sexta-feira, 31 de julho de 2015

<>MAESTRO JOSÉ FERREIRA DE BARROS(ZÉ PRETINHO)- SEMPRE LEMBRADO PELOS QUIXADAENSES

Maestro José Ferreira de Barros sempre lembrado pelos quixadaenses

 <>O maestro José Ferreira Barros, o popular Zé Pretinho, marcou, de forma irreversível, o seu nome no contexto artístico de Quixadá e em todo o interior cearense. Em Cedro, sua cidade natal, ingressou, ainda adolescente, na Escolinha de Banda de música da Associação dos Operários, logo se destacando pelo talento e dedicação. O maestro Antônio Soares de Oliveira   identificou naquele jovem a possibilidade de um futuro promissor como músico e sugeriu que ele tivesse os primeiros contatos com o clarinete, sax alto e sax tenor. A sua permanente evolução o levou a ler partituras. Em pouto tempo, tornou-se professor de música e assim formando novos talentos musicais. Com a morte do maestro e amigo, assumiu a regência da banda. No seu curriculum, como regente de grandes talentos, contam sua passagem como regente em bandas de vários municípios do estado, merecendo registro sua atuação nas de Cedro e da terra dos monólitos. A sua fama começou a atravessar os limites de sua cidade e logo foi requisitado para ser regente em diversas cidades do interior. O destaque e o respeito obtidos o levou a incursionar em outras vertentes artísticas, atuando em grupos musicais de destaque, a exemplo de "Os Monólitos", de grande sucesso, comandado pelo maestro Dudu Viana. A sua performance no famoso conjunto chamou a atenção e foi convidado a integrar a banda de musica municipal de Quixadá, tendo sido seu primeiro clarinetista. Começou, neste momento, a ser revelado uma de suas marcantes facetas, ou seja, a grande preocupação em ensinar aos mais jovens. Tal situação foi fundamental para que assumisse a regência de nossa banda, a convite do prefeito Aziz Baquit, no ano de 1973. Com ele no comando, a nossa banda se tornou uma grande referencia, conquistando importantes prêmios em eventos de caráter nacional, como por exemplo, o terceiro lugar num evento promovido pela Funarte e Rede Globo. Se faz necessário ressaltar que grande parte dos estados se fizeram presente ao concurso. Às vezes, torna-se desnecessário apregoar as virtudes de Zé Pretinho como maestro.  É preciso que também seja destacado o estímulo que ele implementou nas crianças e adolescentes pois, só desta forma, seus talentos musicais iam aflorar. Assim, muitos jovens ascenderam culturalmente e profissionalmente e hoje a presença de músicos quixadaenses em diversas regiões é uma grande realidade. O maestro conquistou o respeito e o carinho de toda a comunidade, pois a todos tratava com respeito e carinho. Nasceu na cidade do Cedro em 28.05.1933, filho de João Ferreira Barros e Gertrudes Afka Ferreira. No ano de 1954, casou-se com Raimunda Ferreira Barros e desta união nasceram os filhos Raimundo(professor, músico); Maria de Fátima, Maria Jacinta(professoras); Francisco de Assis(maestro); Maria Lúcia, José Ferreira Filho(maestro, professor); João Ricardo(músico). Com Raimunda Lopes Dantas teve uma filha que recebeu o nome de sua mãe, Gertrudes, logo se revelando uma musicista de muitos talentos. O querido maestro faleceu em 27.03.1990, em Capistrano de Abreu em pleno exercício da arte musical. A saudades que sentimos de Zé Pretinho é interminável e sempre será homenageado pelo grande merecimento e amor à música que ele assim definia: "A música é um perfume que exala das rosas". Toda vez que ouvirmos dobrados como "Batista de Melo", "Cisne Branco" ou outra manifestação artística, Zé Pretinho estará presente. Que a trajetória do maestro inspire aqueles que detêm O leme do município nas mãos. Que criem bandas mirins, juvenis, com o objetivo de atrair a juventude, afastando-os dos perigos que se apresentam ,com frequência, nesta fase da vida. Amigo Zé Pretinho, receba o carinho de todos os quixadaenses!!!
O filho Didi Barros segue os passos do pai
Em abril de 1977 regendo a banda no concurso nacional de bandas

