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Luquinha e Lurdes-querido casal. Luquinha hoje é cidadão do céu |
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O filho Tuca ajudava no parque |
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Na falta da energia, a luz e a poesia do velho lampião de gás |
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Nas noites de lua, o parque se tornava o mais bonito do mundo |
<> Quixadá com jeitão de felicidade! Nos anos 60, assim como as demais cidades do interior, era incrivelmente maravilhoso! Nosso blog traz para voce uma das mais belas imagens daquele comecinho dos anos 60. É a doce lembrança do "PARQUE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA" de propriedade dos queridos Luquinha e D. Lurdes(Imagem 1)). Nas festas de Jesus, Maria e José era a alegria das famílias e um atrativo para as crianças. O Parque era montado na praça da Catedral ainda com chão batido, alguns bancos de madeira. Neste cenário encantador , a família de S. Luquinha montava o equipamento de diversão. Só começava a funcionar depois da missa celebrada por Padre Luís. E vinha gente de toda a cidade e da zona rural. Explosão de alegria! Os rapazes com terninho para impressionar. As moças do lugar, vestidos simples mas tão bem cuidados que pareciam rainhas da festa. No rosto, percebia-se a presença de rouge, talco. As que vinham do sertão bonitas e sem precisarem de pinturas. As mães acreditavam que frequentando a ola do Luquinha suas criações poderiam encontrar o tão sonhado príncipe. Quem sabe, o vai e vem das barquinhas com aquelas meninas-moça não poderia enfeitiçar o coração de jovens sonhadores. O Parque existiu de verdade! Mas aquela atmosfera de felicidades mil dava a impressão de estar acontecendo um verdadeiro sonho. Os de mais idade, ficavam dando voltas na praça, lembrando dos tempos de namoro.
Segundo nos informou o Tuca(Imagem 2), um dos filhos do casal Luquinha e Lourdes, era a Ola um equipamento de diversão que ficava dando voltas durante eternos 5 minutos. Durante mais de 10 anos, a "Ola do Luquinha" como ficou conhecida, fez a alegria dos quixadaenses, naquele momento, sem outra diversão. Segundo Tuca, 36 pessoas era a capacidade máxima da "Ola" e cada banco, sempre duas ou tres pessoas. Como o motor da luz da cidade parava de funcionar as 22 horas a família providenciava a colocação de lampiões de gás. Em noites de lua cheia, a ola de Luquinha ficava tão linda, parecia um pedaço do céu. Para girar a imensa roda, eram necessários 3 carreteiros contratados por Seu Luquinha: Bodoroco( o faz tudo com uma velha bola de couro furada na cabeça);Zé do Cão e Chico Manso. Devido o aumento da frequência ao Parque foi fabricada outra "ola". Tudo isto fazia a alegria de Luquinha e D.Lurdes que logo ao sair do ponto de verduras do velho mercado corriam para a praça. Dona Lurdes vendia os bilhetes mas não cobrava pela simpatia com que atendia a todos; Luquinha organizava praticamente tudo, parecia flutuar de tanta alegria; Tuca; o filho mais velho, novinho naquele tempo, ficava encarregado de guardar o dinheiro apurado numa mala preta, sem nenhuma proteção. Nos contou que, vez por outra, pegava uma nota para comprar pedaços de bolo nas banquinhas e maçãs do amor para oferecer a uma linda menina do sertão.As banquinhas ficavam espalhadas por toda a praça. Lembra que, muitas vezes, parte do dinheiro, já em grande quantidade não cabia mais na velha mala e uma parte ficava por fora mas ninguém ligava prá isso! (se fosse hoje!). O "Parque Nossa Senhora de Fátima" é uma doce saudade para os mais antigos. Para os mais jovens, através desta matéria a possibilidade do conhecimento de que nos tempos de infancia de seus pais, praticamente tudo era alegria e encantamento num Quixadá alegre e cheio de paz. Certa vez, sabendo que o parque funcionava até altas horas da madrugada, o padre perguntou a Seu Luquinha como os carreteiros resistiam a tantas horas de trabalhos ininterruptos. Luquinha com seu afiado humor respondia: "É a MILAGROSA que dá força de Hércules a eles!" Como o padre não entendeu bem, Luquinha emendou" É um líquido que vem do alambique e que eles consomem"! Quixadá era ou não bem mais feliz, amigos?
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