quarta-feira, 27 de julho de 2016

<>NILTON FERREIRA (PIL)- UM AMOR SEM LIMITES PELO QUIXADÁ FUTEBOL CLUBE

Nilton Ferreira-Um amor sem limites ao Quixadá Futebol Clube
                           <>Quando o Quixadá Futebol Clube foi embora para jogar em outras praças, ficando bom tempo em Fortaleza, a saudade invadia o coração de  Nilton Ferreira, o popularíssimo Pil . Foi para bem longe, a maior paixão de sua vida, sem dúvida. Lembrava sua grande alegria que era trabalhar e torcer pelo time da terra dos monólitos. Eram muitas as lembranças! Saudade daquelas camisas, verde, amarela e azul. Saudade dos gols de Cícero Ramalho, das espetaculares defesas de Zé Antônio, das jogadas clássicas de Helano, da velocidade de Manuelzinho, dos dribles desconcertantes de Paulo César, do convívio com o presidente Will Holanda e com os outros dirigentes, do papo amigo com Freitinhas e da amizade com todos os atletas e torcedores. Não foram poucas as vezes em que Pil foi visto chorando como uma criança que não ganhou seu presente de natal. Conviveu por muitos anos com a incerteza da volta do time canarinho para sua cidade.  Tanto tempo longe de sua paixão não apagou este amor e, sempre que podia, acompanhava os jogos do canarinho pela televisão, mas isso não bastava. Queria ver seu "canarinho", bem pertinho, jogando no seu estádio e ovacionado pela sua vibrante torcida. Alguns amigos mais próximos de Nilton ferreira, certa vez, ouviram de seus lábios que "A vida sem meu canarinho não presta!". Por isso a volta do time para a terra dos monólitos foi uma festa para ele. Sem nenhum exagero, até a sua saúde melhorou bastante, segundo depoimentos da própria família. Trocou as lágrimas por sorrisos e, não demorou muito, foi reintegrado a equipe. Ele é o cara que mais tempo dedicou ao time do sertão central e já foi quase tudo na equipe: Roupeiro, massagista, treinador, secretário, algumas vezes, até presidente. E se duvidarem, dizem que até fazia papel de rezador para o time sempre sair vencedor. Tanto amor assim, talvez nem ele mesmo consiga explicar.  Mas, algumas situações podem nos dar uma pista para tanta dedicação a um time de futebol. Sabe-se que ele participou da primeira reunião que aconteceu para a criação do Quixadá F.C. sendo, portanto, um de seus fundadores. Ficava com os amigos Zé Abílio e seu irmão Lima, discutindo futebol, nas praças da cidade, até as 22 horas, exatamente quando o motor da luz encerrava suas atividades e a cidade adormecia sob a proteção dos padroeiros Jesus, Maria e José. No dia seguinte, o papo futebolístico continuava no comércio de Zé Abílio que, um determinado dia, sentenciou: "Vamos fundar um time profissional", ideia logo abraçada por todos que gostavam de futebol. Inicialmente, foi marcada uma reunião da qual participaram Dr. Belizário, Clóvis Sampaio, Osmar Nobre(gerente do Banco do Brasil, na época), Zé Abílio e Pil. Era uma bela noite do ano de 1964 e ,sob as bênçãos do Cruzeiro, surgia o embrião do futuro canarinho do sertão. Outros colaboradores foram Martelo, Cem, Manuel Bananeira, Freitinhas, Juquinha, Saldanha,além de outros desportistas. O grupo decidiu ir falar com José Okka Baquit que, sem colocar nenhum obstáculo, abraçou a causa e, depois de algum tempo, foi fundado o Quixadá Futebol Clube em 27 de outubro de 1965. Não se pode esquecer a dedicação do Senhor Ernandes Sátiro que chegou a presidencia do caçula do futebol cearense. Felizes da vida, Pil e Zé Abílio, cedinho da manhã, pegaram o único ônibus, na agência do Zezinho, que fazia a linha até Fortaleza e, com a documentação toda prontinha, fizeram a entrega ao general Aldenor Maia, naquele momento, o dirigente maior de nosso futebol. O Quixadá Futebol Clube já era uma realidade. Alguns nomes que brilharam naquelas primeiras formações do canarinho: Mafia, Catolé, Ribamar, Wagalume, Valdir, Célio, Oberdan, Pinto,Val, Edmilson, Tico, Zé Preguinho, dentre outros. Estes heróis levaram o canarinho para a primeira divisão do campeonato cearense no ano de 1967, eliminando o Tiradentes.  