A cidade de Quixadá cresceu bastante nos últimos anos. O panorama urbanístico, o aumento da população, o ritmo das atividades comerciais e a presença de um grande número de pessoas, ocupando, diariamente, os espaços urbanos, fez desaparecer, em parte, os tipos populares que se diferenciavam dos demais pelas suas singularidades, um modo de viver bem diferente da grande maioria das pessoas. Na verdade, foram símbolos de uma época. Aquele velho Quixadá que permitia um contato quase familiar entre as pessoas foi substituído por um espaço onde predomina uma massa de anônimos provocando um distanciamento entre as pessoas. É possível ainda encontrar essas figuras únicas mas eles estão bem menos presente na terra dos monólitos de hoje. Mas, com certeza, os tempos mudaram e os tipos populares que eram a alma das ruas, segundo a professora Ana Maria(na foto, com seu esposo Liduino), com sua ausência, tornaram a cidade menos humana, fria. Dentre esses seres especiais, um se destacou bastante, provocando fascínio e conquistando toda uma cidade, pela forma carinhosa como convivia com as pessoas, tornando-se até um símbolo da cidade, atraindo a atenção de todas as classes sociais: FRANCISCO ALMEIDA DA SILVA, o queridíssimo "ALMEIDINHA".
Almeidinha chamou a atenção de toda a comunidade pelo fato de acompanhar os enterros de então, não importando a distância. Tomava conhecimento dos falecimentos ouvindo os programas de rádio. Por mais que sua mãe, a costureira Maria Elina tentasse evitar, Almeidinha acompanhava, fosse aonde fosse. Uma de suas irmãs nos contou que, algumas vezes, ele foi até Fortaleza. Argumentava que eram seus amigos e não podia faltar. Outro fato marcante na vida de Almeidinha e que permitiu sua morada no coração dos quixadaenses, foi o fato de, por ocasião do aniversário das pessoas, ele comparecia na casa ou no trabalho do aniversariante para desejar com todo carinho, um feliz aniversário. "FELIZ ANIVERSARIO, AMIGO! Da para imaginar como ficava imensamente feliz aquela pessoa cumprimentada por ele. Interessante e que, muitas vezes, era o proprio Almeidinha quem recebia presentes.
Este ser humano unico, nasceu no dia 24 de outubro de 1963, em Lagoa dos Cavalos, distrito de Laranjeiras, no atual municipio de Banabuiu. Seus pais, Manoel Barbosa da Silva e Maria Elina de Oliveira Silva(falecida). Seus irmaos, Antonieta(na foto, com seu neto Daniel), Irene, Antonia e Francisco de Assis. Faleceu em 27 de Novembro de 1994, quando se dirigia a um velorio, em Oiticica. Foi atropelado por um veiculo, em alta velocidade e nao foi socorrido pelo motorista.
Almeidinha nao foi apenas um tipo popular de nossa cidade. Ele foi muito mais! Ele foi um amigo de todos nos e que cultivaremos sempre num clima de gratidao! Falam que ha pessoas cometas e pessoas estrelas. As cometas, logo desaparecem, sao apagadas da mente pois nao viveram para fazer o bem. Nao temos nenhuma duvida que ALMEIDINHA era uma estrela e que permanece viva entre nos.
Nas fotos(arquivos do Blog), 3 momentos de Almeidinha- Sua mae, Elina- A irma Antonieta e seu neto Daniel e os amigos de Almeidinha, professora Ana e Liduino.