segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

<>A SAUDADE QUE FICOU- MARIA PAULA DA SILVA- ETERNAMENTE NO CORAÇÃO DA FAMÍLIA E DOS AMIGOS

Maria Paula- cativou a todos com sua amizade
<>Num passado não tão distante assim, as pessoas conhecidas de uma família compareciam com bastante frequência na residência desses amigos. Os tempos mudaram, os costumes também. Uma das características de nossa família é receber sempre com alegria aquelas pessoas que conhecemos. Ali pelos anos 50, 60, 70 e um pouquinho mais a frente no  século passado, o Sítio das Lilinhas(Hoje, bairro Baviera), nossa morada, recebia muita gente o que fazia nossa festa. Dentre os muitos amigos que vinham ao sítio, nunca me esqueci de uma mulher de sorriso bonito, jeito de pessoa boa, olhar cativante e mais interessante ainda, não gostava de tristeza e era pura alegria. Maria Paula da Silva sempre estará presente na grande saudade que sentimos dela. Nas noites enluaradas no sítio das Lilinhas, a sua presença era como se fosse uma fada com aquele brilho no olhar e aquela alegria contagiante que irradiava paz e harmonia. E naquela calçada da casa caiada de Mãe Sinhá, a felicidade era real. Lembro demais de minha mãe Itamar e minhas tias que mais pareciam anjos como Baviera, Robéria, Elba, Maura, Maria e os poucos vizinhos que eram sempre bem vindos. Maria Paula chegava à tardinha na companhia da amiga inseparável, Lica, uma pessoa que consideramos da família. E naquelas belas tardes todos se reuniam no bom e velho pé de Juazeiro que era considerado como da família e a alegria se dizia presente em cada palavra que saía dos lábios daquela minha gente. Da rua do Prado, chegava a linda voz de Nelson Gonçalves cantando"A Flor do Meu Bairro" e se ouvia o locutor Zé do Santos oferecendo esta canção mas sem poder dizer o nome de quem pediu para evitar confusão. Maria Paula cobrava e minha tia Maria prepara um delicioso café e para fazer graça, falava que colocou sal para ficar mais gostoso. Enquanto preparava o café, cantava "Cinderela", sucesso da cantora Angela Maria. Lá do pé de Juazeiro todos acompanhavam Luis Nabor levar o gado para o curral com a ajuda de Chico Caetano e meu pai com aquele andar parecido com o do astro Mazzaropi. Parece que ainda escuto a Baviera falar: "Para o curral, Rochinha!". Um velho conhecido nosso que chamávamos de "Mala Velha" aparecia com o seu plangente violao e tocava "A Marcha dos Marinheiros" que emocionava a todos. E todos nós do sítio das Lilinhas, ficávamos bem tristes quando chegava a hora da querida Maria Paula ir embora, mas entendíamos, pois a esperar por ela estavam a Nísia e Aldair. Moravam pertinho da gente, ali nas proximidades da estação ferroviária no conhecido Virador. Vizinhos a ela, outros amigos como Ambrosina e João Paulo(Nego Velho). Paula sempre nos convidava para acompanhar as novenas de São José que aconteciam no mês de Março e de São João nas festas joaninas. Confesso que rezava muito pouco, o que queria mesmo era acompanhar o Senhor Beca soltar foguetes em homenagens aos amados santos. Foi uma mulher que sempre trabalhou e viveu com muita dignidade. Foi operária das fábricas dos irmãos Zé  e Aziz Baquit, sempre chamando a atenção pela seriedade e dedicação nas atividades que exercia. Tempos depois, passou a ser governanta na residencia do casal Aziz e dona Paula que por ela sempre depositaram total confiança e em pouco tempo, tornou-se uma grande amiga de toda a família. O casal Liduino e professora Ana sempre que se referem sobre Paula falam que foi uma mulher de muita fibra e que sempre enfrentou com galhardia as dificuldades que fazem parte da vida de todos nós. Messias, filho de Beca e Ambrosina, sempre lembra que esta grande mulher foi um exemplo para todos. Era muito mais amiga que vizinha., garante o competente mecânico. Este anjo foi chamado por Deus para outras missões que lhe foram confiadas em 05.03.2002, deixando um vazio que só a misericórdia de Jesus nos ajuda a suportar.  Quem dera que este tempo nunca tivesse passado, mas tal não é possível. Hoje, todas as vezes que vou ao centro da cidade, ao passar pelo Virador, sinto saudades daquela pessoa tão encantadora, tão cheia de bondade, honestidade. Ah, se neste mundo aparecesse outras marias paulas para que coisas bonitas estivessem sempre por perto e a maldade fosse inexistente. Na atualidade, nem mesmo existe a casa de Mãe Sinhá, o pé de Juazeiro parece ter morrido de tristeza, as lamparinas sumiram como por encanto. O sítio das Lilinhas transformou-se em um dos grandes bairros da cidade, pouco restando daquelas tardes e noites que foram só felicidade. Na verdade, quase tudo acabou, menos a saudade daquela gente que agora habita a morada do Senhor.. Se, qualquer dia, ao me verem com lágrimas nos olhos nas caminhadas pelos trilhos próximos ao Virasdor, não zombem de mim. São saudades de minha amiga Maria Paula, de meus pais, de minhas tias e daquele tempo que parece não querer sair de mim. Contarei um segredo para vocês: "Não sei viver sem meus amigos!!!.
Messias gostava muito da amiga Maria Paula

No mês de março, aconteciam as novenas de São José no Virador
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Parte da família das Lilinhas(Mãe Sinhá, sentada) e Baviera, a última da esquerda(em pé)
O casal Beca e Ambrosina, vizinhos de Maria Paul