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Dedé Preto-doce coração de um taxista amigo |
<>Os motoristas são os grandes responsáveis pelo transporte das riquezas de uma nação, exercendo sua atividade, tanto nas grandes metrópoles como nas pequenas cidades. Por transportar também pessoas, torna-se uma figura bastante próxima das famílias, nascendo daí uma grande interação. Além de motoristas são chamados de "chofer", "do guidom', "professor do volante e nos levam, dia e noite, aos nossos destinos.Na terra dos monólitos, um desses profissionais se destacou não só pela seriedade como exercia a profissão mas, especialmente, pela forma diferenciada como tratava os passageiros, logo conquistando a amizade de todos. José Marques da Silva, o queridíssimo Dedé Preto, ganhou um carinho, todo especial, tratando a todos com humildade e o que é isto senão uma flor plantada por Deus no jardim do coração dessas pessoas privilegiadas? Durante muitos anos, desempenhou com profissionalismo e um carisma muito especial a profissão de motorista. Quantas vezes, ligando o rádio do carro, ouvindo alguma canção, Dedé lembrou que em casa estavam lhe esperando sua querida Maura(com certeza, com um terço sempre na mão) e os filhos a quem tanto amava. Por instante, um olhar rápido nas imagens de São Cristovão e São Francisco seguido de um sinal da cruz, de forma rápida, pedindo mãos firmes, olhar vigilante e apelo para que o carro, instrumento de seu ganha pão, nunca prejudique a vida de qualquer pessoa. Na cabine estava escrito "Esta é a cabine da Saudade'. Das bonitas recordações deixadas por Dedé Preto, uma tem grande significado, exatamente o fato de sua preocupação com seus colegas de volante. Um senhor, conhecido por Fitita, tinha chegado a terra dos monólitos, vindo de paus dos Ferros(RN) e desempregado pediu uma ajuda ao querido motorista. Dedé, com aquele coração de menino, lhe ofereceu seu carro, lhe dando o dinheiro das corridas, enquanto exercia outras atividades. Sabemos que o bondoso homem também enveredou pelos caminhos da atividade comercial tendo arrendado, por algum tempo, o restaurante Itajubá, administrou posto de gasolina e alugou o velho abrigo para os "meninos" tomarem de conta. Este gosto pelo trabalho foi absorvido pelos ensinamentos dos pais Elpídio Irineu e Firmina Marques, valendo destacar que, já aos 10 anos,guiava animais que puxavam cultivadores, na fazenda São João de propriedade de Dr. Thomaz Pompeu. Mas, foi, como motorista, desde os tempos do trabalho no Curtume Belém até abraçar a profissão de taxista, no ano de 1977, que se tornou conhecido e querido pelas pessoas. Todos que conviviam com ele sempre exaltavam sua maneira afável no trato e uma alegria sempre contagiante. Às vezes, por alguns momentos, percebia-se uma certa tristeza no olhar e perguntado o motivo, saía-se com essa explicação: "Há tantos casais sem o pão sobre à mesa para alimentarem seus filhos e isso me entristece'. Mostrou sua grandeza de caráter ao continuar como taxista, mesmo quando seus filhos galgaram espaços no mundo empresarial e da política. Dedé preto nos deixou em 17.12.2002, legando a seus filhos(Carlos Alberto, Nascimento, Gerardo, Zé Mauro, Maura, Hilário e Marcos) e netos, grandes exemplos de caráter, dignidade, amor à família e ao trabalho. Aos amigos deixou uma grande saudade só confortada pelas lembranças daquele homem sempre sorridente e pronto a servir. Dedé Preto nunca iniciou uma viagem sem pronunciar, em voz bastante baixa, essas palavras: "Jesus seja a luz de meus olhos!"
-Imagens: cortesia da família
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Dedé e Maura-amor sem limites |
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Estar com a família era sua maior alegria |
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Dedé estava sempre perto dos amigos |
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Uma juventude cheia de sonhos |
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Dedé achava lindo o açude do cedro |
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amor à vida, à família e aos amigos |