O seu amor pelo esporte das multidões vem desde os tempos de criança e adolescente. Como todo menino, queria ser jogador de futebol, mas logo percebeu que jamais iria acontecer pois, segundo reconheceu logo, não ter talento suficiente para tal. O garoto estudava na parte da manhã e no período da tarde, ajudava seu pai  ,Joaquim Ferreira da Silva, o conhecido Besouro(trabalhava como porteiro no Colégio Estadual) no roçado que se localizava no , hoje, bairro Carrascal. Apesar dos apelos da mãe Benedita para que se dedicasse aos estudos, do esforço do pai em pagar as prestações do "Colégio do padre", o menino só pensava naquilo(o futebol). Chegou até a furar o pneu do jeep de propriedade do temido padre Clineu o que motivou seu pai a lhe aplicar uma surra caprichada e colocá-lo, desta vez, no grupo Adolfo Siqueira. Lembra que só arranjava vaga nos times porque era sempre o dono da bola. Ri muito ao lembrar que marcava muitos gols contra. Mesmo assim, jogou algum tempo no Santa Cruz, time que representava o velho bairro da matança(hoje, planalto universitário). Esta equipe foi idealizada pelo Vavau e o Chiquinho(promovia reisado, naqueles anos) e os treino aconteciam num campinho,  onde, hoje, se localiza o Colégio Municipal. Alguns dos principais jogadores eram o Cacete, Arlindo, Bastos, Tutu, Zé Bodega, Patuá, Gia, dentre outros. O grande adversário do Santa Cruz era o Guarani do Zé Carlos Alves(baixinho) e nos dias dos confrontos dizem que "O pau cantava", mas depois dos jogos, todos conviviam harmoniosamente. O Santa Cruz também se apresentava nos distritos e , certa vez, jogando no Riacho Verde, houve muita confusão e em determinado momento, o Leandro Bal falou assim: Vamos embora, vamos deixar esses "pés de guerra" aí, vamos embora!". Assim, surgiu esses apelidos dos queridos amigos desta tradicional família. Quando o saudoso Deusimar Mendes se tornou presidente do Quixadá F.C, brincava muito com o Pil sobre este folclórico episódio.Nilton Ferreira tem outra grande paixão na vida que é a sua família. É casado com a doce Eronice, um verdadeiro anjo da guarda em sua vida e é pai amoroso de Mário, Magno e Madson, pérolas preciosas para o conhecido amante do canarinho do sertão. Conheceu Eronice quando treinava a equipe do "Espinheiros", pertinho de Cipó dos Anjos que disputava o torneio entre equipes da cidade e do sertão. Foi amor à primeira vista e parecia mesmo que estava até escrito nas estrelas esta bendita união. Francisco Ferreira, já faz alguns anos, atua como comentarista esportivo nas emissoras locais e obteve o reconhecimento dos ouvintes pela seriedade que impõe em suas opiniões. Pretende, ainda, e por muito tempo, servir ao canarinho do sertão. Afinal de contas, este clube de futebol faz parte de sua vida, é o seu grande amor, seja em dias de glórias ou nos momentos de dificuldades. Como alguém já falou por aí, ele teria um desgosto profundo se faltasse o Quixadá F.C neste mundo. É, não  há mesmo como duvidar que o seu amor por este time é , realmente, sem limites.
Pil, no time do Balneário(o último, agachado)
Pil e sua querida Eronice

