quarta-feira, 23 de maio de 2018

AZIZ BAQUIT-11 ANOS DE SAUDADE -ELE ADMINISTROU A TERRA DOS MONÓLITOS EM DOIS MANDATOS E A TODOS CONQUISTOU COM A SUA SIMPLICIDADE E RESPEITO PARA COM OS MAIS HUMILDES

Aziz conquistou a confiança dos quixadaenses
Aziz e o industrial Benjamin Oliveira

Aziz e Adauto Lino que foi vereador em quixadá
<>Durante certo tempo, a terra dos monolitos parou para acompanhar com bastante apreensão o estado de saúde de um de seus filhos mais ilustre e querido não só na cidade mas nos sertões a quem tanto deu atenção durante os anos que esteve à frente do governo quixadaense nos anos de 1973 a 1977(primeiro mandato) e 1983-1989(segundo mandato). O coração de Aziz Baquit não teve como suportar a imensa carga de preocupações e responsabilidade de proporcionar uma vida melhor para os filhos da terra dos monólitos, em especial, os mais humildes. E durante algum tempo ficou longe daqueles que tanto o amavam. Prova maior desse carinho e grande tristeza que tomou conta de todos foi o fato de todos se unirem em preces para que seu coração continuasse a bater e assim continuar servindo a cidade que sempre amou. Para ele não havia este papo de distinção social e a todos recebia com aquela mansidão e habitual cumprimento: "Tudo bem ,meu jovem?". Mas Deus que tudo comanda, confortou a todos e trouxe de volta ao nosso convívio o homem que foi símbolo da simplicidade e do amor ao próximo. Jamais, em tempo algum, foi político profissional mas um funcionário do povo como gostava de ser chamado. A sua volta parece ter alegrado até as pedras pois delas recebeu um afetuoso abraço. Parece até que elas tinha certeza de seu retorno. O carinho que Aziz recebeu nos seus difícieis momentos  foi uma forma de gratidão dos quixadaenses a uma pessoa que não se negou a socorrer quem dele precisasse. O ex vereador e industrial Junnior Capistrano contou a nossa reportagem que uma senhora muito doente precisava ser transferida para Fortaleza com urgência mas só que ninguém quiz emprestar seu transporte pois a terrível doença contaminava qualquer ambiente. Aziz que havia comprado um carro na véspera, ordenou que o motorista conhecido como Coquinho a levasse até a capital com a recomendação de só retornar quando ela fosse atendida pelos médicos, inclusive indicado por ele.  Quando esteve à frente dos destinos de sua querida Quixadá esta possuia uma vasta área territorial, pois ainda não tinha acontecido a emancipação política de Ibareama, Banabuiú e Choró. Mesmo dispondo de parcos recursos conseguiu com habilidade e serenidade imprimir um governo cujo objetivo maior era dar assistência as áreas mais pobres da bela cidade. Os analistas da administração de Aziz sempre exaltaram o fato da Educação ter sido a sua meta prioritária, daí o fato de ter sempre contado com a firme colaboração de José Airton Borges, Francy Gurgel, Regina Holanda Amorim, professor Luiz Oswaldo e outros nomes de escol da área educacional. O envolvimento de aziz, dos educadores e