terça-feira, 31 de dezembro de 2013

<>A SAUDADE QUE FICOU<< PROFESSORA JÚLIA: UMA MULHER DE GRANDE VALOR

JúliaPersonificou o caráter
 <>A SAUDADE QUE FICOU<< PROFESSORA JÚLIA: UMA MULHER DE GRANDE VALOR! -- "Dizem que a mulher é sexo frágil! Mas que mentira absurda!" Tem toda razão o tremendão Erasmo Carlos pois aqui mesmo em Quixadá, conhecemos uma delas e de grande valor. Destacou-se pelo caráter forte. Destemida mas possuidora de uma bondade e um amor sem limites para com a família e os amigos. Amava como ninguém, a cidade em que nasceu em 10.12.1951. Herdou dos pais Francisco Tavares e Maria Teresa a firmeza de caráter, o respeito para com todos e uma preocupação excessiva com as pessoas mais simples. Professora de muitos talentos, lecionou no Colégio Estadual, Ginásio Valdemar Alcântara e Colégio Sagrado Coração de Jesus.
              Tinha uma grande interação com os mais jovens, participando de suas lutas e era muito querida por eles. Foi vice-prefeita na administração do Senhor Hilário Marques(1993-1996) e sempre lamentou não ter participado mais ativamente dos destinos do município. Tinha a mais absoluta certeza de que tinha muitas ideias para o engrandecimento de sua querida Quixadá.
                                                                            Júlia foi casada com José Policarpo Saraiva com quem teve três filhos: Rogério, Rosana e Ronaldo. Mesmo constituindo família, nunca se afastou do convívio dos queridos Tavares e Maria Teresa e dos irmãos. Segundo o professor Wal, sua irmã Júlia personificou a dignidade e a ternura, sempre presente mesmo nos momentos de dificuldades.
                                                                             Lembrar desta grande mulher é exaltar a honestidade, a firmeza, a solidariedade! É do conhecimento dos que a conheceram que mesmo doente, queria continuar trabalhando e servindo às pessoas! Por tudo isso, Júlia ocupou e para sempre, seu cantinho no coração dos filhos da terra dos monólitos! Foi chamada por Deus para outras missões no em 10.03.2000. Júlia não será esquecida pelos quixadaenses!
Com o irmão Wal, um grande amigo

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

<>PINTA: A FÉ EM PRIMEIRO LUGAR: 60 ANOS DEDICADOS A IGREJA

 <>PINTA: A FÉ EM PRIMEIRO LUGAR: 60 ANOS DEDICADOS A IGREJA<> Baixa, franzina, de família humilde e assim como muitas crianças do Nordeste, começou a trabalhar muito cedo, junto com os pais Maria Alexandrina Felix e Luiz Nogueira da Silva, funcionário do antigo "DNOCS". Batia a enxada no chão, plantava e colhia algodão, na fazenda do Senhor José Caetano de Almeida. Chamava a atenção de todos o fato daquela menina, nos intervalos da lida, colocar a imagem de São Francisco sobre uma pedra, orar e entoar hinos para o santo. Esta devoção marcaria para sempre a vida de Maria Elça Nogueira. Chegou a estudar mas com a morte de sua vó Alexandrina, em 1944,teve que continuar trabalhando para o seu sustento. Trabalhou durante algum tempo na Fábrica de redes da Fazenda Varanda, foi catadora de algodão na Fábrica Sambra, depois chamada "Algodoeira" de propriedade do Senhor Zezinho Queiroz. Casa-se em 1949 e desta vez o trabalho continua em casa, fazendo varandas de redes. Da união, nasceram os filhos: Margarida, Conceição, Dôrinha, Maria José, João, Zé Maria, Alexandre e Francisco das Chagas.
                                                     Começou ainda bem jovem a participar das atividades da igreja  como legionária de Maria, apostolado do Sagrado Coração de Jesus. Merece ser destacado a sua incansável dedicação a Liga de Santo Antônio que tem como objetivo maior amparar idosos e doentes. Quase que diariamente, hoje com a ajuda das filhas, visita lares, faz palestras em diversas ocasiões, sempre enaltecendo a figura do santo que pregou a simplicidade e  um grande amor aos animais. A sua casa serve de espaço para acolher crianças humildes, pobres e velhos, sendo oferecido refeições e ainda redes. Mesmo cansada, sem quase enxergar, sai pela cidade pedindo doações e quase sempre, encontra apoio. Pedindo, às vezes, apenas um pão, já foi maltratada por um dono de uma das maiores lojas da cidade que assim se expressou para a humilde Pinta: "Se esse tal Francisco quer dar aos pobres, vá trabalhar"! Pinta então, apenas pediu que ele não maltratasse a figura do querido santo que tinha como pai um dos homens mais ricos da Itália. Tempos depois, este comerciante(ela pediu para omitir o nome) chegou em sua casa e lhe implorou orações pois estava com problemas de saúde! Pinta assim o fez e garante que ele ficou curado por milagre de São Francisco! Hoje, é um grande colaborador da incansável mulher!
                                             A sua maior atuação é na igreja do querido santo. Já trabalhou com Frei Martins, Frei Guido, Padre Aldo, Padre José, Zé Firino, Rosalino e outros. Acompanhou a todos nas atividades religiosas, no sertão ou na cidade. Recebeu o carinho e incompreensões de alguns como do Padre Aldo, por exemplo, que depois de um evento na cidade de Ibicuitinga, no período da noite, voltou para Quixadá, deixando a bondosa senhora numa cidade em que ela não conhecia ninguém. Nas festividades da Semana Santa, consegue reunir muita gente no terreiro de sua casa para a queimação de Judas. As amigas mais próximas e que auxiliavam na sua missão foram Maria Monte, D. Carmelita, Francisca, Gonzaga, entre outras.
Hoje fica mais em casa mas sempre rezando
                                             Esta grande mulher merece os nossos aplausos! Não apenas do ponto de vista religioso mas também pelo seu trabalho social! Sem dispor de recursos, consegue devolver o sorriso de muita gente! Certa vez, lhe perguntei porque tanto admira São Francisco e a guerreira, assim se expressou: "Porque ele mostrou que a simplicidade é a coisa mais linda que Deus deixou nesta terra"! Sábias palavras, querida Guerreira!                                      
Pinta: fé em primeiro lugar
As filhas Margarida e Dôra sempre acompanham sua mãe

