José Viana nos stúdios do Serviço de Alto Falantes Iracema |
<>Saudade amarga me traz as lembranças dos Alto Falantes que num passado já bem distante, se faziam presentes no cotidiano da terra dos monólitos. Fazem parte da memória histórica da cidade e eram o principal veículo de comunicação naquele momento. Alguns elementos são lembrados como o trem, a velha prefeitura, as sangrias do Cedro, as corridas de cavalo na lendária rua do Prado e as radiadoras como eram denominadas pela população. Na década de 20, 30, funcionava na rua Rodrigues Junior, uma amplificadora de propriedade do senhor Luis Pontes de Lima. Marcou época a amplificadora” Iracema” administrada pelo senhor José dos Santos que alegrou durante bom tempo a terra dos monólitos. Nos anos 60, funcionava na rua Tenente Cravo num ponto comercial do senhor Chico Padeiro a amplificadora “Voz do Norte” comandada pelo amante da comunicação, Antônio Anastácio da Silva, o popular poeta Paroara. A partir de 1938, passou a funcionar o” Serviço de Alto- Falantes Solon Magalhães” dirigido pelo benfeitor quixadaense Adolfo Lopes da Costa. Raimundo Alfredo Teixeira, Poty, montou uma amplificadora nas proximidades da Casa Olinda. O conteúdo da divulgação nesses veículos eram notas de aniversários, falecimentos, avisos da Prefeitura, coisas da igreja e ,claro, dedicatória de músicas para a pessoa amada, mas sem dizer o nome para evitar confusão(Que delícia!). Não foi difícil conhecer os proprietários, mas pesquiso já faz bom tempo, quem fazia a locução. O conteúdo da divulgação nesses veículos eram notas de aniversários, falecimentos, avisos da prefeitura, horários de missas e, claro, dedicatória de músicas para a pessoa amada e sem poder dizer o nome para evitar confusão. (Qu delícia!). Belíssimos dias! Este diálogo entre o passado e o presente, às vezes, me leva ao desespero pelo fato da pesquisa ser, com certeza, interminável. Já estava cansado de pesquisar este tema e pensado em dar um stop, mas eis que surge a figura simpática de minha prima Susana Carvalho Viana e de forma gentil, me presenteia com uma foto bem estragada pelo tempo, mas para mim, uma pérola roubada ao mar como diz na canção do Orlando Silva. Uma foto com seu pai no stúdio do Serviço de Alto Falantes Ïracema¨de propriedade de José dos Santos.que funcionava no bairro Rodolfo Teófilo depois chamado rua da Matança e transferindo-se anos mais tarde para a rua do Prado(Tenente Cravo). Ficava na esquina do antigo estádio Luciano de Queiroz onde, atualmente, está localizado o centro administrativo da prefeitura. Me contou a Suzana que seu pai fazia a locução e na maioria das vezes, apresentava poesias e dedicando lindas canções para os apaixonados que sempre existiram desde que o mundo é mundo. Seu momento de atuação no microfone foi nos anos 60 e conta-se que com sua bonita voz conquistou muitas namoradas. A foto que ilustra este texto, muitas vezes eram distribuídas com os ouvintes com a dedicatória do comunicador. Pouquíssimas pessoas sabem que José Viana foi locutor e com certeza, quem o conheceu, sabe que ele foi funcionário da ¨Coelce¨ por vários anos. Fez parte da equipe da Prefeitura e era um verdadeiro ¨Pelé¨no conserto de motores. Seu pai era funcionário da ¨RFFSA¨ e sua mãe, Maria Firmino, costureira de muitos talentos. Nasceu na terra dos monólitos que achava o lugar mais bonito do planeta em 26 de junho de 1929. Sempre foi uma pessoa alegre, gostava de se divertir e os amigos brincavam com ele chamando-o de cabra namorador. Ele dava sonoras gargalhadas quando ouvia isso. Apaixonadíssimo pelo rádio, segurava até 3 rádios, um para ouvir os jogos do Vasco, outro para os do Ceará Sporting e por fim, um para ouvir os resultados da Loteria Esportiva. Gostava das festas joaninas e era sempre lembrado para fabricar os balões que eram os mais lindos do lugar. José Alves Viana foi pai amoroso de Suzana, Tiago e Francisco, sem dúvida, suas maiores riquezas. O locutor do Serviço de Alto Falantes Ïracema¨ e maravilhoso ser humano tornou-se cidadão do infinito em 25.01.2013. Deixou memórias que jamais serão esquecidas e a saudade imensa eterniza sua presença entre nós.
Era uma doce juventude |
Suzana e seu filho Felipe |
Os filhos Francisco e Tiago |