de toda a comunidade foi fundamental para o surgimento da tão sonhada FECLESC(Faculdade de Educaçao Ciências e Letras do Sertão Central). Ele construiu 17 prédios escolares nos distritos de Ibaretama, Choré e Banbuiú para funciionamento de escolas de primeiro grau e realizou melhoramentos na parte física de muitos estabelecimentos de ensino. Sempre teve grande precupação  com as pessoas idosas e que estavam desamparadas, tendo fundado a  "Casa do Idoso" que foi responsável por amparar durante bom tempo essa fatia da população. Louve-se o trabalho das senhoras Paula Francinete Diógenes Baquit, primeira dama, e Maria Vilanir França de Lima. Se faz necessário lembrar que a vice-prefeita Regina Amorim participava das grande decisões tomadas por Aziz que fazia questão de ouvir a todos os seus auxiliares. Algumas vezes, Regina Amorim assumiu a chefia do executivo e o fazia com seriedade e dedicação. O memorialista João eudes Costa faz questão de afirmar que durante seus dois mandatos, Aziz sempre contou com o apoio incondicional do seu amigo Everardo Silveira que na qualidade de médico e deputado sempre se mostrou disposto a colaborar. Gostava de esportes e nos seus dois mandatos,  aconteceram diversas competiçõe esportivas. Foi em seu governo que foi construido o Ginásio coberto Governador Gonzaga Mota com capacidade para 6.000 pessoas. A iluminação do Estádio Municipal então com a denominação de Imigrantes foi iniciativa da Prefeitura e possibilitou uma melhor utilização daquela praça de esportes. Nos bairros que apresentavam as maiores carências, o inesquecível homem público deu total assistência dentro das possibilidades financeiras do município. Citamos apenas algumas das realizações das administrações do prefeito que ,verdadeiramente, se tornou um amigo do povo. Filho do industrial Abraão Baquit, nasceu na terra dos monólitos em 25.08.1936 e é irmão de José Baquit que também administrou Quixadá nos anos de 1963 a 1967.  O seu filho Osmar Baquit é deputado estadual e outros componentes da família atuam em setores ligados as últimas adiministrações, seja no poder executivo ou legislativo. Por mais que o nome Aziz seja ligado ao fator político, ele sempre será lembrado como aquela pessoa que sempre despertou nas pessoas sentimentos de confiança, de amizade e uma simplicidade a toda prova. Sabe aquele tipo de pessoa que nos faz bem? Assim era este quixadaense querido  que tornou-se cidadão do céu em 24.05.1997. Uma verdade absoluta foi que Aziz amava Quixadá e sua gente. Quando esteve em São Paulo onde foi operado pela equipe médica do renomado cardiologista Dr. Zerbini, logo que iniciou o período de  recuperação perguntava aos familiares e amigos quando voltaria a sua querida Quixadá?  Certa vez quando lhe propuseram uma candidatura a Câmara Federal, Aziz assim se expressou: "Se for para sair de Quixadá não quero nem a Presidência da República!". Aziz Baquit, com certeza, continua vivendo em nossa saudade.
Aziz e o grande amigo José Adolfo

