<> Em ti, lindo Quixadá
O meu tempo de menino
Revive como rebenta
O som de um violino,
Nos teus encantos tracei
Os lances do meu destino
<> Teu encanto natural
Bem fundo em meu peito toca,
Como no verso, o poeta,
Como no índio, a maloca,
Como em seu ninho de pedra
Descansa a "galinha choca"
<>O velho açude do cedro
Empolga a nossa visão,
Faz reviver um passado
Dos anos que longe vão,
Teus campos de lindas flores
Encantam meu coração
<>És a noiva adormecida
Ouvindo de Deus a voz;
O vento sopra nas árvores
No seu ímpeto feroz,
Nas discrições engenhosas
Que fez Rachel de Queiroz
<>Hoje eu atravesso as ruas
Com o teu povo diligente,
Percorro ponto por ponto
Ao Leste, o Norte, o Poente
Aonde um dia eu cantei
O meu primeiro repente
<>Falavam do grande médico
O dr. Dr. Drário Barreira,
Dr. Jáder de Carvalho
Romancista de primeira
Dr. Roberto Queiroz
Juiz de linha certeira
<>Claudiano Alves Cidade
Que gosta de conversar
Chicos - Segundo e Terceiro
Que honram bem este lugar
José Baquit - o prefeito
O maior do Quixadá
<>O senhor João Eudes Costa
Jovem distinto e de bem
É do Banco do Brasil
Melhor que ele não tem
Maurício Holanda - o espírita
Que conversa com o além...
<>Pedro Júlio, o delegado
Sempre firme e atuante
Adolfo Lopes que é cego
Porém, vê muito distante,
Lalu que é relojoeiro
E também comerciante.
<>És a noiva mitológica,
Da terra de Santa Cruz
Teu panteon representa
Um mjato de fina luz
Que a cada um teu visitante
Na mesma hora seduz
<>O cruzeiro sobre o monte
Encantando as alvoradas;
"Laranjeiras; verde-choro"
Maravilhas consagradas,
Fazem parelha constante
Com as grutas encantadas.
<>Toda a grandeza que tens
Não cabe em minha memória
Mas eu consagrei a ti
A visão da minha glória
Meu português é pequeno
Para contar a tua história
<>Créditos: Rosemberg Cariry - Cego Aderaldo - O homem, o poeta e o mito