<>Ele nasceu em Quixeramobim! Ta lá nas" Edições Demócrito Rocha!" Não Senhor, é filho de Fortaleza, garantem alguns autores. Em muitos trabalhos acadêmicos, a terra dos monólitos é solenemente ignorada. Como quixadaense e apaixonado por esta bela terra, compro essa briga! Como nos meus tempos de jovem, digo: "Podem vir quente que estou fervendo!" Sei que os adversários(não inimigos) são poderosos, pois pertencem a elite intelectual e eu apenas um velho blogueiro que apenas ostenta um diploma do curso de Datilografia que fiz na escola da dona Minervina. Era só o que faltava! Já fizeram isso com Moacir Costa Lopes( A Ostra e o Vento), um "papaema" de verdade. E ninguém reage! Quer dizer que os nosso jovens nas escolas aprendem que os nossos grandes escritores são filhos de outras lugares. Vai prá lá violão, não engulo isso calado! Ora bolas! Jáder, este notável escritor, jornalista, professor, advogado, nasceu na Serra do Estevão(Dom Maurício). E a Serra do Estevão fica aonde? Em Fortaleza, Natal, Rio? Coisa nenhuma, fica em nosso território. Os senhores sabiam que o primeiro artigo escrito por Jáder de Carvalho foi no jornalzinho "O Atheneu"
que era produzido pelos alunos do "Atheneu Quixadaense", quando era diretor do estabelecimento, o seu pai Francisco Adolfo de Carvalho. Era o ano de 1914 e o menino Jáder só tinha 13 anos de idade. Tá lá! Tá no livro "Retalhos da História de Quixadá" do historiador quixadaense, João Eudes Costa. Talvez, por ter escrito o poema "Em Louvor de Quixeramobim", se fale que ele nasceu lá. Mas, não foi. Meu conterrâneo deveria ter produzido "Em Louvor de Quixadá", não era? Quixadaense de grande talento, teve destaque maior no Jornalismo(Para alguns historiadores, o criador do novo jornalismo cearense) e na Literatura. Estreou com "O Canto Novo da Raça", em 1928, em parceria com Sidnei Neto, Franklin Nascimento e Mozart Firmeza. Colaborou em suplementos literários, em especial, no jornal " O POVO" de curta duração. Seus livros, tem como temática maior, o caráter social: "Terra de Ninguém", "Classe Média", "Doutor Geraldo", "A Criança Vive", "Eu Quero o Sol", "Sua Majestade, o Juiz", Aldeota(grande sucesso de leitores e crítica). Publicou livro de temas sociológicos como: "O Problema Demográfico Brasileiro", "O Índio Brasileiro" e "Povo Sem Terra", nos anos 30(século passado). "Terra Bárbara"(1965), onde escreveu diversos poemas, ainda hoje, lembrados pelos leitores, é um livro maravilhoso. <>Peço o socorro dos meus amigos da "Academia Quixadaense de Letras", da "Unicatólica(amo!), da "UECE", da "Cisne", dos meus amigos professores e de todos que amam Quixadá e sua gente. Não vamos permitir que os talentos que , aqui nasceram, tenham sua biografia destruída. Não sou um Napoleão Bonaparte, mas a batalha na defesa de Moacir Costa Lopes, venci e todos já reconhecem que ele nasceu mesmo na terra dos monólitos. Com a ajuda de todos, ganho mais esta. Jáder de Carvalho é quixadaense e papo final. Ora bolas!
JÁDER DE CARVALHO-QUIXADAENSE QUE NOS ENCHE DE ORGULHO |
ESCREVEU SEU PRIMEIRO ARTIGO AOS 13 ANOS DE NO JORNALZINHO "O ATHENEU" |
- Na minha terra,
as estradas são tortuosas e tristes
como o destino de seu povo errante.
Viajor,
se ardes em sede,
se acaso a noite te alcançou,
bate sem susto no primeiro pouso:
— terás água fresca para sua sede,
— rede cheirosa e branca para o teu sono.
- Na minha terra,
o cangaceiro é leal e valente:
jura que vai matar e mata.
Jura que morre por alguém — e morre.
na água, que tem num só destino
do teu Salto das Sete Quedas
ou na vida, que tem mil destinos,
do teu jagunço aventureiro e nômade?)
Ah, eu sou da terra do seringueiro,
— o intruso
que foi surpreender a puberdade da Amazônia.
Eu sou da terra onde o homem, seminu,
planta de sol a sol o algodão para vestir o Brasil.
Eu nasci nos tabuleiros mansos de Quixadá
e fui crescer nos canaviais do Cariri,
entre caboclos belicosos e ágeis.
Filho de gleba, fruto em sazão ao sol dos trópicos,
eu sou o índice do meu povo:
se o homem é bom — eu o respeito.
Se gosta de mim — morro por ele.
Se, porque é forte, entender de humilhar-me,
— ai, sertão!
Eu viveria o teu drama selvagem,
eu te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,
como antes te acordava ao choro da viola...
..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................