segunda-feira, 27 de julho de 2015

PARTEIRA EDITE-MUITOS QUIXADAENSES VIERAM AO MUNDO PELAS SUAS MÃOS

Parteira Edite-Muitos quixadaenses vieram ao mundo pelas suas mãos
Edite no tempo em que partejava
<><>Paciente, sensível, solidária, carinhosa e um sorriso cheio de bondade. Ela foi um anjo da guarda, em especial, para as mulheres grávidas da terra dos monólitos. Naqueles anos 40, 50, quantos quixadaenses vieram a este mundo pelas santas mãos da parteira Francisca Edite Cardoso da Silva? Nem ela mesmo sabe. Mas nos conta cheia de ternura que só ,em uma noite, atendeu 10 partos. Foi levada a antiga Maternidade Jesus, Maria e José pelas mãos da amiga Maria Almeida com o pleno consentimento do benfeitor Padre Luis Braga Rocha. Hoje, aos 86 anos de idade, ainda lembra que muitos nascimentos passaram pelas suas mãos, enquanto os batizados eram realizados pelo  padre benfeitor. Faz questão de ressaltar o imenso carinho que recebeu do Padre Luis. "Eu morava numa casa dele e depois de algum tempo, falou que eu poderia comprar uma casa que pagaria". Outra pessoa de grande significado para Edite, sem sombra de dúvida, foi a senhora Moura, chefe da seção de partos mas, acima de tudo, uma espécie de mãe para todos nós. Ela foi uma dedicada professora, nos dava todas as orientações necessárias e passava lições para estudarmos em casa. Nos fez respeitadas mas, mais que tudo, uma amiga maravilhosa. Não esquece da convivência com colegas ,na verdade, quase irmãs, a exemplo de Nair Aguiar, Maria Alves, Inês, Maria Miguel e muitas outras. Sempre atenciosa e dedicada ao trabalho, ganhou a confiança de médicos ,como por exemplo, Eudásio, Maranhão, Antônio, Everardo, Ítalo, dentre outros. Adiantou ainda que não pode deixar de enaltecer a figura e o trabalho desenvolvido pelo senhor Geraldo, pessoa da inteira confiança do Padre Luis. Ele sempre foi compreensível para com todos nós. Os pais de Edite, José Raimundo da Silva e Maria José Lima da Silva, muito embora não tenham frequentado à escola, sempre se preocuparam com o aprendizados dos 13 filhos. Eram moradores na fazenda do senhor José Caetano, onde sempre desfrutaram do carinho e atenção dos proprietários. Edite aprendeu as primeiras letras com o professor Luis Marques, na própria casa da fazenda. Depois de alguns anos, toda a família veio morar na cidade. Chegou o momento de frequentar uma escola e também exercerem algum tipo de trabalho. Conhecendo um pouco da trajetória de Edite, é possível despertar a necessidade de um estudo aprofundado dessas grandes mulheres. Elas não tiveram oportunidade de estudar o quanto os médicos estudaram. Mas, com certeza, faculdade nenhuma do mundo teriam lhe ensinado tanto amor e tanta humanidade para com as pessoas que delas precisaram. Quando alguém se refere a ela como sendo um anjo da guarda, afirma que "Somos todos anjos mas de uma asa só e só conseguimos voar quando abraçados uns aos outros. E tem muita razão o seu irmão, senhor Edgar Lima e silva ao afirmar: "Minha irmã foi uma rainha na arte de partejar!
Antigo prédio da Maternidade- Imagem retirada da Internet

Padre Luis-benfeitor e amigo-Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 22 de julho de 2015

HÁ 38 ANOS BANDA DE MÚSICA MUNICIPAL DE QUIXADÁ FAZIA BONITO EM CONCURSO NACIONAL





 <>Há exatos 38 anos a Banda de Música municipal de Quixadá conquistava com méritos, o terceiro lugar no concurso nacional de bandas, realizado no Rio de Janeiro. Longe de Quixadá, de sua gente, músicos talentosos fizeram bonito, nos enchendo de orgulho e de muita alegria. E não era para menos! Afinal de contas, as melhores bandas do país estavam ali, participando e representando seus estados. A televisão, os jornais, o rádio, deram ampla cobertura a este acontecimento. Só ficaram na nossa frente, as bandas de Recife e Alagoas. É bom lembrar que nossa banda representou o estado do Ceará. Na partida para o Rio de Janeiro, recebeu as homenagens da banda de música do 23 BC. Administrava a cidade, á época, o industrial Renato Carneiro que deu todo apoio aos nossos heróis. O secretário de educação Luiz Oswaldo se empenhou pessoalmente para que a participação de nossa banda tivesse o destaque que realmente merecia. Não se pode deixar de enaltecer o trabalho de formiguinha do maestro José ferreira de Barros, o querido Zé Pretinho. Convenceu as autoridades da importância do evento, se dedicou a orientar cada componente. Foi uma espécie de pai. Contam que, durante a viagem de avião, ele ficava divertindo os medrosos. Foram estes os músicos que participaram da brilhante conquista: Aldemir Rodrigues Clemente(trombone); Antônio Cândido Ribeiro(sax horn); Antônio Marques da Silva(contra baixo); Edivaldo de Sousa Lima(sax); Euclides Soares Neto de Lima(bugle); Davi Cândido Ribeiro(trompete); Francisco de Assis Barros(trompete); Francisco Alberto de Lima Silva(sax tenor); Francisco Dias da Silva(trombone de vara); Haroldo Lima da Silva(requinta); Isídia maria da Silva Fernandes(trompete); João Batista Rodrigues Clemente(sax horn); João Lima Maciel(trompete); Jonatas Rodrigues Clemente(clarinete); José Cristovam dos Santos(clarinete); José Evilásio Costa(tarol caixa); José Ferreira Filho(trompete); José Francisco Dias da Silva(trompete); José Ribamar Franco Ribeiro(sax barítono); José Waldeblando Ferreira da Silva(bombardino); Lucas Evangelista da Silva(clarinete); Mário Alves Pereira(trombone); Manoel Ferreira da Silva(clarinete); Maria Jacinta Ferreira(sax alto); Osmar Carlos de Holanda(contra baixo); Pedro Ferreira Jorge(bombo ritmista); Raimundo Ferreira Barros(sax tenor); Maria Raimunda Dantas Costa(sax tenor); Raimundo Maciel da Silva(bombardino); Raimundo Nonato de Oliveira(clarinete); Raimundo Sidney Cajazeiras Gomes Surdo); Valdemiro de Queiroz Mota(barítono) e Venício Inácio Silva(clarinete). A brilhante conquista não sairá de nossas lembranças. Parabéns, felicidades mil a todos esses brilhantes músicos que colocaram Quixadá no mapa das grandes bandas de música. Aos que hoje se encontram ao lado de Deus, à nossa gratidão e preces saídas do coração. Era abril de 1977. Muitas emoções!!!
-Fotos: arquivo de Dellano Dias, músico e filho do inesquecível Francisco Dias.
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terça-feira, 21 de julho de 2015