Pil(o último, agachado, numa formação do canarinho de 1978

Pil(o último, agachado), como treinador do Guarani de Algodões

Pil(penúltimo, agachado), numa formação do Balneário(1980)

quinta-feira, 14 de julho de 2016

O POPULAR RADIALISTA SINVAL CARLOS TEM DOIS GRANDES AMORES: O RÁDIO E A PROPAGANDA DE RUA

                                  <>Voz sonora, muito bonita e para qualquer tipo de locução, seja no rádio ou no carro de som. Uma das mais belas vozes da radiofonia quixadaense e uma das maiores audiências já conquistadas perante o grande público ouvinte. Mas, no auge do sucesso, Sinval Carlos decidiu, em determinado momento, a não apresentar mais programas. Continuaria, entretanto, em uma das atividades da qual começaria muito jovem, a propaganda de rua, ou seja, a publicidade em carro de som. De nada adiantou os apelos dos seus fiéis ouvintes para continuar apresentando seus programas na pioneira Rádio Uirapuru(hoje, Monólitos). Ele tentou  explicar a todos que precisaria de mais tempo, com o objetivo de atender as empresas e pessoas que o procuravam para divulgar seus produtos ou eventos. Os que gostam do rádio não esquecem, em especial, o programa "Ídolos do povo" de estilo "brega" apresentado por ele, no período da tarde, e que tocava canções, na verdade, adoradas pelos quixadaenses e em todo o Nordeste brasileiro. A audiência chegou a surpreender o proprietário da Uirapuru, José Pessoa de Araújo, que tentou convencer o radialista a se transferir para Fortaleza, o que nunca aconteceu. O programa criava os sucessos e o disco que tocava no programa , fazia com que as pessoas corressem até a loja "Cantinho dos Discos", comandada pelo Sousa e assim garantirem o seu vinil. Naqueles ,calmos anos 80, os donos dos bares e restaurantes, colocavam as caixas de som na calçada e a sintonia no programa era a certeza de boas doses de cachaça, whisky  e outras bebidas que ,com certeza, tinham suas vendas aumentadas. E quando o apresentador, visitava um desses espaços, era uma verdadeira tietagem.  Com o objetivo de criar um clima de interação com os ouvintes, o popular comunicador criou o "Clube dos Birinaites" que congregava os amantes de Baco. Tinha até uma carteirinha. É tudo verdade! Se faz necessário destacar que, além do bom profissional, Sinval Carlos sempre foi uma pessoa muito atenciosa para com todos. versátil, apresentou ainda programas que divulgavam os ritmos nordestinos como "Forró na Casa Grande", pela manhã e a tarde. Era o tempo das cartas e o querido radialista se tornou o campeão no recebimento deste poético meio de comunicação.Na verdade, eram os "Emails" do passado. "Adorava receber aquelas cartas, tinham um sabor especial. Não era só pedindo músicas, mas, em alguns casos, pediam para conhecê-lo, pessoalmente  Com certeza, os carteiros também eram responsáveis pelo sucesso dos programas. Também ,em seus programas, aconteciam momentos de solidariedade e algumas famílias foram atendidas nas campanhas realizadas junto ao público.  Aos domingos, Sinval inovou e apresentou um programa com a apresentação de artistas locais, de diversos estilos, como cantadores, emboladores, sanfoneiros, contadores de piadas, calouros. O, hoje consagrado, Dom Ratinho, ainda muito criancinha, começou naquele momento. Foi o apresentador de uma das ,maiores audiências da Emissora, o excelente programa "Nelson Sempre Nelson", ainda hoje, na memória dos ouvintes. Faz questão de dividir o sucesso dos seus programas com os operadores de áudio, o Teixeirinha(bico doce), Tarcísio(besouro verde), Chico(pernalonga), Ana Maria, Viana Vieira,Alexandre Magno, Teixeira Filho(dudé) e outros. Uma de suas grandes saudades da inesquecível Uirapuru foi motivada pela partida da bondosa senhora, a Barbosa, responsável pela cantina e, na palavra dos funcionários, a rainha do café. 