Pinta realiza palestras



Trabalho social da Guerreira


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

<>NAS ONDAS DO RÁDIO <><>RODRIÃO MUNIZ: DEVOTO DO PADRE CÍCERO BRILHOU NO RÁDIO QUIXADAENSE-

O radialista é um devorador dos livros de Rachel
<>NAS ONDAS DO RÁDIO<>RODRIÃO MUNIZ: DEVOTO DO PADRE CÍCERO BRILHOU NO RÁDIO QUIXADAENSE- Padre Cícero, que morreu suspenso de ordens pela igreja em 1934 representou para muitos a esperança de um mundo melhor. Ele foi um santo eleito pelo povo nordestino. Por ano, 2,5 milhões de romeiros peregrinam até Juazeiro do Norte para louvar esta figura marcante de nossa história. São milhões de devotos do "meu padim"! E entre eles, está presente o radialista Rodrião Muniz que, durante algum tempo, brilhou no radio quixadaense, trabalhando nas Rádios Cultura, Monólitos e ainda, em diversas "Fms" que começaram a funcionar a partir dos anos 90. Este filho do Juazeiro, 59 anos, lembra com saudades dos bons tempos que em que conquistou uma legião de ouvintes que acompanhavam com muito interesse seus programas jornalísticos apresentados com um estilo bem diferente do convencional. Rodriao adotou um tom mais arrojado, levando para o microfone os anseios da população que tinha nele uma espécie de"amigo de todas as horas". Realizava uma cobertura dinâmica e completa do que acontecia na terra dos monólitos. Em pouco tempo, tornou-se um dos radialistas mais populares da cidade. Tendo a simplicidade como marca maior, logo fez grandes amizades em todas as camadas. Recebeu tanto carinho que resolveu adotar Quixadá como a sua segunda cidade. Morou um bom tempo e inclusive, recebeu o título de cidadão quixadaense, propositura do vereador Cristiano Góis, no ano de 2004. A sua vinda para a terra dos monólitos se deu depois de uma experiência que não foi bem sucedida no rádio de Fortaleza. "As dificuldades eram muitas e muitos colegas não me ajudaram" desabafa com uma certa mágoa. Funcionário dos correios, na época, pediu transferência para a cidade que o adotaria como filho.
                               Filho de Rodriao Ferreira de Sousa e dona Josefa, sempre gostou de estudar, tendo exercido, muito jovem ainda, a profissão de professor. Em contato com a leitura, foi armazenando um grande repertório de conhecimentos que lhe ajudaria bastante no rádio. Estudioso, não foi difícil adentrar aos "correios", nos primeiro anos da década de 70. Telegrafista, função de grande importância na época, passou então a ter contatos com grandes jornais e emissoras de rádio pois era encarregado de enviar as notícias. Não demorou muito e passou a ser correspondente do jornal"Tribuna do Ceará", tendo permanecido por vários anos. Começou na "Rádio Iracema", apenas comentando mas logo passou a dividir a apresentação de programas jornalísticos ao lado de verdadeiras feras do rádio juazeirense. Rodriao faz questão de citar grandes referencias como Marcos Valério, Vilmar Lima, Aucelí Sobreira, Geraldo Alves, João Eudes, Alves Filho, dentre outros. No rádio quixadaense, cita Jonas Sousa como um marco muito forte na sua carreira.
                               Com certeza,muitos quixadaenses não esquecem do radialista e amigo. Ao anunciar sua volta para Juazeiro, muitos ouvintes se pronunciaram pedindo que permanecesse. A imensa legião de amigos lamentou bastante a partida deste romeiro assumido. Mas Rodriao não esquece Quixadá e, sempre que pode, vem visitar amigos e colegas do microfone. De uma coisa, vocês podem ter certeza: Este pacato cidadão gostava tanto de nossa terra que, mesmo devoto do Padre Cícero, acompanhava a procissão de nossos padroeiros, Jesus, Maria e José! E sobre a santíssima trindade ele afirma que: "São dignos do respeito mais profundo"!
Primeiros momentos no rádio

Ele não esquece os ouvintes quixadaenses

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

<>FRANCISCO ENÉAS DE LIMA- O VEREADOR APAIXONADO POR QUIXADÁ

Enéas: Respeito a nossa história
<>FRANCISCO ENÉAS DE LIMA-O VEREADOR APAIXONADO POR QUIXADÁ<><>O velho prédio da Prefeitura Municipal de Quixadá era muito bonito, de belíssimas linhas arquitetônicas. Foi construído na gestão do coronel Francisco Alves Barreira(1893-1895) e inaugurado na administração do médico  Dr. Bonifácio de Carvalho. Foi demolido em plena administração do Senhor José Okka Baquit(1963-1967), causando dor e revolta, principalmente nos mais velhos que puderam testemunhar fatos que mudariam para sempre a história da cidade. Ali, funcionava a Câmara Municipal, a Delegacia de Polícia, o Fórum Eleitoral, além do Grupo Escolar. Era, na época, o poder legislativo composto pelos seguintes vereadores: Adalberto Calixto da Silva,  Agenor Queiroz Magalhães, Eugênio Freire Moreira, Francisco de Assis Nunes, Francisco Pereira Nunes, Geraldo Alves da Cunha, José Lopes Filho, João Vidal, Manoel Carneiro, Otacílio Rodrigues de Oliveira, Paulo Holanda Pinto, Raimundo Mesquita Aires, Tácito Fernando de Queiroz, Fernando Freire de Holanda e Francisco Enéas de Lima, único a votar contra este crime ao nosso patrimônio. FRANCISCO ENÉAS DE LIMA  foi totalmente contrário a demolição do velho e querido prédio.  Este bravo quixadaense que nasceu no sítio Flores, Dom Maurício,  em 29.07.1902, sempre fez questão de ressaltar a sua revolta e desespero ao ver nosso patrimônio histórico ser destruído. Dizia para os amigos: "Quem não respeita seu patrimônio histórico não tem amor pela cidade em que nasceu". "Chico Éneas" como era carinhosamente tratado na cidade por ser bastante popular, além de uma grande atividade política, também foi escrivão e oficial de registro de imóveis. Na administração do Prefeito Eliézer Forte Magalhães(1959-1963) foi nomeado Secretário de Administração da Prefeitura Municipal de Quixadá, exercendo o cargo com muita competência.  Sempre com destacada atuação política foi nomeado pelo governador César Cals de Oliveira Filho, representante da Casa Civil do Governo do Estado.  Foi vereador da Câmara Municipal de Quixadá por quatro legislaturas. Na sua atuação, mostrou um grande respeito a memória da cidade e sempre protestando contra a falta de zelo com a nossa história. Sempre lutou para preservar registros materiais ou imateriais que tinham grande relevância para os filhos da terra dos monólitos. Num momento em que assistimos a destruição de prédios históricos em nossa cidade, que tal conhecermos um pouco da história de Francisco Enéas para aprendermos a valorizar nosso patrimônio. Ele sempre gostava de afirmar que " um povo que não respeita seu patrimônio histórico, não respeita mais nada!" Este apaixonado pela bela Quixadá nos deixou no dia 20 de junho de 1996. Sempre será lembrado pelo grande amor que devotava a sua cidade. Dr. Carlos Enéas, que já presidiu a nossa câmara lembra que seu pai sofreu muito quando destruíram o prédio da velha prefeitura. Dudu, vereador e Neto do querido quixadaense define, desta forma, o seu avô: "Um homem verdadeiramente dedicado a sua terra natal!"                                                    