A IMAGEM E O FATO



<><>Nos primeiros anos da década de 2000, o escritor quixadaense João Eudes Costa e outras personalidades foram agraciadas com a medalha Rachel de Queiroz que foi criada pela lei 1.090, do ano de 1983,sancionada pela prefeita em exercício, Regina Holanda Amorim e alterada pela lei 1.726. de 1997. O memorialista é, sem nenhuma dúvida, o grande divulgador de nossa bela história. A medalha é cunhada em ouro, constando no anverso a figura da escritora e ,no verso, a imagem da galinha choca, símbolo representativo da terra dos monólitos , ladeado por ramos de algodão. Na imagem, João Eudes e o vereador Kléber Junior.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

I LOVE YOU, JE T'AIME, TI QUIERO, VERO AMOR, TE AMO QUIXADÁ

Lojas lembram o mundo na terra dos monólitos

 <>O nosso amado Quixadá está muito mudado. Nem parece aquela cidade de anos atrás. Os jovens de hoje não sabem mais nem o que é uma carta de amor, um cartão de natal, o poético bilhetinho. Agora é tudo na base das mensagens instantâneas e o "watsApp" é a coqueluche da galera( É, hoje em dia, a moçada se auto intitula desse jeito). As músicas que embalam a moçada de agora, nem de longe lembram aquelas canções que se ouviam nas praças através do "serviço de alto falantes do Mestre Adolfo. Que nada! Agora, o que tá rolando é o "funk". A moçada sabe na ponta da língua os nomes dos "Mcs" que estão bombando(pois é, falam assim). O comércio já não é o mesmo e a maioria das lojas tem nomes em língua inglesa, francesa e até em japonês. Tem uma rua do centro que, por algum momento, imaginamos nos encontrar na famosa Avenida Champs Elisées, em Paris ou na Quinta Avenida, em Nova Yorq. Mas esta sensação é só devido aos nomes de algumas lojas. Confesso ter alguma dificuldade de comprar produtos com nomes franceses. Só aprendi um pouquinho com o Padre Hélio e nem lembro mais. Meu Quixadá querido(acho que isso é em todo canto deste país) está muito americanizado. Me lembrei do astro quixadaense, o Guaracy Freitas que cantava "Tudo é dos americanos!!!).  Do Inglês, só aprendi umas duas ou três frases, apesar da boa vontade do professor Pery. Está longe do tempo em que íamos aos açougues de Chico Soares, Zé Laranjeiras, Zé Medonho ou comprar carne ao Adauto no velho mercado. Hoje em dia, vamos aos frigoríficos que vendem com rígidos padrões de qualidade.  Falar que íamos comprar na bodega do Quinzin, da dona Lulu, na mercearia do Zeca Metero ou na bodega do Amadeu é coisa do passado. O moderno quixadaense satisfaz suas necessidades em supermercados, alguns até com cinema. A terra dos monólitos realmente está muito mudada. Quem imaginava nossa cidade recheada de prédios erguidos obedecendo a projetos arquitetônicos surpreendentes? Já passou pela cabeça de alguém que iria chegar o tempo de se gastar 20 minutos ou até muito mais para se atravessar uma de nossas ruas? Charretes, o velho corcel, não se vê mais por aqui. Não é nenhuma surpresa encontramos desfilando pelas nossas avenidas, um "Porsche 918" ou um "Ferrari -Califórnia F1". Pois é, apareceu um bocado de gente cheia da grana(ou do money?).  Não se fala mais em merendar na lanchonete do Senhor Geraldo. Que nada! Muita gente agora só vai aos restaurantes para saborear um "sushi" ou uma "Salada de algas". Conheço um amigo que está até pensando em aprender japonês. É, meu Quixadá está realmente muito mudado. Mas como mudou, meu Deus! Já é uma região universitária e recebe jovens de todo o estado e até fora dele, no contínuo preparo para o mercado de trabalho. Os estudantes não precisam mais ter que ir estudar na capital. Os que habitam a zona rural, nem precisam mais ficar em casa de parentes ou amigos na cidade. Hoje, ônibus os levam e trazem  até seus destinos.  Até os nossos comunicadores do rádio atual, se expressam em língua inglesa. Ao chegar o momento das pausas nos programas falam "Vamos chamar um break" e não mais" vamos chamar o intervalo'". Isso ainda é do tempo da velha Uirapuru. É claro que todos nós queremos assistir o progresso de nossa linda terra. Mas, sempre buscando entender que esta nova realidade apresenta benefícios e, sem dúvidas, malefícios. Mas, esta parte aí é com os estudiosos do assunto. Agora, o que queremos mesmo é fazer uma declaração de amor a cidade que nascemos e amamos" I love You, Je Taime, Ti Quiero,Vero amore Quixadá! Ah, ia me esquecendo de declarar todo o meu amor em português também: "Eu te amo Quixadá querido!". Sempre!