O filho Osmar Baquit é deputado estadual

O pai industrial Abraão Baquit
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sexta-feira, 11 de maio de 2018

JOSÉ VIANA- UM TALENTO DA SANFONA QUE BRILHOU NA TERRA DOS MONÓLITOS

                                                 <>Durante muitos anos, José Viana foi considerado o melhor sanfoneiro da região de Quixadá e outros municípios. Começou seu aprendizado musical muito jovem na bandinha de Mestre Ayres e logo chamando a atenção dos puxadores de fole e dos que já naquela época viviam da musica.  Durante muitos anos do século passado fez a alegria de gente da cidade e do sertão. Tocou nas feiras, nas festinhas familiares, num rela bucho de um chão batido e em clubes de maior porte. Os que não dançavam ficavam a olhar para aquela sanfona que fechava e sabria, abria e fechava  guiada pelas mãos mágicas  daquele   sanfoneiro que era pura poesia. E para espanto geral ele também tocava por partitura, condição que muitos outros tocadores não tinham. Ele, com certeza, dava dignidade a sanfona. Ele não nasceu na terra dos monólitos mas no município de Pereiro em 5.12.1898, vindo para Quixadá junto com a família por motivo da inclemência da seca no ano de 1915. Nos primeiros anos, muito trabalho na agricultura e exercendo ainda as profissões de marceneiro e pedreiro. Nas tocatas que sempre fazia lá para as bandas do Riacho do sangue(depois Frade e depois Jaguaretama) conheceu a jovem Maria Gercília peixoto, daí surgindo um bonito namoro e depois um feliz casamento no ano de 1935, gerando desse enlace os filhos Francisca(Fransquinha), Maria(Mariinha), Pedro e Paulo(Paulinho). Em Quixadá ampliou seus conhecimentos musicais e graças ao seu talento foi convidado para tocar na bandinha de Mestre Nanan e executando outro instrumento, o clarinete. Uma certa noite quando a bandinha estava tocando no "Cine Paroquial" , o maestro saiu para tomar um cafezinho e como o filme ia começar(era exibido com acompanhamento musical), José Viana percebendo a demora do mestre pegou no clarinete e assumiu a responsabilidade até a chegada de Mestre nanan que ficou encantado com o talento do jovem músico. Como quase todos os artistas, passou por várias dificuldades e precisou ir a Fortaleza para trabalhar. Na capital ficou muitas vezes tristonho por ter que tocar em lugares que não condiziam com sua condição de homem muito sério e religioso.  De Fortaleza foi para Sobral chegando a trabalhar numa pedreira e devido ao pó oriundo das pedras adoeceu dos olhos e quase cegando. Um detalhe é que na firma americana em que trabalhava não o chamava pelo nome e sim pela senha. Foi o jeito voltar para Fortaleza e começou a procurar amigos de profissão como Clementinho(conhecido como Preto) que lhe prestou muita solidariedade. Também se aproximou de Gavião e Macacão que muito lhe ajudaram no momento mais difícil de sua carreira artística. Também compunha e inclusive teve um dobrado para acordeon gravado pelo seu sobrinho neto, no caso, o aplaudido sanfoneiro Adelson Viana. Adelson leva adiante a tradição de uma família verdadeiramente musical. Acredita-se que dois motivos o levaram  a abandonar a arte musical na década de 50(século passado): A primeira, talvez, pela desvalorização aos artistas da época e a segunda, conforme nos contou a sua filha Mariinha, foi quando o músico estava tocando na Aliança Artística e Proletária de Quixadá aconteceu um triste episódio que o deixou chateado e decepcionado: Ele estava executando uma valsa e logo que terminou um dançarino aproximou-se e pediu bis, foi quando outro dançarino(desafeto do solicitante) não aceitou o pedido e aí começou uma briga resultando de um deles cair esfaqueado aos pés do sanfoneiro, causando-lhe um grande susto e transtorno. Esta deve ter sido uma das causas que o fez abandonar a arte musical. Muito conhecido pelo seu caráter e capacidade conseguiu tempos depois  arranjar emprego no DNOCS e foi trabalhar em Banabuiú como marceneiro. Como funcionário público aposentou-se e foi, definitivamente, morar em Fortaleza. Como organista da igreja N.S. do Perpétuo Socorro no bairro Carlito Pamplona, José Viana marcou sua última atividade como músico. Faleceu em Fortaleza em 26 de maio de 1978. Apesar de ter nascido em Pereiro adotou Quixadá como a cidade do seu coração e esta o recebeu de braços abertos para enriquecimento de sua cultura musical. Na terra dos monólitos temos a travessa Irmãos Viana numa justa homenagem ao grande músico José Viana e seus irmãos Raimundo e Antônio também grandes talentos da arte musical. O consagrado músico e artista plástico Waldizar Viana  afirma que os quixadaenses, especialmente os mais velhos, não esquecem a arte dos inesquecíveis músicos. José Viana sempre será lembrado como um sanfoneiro de primeira grandeza e também pela pessoa amiga que foi de todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele.

                                                                           
José Viana-um sanfoneiro de muitos talentos
Marrinha filha do músico e seu marido Manoel
A sanfona de josé Viana parecia falar




quinta-feira, 10 de maio de 2018

PAULO SEGUNDO DA COSTA- 3 ANOS DE SAUDADES-QUIXADAENSES E LEITORES DE TODO O NORDESTE LEMBRAM DO TALENTOSO E QUERIDO ESCRITOR

