<>PINTA: A FÉ EM PRIMEIRO LUGAR: 60 ANOS DEDICADOS A IGREJA<> Baixa, franzina, de família humilde e assim como muitas crianças do Nordeste, começou a trabalhar muito cedo, junto com os pais Maria Alexandrina Felix e Luiz Nogueira da Silva, funcionário do antigo "DNOCS". Batia a enxada no chão, plantava e colhia algodão, na fazenda do Senhor José Caetano de Almeida. Chamava a atenção de todos o fato daquela menina, nos intervalos da lida, colocar a imagem de São Francisco sobre uma pedra, orar e entoar hinos para o santo. Esta devoção marcaria para sempre a vida de Maria Elça Nogueira. Chegou a estudar mas com a morte de sua vó Alexandrina, em 1944,teve que continuar trabalhando para o seu sustento. Trabalhou durante algum tempo na Fábrica de redes da Fazenda Varanda, foi catadora de algodão na Fábrica Sambra, depois chamada "Algodoeira" de propriedade do Senhor Zezinho Queiroz. Casa-se em 1949 e desta vez o trabalho continua em casa, fazendo varandas de redes. Da união, nasceram os filhos: Margarida, Conceição, Dôrinha, Maria José, João, Zé Maria, Alexandre e Francisco das Chagas.
Começou ainda bem jovem a participar das atividades da igreja como legionária de Maria, apostolado do Sagrado Coração de Jesus. Merece ser destacado a sua incansável dedicação a Liga de Santo Antônio que tem como objetivo maior amparar idosos e doentes. Quase que diariamente, hoje com a ajuda das filhas, visita lares, faz palestras em diversas ocasiões, sempre enaltecendo a figura do santo que pregou a simplicidade e um grande amor aos animais. A sua casa serve de espaço para acolher crianças humildes, pobres e velhos, sendo oferecido refeições e ainda redes. Mesmo cansada, sem quase enxergar, sai pela cidade pedindo doações e quase sempre, encontra apoio. Pedindo, às vezes, apenas um pão, já foi maltratada por um dono de uma das maiores lojas da cidade que assim se expressou para a humilde Pinta: "Se esse tal Francisco quer dar aos pobres, vá trabalhar"! Pinta então, apenas pediu que ele não maltratasse a figura do querido santo que tinha como pai um dos homens mais ricos da Itália. Tempos depois, este comerciante(ela pediu para omitir o nome) chegou em sua casa e lhe implorou orações pois estava com problemas de saúde! Pinta assim o fez e garante que ele ficou curado por milagre de São Francisco! Hoje, é um grande colaborador da incansável mulher!
A sua maior atuação é na igreja do querido santo. Já trabalhou com Frei Martins, Frei Guido, Padre Aldo, Padre José, Zé Firino, Rosalino e outros. Acompanhou a todos nas atividades religiosas, no sertão ou na cidade. Recebeu o carinho e incompreensões de alguns como do Padre Aldo, por exemplo, que depois de um evento na cidade de Ibicuitinga, no período da noite, voltou para Quixadá, deixando a bondosa senhora numa cidade em que ela não conhecia ninguém. Nas festividades da Semana Santa, consegue reunir muita gente no terreiro de sua casa para a queimação de Judas. As amigas mais próximas e que auxiliavam na sua missão foram Maria Monte, D. Carmelita, Francisca, Gonzaga, entre outras.
|
Hoje fica mais em casa mas sempre rezando |
Esta grande mulher merece os nossos aplausos! Não apenas do ponto de vista religioso mas também pelo seu trabalho social! Sem dispor de recursos, consegue devolver o sorriso de muita gente! Certa vez, lhe perguntei porque tanto admira São Francisco e a guerreira, assim se expressou: "Porque ele mostrou que a simplicidade é a coisa mais linda que Deus deixou nesta terra"! Sábias palavras, querida Guerreira!
|
Pinta: fé em primeiro lugar |
|
As filhas Margarida e Dôra sempre acompanham sua mãe |
|
Pinta realiza palestras |
|
Trabalho social da Guerreira |