segunda-feira, 30 de abril de 2018

HERÓIS DA RESISTÊNCIA-BARBEIROS RESISTEM E MANTEM FIÉIS CLIENTES EM QUIXADÁ

                                   <> É uma das profissões mais antigas do homem. Não há como negar que os modernos salões de beleza ocuparam espaços de forma devastadora ganhando a preferência da maioria das pessoas. Mas, a profissão de barbeiro sobrevive no tempo. Na terra dos monólitos, tradicionais barbearias nos remetem ao passado e os que estão na profissão já com bastante tempo, sempre se emocionam com a presença dos fiéis clientes e até de jovens, que mesmo em número menor, também utilizam o serviço desses profissionais. Caminhando pelo centro de Quixadá e mesmo nos bairros, ainda encontramos, em pouco número é bem verdade, salões em pleno funcionamento mantendo acesa esta doce tradição. Ainda temos alguns barbeiros em plena atividade e a maioria afirma que é "uma questão de amor e devido a fidelidade de velhos clientes". Segundo Sebastião Barbeiro, encostando nos 90, está faltando interesse por parte da nova geração que não vislumbra possibilidade de grandes lucros. Há algum tempo conversamos com Ernandes já com muitos anos de atividade e ele afirmou que a barbearia funciona como um encontro de amigos e no espaço, os assuntos da cidade são postos em dia. É o local de um bom papo sem diferenciação de classes, é de calor humano mesmo. O barbeiro não deixou de ter a sua magia, a sua beleza própria. Tanto é que muitos nomes fazem parte(ou fizeram) da vida da cidade, como Miguel Aguiar, Nezinho, Zé Maria Barbeiro, Edmundo, Chico Siriaco, Assis, Zé da Onça, Zé Antônio, Er, Adalberto, Manuel, Lúcio, Raimundo Hemetério, Carioca, Chico Cabeleira, Antonio Dias, Pedro Barbeiro, Jonas Galvão, Sitõe, Seu Osório, Zé Pinheiro, João Pereira, Pedro Júlio, José Simão, Cícero, Zé Maria(Há mais de 40 anos na profissão e ainda atendendo na Tenente Cravo. Cada um deles, sempre tem muitos assuntos para conversar e selecionamos para você um pouco dessas conversas. Bom e necessário destacar que alguns se tornaram professores dos colegas como Dão, Manuel Alexandrino, Raimundo Hemetério e outros. Conversar com Assis Barbeiro é a certeza de que a profissão não se acabará. Mais de 50 anos como barbeiro! Assis trabalha no "Salão Abrahão Baquit', fundada pelo barbeiro Dão desde 1975 e lá continua, exercendo a profissão com muito entusiasmo. Não admite ser discriminado devido a profissão que abraçou e nos contou um fato que aconteceu no salão. Foi assim: Atendeu um médico(não residia em Quixadá) que logo falou: "Barbeiro nasceu para alisar cara de homem" e Assis assim respondeu:" PIOR SÃO VOCÊS QUE ALISAM HOMEM EM OUTROS LUGARES". Faz questão de citar alguns dos seus clientes mais fiéis, alguns já falecidos; "Dr. João Duarte, Vidal do mercado, Cicero Brasilino, João Capistrano, Quinca Capistrano, Amadeu do mercado. Sebastião Barbeiro continua ainda fazendo a barba, cortando cabelo. Lembra que trabalhou com Seu Júlio Leles, a quem deve muito, assegura. Gaba-se de amolar a navalha no próprio punho e de ter cortado o cabelo de muitas autoridades. Chegou a ser conhecido como o "Cabeleiro do curtume" pois tinha a preferencia dos que ali trabalharam.Não podemos parar o tempo mas muitos não acreditam na extinção das tradicionais barbearias mas outros pensam diferente. O que podemos perceber, na verdade, foi a defasagem dos profissionais quanto as novas tecnologias. Não há dúvida que os modernos salões de beleza dominaram quase que por completo o mercado mas, por outro lado, é necessário que se diga que há uma boa fatia que busca, prefere até, os serviços dos barbeiros. Lá, não apenas se corta o cabelo, faz a barba mas lá também é um espaço de convivência, local de um gostoso bate-papo. Para muitos, a presença de jovens trabalhando como barbeiro dá a certeza de que a presença destes simpáticos profissionais será uma realidade, ainda por muitos anos. 'GRAÇAS A DEUS!"
Manuel Alexandrino


Assis barbeiro
Ernandes

Zé Maria
Salão Alexandrino

Lucio
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