EU E MEUS AMIGOS<>UM AMIGO VERDADEIRO É A MAIOR RIQUEZA DO MUNDO




<>Um amigo verdadeiro é a maior riqueza do mundo. O verdadeiro, fica claro! Aquele que chega junto, naquele momento que precisamos de uma força para enfrentar um momento difícil. Já aconteceu com vocês o que aconteceu comigo?  Quando começava a relatar um problema que me afligia, o cara já ia inventando um motivo para sair
de perto da minha pessoa. Com certeza, este não é amigo mas apenas uma pessoa conhecida. Também não considero grande amizade quando alguém fala coisas do tipo: "Você sairá desta, é forte, é inteligente!" Este papo não me interessa porque amigo é aquele que vai junto comigo. Essas conversas acalentam muita gente, eu não! Aristóteles falava que a "A amizade é uma alma com dois corpos" Amigos(estou falando dos verdadeiros) são pérolas cultivadas nas profundezas do nosso coração. Já disse aqui em casa que os verdadeiros amigos são meus irmãos. O verdadeiro amigo nos ama em todos os momentos, não importando o momento que estamos vivendo. Costuma-se falar que o cara que tem muito dinheiro é cheio de amigos. E tem babaca rico que acredita neste papo furado. Muitos estão interessados é no que ele tem e não no seu bem estar. Olha, não exijo dos meus amigos uma amizade perfeita(eu não sou perfeito) mas verdadeira. É por isso que, às vezes, muitas pessoas nos decepcionam tanto, nos dão tantos foras que acabamos buscando nos animais, no cachorro em especial, o conforto e o carinho que nos foi negado. E se não fosse o grande amor de Jesus Cristo por nós? Como seria suportar tantos momentos incertos? Dentro do cantinho do meu cérebro, existe um cemitério fictício, aonde estão depositados aqueles que já morreram(estão vivos, é verdade) mas não existem para mim. Meus amigos, talvez não seja em grande número, mas estão bem vivos, guardados no meu coração. São os melhores amigos do mundo! Com estes, eu posso contar, sei o nome de todos, tenho num caderno, tudo anotadinho. É só precisar e todos nós precisamos de um amigo, mas dos verdadeiros. Mas desta questão de amizade, uma situação sempre me chama a atenção. É o fato da existência(comprovada) do amigo oculto. Incrível, gente! Ele existe mesmo! Amigo oculto é aquele que, por exemplo, vem nos prestar solidariedade, muitas vezes, negada por muitos. Acho que já aconteceu com,muita gente! Vou contar esta para vocês: Na minha última operação, surgiu um problema e falaram no hospital que uma outra intervenção cirúrgica teria que ser paga.  Foi uma tarde difícil, nunca esqueci. Na manhã do dia seguinte fui levado a sala de operação. Passei mais de dois anos tentando descobrir quem pagou meu tratamento. Ao descobrir, fiquei muito impressionado e confesso, meio envergonhado. A pessoa que me ajudou, o amigo oculto era a pessoa que eu menos gostava no bairro e até mudava de esquina para não cruzar com ele. Hoje, tem um cantinho guardado no coração de toda nossa família. Aprendi uma grande lição: "Amigo não é só aquele que nos sorri e sim o que nos é solidário quando precisamos de uma saída. Para os meus VERDADEIROS amigos, aquele abraço!                                


domingo, 19 de julho de 2015

A IMAGEM E O FATO<>-QUIXADAENSES AINDA LEMBRAM DO VELHO ABRIGO



 <>A imagem é do abrigo dos viajantes, como inicialmente fora denominado. Foi uma construção dos anos 50 na administração do professor Hermínio de Medeiros Dinelly(governou de 01-02-1951 a 25.03.1955), com o objetivo de acolher, pessoas que dirigiam-se a estação ferroviária. Mas, não eram apenas aqueles interessados em ver o trem que compareciam ao espaço. Para muita gente, era como se fosse sagrado, dar um pulinho ali. Era um ponto de encontro de amigos, de namorados e de profissionais como engraxates, cantadores de viola, vendedores de bilhetes, barbeiros(faziam a barba nos bancos) e daqueles que somente iam para matar o tempo. O abrigo ganhou o carinho dos quixadaenses e hoje é mais uma lembrança. Ele foi demolido na administração do prefeito José Hilário Gonçalves Marques. Para muitos quixadaenses, o abrigo ainda estava no mesmo local e precisaria apenas  de uma revitalização. O certo é que nosso velho e querido abrigo já não existe mais. 

sábado, 18 de julho de 2015

MAIOR CRIME CONTRA NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO COMPLETA 52 ANOS

Vereador Dudu  é neto de Francisco Enéas- o único a votar contra a demolição do antigo prédio 

