|
Zé Maria Barbeiro:amor à profissão |
<>" Tesoura, Pente e Navalha!" Estes são meus principais instrumentos de trabalho! Devo tudo a eles! Com eles, criei toda a minha família e cumpri meus deveres de cidadão!" Desta forma, se manifestou Zé Maria Barbeiro(José Maria Ferreira) que, há mais de 50 anos, exerce uma das profissões mais antigas de que se tem notícia. Por meio de sua atividade profissional e pela dinâmica que ela engendra no perfil urbano quixadaense, os barbeiros podem ser considerados como "guardiões da memória". Tal realidade pode-se comprovar pelo fato desses espaços proporcionarem um convívio social, tornando possível narrativas que, mesmo não tendo sido utilizadas para registros históricos, permite-nos conhecer melhor a nossa história. Muitas pessoas vão ao barbeiro não apenas para fazer a barba mas, para reencontrar velhos amigos. Quando criança, em Caio Prado, Zé Maria, ajudava o pai, no roçado, até o meio dia. Seu pai, que era conhecido como 'Preto Laurentino", mantinha um salão de barbearia, no mercadinho local. Depois do grupo escolar, corria para ver e admirar seu pai naquele lindo trabalho. Ficava horas prestando atenção ao jeito de Seu preto cuidar do cabelo, barba e bigode daquela gente que, aos meus olhos de criança, pareciam anjos. Não havia nenhuma dúvida, seguiria a profissão do pai. Em 1963, pelas mãos do irmão Careca(irmão e professor do ofício) veio para Quixadá e ,em pouco tempo, estava exercendo a profissão, trabalhando inicialmente, num salão que existia em frente ao portão do velho mercado, vizinho a farmácia de Miguel Aguiar, ao lado de Carioca, Chico Cabeleireira, João e outros. Depois de algum tempo, foi trabalhar com Hemetério Bandeira, Raimundo Barbeiro. Atencioso e muito correto, no desempenho da profissão que amava(e ama), em pouco tempo, fez amizades com colegas de profissão e clientes. Um grande amigo foi(e é) fundamental na vida deste correto profissional. Trata-se de Ernandes Campina que comprou a barbearia, em 1970, na rua Tenente Cravo(a velha rua do Prado), local onde trabalha, até os dias de hoje e o presenteou. Faz questão de ressaltar a generosidade deste grande amigo. No ano de 1974, foi convidado pelo capitão Lucas para trabalhar no quartel da" PM" local e no ano de 1981, participou de um concurso em Fortaleza, exigencia para se manter na ocupação. Foi aprovado e lá permaneceu até 2010. Lembra com emoção e saudade, alguns fregueses e amigos com Carlos Bananeira, Antônio Caetano, Zé Maria Caetano, Marcelino Queiroz Dr. Weimar, Dr. Wilson, Assis belo, dentre muitos outros. Um detalhe sobre este profissional é que ia até a residencia dos clientes,quando estes se encontravam doente. Foi assim com o Senhor Marcelino Queiroz, um dos mais fiéis, presença certa no salão do Zé. A extraordinária inovação tecnológica, as novas ferramentas de trabalho, mudou drasticamente o comportamento das pessoas em relação ao cuidado com a aparencia. Mas não eliminou completamente, a atividade de barbeiro. Zé Maria afirma que muitos preferem ainda o velho salão pois, além das estórias(ou histórias) que se desenrolam naquele ambiente, tem a questão da velha e sempre boa amizade. Digamos que a barbearia é um espaço humanizado e não apenas um local de negócios. Zé Maria Barbeiro e seus colegas que mantem seus espaços funcionando, até os dias de hoje, são detentores de um significado enorme na construção da bela história quixadaense. Com eles, com certeza, o passado se efetiva no presente. "VIVA ZÉ MARIA BARBEIRO! VIVA NOSSOS HERÓIS!"
|
instrumentos de trabalho |
|
material de trabalho(foto da Internet) |
|
Material de trabalho |