Dudu, vereador e neto pretende seguir os passos do avô

Dr. Carlos Éneas, assim como o pai, sempre pediu respeito a nossa história

Francisco Enéas, seu neto Dudu e sua neta Marícia

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A SAUDADE QUE FICOU<>DEDÉ DRÁCULA-ELE TRANSPORTAVA ALEGRIA E TRISTEZA PARA O MICROFONE<>

Dedé Drácula dedicação e bondade
José Pessoa fundador da Uirapuru
 <> O rádio ainda é uma mídia indispensável e insubstituível. E com certeza, está no coração das pessoas. Sempre que destacamos este veículo, locutores e operadores são citados e referências são feitas a esses profissionais. E muitas vezes, nem tomamos conhecimento que outros trabalhadores também são importantes para o funcionamento da Emissora. Foi em 1980 que ganhamos a tão sonhada "Rádio Uirapuru" que logo se transformou no "xodó" dos quixadaenses. Foi José Pessoa de Araújo o responsável pela montagem do tão sonhado equipamento. Como os estúdios da "Uirapuru" ficava distante do centro, coube ao jovem José de Arimatéa  Dantas de Sousa, pegar as notas no centro da cidade para levar até as mãos dos locutores para ser divulgadas. Ora, levava notícias alegres, outras vezes, tristes! Na sua bicicleta(que ele chamava "envenenada") ia a cidade e voltava várias vezes. Ganhando a confiança da direção  passou a trabalhar nos transmissores. Nas transmissões externas, carregava o equipamento de trabalho. A alegria e bondade, duas grandes marcas! Sempre nas comemorações dos natais, José Pessoa pedia que ele subisse na mesa e fizesse um discurso. Dedé Drácula(apelido colocado por Jonas Sousa) era só alegria. Era filho da querida Barbosa(trabalhava na cantina da rádio) e Zequinha Brechó. Tempos depois, a "Uirapuru" viria a ser "Rádio Monólitos" e o nosso Dedé continuou a trabalhar e sempre com a mesma dedicação. Também recebeu dos Senhores Aziz Baquit e Everardo Silveira o mesmo carinho e trabalhou até ser chamado para outras missões no céu. Era querido por todos e contava com a confiança do diretor Everardo Filho e de toda a equipe. Foi no dia 13 de agosto de 2013. Com certeza, o humilde e bom Dedé faz parte da história de nossa radiofonia.
             