Francisco Enéas disse não a demolição
 <><>Era um prédio muito bonito, de belíssimas linhas arquitetônicas, no estilo dórico romano, segundo nos informou o artista plástico Waldizar Viana. Construída na gestão do coronel Francisco Alves Barreira(1893-1895) e inaugurada na administração do médico Dr. Bonifácio de Carvalho. Demolida em plena administração do Senhor José Okka Baquit(1963-1967), causando dor e revolta, especialmente aos mais velhos que puderam testemunhar fatos históricos que mudariam para sempre a história da terra dos monólitos. No prédio funcionava também à Câmara Municipal, a Delegacia de Polícia, o Fórum Eleitoral, além do Grupo Escolar. Era, na época,  a câmara composta pelos seguintes vereadores: Adalberto Calixto da Silva, Agenor Queiroz Magalhães, Eugênio Freire Moreira, Francisco de Assis Nunes, Francisco Pereira Nunes, Geraldo Alves da Cunha, José Lopes Filho, João Vidal, Manoel Carneiro, Otacílio Rodrigues de Oliveira, Paulo Holanda Pinto, Raimundo Mesquita Aires, Tácito Fernando de Queiroz, Fernando Freire de Holanda e Francisco Enéas de Lima, único que se posicionou contra a demolição. Achava, no que estava absolutamente correto, uma falta de respeito para com o nosso patrimônio histórico. Os suplentes de vereador, naquele momento, eram: Hemetério de Bandeira de Melo, Inácio Galdino de Queiroz, José Maria Libório  e Pascoal Sampaio Ribeiro. O vereador Carlos Eduardo Moreira de Lima, o Dudu, neto de Francisco Enéas, lembra que seu avô foi muito corajoso em defender um patrimônio que era  símbolo de nossa terra. Segundo o memorialista João Eudes Costa, a destruição de nosso acervo histórico continua até os dias de hoje. Um povo sem memória é da mesma forma, sem valor cultural, concluiu o autor do livro "Retalhos da História de Quixadá". João Eudes, no entanto, assegura que, apesar dessa  atitude tão criticada, José Okka Baquit realizou uma excepcional administração, pois teve a preocupação de beneficiar todos os seguimentos sociais da comunidade, priorizando uma assistência efetiva a classe mais pobre. O antigo prédio da prefeitura, de grande significado para os quixadaenses, é apenas uma doce saudade.
Memorialista João Eudes Costa assegura que apesar da demolição do prédio, Baquit fez um bom governo


Quixadá no final dos anos 20- no lado esquerdo, vê-se o antigo prédio da prefeitura 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

RÉU CONFESSO- COMETO CRIMES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA

 <>Depois da tão sonhada aposentadoria, comecei seriamente a pensar de que forma ocuparia meu tempo. Viajar? Legal, não é? Conhecer outros lugares, pessoas mas o médico foi logo avisando: "O senhor só pode viajar acompanhado por causa do acentuado estado de sua labirintite". Arranje uma namorada, tentaram me socorrer os amigos! Não tem idade para isso! Me animei, pintei cabelo, comprei roupas mais jovens. Até comprei perfume franco-cearense. Passei a curtir as serestas, tentei no "Facebook", mas me lembrei dos avisos de mamãe que sempre falava  das combinações astrais e elas não são muito legais para aqueles que pertencem ao signo de Aquário. Acredito nisto, ninguém é perfeito, Foi aí que o precioso amigo e notável escritor João Eudes sugeriu que eu começasse a escrever, pois o fato de ser radialista, muito ajuda na criação de textos. Não é que peguei corda! Mas, escrever sobre qual assunto? O bondoso amigo sugeriu produzir textos sobre a bela cidade que nascemos, destacando sua história, sua gente, curiosidades. Tal qual o personagem dos quadrinhos, o popular Popeye, imaginei ingerindo muito espinafre. Pronto! Será que surgiu um aspirante ao mundo maravilhoso dos escritores? Que nada! Esse vegetal não é tão poderoso, como no gibi! Mas, fui em frente. Afinal de contas, divulgar minha cidade é algo fantástico, divino. Como no começo, tudo é assim, não é?  Escrevia, à tarde, à noite e, às vezes, até de madrugada. E não é que os bondosos amigos aceitaram! Criei coragem e montei um "Blog", espaço em que priorizo a nossa muito amada terra dos monólitos. Para minha surpresa, é muito bem visitado. Só não imaginava chegar, o que considero passatempo, nas salas da Universidade e isso está acontecendo, segundo me informou o querido professor e amigo, Altemar Muniz, um respeitado jovem, sempre munido de uma vasta cultura. É aí que a coisa pegou! Escrever corretamente, assim penso, não é fator determinante para a compreensão de um texto. Mas, acontece que se expressar de forma correta é tarefa fundamental, necessária mesmo. Então, admito amigos, ser um RÉU CONFESSO. É verdade que meus textos cometem alguns crimes contra a Língua  Portuguesa. E um crime confesso, deve ser punido. Punição já iniciada, pois agora voltei a estudar, comprei livros, recorro a professores como Eduardo Bananeira, Ângela Borges, Betinha. Executo, quase sem parar, tarefas com o objetivo de evitar vícios de escrita, como evitar erros básicos de acentuação. A tal da "Crase" me deixa louco, é inimiga da minha pressão. Em que situações, ela é facultativa, ou não! Me socorra Caetano!!! Uma vez, não me envergonho de falar de meus erros, sabem  o que aconteceu? Usei a crase antes de uma palavra masculina! E lá vem o comentário do tipo: "Vá fazer programas de bregas, o senhor nunca será um escritor!" Mas eu nunca pensei nisto! Sério! O que pretendo é apenas divulgar, um pouco que seja, às pessoas simples de minha cidade. Doía no meu coração o fato de não se escrever nada sobre Almeidinha, Olho de Bila, Quebra Queixo, Zé do Saco, Ferrugem, Zé da Lasca, Luzia da caretas, Raimundo Padeiro. Imploro, não me levem aos tribunais de Camões. Deixem-me, com minha pobreza de texto, divulgar a cidade em que nasci e amo demais. Peço proteção a santíssima trindade, Machado de Assis, Drummond e Euclides da Cunha. Só me resta pedir aos queridos amigos da Universidade que procurem utilizar em suas pesquisas, escritores profissionais, memorialistas consagrados. Quero apenas postar no "Facebook" textos para meus amigos. Agora, parar de divulgar minha cidade por cometer crimes de natureza cultural, jamais! Meus amigos são meus advogados. É para eles que escrevo e nem mesmo tenho livro publicado. Para terminar, é confortador lembrar palavras de Guimarães Rosa; "O correto, o certo é aquilo que escrevo, à minha maneira!" Saúde para todos, vou dar um bye bye, agora é hora de aprender mais uma lição. A de hoje, é "Como aprender a usar a vírgula corretamente". Aqui entre nós, tem muitos erros neste pequeno texto? Fica combinado assim: só nós saberemos, certo?



