<>Chove saudade ao lembrar do avental azul de Raimundo Nonato da Silva(ou simplesmente Raimundo) e o de cor branca de Manoel Oliveira Sobrinho(Nenzinho). Lembramos daquele espelho que parecia mágico, pois todo mundo ficava bonito. Ainda sentimos a ardência depois daquelas laminadas, para cima e para baixo desses inesquecíveis profissionais. Aquele talco na nuca nos embevecia com a essência de um perfume que , ao sairmos as ruas, dava a impressão de usar um perfume importado(nem Era!). E a lavanda, parecia conter sabor de hortelã. E, aquele talco, parecia se transformar em fumaça branca e que tomava conta de todo o salão. Aquela espuma que escorria, pescoço abaixo, e era controlada pela toalha, sempre quentinha! Só lembranças! Quando saíamos da barbearia de Raimundo e Nenzinho(seu grande mestre foi Manuel Alexandrino), éramos acariciados pelo vento e sentíamos a sensação de um bem estar inigualável. E aquele espelho, único no mundo, tornava toda gente muito bonita! Mas, nada era mais gostoso do aquela animada conversa e eles conquistaram muitos clientes com o tratamento carinhoso e, aquela bondade, sempre presente em seus rostos. Toda vez que passamos numa barbearia(elas resistem, sim Senhor!), vemos uma navalha, uma velha tesoura, uma cadeira, própria de barbearia, nos vêm a lembrança daquelas doces figuras. Minha grande tristeza é que nenhum dos dois chegou a cortar meu cabelo ou fazer á barba, mas convivi com eles, pois, ambos, eram músicos e , em muitas oportunidades, os vi tocando seus respectivos instrumentos. Num dia deste ano(não lembro) fui na barbearia em que eles trabalhavam para melhorar minha imagem, mas eles não estavam lá. Incrível, havia esquecido que Deus os chamou para outras missões que lhes foram reservadas. Raimundo em 11.07.2009 e Nenzinho, 13.08.2013. Chove Saudade!