                                  <>Como nada é eterno, Sinval decidiu não mais apresentar programas no rádio, mesmo com o apelo dos ouvintes para que continuasse. Agora, então, poderia se dedicar a outra grande paixão que era a propaganda de rua. Na verdade. começou muito jovem nesta atividade e pela seriedade com que encarava o trabalho, logo conquistou a preferência das empresas e das pessoas que o procuravam para os mais diversos tipos de divulgação. Começou na publicidade como locutor de porta, tendo  prestado serviço as "Casas Pernambucanas",numa indicação do irmão Nivaldo que era funcionário da loja. Na parte da manhã, fazia a propaganda na própria loja, mas, à tarde, ganhava as calmas ruas da cidade, ali pelos meados dos anos 60, num carro de sua propriedade. Um detalhe é que, quando não estava fazendo a propaganda, exercia o papel de empacotador da loja. O jovem e dedicado locutor chamou a atenção de outras lojas que logo o requisitaram para divulgar seus produtos como os "Armazém Humaitá", cujo gerente era o senhor Geraldo. Também, foi o divulgador do comerciante José Abílio e de outros pontos comerciais. Deu um toque profissional a sua atividade, montando ,em sua residência, um bem equipado estúdio de gravações. Sinval Carlos já não estava dando conta de tanto trabalho, afinal de contas, a cidade crescia. Foi aí que surgiu o carro de som de Carmélio Queiroz e assim, durante muitos anos, os dois atendiam as necessidades da divulgação do comércio e indústria da terra dos monólitos. Mais que tudo, foram grandes amigos e sempre trabalharam em perfeita sintonia. Na sua trajetória, aconteceram muitas situações interessantes, como por exemplo, o fato de uma carroça  quase ter destruído o seu veículo de trabalho. Sinval, apenas se saiu com esta:" Foi um carroceiro, um homem trabalhador e não fez por mal!". Foi convidado pelo mestre Adolfo para trabalharem juntos e tal aconteceu, durante alguns anos. O mestre possuía uma caminhoneta com cabine de madeira, o motorista era o Luisinho Belo e ele, o locutor que soltava a voz, com um fundo musical, comandado por Adolfo, manejando um velho toca discos e fazendo uso de velhos discos de cera. Vez em quanto, um se quebrava, lembra, acompanhado de um gostoso sorriso. Mas, isso só era possível com o carro parado. Com tantos clientes para atender, teve que convidar alguns amigos para ajudá-lo e assim, Evilásio Costa e Teixeirinha(bico doce) começaram a fazer parte da equipe de publicidade. Além de radialista e publicitário, foi também técnico de telefone da Prefeitura, quando foi implantado o sistema de telefonia distrital. Mas, faz questão de deixar claro, que o rádio e a publicidade sempre foram(e serão) suas duas grandes paixões. Sinval Carlos é filho de Luis Carlos(funcionário da Refesa) e da doce Cecília e irmão de Carlos Bezerra(foi goleiro em várias equipes da cidade); Francisco Nivaldo Carlos(grande craque de nosso passado) e Maria Dalva. Hoje, essas duas atividades são doces lembranças que o tempo jamais apagará. A sua maior alegria, ao lembrar daqueles anos, é o fato de nunca ter deixado de divulgar as lojas e as pessoas que utilizavam seus serviços, chovesse ou fizesse sol. Sinval Carlos é um exemplo para a nova geração de locutores e publicitários, pois fez destas profissões, um canto de amor à vida. A Rádio Uirapuru(hoje, Monólitos) marcou a vida de muitos quixadaenses e lembrar dos programas apresentados por este querido cidadão é uma saudade prá lá de gostosa. Bom caráter, amigo, sempre terá o carinho dos ouvintes de rádio e dos amigos que são em grande número. Com certeza, este homem do rádio e da publicidade, ajudou a escrever uma página da história da comunicação em nossa terra. Por isso, sempre recebe em sua casa, jovens estudantes e pessoas interessadas em saber como tais atividades aconteciam em nossa bela Quixadá. Não há como negar, Sinval Carlos teve(e tem) dois grandes amores: O rádio e a propaganda de rua.
Sinval Carlos e a casa onde ficavam os estúdios da Uirapuru-anos 80
Pose de criança
Era uma doce juventude
Com Célio Oliveira na Rádio Uirapuru-anos 80
O rádio e a publicidade rua são doces lembranças para Sinval Carlos