quarta-feira, 15 de julho de 2015

MENINA- A GATINHA QUE CONQUISTOU O BAIRRO BAVIERA E TODA A CIDADE

 <><>Todos os dias, uma linda gatinha, logo nos primeiros dias da manhã, miava, parecia sorrir, pedindo o café da manhã,  alimento para ela e os gatinhos que estavam na sua barriga. Ia de casa em casa, se tornou a queridinha do bairro Baviera. Aqueles que se dirigiam para o trabalho e crianças até a escola, davam aquele "alô" para aquela criaturinha, nossa irmã de criação. Também com os que não moravam ali, a gatinha era só carinho e até brincava, dando atenção especial às crianças. Faltava só um nome para ela. Larisse, uma moradora do bairro passou a chamá-la de Menina. Como os gatos e cachorros são anjos que Deus nos envia para amenizar nossas dores, Menina era requisitada para ir ao colo de pessoas em cadeiras de rodas, crianças com alguma deficiência. A doce gatinha só não conhecia a maldade humana. Numa madrugada, indo de encontro a um grupo de pessoas, com certeza, querendo brincar, foi recebida com pedradas, parecia que estava sendo executada. Que mal a Menina teria feito a eles para ser vítima de tanta maldade? Para eles, a gatinha não significava nada mas para Deus, um ser precioso e para as famílias do Baviera, um amiguinho muito próximo. Foi aí que entrou em ação o casal Suely e Chico Javali que, juntamente com os filhos Wesley, Franciely e Isabelly, mobilizou todo o bairro e até utilizando as redes sociais, iniciou uma campanha para salvar a vida de Menina. Ao se deparar com aquele ser inocente, todo ferido, morrendo, entraram em grande pranto. Suely, tentava amenizar seu sofrimento, mas percebeu que, ao tocar em sua barriga, a dor era muito grande.Foi aí que o casal Edgar e Lucimar se aproximou e foram logo falando que Cristo ama os desprotegidos, os inocentes e sugeriram levá-la ao veterinário. Sem nenhum dinheiro, naquele momento, levaram-na ao veterinário que logo falou da necessidade de uma operação urgente, mas que sairia caro. O casal deu início a uma grande campanha no próprio bairro e as pessoas responderam positivamente. As filhas de Suely e Chico, fizeram promoções na Escola com o objetivo de arrecadar alguma ajuda. A "Revista Central" também participou da campanha e moradores de outras localidades. Foram muitos dias de internação e Menina voltou, agora ficando na residência de Suely. Recebeu muito carinho de vizinhos, amigos e até presentes lhe foram enviados. Numa tarde de domingo, uma senhora em uma cadeira de rodas, acompanhada pelos filhos, veio visitar menina e falou que, todos os dias, aquela gatinha ficava um bom  pedaço no seu colo. Menina voltou a ser a alegria do Baviera. Quando penso nesta gatinha que voltou à vida, fico a pensar em quantas "meninas" estão por aí, abandonadas, ao frio, ao relento, sem alimento, doentes e sendo mortas, de forma brutal, por quem deveria protegê-las. Mas há esperanças! Ainda podemos sonhar com um mundo melhor. Ao defender a causa animal, o jovem casal Suely e Chico Javaly  nos enche de bondade, de compaixão, que imaginamos não possuir. Mas, dentro de nós existe um cantinho de amor, pois somos filhos de um pai amoroso que sempre  estar a nos mostrar ser os animais, nossos irmãos de criação. Dentre todas as ajudas que chegaram para salvar a gatinha, uma chamou a atenção de todos: Alguém passou ,rapidamente, na  casa e jogou um envelope com algum dinheiro, acompanhado de um bilhete, onde pôde-se ler: " A situação de Menina me tocou o coração mas não posso dizer meu nome pois já cheguei a envenenar esses bichinhos. Depois de Menina, irei dedicar parte da minha vida a cuidar desses anjos". Sempre que estou a caminhar pelo bairro em que nasci, vejo Suely cuidando de animais doentes e, quando pode, os acolhe e faz campanhas para doações. Vejo tudo aquilo e corro para casa, confesso, choro com raiva de mim mesmo, pois poderia também fazer muito mais. Ajudei a Menina com tão pouco dinheiro!  Poderia ter ajudado mais, vendendo um computador, um som! Por que não fiz isso, meu Deus? Aliás, nós todos poderíamos fazer muito mais. Obrigado Suely e Chico Javaly pelo belo exemplo de amor! Vocês nos mostram, todos os dias, que este mundo não é só nosso mas também dos gatos, cachorros e de todos os animais. E diga a Menina que eu também a amo apesar de minhas limitações. que Deus proteja Menina e todos os animais!