                            <> Você já foi a Bahia? Ainda não? Então, vá! Nesta declaração de amor à sua terra, Dorival Caimmy convida toda gente para apreciar as belezas naturais, os cenários de rara beleza, a diversidade cultural do lugar em que nasceu. Lá ,também, um quixadaense que aos dezoito anos no ano de 1943, saiu de sua amada terra dos monólitos, levado pelas mãos do irmão Pedro Segundo da Costa, conquistou os leitores da "boa terra" vindo a ser uma das maiores personalidades culturais daquele estado e, por conseguinte, de todo o Nordeste. PAULO SEGUNDO DA COSTA, pertencente a uma das famílias pioneiras de Quixadá, os "Papaemas" foi um "homem de letras" e também engenheiro, tendo trabalhado na construção de estradas de ferro e rodagem em alguns estados nordestinos. Segundo o historiador João Eudes Costa, primo de Paulo, ele estudou entre os anos de 1944 a 1946 no conceituado Colégio da Bahia e concluiu o curso de Engenharia Civil em 1951. Quando visitou o amigo em Salvador, Eudes ficou impressionado com a popularidade do seu primo sendo cumprimentado e abraçado nas ruas daquele belo estado. Essa proximidade de Paulo Segundo da Costa com o povo nas ruas se devia ao fato dele ter desempenhado as funções de Secretário de Viação e Obras Públicas; do Meio Ambiente e Defesa Civil da capital. Desde criança, demonstrava pendores para as artes e em Umari, local onde nasceu no ano de 1925(hoje, pertencente ao município de Choró), já escrevia pequenos textos atraindo a atenção da família e moradores do lugar. Quando aposentou-se foi convidado a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de Salvador fundada em 1549 tendo se dedicado de forma exemplar na missão de dar assistência as camadas mais sofridas da população ao lado de uma grande e dedicada equipe. Com artigos publicados em vários jornais de Salvador e de outras capitais foi convidado a escrever livros focalizando a história dessa irmandade que tanto serviços presta a comunidade. Na sua habitual simplicidade jamais aceitou ser chamado de historiador, mas apenas um pesquisador dedicado. Publicou os livros que conquistaram o leitor e a crítica literária: Hospital de Caridade da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 450 anos de funcionamento , 1549/1999; Ações Sociais da Santa Casa de Misericórdia da Bahia e Campo Santo, resumo histórico 1840-2007; A sua visão histórica foi comprovada com o lançamento do seu livro de grande aceitação em todo o país, Octavio Mangabeira, Democrata Irredutível(2008), que ainda nos dias de hoje é consultado em diversas universidades por jornalistas e leitores, ávidos por um conhecimento mais amplo sobre a trajetória deste notável homem das letras e da política. Apaixonado pelo local de seu berço, também escreveu um livro sobre a Fazenda umari, onde focalizou, com maestria, aquele panorama sertanejo que sempre o atraiu. O destacado quixadaense foi titular da cadeira de número 18 da Academia de Letras e Artes do Salvador(ALAS) e da cadeira número 34 da Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris. Foi sócio permanente do Instituto Genealógico da Bahia. No seu vasto currículo, consta que foi fundador e presidente do Clube de Engenharia da Bahia. Longe de sua terra natal, jamais deixou de amá-la e sempre vinha visitar familiares e amigos. Na fundação da Academia Quixadaense de letras(27.10.12) esteve presente, representado a "ALAS" quando exaltou a iniciativa destacando que ela iria congregar os escritores quixadaenses além de incentivar o surgimento de novos autores e um crescimento no número de leitores em todo o sertão central. O livro "Escravos da Terra Seca" do escritor quixadaense, João Eudes Costa foi prefaciado pelo primo famoso. Paulo Segundo da Costa morreu em 10.05.2015 e a notícia de seu falecimento deixou tristes os baianos que nutriam por ele um grande respeito e admiração. Seria maravilhoso que aqui na sua querida terra seus livros viessem a lume e que a sua trajetória se tornasse conhecida por seus conterrâneos. Conhecendo melhor esta figura extraordinária, com certeza, sentiríamos um orgulho maior por aqui ter nascido. Aí então, ao contrário dos versos de Caimmy, perguntaríamos assim: "Você já foi a Quixadá? Não? Então vá, porque lá é a terra onde nasceu o grande escritor PAULO SEGUNDO DA COSTA.