segunda-feira, 11 de julho de 2016

<>PADRE CLINEU- A DISCIPLINA EM PRIMEIRO LUGAR

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Padre Clineu-a disciplina em primeiro lugar
<><><><><><><>O padre Francisco Clineu Ferreira ocupa um lugar de destaque na história da educação dos filhos da terra dos monólitos. O religioso, a partir de 1954, com indiscutível competência, passou a dirigir o Ginásio Valdemar Alcântara, mais uma das benfeitorias de Monsenhor Luis Braga Rocha que, sempre se empenhou em dotar Quixadá de uma educação de qualidade, com o objetivo de acompanhar o novo momento no estado e em todo o país. Segundo relato do historiador João Eudes Costa,  não foi nada fácil a volta de padre Clineu para sua cidade natal, pois, naquele momento, ele respondia pela paróquia de Pedra Branca e somente graças ao prestígio pessoal do Monsenhor, Dom Antônio de Almeida Lustosa, arcebispo de fortaleza, acabou permitindo a sua transferência  para assumir a direção daquele espaço educacional, chamado , carinhosamente, de "colégio do padre", ainda nos dias atuais. Vale destacar que antes de ser pároco em Pedra Branca, esteve à serviço das paróquias de Aquiraz, Boa Viagem e São Gonçalo do Amarante. Detentor de uma reconhecida formação intelectual, tanto administrava como ensinava. No entanto, não há como negar que foi no aspecto disciplinar que o padre deixou sua marca. Sempre recomendava aos alunos que se dedicassem mais aos estudos pois sómente assim,conquistariam vitórias no campo cultural e no mercado de trabalho. Suas repreensões ao mau comportamento de alguns alunos, ainda hoje são lembradas por ex alunos como, por exemplo, Tadeu Costa que assegura ter sido este educador um incentivador para as conquistas dos alunos, muito embora seus métodos , certamente, não seriam seguidos nos dias de hoje. À sua maneira, ele mantinha os jovens atento as lições da sala de aula e disciplinados. Profissionais das mais diversas categorias, são unânimes em afirmar a influência daquele educador no modelar de suas personalidades e condições de enfrentar as batalhas da vida. Antes do início das aulas, incentivava a todos para se dedicarem aos estudos, pois seguindo este caminho atingiriam seus objetivo na vida adulta. Se reportava sobre a importância da saúde, do respeito aos pais e professores e, em especial, uma vida dedicada aos ensinamentos da igreja católica. Falava do amor à pátria e assim, os alunos sabiam cantar o Hino Nacional Brasileiro e outros que exaltam a nossa grandeza como nação. Incentivava os alunos a participar, com bastante intensidade, das datas cívicas. Até mesmo na celebração de suas missas, sempre recomendava aos pais uma atenção especial para com o estudo dos filhos e afirmava que "É impossível o crescimento de um povo sem a educação".  O acompanhamento que o padre realizava junto aos alunos, não se limitava somente ao espaço escolar. No seu jipe, com a sua indumentária sacerdotal,batina de cor preta, circulava pela praça José de Barros, com certeza, para repreender  alguns de seus pupilos que prestavam atenção naquelas lindas normalistas do Sagrado Coração de Jesus. É pouco divulgado, mas sabe-se que conseguiu junto ao poder público e outras entidades, bolsas de estudos para alunos das famílias menos abastadas. Segundo o professor René Barbosa, o padre assim agia porque tinha consciência de que a educação é o mais poderoso instrumento de cidadania e progresso.

Professor René-Padre Clineu deve ser lembrado pelos quixadaenses
Padre Clineu com companheiros da igreja(último à direita}
Espaço interior do colégio do padre em tempos passados
<><><><><><> Padre Clineu já dispunha de bagagem na gestão educacional pois, foi professor e vice-diretor do Colégio Arquidiocesano Castelo Branco, onde mostrou sua inegável competência e espírito empreendedor. Lembra o biógrafo que o padre já realizava reuniões entre pais e mestres, portanto, se antecipando a uma prática pedagógica, bem presente no ensino atual. Quase que, diariamente, conversava com os professores e funcionários da escola pois, na sua visão educadora, trabalho em equipe resulta em grandes resultados.  Padre Francisco Clineu Ferreira(nascido em Quixadá, 15/12/1918) dirigiu o seu querido Ginásio Valdemar Alcântara até 1970. Foi chamado por Deus para outras missões, no ano de 1971, ano da instalação da Diocese de Quixadá. Além de educador, teve um papel preponderante na divulgação da fé religiosa na terra dos monólitos.  Sabemos que a educação é laica, isto é, não religiosa, mas tal realidade não nos impede de enaltecer a enorme contribuição dada a nossa cultura pelo padre Francisco Clineu Ferreira. Sem nenhuma sombra de dúvida elefoi um dos construtores de Quixadá.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