quinta-feira, 9 de julho de 2015

QUIXADÁ FUTEBOL CLUBE JÁ TEVE A SUA RAINHA- NEUMA FERREIRA REINOU DE 1980 A 1984

Os torcedores do Quixadá e outros clubes se entregaram ao seu encantamento
<><>No mês de outubro deste ano o Quixadá Futebol Clube completa 54 anos de fundação. Segundo Pil, o quixadaense  mais apaixonado pelo canarinho, tendo dedicado muitos anos de sua vida ao  crescimento da equipe, ele é um símbolo da terra dos monólitos e merecerá todas as homenagens mesmo sem estar participando da primeira divisão do futebol cearense. Afinal de contas, ele está no coração dos desportistas e um grande amor não pode morrer assim. Você sabia que nos anos 80, o time do sertão central tinha a sua rainha? É mais que verdade! E uma linda rainha! Naqueles anos, os clubes que disputavam o campeonato cearense, elegiam a sua representante. A escolhida pelos apaixonados torcedores e por um júri foi a ,ainda adolescente, Neuma Ferreira. Aquela cara de menina, jeito de mulher, pele rosada, conquistou a todos. A jovem foi incentivada a participar da escolha pelo desportista José Abílio. As torcidas dos outros times se entregaram aos encantamentos da beleza de nossa rainha. Ela tinha 16 anos de idade. Em dias de jogos, no momento da aparição de Neuma no estádio até torcida rival gritava "É linda! É linda!". Tal situação causava inveja as outras representantes dos clubes. Certa vez, a garota do Fortaleza ficou enciumada do sucesso da linda menina. Ao perceber que os torcedores do seu time aplaudiam a Neuma, em atitude de grande revolta, partiu para cima de nossa rainha. Foi briga feia, durante alguns minutos. Só não foi uma situação bem mais grave, graças a interferência do Pil e de Deusimar Mendes da Silva. Neuma, rindo muito, nos contou que ela  levou uma chuva de vaias. Um folclórico zagueiro do canarinho sugeriu, isso num jogo contra o Ceará, colocar a Neuma atrás do gol do time adversário. Assim, os zagueiros prestariam atenção naquela menina de pele rosada, olhos de índia e não iam ter noção de como marcar nossos atacantes. É claro que o técnico Freitinhas não levou isso muito a sério. Reinou  de 1980 a 1984.  Depois de reinar absoluta como soberana do Quixadá foi obtendo outras conquistas, como por exemplo, a mais bonita estudante do Colégio estadual. Ainda criança, participou de concursos de beleza nos clubes, sempre ocupando os primeiros lugares. Esta beleza quixadaense atraiu a atenção de empresários da moda que atuam em Fortaleza e, durante bom tempo, desfilou para uma famosa marca de biquínis, nos salões do BNB e outros clubes. Poderia ter ido muito mais longe mas, atendendo aos apelos dos pais dedicados, Lauro Ferreira Lima e Eneida Pereira Lima, resolveu priorizar os estudos e claro, trabalhar com o objetivo de ajudar nas despesas de casa. Pertenceu aos quadros de funcionários do senhor Geraldo Bertoldo em Fortaleza. Atualmente, é uma das atendentes da "Nilber Cell", empresa administrada pelo irmão Arnaldo. Quando criança, estudou na escolinha do curtume, próxima a sua residencia, tendo como professora, a dedicada Vilma do Severino. No José Jucá, estudou com Socorro, Tuzinha, tendo como diretoras, Auristela Capistrano e Neíldes. No Colégio Estadual, garante que passou os anos mais felizes da vida.  Neuma nos dias de hoje é uma pessoa totalmente voltada para a família, razão maior de sua existência. Sempre lembra da importância do estudo no crescimento dos filhos. Recorda que o dia mais triste em sua vida, foi a morte do querido irmão(amigo de todas as horas), Abelardo, mas lembra que Deus é sábio, misericordioso e sabe o que faz. Os outros irmãos, Fátima, Evilásio, Ronaldo estão bem guardados do lado esquerdo do peito. O nosso amado Quixadá Futebol Clube ainda não conquistou o título de campeão cearense mas nos deu a mais bela das rainhas. Indagada sobre como analisa a beleza nos dias atuais, afirma que "A mais bela das belezas é a interior porque esta é eterna! Assim falou a eterna rainha do canarinho do sertão!
Neuma foi também rainha do Colégio Estadual
Zé Abílio-incentivador de nossa rainha
mascote do Quixadá

A casa aonde nasceu Neuma
Dona Eneida a verdadeira rainha da família

O senhor Lauro foi mais amigo que pai

Neuma é uma pessoa muito querida em Quixadá

sexta-feira, 3 de julho de 2015

ELDER LOPES PAIXÃO: UM ETERNO AMANTE DA FERROVIA- ELE FOI AGENTE(CHEFE) DE ESTAÇÃO DE 1969 A 1989

Com Ritinha, nos tempos de agente de estação- anos 80
Hélder visita a estação ferroviária que comandou por muitos anos

