Baviera(jardim da infância), Angélica Cavalcante, Aílson da Silveira Medeiros, Cezarina. Me permitam tratá-las como santas as educadoras: Irmã Plácida, Rute. Peço as suas bençãos irmãs Sebastiana, Firmina, Venrabilis, Cristófora, Odília.  Me ajude, Senhor, lembrar de mais nomes(são tantos). Vamos lá: Dayse Façanha, Cleune Queiroz, Irisvalda  de Barros, Florinda, Lilrene Canabrava, Teresa Cristina Brasileiro, Maria Luisa e Silva Maia, Professor Pery, Hermenegilda, Joana, Marilene, Maria José, Edson, Assis, Fátima Duarte,Cleomar, Itamar, Waldenice, Waldeniza, Maria Isolda de Almeida Dantas, Lolota, Francisca Furtado, Francisco Bezerra, Fátima Viana, Eliane Brito, Teresinha Eliziê, Betinha, Raimundo, Wanderley Alves, Aurísio, Tauvânio, Ed Naldo Santana, Roberto Bezerra.
Tauvânio, Ed Naldo e Roberto Bezerra-jovens educadores
O meu desespero está aumentando porque já não consigo lembrar de mais nomes. Como gostaria de lembrar! Mas isso não importa! O que importa é agradecer a todos os mestres que tornaram possíveis as nossas impossibilidades. Este texto é uma homenagem aqueles que  tem a arte de ensinar para a vida e que vivem(viveram) prá educar. Se o seu nome, caro mestre, não estiver por aqui, lembre-se que ele está na memória e no coração dos ex alunos. FELIZ DIA DOS PROFESSORES! Ficaria imensamente feliz se os estimados amigos escrevessem algo no espaço dos comentários sobre os nossos sempre amados mestres

Maria Isolda de Almeida Dantas foi uma dedicada mestra
Betinha, ensinou os jovens a gostar de Português
Angélica Cavalcante está no coração dos ex alunos

Professora Florinda-mestra dedicada

Valdinha-ficar sempre perto dos jovens foi sua grande marca

Professora Julia conquistou a juventude com seu carisma e competência

Neémia educou geração de quixadaenses

Professor Raimundo nos tempos do Colégio Estadual(anos 70)

Professor Cleune-paciência e dedicação


Francy Gurgel-despertou o aluno para o estudo da Matemática

Maria Luisa-mestra por vocação

Will Holanda- o professor amigo

Baviera Carvalho-jardim da infância
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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A "ERA DOS ALTO-FALANTES" NA TERRA DOS MONÓLITOS

