terça-feira, 15 de novembro de 2022

<>TRABALHADORES DOS CINEMAS DE RUAS DE QUIXADÁ - LUIZ MARINHO FOI UM CIDADÃO APAIXONADO PELO CINEMAA

Luiz Marinho- Maquinista do Yara
 <><><><>Quem, tendo nascido na terra dos monólitos, não lembra do Cine Yara, do Cine São José, para ficar apenas nos que encerraram suas atividades por último, já nos anos 70. Falar da sétima arte nos remete a memórias afetivas. E os extintos cinemas de rua não saem da lembrança daqueles de mais idade e é motivo de pesquisas pelos mais jovens, o que de certa forma faz renascer aquela magia, aquele tempo de pura poesia. Costumava comparecer a esses espaços que considerava divinos, de forma entusiástica. Naqueles anos, vendia revistas que pegava na tipografia de José da Páscoa e com o dinheirinho apurado, mesmo sem saber o que era felicidade, ia assistir meus filme favoritos. Voltava para casa rindo muito ao lembrar das aventuras de Oscarito e Grande Otelo ou até chorando, por ver Jesus ser tão humilhado na película Paixão de Cristo!, ainda em preto e branco. Faltando bom tempo para começar o filme, comprava o ingresso a Nina, uma deusa para os amantes do cinema. Entregava o ingresso ao Pedro Nunes, ao Chico Nascimento ou ao Zé Paulino. Antes, ia até a cabine de projeção, onde conversava com os maquinistas Dedé Sousa ou o Luiz Marinho. Na verdade, os trabalhadores do cinema eram amigos dos frequentadores como Téo Miranda, José Adolfo(O pai do cinema em Quixadá), Tarcísio, João da Geral, Zé Fernandes e outros que a minha trêfega memória já não lembra. Mas, meus amigos e aqueles que curtem minhas mal traçadas, podem ajudar colocando informações nos comentários. Ultimamente, venho me dedicando a localizar esses trabalhadores que estão presentes nas nossas lembranças. Pude constatar que uma parte considerável já foi chamada por Deus para o cumprimento de outras missões. Confesso que tinha uma verdadeira admiração pelo trabalho dos maquinistas, aqueles que passavam o filme, era assim mesmo que falavam. O trabalho desses meus heróis era essencial para que a exibição do filme ocorresse sem problemas. Até porque se parasse a fita, a galera gritava: "Olha o roubo!". Luiz de Lima Ferreira, o Luiz Marinho, foi um destacado trabalhador do cinema. Dedicado ao trabalho, honesto, bom caráter e muito amigo dos frequentadores.  Antes de ser convidado por José Adolfo para trabalhar no "Yara", foi funcionário do Motor de Luz, no tempo que só tínhamos iluminação até as 22 horas. Com o encerramento das atividades dos cinemas, foi em busca de trabalho na capital, tendo trabalhado na IMBRACEL, INAMPS E Hospital do Coração. Luizinho Marinho nasceu em Quixadá no dia 18 de fevereiro de 1936 e tornou-se cidadão do céu em 31 de janeiro de 2018. O seu filho, Valderi(O Irmão), sempre afirma que seu Pai amou o cinema mais que tudo na vida. 
Inauguração do Cine Yara- 20.09.1952- desenho de Waldizar Viana

Valderir(Irmão), filho de Luiz Marinho
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