Busto da Princesa Isabel em Redenção |
<><><><>Nasceu em 03 de Julho de 1896 em Quixadá, filho de Inácio de Sousa Primeiro e Maria Angélica de Sousa. Sem Frequentar escola técnica, dedicou-se à fotografia e artes plásticas, tornando-se famoso graças às suas aptidões natas. Casou-se em Quixadá na década de vinte com Lídia Alves Ribeiro com quem teve oito filhos: Angélica(Tango), Jaime(Caetano), Lúcia, Marta e Margarida(gêmeas), Paulo, Maura e Inez. De seu talento e em seu modesto atelier, saíram obras de apreciado valor para homenagear vultos históricos em diversas cidades do Ceará. Vários trabalhos de sua artística criação foram vendidos para garantir a subsistência de Jacinto de Sousa, principalmente quando se deslocou para o extremo Norte do Brasil. Entre as esculturas de Jacinto de Sousa, temos conhecimento da existência de algumas em praças do Ceará: em Baturité, a herma em bronze do Dr. José Carneiro; Em Redenção, o busto da Princesa Isabel; Em Quixadá, o Monumento ao Trabalho, inaugurado, festivamente, no dia 7 de setembro de 1922, numa iniciativa da Aliança Artística e Proletária de Quixadá na comemoração do centenário da Independência do Brasil. Jamais se esqueceu do que sofreu em sua terra natal por ser maçom e em sua casa promover reuniões daquela entidade ,na época, perseguida pela ditadura de Getúlio Vargas. Denunciado por promover tais reuniões foi intimado a prestar depoimento na Delegacia de Polícia de Quixadá. Perante a autoridade policial justificou a presença de pessoas estranhas até altas horas da noite em sua casa, alegando que na cidade havia poucos rádios e seus amigos gostavam de ouvir o noticiário do Rio de Janeiro. Sem motivo para ser preso, Jacinto de Sousa foi liberado sob protesto dos delatores que queriam o artista detido e mandado para Fortaleza, onde já estavam presos vários quixadaenses por pertencerem ao Integralismo de Plínio Salgado, organização social que também foi vítima da tirania do ditador Vargas. O talento do artista quixadaense mereceu destaque na imprensa cearense. No jornal "O Povo" de Fortaleza, na edição de 11 de agosto de 1931, noticiou: "Vimos no foto Sales do Sr. Tertulino Sales na Praça do Ferreira, um trabalho artístico que merece ser visto por quantos se interessaam pelas artes plásticas cearenses. Trata-se de uma imagem de Cristo crucificado executada, magistralmente, em Quixadá, pelo artista Jacinto de Sousa. É trabalho precioso, feito à canivete, na conhecida madeira Umburana. As esculturas em madeira feitas por Jacinto de Sousa chamava a atenção onde eram expostas. Em 1932, a ""Farmácia e Drogaria São José" , a qual funcionava em Fortaleza, na rua Guilherme Rocha, 256, expôs obra de Jacinto de Sousa. sob um cartaz com a seguinte inscrição: "UM TRABALHO NATURAL E ORIGINAL QUE HONRA E GLORIFICA A ARTE CEARENSE". "Jacinto de Sousa, residente na próspera cidade de Quixadá deste estado, idealizou e esculpiu de modo impecável , EM MADEIRA, este quadro "TERRA DA LUZ' de admirável beleza que é uma síntese sugestiva e muito perfeita da absoluta confiança que sempre inspirou o público da terra da luz". Jacinto de Sousa faleceu, às 6 horas,repentinamente, em sua casa, na atual praça José Marques(Praça da Estação), no dia 29 de janeiro de 1941. O registro do óbito foi lavrado no livro da Paróquia de jesus, Maria e José, assinado pelo vigário Padre Luís Braga Rocha. Foi sepultado no cemitério de Quixadá.
<>Informações retiradas do livro "RUAS QUE CONTAM A HISTÓRIA DE QUIXADÁ" de autoria do memorialista João Eudes Costa.
<>Imagens: fonte: Internet