                                        <>Muito antes da chegada da primeira emissora de rádio na terra dos monólitos que aconteceu  no ano de 1980(século passado), os quixadaenses tinham como principal meio de comunicação os serviços de alto-falantes também chamados de amplificadoras ou irradiadoras. Algumas ficavam por sobre os telhados, postes ou até em árvores.  Elas eram utilizadas como meio de divulgação do  que acontecia na cidade como, por exemplo,  horário de missas, convites de enterro, festas que aconteciam na região, publicidade do comércio existente no espaço verdadeiramente com cara de interior. Sem esquecer, é claro,  as mensagem musicais seguidas de juras de amor eterno e sem identificar os apaixonados, baseados naquela poética máxima de "não dizer o nome para evitar confusão". Os felizes ouvintes iam para perto das cornetas e naquele ambiente de muita paz nasciam novas amizades e até amores. Nos parques de diversões as amplificadoras faziam mocinhos e mocinhas sonharem no voo das canoas ou nas viagens para perto  do céu nas roda-gigantes. Quem consegue esquecer da irradiadora do parque de diversões do seu Pedro tocando coisas de amor. Mas esses veículos de comunicação também informavam sobre o que acontecia no mundo, as guerras, mundo político, os esportes e até eram utilizados para os protestos da população na busca de uma melhor qualidade de vida. Então, tudo isto quer dizer que antes do rádio, as amplificadoras eram uma espécie de voz do povo. Se faz necessário afirmar que também serviram como escola para aqueles que tinham pendores para a radiofonia. As repetidoras do som em mais de uma praça chamávamos de cornetas. Podemos até dizer que antes da presença do rádio tivemos o que poderíamos denominar de " A Era dos Alto Falantes" em Quixadá. Na década de 20, 30, funcionava na  rua Rodrigues Junior, na esquina onde ficava localizada a famosa farmácia de Zé forte uma amplificadora de propriedade do senhor Luis Pontes de Lima. Era a "LPL"  e ali havia um bar chamado Mantiqueira e que era frequentado por muitos quixadaenses. Era uma atração para a época e tornou muito popular o locutor Viana Filho(Vianinha) que era reconhecido em toda a cidade. E o vento levava para longe o som da "LPL" e muitos tomavam banho no rio Sitiá ouvindo belas melodias. As jovens que vinham pegar água nos tanques de água que existiam na cidade para encherem os potes suspiravam ao ouvir uma doce melodia de Vicente Celestino. Marcou época a amplificadora" Iracema" administrada  pelo senhor José dos Santos que alegrou durante bom tempo a terra dos monólitos e que funcionava no bairro Rodolfo Teófilo depois chamado rua da Matança e transferindo-se anos mais tarde para a rua do Prado(Tenente Cravo). Ficava  na esquina do antigo estádio Luciano de Queiroz onde ,atualmente, está localizado o centro administrativo da prefeitura. Nos anos 60, funcionava na rua Tenente Cravo num ponto comercial do senhor Chico Padeiro a amplificadora "Voz do Norte" comandada pelo amante da comunicação, Antônio Anastácio da Silva, o popular poeta Paroara. Muito organizado, confiou ao senhor Edwardes Mendes de Carvalho toda a documentação do seu equipamento de comunicação. Durante muitos anos, a "Voz do Norte" foi a alegria dos moradores da rua Tenente Cravo e de outras ruas próximas. A partir de 1938, passou a funcionar o" Serviço de Alto- Falantes Solon Magalhães" dirigido pelo benfeitor quixadaense Adolfo Lopes da Costa. Naquela pacata Quixadá, a voz de Luiza Lopes, Geraldo Cabral e outros locutores enchiam de alegria os corações daqueles ouvintes que pareciam sempre felizes. A irradiadora comandada pelo mestre dispunha de quatro cornetas instaladas nas praças de maior movimento. Ainda hoje, permanece no mesmo local uma dessas cornetas, exatamente no portão lateral do velho mercado público. Adolfo Lopes é considerado o pai da radiofonia na terra dos monólitos pois o seu veículo de comunicação prestou relevantes serviços a comunidade e também serviu de escola para aqueles que sonhavam trabalhar na comunicação. A "Solon Magalhães esteve em atividade até a morte de seu idealizador ocorrida em 1997. Não se pode contar a história das irradiadoras em Quixadá sem dedicar um capítulo especial ao senhor Raimundo Alfredo Teixeira, o popular e querido Poti que mesmo tendo nascido em Iguatu se tornou um quixadaense de coração e amava demais a comunicação. Ele era um adepto do radio amadorismo e montou uma amplificadora nas proximidades da  Casa Olinda e sem esquecer o fato de que ele fazia a cobertura dos grandes eventos ocorridos em Quixadá, ali pelos anos 50, 60, 70. Poti prestou enormes serviços a terra dos monólitos através da maçonaria, do LIONS e sem esquecer que foi secretário de urbanismo no primeiro mandado do prefeito Aziz Okka Baquit(1973-1977). Ainda nos dias de hoje, temos as irradiadoras nas torres da igreja chamando aqueles que acreditam nas coisas lá do céu. Acredito não haver dúvida mesmo não sendo um historiador de que os serviços de alto-falantes são parte da memória histórica da cidade. Para montar este simples texto coletei narrações de pessoas de mais idade da cidade e também levei em conta a minha própria experiência pois acompanhei o funcionamento de parte desses pioneiros meios de comunicação. Pensei demais na atual geração que não vivenciou os tempos das amplificadoras e espero que alguns jovens realizem pesquisa sobre o assunto. Estamos, com certeza, realizando a valorização do passado. Podemos, juntos, resgatar muito do nosso passado. Acredito, mas com muita humildade, que estou fazendo a minha parte.   
Paroara-diretor da "Voz do Norte"
                                                                                                                                                         



Adolfo lopes-pai da radiofonia quixadaense
Luiza lopes-esposa do mestre Adolfo e locutora
Stúdio central da "Solon Magalhães"
Corneta da "Solon Magalhães" continua instalada no portão do mercado ´público
Raimundo Alfredo Teixeira(Poti) na cobertura da presença de Jânio Quadros em Quixadá
As amplificadores estavam presentes no cotidiano dos quixadaenses
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