UM CANTO DE PAZ PARA A BELA QUIXADÁ

Quixadaenses sonham com a paz
<>Queremos fazer nossas caminhadas  nas tuas praças, Quixadá querido, à tardinha, nos deliciando com a sinfonia de pardais, regida pelas batidas dos sinos de Jesus, Maria e José. Nas doces manhãs, como nos tempos de infância, ir até o açude do Cedro e bem acompanhado de pessoas ricas e pobres, todas, andando a pé, sem nenhum medo, sentindo o aroma vindo de dentro dos quintais das casas bem próximas a estrada de acesso. Cada pessoa que cruzar nosso caminho é como se fosse um antigo conhecido e o respeito de um para com outro deverá ter um valor enorme. Nas tuas noites, cidade amada,  queremos gastar nossa vida de aposentados e novamente frequentar os bancos de tuas praças cercado de velhos e preciosos amigos e juntos lembrar daquela paz e grande alegria ao ouvir as apaixonadas canções vindas da radiadora do Mestre Adolfo quando oferecíamos música para à namorada que ainda estava para chegar.  Absorver um pouco da energia das crianças e adolescentes fazendo da vida um eterno canto de amor ao se deliciarem com os alegres bate papos nos modernos equipamentos de comunicação. Olhando-os nos transportamos ao tempo em que na praça José de Barros nos sentíamos  verdadeiros campeões nas disputas pelas meninas mais  bonitas do lugar. Tudo num clima de uma paz que parecia infinita. Talvez,  naquele momento, visitávamos o céu sem ninguém a nos incomodar, a estragar nossa contagiante alegria. Parecia que todos eram de uma mesma família. Temos uma vontade enorme de, novamente, depois da missa, celebrada na Catedral ficar na praça José Linhares da Páscoa(antiga Dr. Revy), jogando conversa fora com os amigos e fazer promessas de amor para jovens em flor. Nós, os rapazes, vibrávamos com as missas celebradas pelo santo Padre Bezerra, pois elas  tinham pouca duração. Ora, queríamos era estar na companhia dos amigos e das tão sonhadas princesas quixadaenses. Para tornar nossa vida mais doce íamos a sorveteria do Nivaldo saborear um gostoso picolé preparado pelo Almir e entregue em nossas mãos pelo simpático Geraldo.Como era bonita a vida naquele Quixadá que já não existe mais! Que cidade bela, cheia de tanta paz, tão pequena ,ainda, mas onde a vida explodia de tantas alegrias, de sonhos, emoções, ternuras, linda paz, pessoas com coração de criança. Gostaríamos de voltar a frequentar os bancos escolares, ir para a Faculdade, sem medo algum. Como eram felizes os tempos do Colégio Estadual quando discutíamos Chacal, Torquato Neto, Janis Joplin e Beatles  com pessoas da mesma idade. Além dos livros portávamos uma velha radiola "Philips" e ,depois das aulas, íamos promover seresta para as mais lindas meninas da nossa rua. Nunca, em momento algum, alguém se apossou de nossas coisas e perturbou nossos momentos de gozo juvenil. Sem nenhum temor ficávamos até tarde da noite, só chegando em casa na hora em que os galos começavam a exibir seus cantos com poses de cantores de ópera. Nossos pais nos esperavam com preocupação, mas sabiam que voltávamos. Hoje, eles têm essa certeza?  Novamente, queremos vibrar com as jogadas do nosso Quixadá futebol Clube, ir ao "Abilhão" sem nenhum temor,  acompanhado dos filhos, amigos e como em anos já idos, vibrar à cada gol do canarinho, tal qual nos tempos de Zé Leônidas(nosso Pelé), admirar o futebol clássico de Everton Ribeiro, aplaudir as defesas do goleiro Mafia, chorar de alegria com os golaços de Perpétuo e bater palmas à raça do zagueiro Vagalume. Que vontade de curtir a noite quixadaense, nos alimentar de felicidade ao participar das serestas e sonhar ouvindo a voz do seresteiro Ronaldo Miguez, nos deliciar com o som que vinha dos teclados do Evandro.  Nos divertir, dançar ao som de "Os Monólitos" comandado pela fera Dudu Viana ou dançar coladinho ao som de "Os Dragões". Usar nossa roupa mais bonita(tanto tempo guardada) e nos sentir garotões da moda vibrando com o rítmo eletrizante da "Black Banda". Ligar o rádio e ouvir programas jornalísticos divulgando boas notícias e não o ódio entre irmãos como nos tempos da "Rádio Uirapuru" quando não era divulgada uma notícia sequer de algum fato relacionado a violência. Depois do "jornal do Jonas, íamos nos deleitar com as canções bregas do programa do Sinval Carlos. Era ou não um belo Quixadá? Temos vontade de colocar a cadeira na calçada, em especial, na  poética rua do prado(Tenente Cravo), juntar amigos e ficar contemplando a deusa das serenatas(lua bonita) como acontecia há alguns anos atrás. Com certeza,  ouvir as estórias que eram contadas por Zé Laranjeiras, Capacidade, Dodinha, Inacinha, Vicente Padeiro. Ficarmos bem felizes ao ouvir o cavaquinho de Mário Bertoldo e as mensagens musicais dos alto falantes de Zé dos Santos.Dar gostosas gargalhadas ao ouvir as mensagens musicais colocadas pelo Raimundo Padeiro que mandava tocar a música de Luiz Wanderley "O Boi da Caajrana" para gozar aqueles que não torciam pelo seu Ceará. Algumas vezes, deixando a seriedade de lado e tomando uns poucos traguinhos no bar do Apulco que colocava na velha vitrola apaixonadas canções de Nelson Gonçalves. E ninguém incomodava ou tirava a nossa paz! Como gostaríamos de participar das festas joaninas da nossa cidade, sem medo algum de uma possível violência. Vibrar de alegria, tal qual acontecia na marcação das quadrilhas por Zé Pereira. Como era gostoso o seu francês de mentirinha! No período do carnaval, queríamos sair por aí cantando "Mamãe, eu quero mamar!" e sem ter hora para voltar ao lar.  Assistir filmes nos modernos cinemas da cidade como nos tempos do "Cine Yara", quando depois da exibição dos filmes continuávamos a rir com as peraltices de Oscarito,Zé Trindade e Grande otelo. Nós, os rapazes, à noite, sonhávamos com as pernas da Jane do Tarzan. Será que os bons tempos  de paz não voltarão  a fazer parte da vida dos quixadaenses? Queremos caminhar por todos os distritos desta terra e como no sertão de antigamente pedir a volta da asa branca. Queremos passear e fazer compras no velho mercado. Ouvir estórias e comprar verdura como se o bom Luquinha lá estivesse e pegar  baita de um queijo na bodega do Amadeu. Para nós, não há dúvidas, é a cidade mais linda que nossos olhos já viram! Não há outra no mundo mais bela! Apesar da  paz perdida(Não é por todo o sempre), é aqui que queremos criar nossos filhos, vê-los crescer, pisar firme, enaltecer a vida, dá exemplos de bondade, de solidariedade, promoverem a paz. Só assim, veremos surgir na abençoada terra dos monólitos um novo tempo de conquistas, onde todos vivam em permanente e fraterna convivência. É possível sonhar com este novo Quixadá? É claro que sim!  E se sonharmos juntos, acreditar juntos, bem melhor ainda! As nossas preces já chegaram até Deus pai  pelos nossos irmãos que, hoje, gozam de sua  companhia. Eles, assim como nós nos amam e também desejam uma cidade onde todos convivam como irmãos, filhos de um mesmo pai amoroso. Que Jesus, Maria e José abençoem os filhos desta terra, os que estão aqui e na pátria celestial. 
Não há cidade mais bela no mundo