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quinta-feira, 3 de maio de 2018

A OLA DE SEU LUQUINHA FOI POR MUITOS ANOS A ALEGRIA DOS QUIXADAENSES






Luquinha e Lurdes-querido casal. Luquinha hoje é cidadão do céu
O filho Tuca ajudava no parque
Na falta da energia, a luz e a poesia do velho lampião de gás
Nas noites de lua, o parque se tornava o mais bonito do mundo

                                        <> Quixadá com jeitão de felicidade! Nos anos 60, assim como as demais cidades do interior, era incrivelmente maravilhoso! Nosso blog traz para voce uma das mais belas imagens daquele comecinho dos anos 60. É a doce lembrança do "PARQUE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA" de propriedade dos queridos Luquinha e D. Lurdes(Imagem 1)). Nas festas de Jesus, Maria e José era a alegria das famílias e um atrativo para as crianças. O Parque era montado na praça da Catedral ainda com chão batido, alguns bancos de madeira. Neste cenário encantador , a família de S. Luquinha montava o equipamento de diversão. Só começava a funcionar depois da missa celebrada por Padre Luís. E vinha gente de toda a cidade e da zona rural. Explosão de alegria! Os rapazes com terninho para impressionar. As moças do lugar, vestidos simples mas tão bem cuidados que pareciam rainhas da festa. No rosto, percebia-se a presença de rouge, talco. As que vinham do sertão bonitas e sem precisarem de pinturas. As mães acreditavam que frequentando a ola do Luquinha suas criações poderiam encontrar o tão sonhado príncipe. Quem sabe, o vai e vem das barquinhas com aquelas meninas-moça não poderia enfeitiçar o coração de jovens sonhadores. O Parque existiu de verdade! Mas aquela atmosfera de felicidades mil dava a impressão de estar acontecendo um verdadeiro sonho. Os de mais idade, ficavam dando voltas na praça, lembrando dos tempos de namoro.

Segundo nos informou o Tuca(Imagem 2), um dos filhos do casal Luquinha e Lourdes, era a Ola um equipamento de diversão que ficava dando voltas durante eternos 5 minutos. Durante mais de 10 anos, a "Ola do Luquinha" como ficou conhecida, fez a alegria dos quixadaenses, naquele momento, sem outra diversão. Segundo Tuca, 36 pessoas era a capacidade máxima da "Ola" e cada banco, sempre duas ou tres pessoas. Como o motor da luz da cidade parava de funcionar as 22 horas a família providenciava a colocação de lampiões de gás. Em noites de lua cheia, a ola de Luquinha ficava tão linda, parecia um pedaço do céu. Para girar a imensa roda, eram necessários 3 carreteiros contratados por Seu Luquinha: Bodoroco( o faz tudo com uma velha bola de couro furada na cabeça);Zé do Cão e Chico Manso. Devido o aumento da frequência ao Parque foi fabricada outra "ola". Tudo isto fazia a alegria de Luquinha e D.Lurdes que logo ao sair do ponto de verduras do velho mercado corriam para a praça. Dona Lurdes vendia os bilhetes mas não cobrava pela simpatia com que atendia a todos; Luquinha organizava praticamente tudo, parecia flutuar de tanta alegria; Tuca; o filho mais velho, novinho naquele tempo, ficava encarregado de guardar o dinheiro apurado numa mala preta, sem nenhuma proteção. Nos contou que, vez por outra, pegava uma nota para comprar pedaços de bolo nas banquinhas e maçãs do amor para oferecer a uma linda menina do sertão.As banquinhas ficavam espalhadas por toda a praça. Lembra que, muitas vezes, parte do dinheiro, já em grande quantidade não cabia mais na velha mala e uma parte ficava por fora mas ninguém ligava prá isso! (se fosse hoje!). O "Parque Nossa Senhora de Fátima" é uma doce saudade para os mais antigos. Para os mais jovens, através desta matéria a possibilidade do conhecimento de que nos tempos de infancia de seus pais, praticamente tudo era alegria e encantamento num Quixadá alegre e cheio de paz. Certa vez, sabendo que o parque funcionava até altas horas da madrugada, o padre perguntou a Seu Luquinha como os carreteiros resistiam a tantas horas de trabalhos ininterruptos. Luquinha com seu afiado humor respondia: "É a MILAGROSA que dá força de Hércules a eles!" Como o padre não entendeu bem, Luquinha emendou" É um líquido que vem do alambique e que eles consomem"! Quixadá era ou não bem mais feliz, amigos?
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quarta-feira, 2 de maio de 2018