                         
Anos 80: o jovem Dedé, Célio Aragão e Ribamar Lima

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

<>TIPOS POPULARES DE QUIXADÁ(8)<>ARTUR JORGE-A ALEGRIA EM PRIMEIRO LUGAR

Artur Jorge explosão de alegria

Lucia meu avo era muito divertido
Antonio Jorge mesma profissão do pai
                                                       <> Segundo o poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare a alegria evita mil males e prolonga a vida. A alegria certamente, faz renascer vida em muita gente. Deus colocou em nosso convívio pessoas que conseguem nos mostrar que apesar de tudo, há beleza em nosso mundo e que um sorriso sincero e palavras dosadas de alegria e otimismo fazem toda a diferença. No alegre Quixadá do tempo dos pernoites do trem, dos abençoados banhos no rio Sitiá, nos passeios na então tranquila pedra do cruzeiro e ao açude do Cedro, uma doce  figura se destacava pela forma como encarava a vida, pela alegria que distribuía a todos no dia-a-dia, sempre em alto astral e compartilhando, dividindo com outras pessoas essa explosão de felicidade. Artur Jorge, conhecido por todos pelo apelido de "Capacidade", soldador como profissão,foi uma das pessoas mais conhecidas e queridas na alegre terra dos monolitos de um passado não tão distante. Para cada situação que se apresentasse, sempre uma visão otimista, carregada de humor. Com certeza, o "Capacidade", com suas tiradas alegres, tornou a estrada da vida de muita gente bem mais agradável.                                                                                                                                                                                                           Depois do trabalho, Artur e seus amigos costumavam visitar as bodegas de então, para abastecer corpo e espírito com uma velha cachacinha. Certa vez, chegando no comercio do senhor Aloísio(o chefe), pediu a bebida desta maneira: " Chefe, bote sem compaixão que eu pago sem piedade". Ao final da bebedeira, tranquilo, assim se despedia: " Chefe, pendure no lugar mais alto do seu comércio". Algumas vezes, colocava uma corneta nas pernas e saía fazendo aquele barulho. Até que um dia, perto do quartel, um soldado ameaçou prendê-lo. Artur saiu-se com esta: "Você não pode me prender pois sou muito mais que senhor! O senhor é só soldado e eu sou soldador! Gostava de comprar cabeça de porco aos magarefes Laranjeiras, Acrísio, Manoel Franco e pedia assim: "eu quero uma radiadora". E propositalmente, jogava nas calçadas e ficava chamando, como se ainda houvesse vida naquela cabeça de porco. Os quixadaenses mais velhos, ainda lembram o dia em que Artur e seu inseparável amigo Ribamar, participaram de um leilão da igreja. Mesmo sem um tostão no bolso, eles sempre davam os lances mais altos. Numa noite, competiam com o senhor Alberto Baquit.  Quando o educado Zé Baquit dava um lance, eles combinavam entre si: "Não vamos dar tregua a este cidadão". No final, os dois animados amigos, venceram o leilão e muitas galinhas, bolos, vieram para suas mesas. Sem nada de dinheiro no bolso, Artur teve a ideia de convidar Alberto Baquit para suas mesas que educadamente aceitou e assim, não pagaram nada. Um dia, uma senhora pediu que ele consertasse uma panela mas achou muito caro o conserto e propôs a ele" Se eu der o fundo, o senhor diminui o valor? Artur, de bate-pronto, respondeu "Assim, faço até de graça". Na verdade, a mulher falava do fundo da panela. Terminada a brincadeira e se dirigindo para casa, dizia aos companheiros que ia namorar e guerrear a noite toda com o amor de sua vida, a sua doce senhora.                                                                                                                                                                                                                   Se faz necessário afirmar que Artur Jorge, apesar do jeito brincalhão, era uma pessoa honesta, trabalhadora e sempre solidária. Tinha verdadeira paixão pela família e pelos amigos que gostavam muito dele. Na verdade, ele queria mostrar que o simples fato de se estar vivo, já é motivo de alegria. Sabia que a vida não era uma festa mas já que estava nela, vivia comemorando e compartilhando essa explosão de alegria com todos. Como disse sua neta Lúcia a reportagem" Meu avô só queria ver as pessoas felizes". Até mesmo na doença, Capacidade mostrava o lado alegre. Quando alguém perguntava se estava doente, respondia tranquilamente: "Estou com a pomposa". Na última vez que estive com Artur Jorge, por sinal, muito amigo do meu pai, o Amadeu do velho mercado público, perguntei se o trabalho não o cansava e ele sabiamente respondeu que so tinha tempo para ser feliz. Sai dali gostando mais dele e assim acontecia com todos que o procuravam.  Capacidade nos deixou no comeco dos anos 90. Com certeza, a festa continua no ceu.                                                                  

Francisco Jorge aprendeu muito com o pai

sábado, 27 de julho de 2013

FREITINHAS-O ETERNO TÉCNICO DO QUIXADÁ FUTEBOL CLUBE

1973: Repórter Raimundo Sousa, Freitinhas e Gaguinho
Visita de Lula a residência do técnico
Carteira de técnico profissional
Futebol em primeiro lugar
<> Ele era um "paizão" para os jogadores que defendiam os times que ele treinava.Correto, justo, paciente. Mas foi também um conhecedor das teorias, das estratégias que tornavam possíveis mudanças de resultados nos jogos. Mas principalmente, era um parceiro dos jogadores.Apesar da grande amizade que tinha com os comandados, era disciplinador, exigindo seriedade nos treinos e nas disputas das partidas. Plantou sementes que deu frutos no quesito da revelação de novos jogadores. Dos técnicos que passaram pela equipe do  Quixadá, ele é o que teve maior identificação com a torcida. Ele foi o profissional que dirigiu a equipe canarinha por mais tempo. Foram mais de 20 anos, fato realmente impressionante num futebol que muda o comando técnico com uma rapidez incrível. Pode-se com absoluta certeza, afirmar que ele era um "Sinônimo de Quixadá Futebol Clube". Durante toda a sua vida, deu demonstrações de amor ao time.  José de Freitas Neto, quixadaense, nascido em 22 de junho de 1934, desde criança, era um apaixonado pelo futebol, participando das peladas deliciosas e já começando a demonstrar liderança, levando seus times à conquistas.
                                                                       Antes de assumir o comando do Quixadá e da seleção da cidade, treinou algumas equipes e, durante um bom tempo, o Avante Esporte Clube, sempre incentivado pelo diretor de esportes e amigo, Edinho. Sempre contou com o apoio dos desportistas Zé Abílio e Zeque Roque(foi presidente do Quixadá). Com este último, trabalhou muitos anos na "Casa São Paulo". Costumava dizer que "Zeque era um grande amigo". Ainda está nas lembranças daqueles com mais idade, as vitórias conquistadas por Freitinhas, em situações adversas, enfrentando grandes equipes e muitas vezes, arbitragens comprometedoras. Numa das entrevistas do saudoso zagueiro Zé Preguinho, ele afirmou que o técnico quixadaense pedia " joguem de cabeça erguida, mostrem sua dignidade, vocês têm valor!"
                                                                     Freitinhas tinha como maior incentivadora a esposa e torcedora Maria de Freitas, com quem casou-se em 19 de maio de 1962, na igreja de Santo Antônio, em Quixeramobim. Desta união, nasceram os filhos Isabel, Kátia e Guaracy. Tão grande era o envolvimento do casal com o futebol que os jogadores faziam refeições, às vezes até dormiam, na residencia do mesmo. Maria de Freitas se tornou uma espécie de mãe e logo conquistou o carinho de todos. Quando os atletas voltavam das férias em seus estados de origem, traziam cartões com mensagens de agradecimento e respeito.
                                                                     O eterno técnico do Quixadá Futebol Clube também participou da vida política da cidade, tendo sido um dos fundadadores do Partido dos Trabalhadores. Em sua primeira campanha a presidência da república, Lula fez uma demorada visita ao casal. Mas jamais a sua paixão pelo futebol foi afetada. Treinar, descobrir novos talentos da bola foi sempre seu maior ideal.
                                                                      Depois de muitos anos de dedicação ao nosso esporte, Freitinhas adoeceu, se afastando definitivamente, com muita tristeza, do que mais amava que eram às cores do time que representava a cidade. Os médicos Bidula, Everardo Silveira e os demais, tudo fizeram para recuperar a saúde do técnico.  Depois de 30 dias, internado no hospital de Messejana,  morreu no dia 28 de setembro de l998. Com muita tristeza, o torcedor canarinho recebeu a notícia e se despediu daquele que deu à própria vida pelo nosso esporte. Por isso, ele sempre será o"ETERNO TÉCNICO DO QUIXADÁ". Ele tem até hoje o seu nome lembrado por todos os quixadaenses. Ele é imortal para a torcida canarinha!
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terça-feira, 16 de julho de 2013

