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A lagoa estava incrustada ao pé da Pedra do Cruzeiro |
<><><><><><>Ao contrário da LAGOA AZUL, tão cantada pela sétima arte, tivemos no Quixadá a LAGOA CINZENTA, tão lembrada nas minhas memórias de menino. É assim, a gente nasce, cresce, mas não esquece das coisas boas nas nossas vidas de menino, coisas ruins (?) talvez inconscientemente ou pretensiosamente, não nos prendemos muito. Poucos ou talvez nenhuma pessoa não mais se lembrem dessa lagoa maravilhosa. Ela estava incrustada numa área que hoje abrange o pé da pedra do Cruzeiro, os trilhos do trem, beirava a rua da Pedra, rua Epitácio Pessoa, o Posto Quinzinho e os fundos da Padaria do Senhor Cisne Carneiro. Uma casa havia, penso que do senhor Cisne isso porque ali foi morar seu filho Kleber Carneiro logo após seu casamento com D. Albanita. Uma casa simples, mas de grande conotação pois ali se imponha uma casa de engenharia diferenciada das demais casas da cidade. Um chalé. A primeira construção a lhe tomar espaço foi a Igreja Presbiteriana cujo Pastor era o Senhor Zequinha. Seguidamente vieram outras…que acabaram com os gorjeios dos pássaros que lá vicejavam. Bem a leste daquela lagoa havia um cacimbão que até hoje resiste ao progresso como assim dizendo; “eu sou o cisne que só vou morrer quando não mais houver necessidade de minha existência.”
<><><><><><><>Por ser um baixio, quando ela secava, não de todo, ela se tornava o depositário do lixo da cidade, ainda bem que naquele tempo até o lixo era puro, e o seu contraste era que ali também os carroceiros retiravam o barro roxo para fazerem tijolos deixando assim os buracos que vinham se tornar umas verdadeiras piscinas para nossos deleites, daí apelidei a de LAGOA CINZENTA. A maior lembrança que tenho dessa lagoa era quando cheia e no inverno, seu único estuário era as aguas que desciam do imenso monólito. O perfume que exalava os busca-pés, as vitorias régias com as jaçanãs em sua superfície fazendo seus ninhos e os seu cantar, as marrecas, galinhas d’água, os paturis e tantos outros enfeites naturais. Minhas noites, minhas manhãs eram tocadas por rumor festivo pois eu morava quase na sua beira: Epitácio Pessoa 127.
<><><><><><><>A marcha do Progresso é inexorável. A especulação imobiliária não retarda e avança inexoravelmente e então vemos a olhos vistos tudo se modificar peremptoriamente, e como já dizia Adoniram Barbosa: ” Vem ver Etelvina venha ver a Força do Progresso., como tudo está bonito o Viaduto Santa Efigênia”. Ademais só nos resta avivar a força do progresso e mortificar nossas memórias...............gfl.
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Pedra do Cruzeiro em imagem recente |
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Imagem antiga do Posto Quinzinho-cortesia da família |
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Gilson Ferreira Lima evoca mais um fato de sua infância |
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Nos anos passados, o lixo não era um problema de saúde |
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