JUVENAL PIPOQUEIRO FOI UM ÍDOLO DAS CRIANÇAS NA TERRA DOS MONÓLITOS

                         
Juvenal-ídolo das crianças
O popular Milton da banca, filho de Juvenal
O neto de Juvenal, professor René
Todos nós carregamos belas lembranças de nossa infância e que nos acompanham por toda a vida. O cheiro de pipocas, vendidas em um carrinho nos traz a lembrança de uma figura que marcou a infância de muitos quixadaenses: "Juvenal pipoqueiro". E foi no Quixadá calmo, bonito, cheio de paz, todo mundo conhecendo todo mundo, na virada dos "anos 50" para os "anos 60", século passado, que um senhor, vendendo pipocas em um carrinho, com um jeito todo especial ao lidar com crianças se tornaria uma das pessoas mais queridas e um verdadeiro rei dos baixinhos da terra dos monólitos daqueles anos. Ele é considerado pelos que trabalharam no ramo e ainda hoje estão em atividade, como "O pai dos pipoqueiros", como bem atesta, Chico Pinto que conviveu bastante com Juvenal.
                       O início da atividade se deu pelo fato do comércio que mantinha no mercado não estava mais rendendo o necessário para o sustento da família. Juvenal mantinha um ponto no velho mercado e conviveu com Paraibano, Válter, Amadeu, Luquinha, Adélia. Nos contou o seu filho Milton(proprietário de uma banca de revistas) na praça José de Barros, que um dia, um senhor ofereceu um carrinho de pipoca a seu pai, alegando não ter condições de mantê-lo. Aí seu pai adquiriu. Seu Juvenal dizem, ficou muito tempo olhando aquele carrinho e, certamente, foi paixão à primeira vista. "Vou criar os meninos trabalhando nele, vendendo pipocas". E ali começaria uma atividade que mudaria a sua vida. Em pouco tempo, virou uma marca da cidade. Com um jeito peculiar no trato com as crianças, se tornaria um ídolo e a sua simples presença, as alegrava. "Mamãe, papai, olha o carrinho do Juvenal". Quantas vezes esta cena se repetia nas ruas calmas(naquele tempo), em Quixadá. A sua presença era certa nas praças, nos parques de diversões, nos colégios. Fazia tanto sucesso com as crianças que o Senhor pedro, proprietário de um parque de diversões, preparou um local exclusivo para o querido pipoqueiro. No início, o carrinho de Juvenal ficava em frente a loja do Senhor Elias Roque mas com o tempo se fazia presente nas praças da cidade. Naqueles anos, a última parada era na famosa banca de Rosa Gorda. E assim, por mais de 30 anos, Juvenal Pipoqueiro desenvolveu esta atividade criando seus queridos filhos. O título "pai dos pipoqueiros" se deu pelo fato de ajudar seus colegas quando os mesmos enfrentavam dificuldades no desempenho de sua função.                                                                  
                                                                                Ao presenciarmos a  presença de carrinhos de pipoca no Quixadá atual, é impossível não lembrar da encantadora presença de Juvenal Pipoqueiro, ídolo das crianças que o amavam. Lembramos até do pequeno lampião à gás, aquela luz verde-azulada iluminando aquelas pipocas quentinhas naquele carrinho que talvez fosse, naquele momento, a única alegria da criançada. No começo dos anos 80, Juvenal recebeu de Deus, certamente, a missão de alegrar as crianças do céu. Resgatando um pouco a história de Juvenal Pipoqueiro, coisas boas estão de volta! É como se estivéssemos vivendo sem conhecer as maldades deste mundo! Essa doce saudade nos acalma!  Com licença amigos, o autor do "Blog" irá dormir e queira Deus, sonhar com o carrinho de JUVENAL PIPOQUEIRO!
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