DEZINHO-DE CARROCEIRO A HERÓI BRSILEIRO

de carroceiro a pracinha
anos 90: em família
Preparado para defender a pátria
<><> "Preferia morrer que matar. Achava que não deveria atirar em ninguém! Não foi isso que mamãe me ensinou". O depoimento do quixadaense José Ferreira Filho, conhecido como Dezinho, que foi dado há alguns anos, mostra o grande despreparo dos brasileiros nos campos de batalha na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. O jovem brasileiro, assim como os demais, não tinha muito ideia porque estava ali, muito distante de seu Quixadá querido, não sabia qual exatamente a motivação daquele combate. "Eu tinha medo de matar as pessoas" afirmou muitas vezes. Frio, muitas vezes enrolados em jornais, falta de higiene, comida ruim, lama, campos minados( que não sabíamos de sua existência), tudo isso fez parte do dia-dia de Dezinho e dos outros pracinhas(termo referente aos soldados brasileiros que foram enviados para integrar as forças aliadas contra o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial).
nosso herói e Maria Araújo
                   O grande conflito mundial, o mais abrangente da História se deu entre os anos de 1939 a 1945. Estimativas sugerem que mais de 60 milhões de pessoas tenham morrido nesta guerra. Segundo a maioria dos historiadores, a posição de neutralidade do Brasil durou até 1942, quando algumas embarcações brasileiras foram afundadas por submarinos alemães no oceano Atlântico. O presidente Getúlio Vargas fez um acordo com o governo norte-americano e assim, nosso país entrou na guerra ao lado dos aliados(Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética). Muitos estudiosos do assunto, condenam até os dias de hoje, esta decisão do governo brasileiro. Apesar de vitórias, centenas de soldados brasileiros perderam a vida em combate. Na dura batalha de Monte castelo, cerca de 400 brasileiros foram mortos.
                                   Começo da década de 40, aquele jovem recebia ainda conselhos de Seu Júlio  de como se tornar um grande carroceiro. Chegou então a idade do serviço militar e Dezinho serviu no vigésimo terceiro batalhão de caçadores em Fortaleza, durante um ano. Era o ano de 1941 e cumprido o tempo, voltou para Quixadá. Mas quando foi pegar o certificado militar foi comunicado que havia sido convocado para lutar na Itália, junto com outras cearenses. A notícia deixou a  esposa Maria Araújo e toda a família muito tristes. E depois de dois meses no Rio de Janeiro, embarcou para terras italianas. Foram 25 mil brasileiros.
                                     Nas montanhas da Itália, o jovem voltava seu pensamento para a sua querida Quixadá. Voltaria a trabalhar na carroça do seu mestre Júlio Carroceiro? E os passeios ao açude do cedro, aos domingos, pegando frutas no caminho! Voltaria a conviver com os amigos Caboclo, armando do Brasília e seus colegas de trabalho! Veria o filhinho que ainda estava na barriga da mãe? Queria acompanhar seu crescimento, ensinar-lhe a ser carroceiro, a fazer o bem! E o restante da família, como estava? Naquele relevo montanhoso, tão estranho, quando possível, à noitinha, junto com outros pracinhas, uma oração improvisada, curta mas eterna. Sofria ao ver jovens como ele, tombados naquela terra estranha.
                               Dezinho contava que, apesar das dificuldades e da falta de experiência, os pracinhas conquistaram vitórias ao lado de soldados aliados. Fazia questão de citar Turim, Monte Castelo e Montese. Terminado o sangrento conflito, foi as lágrimas ao ser comunicado que ele E os seus colegas retornariam ao Brasil. Nos contou que a História quase não registra o fato de, ao saberem da notícia, todos se abraçavam, brasileiros e soldados de outras nações. Desembarcando no Rio de janeiro, contava as horas de voltar para a terra que tanto amava. Interessante que ao desembarcar no porto do cais, em Fortaleza, não fora reconhecido de imediato pela dona Maria Araújo. "Ele estava com um uniforme impecável, usando óculos". Feito o reconhecimento, um longo abraço e aquele beijo de toda história de amor. O casal ficou algum tempo morando em Fortaleza, voltando a Quixadá anos depois. Já na terra dos monólitos, voltou ao seu antigo ofício de carroceiro, trabalhando por um bom tempo.
                                                                                   Nos desfiles da Independência, Dezinho junto a outros quixadaenses, marchava pelas ruas de Quixadá. Todos aplaudiam aqueles que lutaram pela liberdade , democracia e pela defesa da pátria. "Meu filho, aqueles homens deram a vida pelo Brasil", dizia uma das mães que assistia ao evento". Dezinho morreu no dia 20 de setembro de 1998, deixando tristes os amigos e os filhos José Edílson, Maria Celene, Nazira, Jacinta, Aparecida, José Francisco, José Aírton, Antônio Fernando e Lúcia. Apesar de sempre se manifestar contra a guerra, Dezinho afirmava que tinham sido injustos com o Brasil, afundando submarinos nossos, matando inocentes.  Antes de morrer, nos contou que seu grande desejo em vida foi realizado ou seja, uma prova incontestável da existência de Deus! Esta certeza tive quando voltei para o Brasil, para o meu querido Quixadá. "Ele existe sim, existe" afirmou no último contato que teve com este repórter e amigo. Existe sim!fique sempre com ele, Dezinho!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