terça-feira, 5 de julho de 2016

ODILON DAS "LOJAS PADRE CÍCERO CONHECE SILVINHO, O SEU ÍDOLO NA JUVENTUDE.





<>Há poucos dias, o Senhor Odilon, diretor-presidente das organizações "Padre Cícero", esteve em Petrópolis, município do interior do Rio de Janeiro, o maior da região serrana, e fez questão de visitar um dos ídolos de sua juventude, no caso, o cantor romantico, Silvinho, conhecido como o "Rei do bolero". Silvinho fez muito sucesso com "Quem é", "Amor Ingrato" e outros êxitos musicais. Hoje, aos 85 anos de idade, continua se apresentando em diversas cidades brasileiras. Quem sabe, em breve, não venha fazer uma apresentação em Quixadá.

domingo, 3 de julho de 2016

<>A IMAGEM E O FATO<>PAI DO POPULAR RADIALISTA QUIXADAENSE, AUDÍLIO MOURA, BRILHOU NOS GRAMADOS DO NORDESTE

Audílio afirma que seu pai conquistou a torcida cearense nos anos 60
<>O pai do popular radialista quixadaense, Audílio Moura,o craque Aldir,  brilhou nos gramados do Nordeste defendendo grandes equipes como, por exemplo, Ceará e Fortaleza. Por ser especialista em marcar gols de cabeça, ficou conhecido como o "cabecinha de ouro". Ele é o último dos craques agachados. Este time do Fortaleza é de l964. Pela ordem: Mesquita, Baiano, Zé Paulo, Benedito, Genival, Carneiro, Birungueta, João Carlos, Paraíba, Zé Raimundo e Aldir. Em breve, contaremos a trajetória deste craque cearense.
-Imagem retirada da internet