Não deveriam ter acabado com o trem de passageiros, protesta
<><>Aqueles que se dirigem até a empresa "Elder Pré Moldados", ao adentrar no escritório do administrador Antônio Elder Lopes paixão, se encantam com um trenzinho de madeira, feito artesanalmente e exposto num armário de arquivos. Aquele objeto tem um simbologia enorme para aquele conhecido e muito querido empresário, nascido em Baturité, mas quixadaense de coração. É que, no período de 1969 a 1989, ocupou o cargo de agente de estação ferroviária na terra dos monólitos, cabendo-lhe a tarefa de dirigir e coordenar os serviços relacionados com o trem de passageiros e cargas, dentre outras responsabilidades. Ingressou na "RFFSA", no ano de 1959, como telegrafista, através de concurso, realizado em Fortaleza. Estagiou na sua cidade natal por 3 meses, vindo se estabelecer, em seguida, na terra dos monólitos. Durante 3 anos(1959 a 1962) morou no depósito de locomotivas, convivendo com ratos, morcegos. Mas sem jamais abrir mão de estudar e trabalhar com seriedade. Com empenho e dedicação, foi conquistando espaços e o reconhecimento dos superiores. Hoje, assegura que, valeu à pena, tanto esforço desprendido. E claro, jamais esqueceu aqueles tempos de muito trabalho e um devotado amor ao trabalho ali desenvolvido. Há muitos anos em outra atividade, o transporte ferroviário, no entanto, continua bem presente em suas lembranças.  Segundo Elder, a chegada ou partida dos trens na estação de Quixadá, atraía a atenção de toda a cidade. Ao ouvir o poético apito do trem, muitos corriam para aquele espaço de uma felicidade indescritível.  Durante a permanência do trem, apareciam os vendedores com suas quartinhas na cabeça, cestos de banana, carrinhos de pipocas e outras guloseimas. Mas também eram oferecidos os jornais do dia, revistas como, por exemplo, "Revista do Esporte"; "Manchete", "Capricho" e outras. Naquele espaço mágico, também aconteciam encontros e desencontros. Tantos risos, alegria explodindo no peito, pela chegada de um ente muito querido. Saudades daqueles que partiam, deixando a sua gente com o coração em pedaços. O ex agente ferroviário nos assegura que muitas pessoas, chegavam ou viajavam para outras cidades, pela estação de Quixadá. Exatamente, às 10 da manhã, o trem de passageiros, chegava, parando por algum tempo e logo seguindo em direção ao Crato. Havia o trem de cargas que transportava mercadorias para diversas cidades do estado e fora dele. Com bastante ênfase, assegura que o transporte de mercadorias realizado na operação ferroviária, com certeza, barateava os produtos. Como tudo na vida, este tipo de transporte também apresentava o seu lado triste, como por exemplo, a ocorrência de acidentes, alguns de grandes proporções. Recorda de um acidente que se deu na rua da palha, quando uma rural foi esmagada por uma composição, causando a morte imediata de todos os ocupantes do veículo. Mas, como um amante do transporte ferroviário, afirma que acidentes acontecem em várias situações. O ex agente não esconde a forte emoção ao lembrar do famoso "Asa Branca" que era diferenciado, bem mais confortável, cadeiras reservadas, ar condicionado, uma linda pintura e o mais importante,  tempo bem mais reduzido de viagem. Era grande a afluência de pessoas à estação ferroviária para acompanhar a chegada e partida do "Asa Branca".  Era também um trem definidor de "status" social. Era comum, naqueles anos, na cidade ainda pequena, comentários do tipo: "O filho de fulano de tal viajou no Asa Branca!". Ele passava na terra dos monólitos, às 21 horas, vindo de Fortaleza e tendo em Recife, seu destino final.  O fim dos trens de passageiros poderia ter sido evitada, segundo Elder, se o governo tivesse investido na modernização deste meio de transporte, pois outras alternativas foram surgindo, ganhando a preferencia das pessoas. Não se deve esquecer que o público alvo do transporte ferroviário eram as pessoas mais simples da população, devido ao preço barateado das passagens. Nos dias de hoje, o trem é apenas uma saudade. Divide estas lembranças com sua esposa Ritinha, com quem se casou nos primeiros anos da década de 60 do século passado. A viagem de trem não será esquecida pelos que tiveram este privilégio.  Ainda sentimos o barulho daquele batido de dormentes versos roda, como se estivesse avisando as pessoas de sua passagem. Parece estarmos vendo aquele menino com o cesto na cabeça e oferecendo"Quem vai querer amendoim torradinho?" Como era divertido ver o abrigo que existia, próximo a estação, repleto de pessoas para acompanhar o espetáculo da chegada e partida dos trens. Como era bonito assistir a entrada e saída das pessoas daqueles carros! E a compra dos bilhetes, aquelas pessoas tão alegres, ansiosas para entrar nos vagões? E aquela batida angelical dos sinos, anunciando chegadas e partidas! As crianças se encantavam com aqueles mecânicos, todos uniformizados, com  seus enormes martelos, quando da inspeção das válvulas do freio! E aquele apito, muito forte, uma, duas vezes, avisando da partida do trem! Íamos dormir e acordávamos com aquele som. É pena que as novas gerações não gozaram do privilégio desta fantástica viagem. Ainda hoje, é  muito forte a presença da ferrovia na vida de Elder Lopes Paixão, e uma prova deste amor, é a proximidade da empresa que administra com a velha estação ferroviária.  "Eu sou um apaixonado pelo trem " afirma com a voz embargada por uma forte emoção.  
Asa Branca- imagem retirada da Internet
Ritinha e Hélder- Imagem do casamento em Baturité-anos 60

Imagem do término de um curso realizado em Recife- Hélder é o décimo primeiro (plano inferior)