ALOÍSIO, O CHEFE- A SIMPLICIDADE DE UM VENCEDOR

O sorriso sempre presente
 SEU ALOÍSIO: A SIMPLICIDADE DE UM VENCEDOR<>Ele, pode-se dizer que "tirou leite de pedra"! Enfrentou a rudeza, bateu enxada no chão, suou muito! Conheceu muito bem a aridez do ambiente sertanejo trabalhando junto com o pai Manuel Luís Rabelo(Neco), a mãe Dona Júlia Rabelo e os irmãos. Uma família verdadeiramente do sertão quixadaense, distrito de Barra do Sitiá, no lugar Santo Antônio. Foi aí que nasceu Aloísio da Silva Rabelo, no ano de 1934. Aprendeu a ler com seu pai e as aulas só aconteciam de setembro a dezembro, fora do período da plantação.
                                                                                             Em 1944, veio para a cidade, exatamente para estudar no Grupo José Jucá. Mas em 48, voltou para o seu sertão pois sua tia havia adoecido. Foi o Senhor José Maria Aguiar o responsável pela sua vinda definitiva(1952) para Quixadá. A sua tia que recebera uma visita deste amável cidadão lhe pediu um emprego para o jovem Aloísio. E assim, durante 4 anos, trabalhou na mercearia de José Maria. Além de atender os fregueses, cuidava de outros afazeres como cortar lenha, puxar água para a caixa d'água(durava 75 minutos), fazia mandados. "Tirei até leite de vaca" nos conta com uma forte emoção. Mas a partir de 1959, seu pai montou um comércio para o dedicado filho na rua Epitácio Pessoa onde começou a mostrar todo o seu potencial como vendedor, atendendo a todos com um jeito todo especial. Mas em pouco tempo, veio trabalhar com o Senhor Francisco Nepomuceno no "Armazém Sitiá", um dos seus grandes incentivadores. Alguns anos depois e já se vão mais de 54 anos, iniciou seu grande momento nos negócios montando o famoso ponto comercial que se chama"O Chefe", denominação baseada num apelido que lhe foi dado pela comunidade.
                                                                                            O cognome "O Chefe" surgiu pelo fato de quando ter deixado a Barra do Sitiá sua mãe lhe havia recomendado: "Não chame ninguém de "Seu Zé", "Seu Menino" e, sendo mulher, não a trate como "Comadre", "Dona Maria". Como Aloísio praticamente não conhecia ninguém quando aqui chegou, ficava se comunicando com as pessoas destas formas:"Bom dia chefe amigo!", "como vai chefe amigo?"e assim, de forma definitiva, ficou conhecido por todos como "O CHEFE".
                                                                                            Seu Aloísio, casou-se em 1960 com Naidinha(filha de Seu Júlio Leles, barbeiro), na igreja do Choró em cerimônia realizada pelo padre José Bezerra. É pai dedicado de Henrique e Júlio que receberam do pai a vontade de trabalhar e servir. Para contar a verdadeira História deste guerreiro seria necessário um livo mas como a simplicidade é sua marca maior, sei que ficará feliz com este simples texto mas que foi produzido pelo coração. O nosso amigo Aloísio( O Chefe) faz parte da vida dos filhos da terra dos monólitos. Com certeza!
Com seus amigos do comércio

A companheira de todas as horas
Zé Maria Aguiar, seu descobridor

quarta-feira, 10 de julho de 2013

PROFESSOR RAIMUNDO- MESTRE RESPEITADO, AMIGO E BENQUISTO NA TERRA DOS MONÓLITOS

Com a esposa Rita e os filhos Robson e Riharly
 <><> Professor Raimundo: Mestre respeitado, Benquisto e Amigo<><><> Existem palavras que se encaixam perfeitamente . Quando uma é mencionada, logo várias outras são lembradas imediatamente. É, digamos, instintivo. Por exemplo, falando-se de Quixadá, nos vêm a mente uma cidade bela, acolhedora. Porto lembra o mar, navios. É impressionante como as palavras se engrenam e como têm denominadores comuns. Assim, quando se diz mestre dedicado, competente, vem-nos, sem demora a nossa mente a figura do professor Raimundo. Isso realmente acontece. É, na verdade, uma associação de idéias: Quem não conhece o grande valor do professor Raimundo? Ora, Quixadá inteiro sabe que este profissional tem uma personalidade forte,realmente presente em suas atitudes, como profissional e como pessoa humana. Transmitiu sua sabedoria, lecionando Matemática no Colégio Estadual, Sagrado coração de Jesus, Ginásio Valdemar Alcântara. Tornou-se uma figura muito estimada na terra dos monólitos por sua extraordinária capacidade de transmitir aos jovens uma disciplina, muita vezes, odiada, e pela maneira afável e atenciosa para com alunos, colegas e comunidade.
                                                                 Raimundo de Queiroz Rodrigues, filho de Francisco Rodrigues Sobrinho e Ivana Paulina de Queiroz, nasceu no chalé da ponta da barragem do açude cedro, vindo ao mundo pelas mãos da mãe Vieira, parteira do Cedro velho e de outros lugares.No seu primeiro dia de aula na Escola Rural do Cedro não foi muito feliz. Por não  lembrar como se rezava o pai nosso, a pedido da professora, saiu correndo em direção a sua casa pois iria experimentar uma indesejada palmatória. Voltaria, no entanto, a estudar no mesmo local. Teve aulas particulares, que lhes foram bastante úteis, ministradas pela mestra que não esquece, Dona Mundinha. Rapazinho, foi estudar no Ginásio Valdemar Alcântara, o respeitado "colégio do Padre" onde teve o privilégio de ter como professores o Padre Clineu(Também diretor), Maria Braga, Francy Gurgel e tinha como colegas, entre outros, Aílson da Silveira Medeiros, Jaime Ferreira, Hélio Gurgel.
Wanderley, Cleune, Aílson, Aurenice, Pery,Eduardo,Raimundo,Valda e Socorro
           O convite para lecionar no Colégio Estadual surgiu devido a uma honrosa colocação na prova de Português no vestibular, realizado em Fortaleza. Foi o quinto colocado na prova de Português o que motivou matérias em diversos jornais e revistas acadêmicas. Realmente, um grande feito para um menino criado no sertão onde as dificuldades sempre são bem maiores. A partir daí o Colégio Estadual entrou definitivamente em sua vida. Se tornou bastante comum as pessoas o identificarem como "Raimundo do Estadual". Teve como diretores Lúcia, Padre Clineu, Dr. Glauco, Dr. Aílson,  entre outros. Algum tempo depois, foi vice-diretor do turno da noite. E sempre trabalhando com empenho e conquistando amizades. Mas no final dos anos 70, foi aprovado em concurso do "Banco do Estado do Ceara(BEC)" e, tempo depois, teve que optar pela atividade de bancário. Mas nunca deixou de ser tratado por todos como "professor Raimundo", o que continua nos dias de hoje, mesmo já aposentado.
Naidinha,eduardo,Raimundo,Aurenice  e Dr. Aílson
          É casado com a senhora Rita de Cássia Queiroz, aluna que fisgou o coração do mestre(como nas belas histórias de amor). Casaram-se pela lei de Deus, no ano de 1971, na Catedral, em celebração presidia pelo padre Dourado. É pai dedicado dos jovens Robson e Renarly que, não fugindo a regra dizem com muita alegria: "Somos filhos do Professor Raimundo". Católico fervoroso, sempre esteve presente nas atividades da igreja até os dias de hoje.
           Dificilmente encontraremos quem não conheça,pelo menos de ouvido, a dedicação, a bondade, o respeito aos jovens que fizeram deste professor, uma figura respeitada e querida na comunidade. Mesmo tendo escolhido a mais temida das disciplinas, Raimundo criou uma didática própria tendo como instrumento maior a paciência, a dedicação, até hoje lembrada. A sua interação com os alunos foi tão intensa que hoje, ao encontrarem-se com o professor, fazem questão de enaltecer a sua atenção para com todos eles. Carismático, conquistou e continua conquistando novas amizades. Por tudo isso, nós tiramos o chapéu para ele! Viva o Professor Raimundo! Viva nosso grande amigo!
doce juventude

