Escritor Francisco Wellington em visita a Rádio Baviera |
Francisco Wellington e seu livro de sonetos |
<>Na paz da fazenda Coité, Ibaretama, ali pelos anos 60, um adolescente, ao contrário dos colegas de idade que preferiam outras diversões, ocupava boa parte do dia lendo poemas de Cláudio Manuel da Costa, Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac e outras expressões sonetistas brasileiras. Mas, vez por outra, lia Camões, Bocage e outros sonetistas do mundo. Os pais João Ventura e Eurenice logo perceberam o gosto do filho pelas letras. Francisco Wellington de Melo Oliveira desde muito cedo tem uma preferência por esse tipo de poema que possui uma forma fixa. Sempre soube que escrever sonetos é tarefa para os grandes poetas mas, sonhava também em se tornar um autor desse estilo literário. No ano de 1973, quando foi estudar em Fortaleza passou a ter contatos com colegas estudantes, professores e mergulhou ,então, fundo no estudo dessa forma fixa, na qual o número de estrofes, versos e os tipos de rimas são numericamente pré-determinados. Ingressou na Universidade Federal do Ceará em 1982 e nessa mesma Universidade concluiu o curso de Engenharia Agronômica. Desde a época de estudante na capital, já escrevia seus poemas muito discretamente, mas mesmo no anonimato, recebeu certificado de membro participante de uma antologia poética publicada pelo Centro Acadêmico Universitário da Universidade Federal do Ceará. Depois de tantos anos, Francisco Wellington resolve nos brindar com o livro que destaca a sua forma poética preferida. "Sonetos em Ideias sem Limites" é a primeira obra deste autor que ama a simplicidade, a doce vida no sertão, a convivência com os amigos. O livro contém 46 sonetos em métrica livre e é de fácil leitura, provando que esta forma de poesia não é um bicho de sete cabeças. A revisão foi de Samilla de Melo Oliveira, a imagem da capa foi cedida por Elielma Rodrigues e da contra capa por Tertuliano de Melo Neto. O autor está feliz porque aqueles que já compraram o livro gostaram bastante e os escritores locais que leram parte da obra, fizeram rasgados elogios. Foi preciso muito estudo, muita pesquisa, muitas horas dedicadas a leitura, mas aí está para os apaixonados pela boa leitura, um ótimo livro. "Para mim, escrever é encontrar conforto nas minhas vivências" acrescenta o autor quixadaense.
Saudade de repente nos trouxera.
Saudade ainda tanto que somente;
Saudade que se nos dera de repente;
Saudade, que de repente, se nos dera...
Saudade que quase tudo dilacera;
Saudade, quase entanto nos sobrara;
Saudade, que em tristeza sobejara;
Saudade, que da ternura que houvera...
Saudade, só da ventura que provara;
Saudade, inda que tão intensamente;
Saudade- quase por tudo nos ficara;
Saudade, inda que muito descontente;
Saudade, de quem já fora e se tardara;
Saudade e mais saudade que se sente...