1971- cerimonia de casamento

Com Betinha, Rita e Hill Holanda

sábado, 6 de julho de 2013

TIPOS POPULARES DE QUIXADÁ(7)<> TIÃO DA BALADEIRA-A ALEGRIA DA CIDADE

 <> Numa manhã tranquila da bucólica Quixadá do começo dos anos 50, um menino levado da breca(endiabrado, travesso), levou uma surra danada, caprichada pelo cinturão do pai Alberto(magarefe do velho mercado público).Não fosse o doce coração da mãe Dona Lídia, a peia bateria muitos recordes. Motivo: O menino Tião(Sebastião Vidal Soares) não queria saber de estudo, só de brincar com uma companheira que lhe acompanha até hoje, a doce amada baladeira(pequena forquilha de madeira com elástico para atirar pedras). Pedaços de giz eram atirados em todos os cantos da Escola. A senhora Maria de Lurdes, diretora do Grupo José Jucá, naquele momento, teve que puxar as orelhas do "capeto em forma de gury". Para que? Tião deu um tiro certeiro nas pernas da educadora! "ele é um Durango Kid!", diziam todos no grupo. O certo é que nunca mais voltaria a sentar num banco escolar. Só queria saber da sua atiradeira, nada mais!
                                                                                Contam os familiares que Tião ganhou sua primeira baladeira aos dois anos de idade e não largou mais, conduzindo-a sempre pendurada no pescoço. Nas caçadas, se tornou campeão, não encontrando rival à altura no manejo do estilingue. Já rapaz, virou uma atração na cidade. Ganhou bom dinheiro em apostas, não perdendo nenhuma. Contam seus admiradores que uma pessoa segurava um cigarro em uma das mãos e nosso herói acertava bem no alvo, sem jamais ter ferido alguém. Na rodoviária, quase todas as noites, muita gente comparecia não para assistir um televisor ali instalado mas para presenciar nosso herói, derrubando, um a um, os copos colocados sobre o aparelho. Mas a consagração definitiva viria por ocasião de um jogo entre o Quixadá Futebol Clube X Ferroviário, meados dos anos 80. O árbitro roubava descaradamente para o time da capital. Na anulação de um gol, Tião não se conteve e desferiu um tiro(ou pedrada) certeira no juiz lalau. Espanto geral! Como poderia, com aquela distância da arquibancada para o centro do gramado acertar o alvo! Jogo parado por bom tempo! Tião jurava por todos os santos que não foi ele e sim um torcedor ao seu lado! "Ele dizia que fui eu, eu garantia que foi ele"! O certo é que a partir deste fato, os árbitros só iniciavam as partidas depois que nosso herói entregasse a baladeira.                    
                                                                                Garante Tião que usa a atiradeira não como uma arma mas como uma velha amiga. Casado com Dona Fátima, é pai amoroso de Paulo Henrique, Veridiano, Sofia e Narcisa. Já foi motivo de matérias jornalísticas elaboradas pelo jornalista Jonas Sousa com repercussão nacional. É tão grande a sua paixão pela sua companheira que pode-se ler na parede de sua casa: "Seja bem vindo mas não me peça emprestada a minha baladeira"   Então, tá certo velho amigo!
                 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

ZÉ ADOLFO-O PAI DO CINEMA EM QUIXADÁ

Foto gentilmente cedida por Clébio Viriato
Com o pai Adolfo Lopes
Com o amigo Aziz Baquit
                                                             <>ZÉ ADOLFO: O PAI DO CINEMA EM QUIXADÁ-Muito antes do advento da "TV", da Internet, o cinema era a alegria de uma cidade. As salas exibidoras que se situavam nas ruas mais movimentadas da cidade, ficavam lotadas, a espera da próxima sessão. Antes do início do filme, o bate-papo entre amigos nos bancos, um desfile de moda natural, as primeiras paqueras, os primeiros suspiros, a simpatia dos vendedores de bombons, aquele pipoqueiro(assistia os primeiros beijos dos jovens apaixonados). O Cinema foi durante muitos anos o maior atrativo das pessoas e Quixadá, a exemplo de outras cidades, possuía esses atrativos. É impossível contar a história da sétima arte na terra dos monólitos sem que seja levada em conta a presença e as benfeitorias deste homem completamente apaixonado por esta maravilha. Tão apaixonado  que montou numa caixa de papelão uma lâmpada e ficava passando fitas tendo a parede como tela. Ainda criança, muitas vezes,escapando da vigilância dos pais Adolfo Lopes e Luisa, ia assistir as sessões no primeiro cinema de Quixadá, o "Paroquial", ainda no tempo do cinema mudo. Logo passou a trabalhar, sendo o porteiro da geral. Fechadas as portas(determinação de Dom Lustosa, já tinha beijos nas cenas), surgiu então o "Ideal", também mudo(ficava aonde hoje é o prédio da Macavi) e colaborava na confecção dos cartazes, na venda das entradas. Foi no "Cine Quixadá" que começou a ter contato com projetores, se tornando, em pouco tempo, um maquinista de talento. O senhor Anísio, proprietário, tinha total confiança no jovem amante da sétima arte.
                                                  Foi José Lopes Dantas quem deu a sugestão da montagem daquele que viria a  ser o maior de todos, o "Cine Yara". O prédio foi construído pelo industrial  José Capelo, proprietário do "Curtume Belém"(onde Zé Adolfo trabalhou algum tempo). A inauguração foi um acontecimento que atraiu a atenção de toda a cidade . Era o dia 20 de setembro de 1951 e o primeiro filme ali exibido foi "O Castelo Invencível" com grande presença de admiradores. Zé Adolfo sempre contou com seus amigos e família no trabalho do cinema como Dedé Sousa, Sebastião, Zé Fernandes, Tarcísio,Pedro Nunes, Zé Paulino, Adolfo Filho, Nina, Chico Nascimento, Luis Marinho e outros.
Com o Senhor Renato Carneiro
                                      Zé Adolfo montou o "Cine São José" e ficamos então com duas salas exibidoras. Pessoas das cidades vizinhas vinham até nossa cidade para assistir grandes filmes. Destemido, construiu uma sala exibidora em Banabuiú. Mas pelos fatores já expostos, os cinemas fecharam deixando tristes os que gostavam de frequentar. Nosso herói ainda tentou manter o cinema funcionando, através de um acordo com a secretaria de cultura mas não obteve êxito pois as autoridades daquele momento, não demonstraram nenhum interesse.

Com o pai Adolfo e os irmãos Francisco e  Maria José
                                                     José Lopes Dantas(filho de Mestre Adolfo e Luisa Lopes, nascido em 9 de março de 1928), não se limitou ao cinema, tendo sido vereador e durante 16 anos, secretário municipal, em 4 administrações, sempre zelando pelo que era público. Este benfeitor nos deixou em 12 de setembro de 1991, deixando tristes a família e os amigos que conviveram com ele, principalmente nos tempos do cinema. Já que existe um "pai" para tudo,  nada mais justo do que o chamarmos de "Pai do Cinema em Quixadá"

quinta-feira, 27 de junho de 2013

VAGALUME-LUZ QUE BRILHOU INTENSAMENTE NO FUTEBOL QUIXADAENSE

Símbolo do amor  e da raça

seleção mágica:Albano, Mafia, João R.,Arara, Mariano e VAGALUME:  Perpétuo,Vicentinho, Zé de Melo,Santana e Leonidas
 <><>VAGALUME: LUZ QUE BRILHOU INTENSAMENTE NO FUTEBOL QUIXADAENSE<><> Quando alguém precisar destacar o atleta símbolo da raça, do grande amor ao clube que defende, da dedicação e jeito de guerreiro, deverá lembrar, com certeza, do maior lateral direito que já conhecemos em nosso futebol: José Pinheiro Granjeiro mas conhecido no mundo da bola como Vagalume. Ele personificou a figura do atleta dedicado ao clube e por isso, foi o exemplo maior de identificação com as cores da seleção de Quixadá e o time profissional do mesmo nome. Dos laterais-direito que passaram pelo nosso futebol foi apontado, em julgamento da própria torcida, como o melhor. Dedicação, competência e disciplina, fizeram de Vagalume, um craque elogiado pela crônica esportiva e adorado pela massa que aplaudia de forma entusiástica suas atuações. Ao lateral direito não basta eficiência técnica mas também um grande preparo físico e o "Moleza", apelido colocado pela galera, não tirava o pé do acelerador(gíria esportiva), suando a camisa do primeiro ao último apito do árbitro.
              Vagalume participou de jornadas gloriosas mas foi nas disputas do "Intermunicipal-1963" que marcaria seu nome, para sempre, na galeria dos grandes craques do futebol da terra dos monólitos. A crônica e a torcida presentes aos jogos disputados no velho e bom Estádio Presidente Vargas vibravam com a espetacular seleção do sertão central, campeã com todos os méritos e em especial com aquele lateral direito que, além da técnica, era detentor de um potente chute. Foi eleito o melhor lateral direito daquele ano no futebol cearense. O grande amor que nutria pela família o impediu de jogar em grandes clubes do estado. Na verdade, Quixadá era sua grande paixão. Foi também um excelente atleta no futebol de salão, tendo defendido os melhores clubes da cidade.
               O "Moleza" teria ido muito mais longe no futebol não fosse o convite do Senhor Nóbrega(era fã do craque) para trabalhar no "Banco do Brasil". Vagalume era filho de Francisco Chagas Grangeiro e Madalena Pinheiro. O craque casou-se em 1968 com aquela que viria a ser a sua grande companheira de todas as horas, Vera Lúcia.  E vieram os filhos que o lateral adorava: Giovanni, Gislane, Gisele e Graziele.
A partir de 1983, a família foi residir em Fortaleza com o objetivo de cuidar dos estudos dos filhos queridos.
                Vagalume partiu para outras jornadas esportivas, agora ao lado de Deus, em maio de 2003, deixando saudades na família, amigos e principalmente na torcida quixadaense que não o esquece. Para ela, ele será o "eterno lateral-direito", um símbolo do futebol quixadaense.
                 Em Horizonte, onde a família possuía um sítio e Vagalume conquistou muitos amigos, tem uma rua com o seu   nome. Justa homenagem! E em Quixadá a quem ele dedicou parte da sua vida, as homenagens também virão um dia? Independente disto, ele estará sempre na lembrança do torcedor. "Vê-lo jogar era pura poesia, encantamento para os olhos!" "Você não será esquecido, MOLEZA!"